Capítulo Um



  Dois meses haviam se passado desde a queda de Voldemort. O mundo estava em paz e também feliz. Tanto o mundo bruxo quanto o trouxa.
  Harry Potter estava morando n’A Toca. Não queria ficar no Largo Grimmauld sozinho. Não era por medo, mas, sim, pelas lembranças que aquele lugar trazia a Harry. Sirius, seu padrinho, crescera ali e, pelo que sempre ouvira falar, ele nunca tinha sido feliz na casa dos Black.
  Numa manhã particularmente linda de verão, Harry acordou mais cedo do que de costume, colocou uma roupa leve, desceu as escadas até o térreo sem fazer barulho e saiu para o jardim. Queria andar um pouco, pensar na sua vida. Os Weasley era a melhor família que conhecia, era a sua família; Voldemort tinha morrido de vez; e o melhor: estava perto das pessoas que amava, os Weasley e Hermione Granger, que sempre que possível aparecia por lá. Mas, mesmo assim, não estava totalmente feliz. Os acontecimentos dos últimos meses ainda estavam muito presentes na memória das pessoas e Harry quase não podia sair às ruas, todos queriam cumprimentar o “menino-que-sobreviveu” e o “menino-que-derrotou-Voldemort”. N’A Toca, o ambiente não estava muito alegre. A morte de Fred ainda era muito recente e a Sra. Weasley vivia chorando, lembrando do filho; o Sr. Weasley se fazia de forte para poder apoiar a mulher, mas, por várias vezes, Harry, que quase todas as noites tinha insônia e sempre se levantava para ir à cozinha e beber um copo d’água ou simplesmente para pensar, o viu sentado no sofá com um olhar vago e lágrimas nos olhos; Jorge nem parecia o mesmo. Ficava o dia todo no quarto e só descia para comer porque era obrigado pelo pai. Aliás, só comia porque era obrigado e a loja “Gemialidades Weasley” estava com as portas fechadas. Percy voltara para a casa dos pais (era um dos mais tristes) e, Carlinhos, apesar dos apelos da mãe para que ficasse, voltara para a Romênia. Gui toda noite ia visitá-los e Rony estava mais sério e calado que nunca. Gina também estava abatida, mas, assim como o pai, se fazia de forte para ajudar a Sra. Weasley.
  Após quase uma hora caminhando pelo jardim, Harry tomara uma decisão. Não sabia se iria adiantar, mas tinha que tentar; precisava esquecer um pouco os problemas, se não enlouqueceria.
  O sol estava totalmente de fora agora e ele achou melhor voltar. Com certeza alguns moradores da casa já estariam de pé. E tinha razão. Quando entrou na cozinha, encontrou uma Sra. Weasley ainda de robe, preparando o café.
  ___ Bom dia, Sra. Weasley. --- a cumprimentou.
  ___ Bom dia, Harry querido. --- disse a mulher. Pelo visto, ela esteve chorando porque seus olhos estavam vermelhos. --- Perdeu o sono?
  ___ É, sim. A senhora está bem? --- perguntou. Harry, reparando nos olhos dela. Por um momento, ela parou de preparar o café, abaixou a cabeça, olhou para Harry e, logo em seguida, uma lágrima voltou a escorrer pelo seurosto. Então, disse:
  ___ Ah, Harry, dói muito, sabe? Uma parte de mim morreu com ele e, mesmo que passe dias, meses, anos, essa dor não passará e sempre haverá um vazio dentro de mim, uma sensação de que falta alguma coisa. E realmente falta, não é? --- mais lágrimas tornaram a cair. Harry se aproximou da mãe do seu amigo e, de repente, a abraçou. Não sabe por que o fez, só sabia que ela necessitava desse abraço e ele também.
  ___ Vai passar. Sei que é difícil, mas um dia passa.
  ___ Os filhos não podem morrer antes dos pais. É contra a lei da vida, Harry. --- as lágrimas aumentando.
  ___ Vai dar tudo certo. A senhora vai ver. E eu sempre estarei aqui para ajudá-la. Sempre que vocês precisarem, podem contar comigo.
  Nesse momento, a Sra. Weasley se afastou de Harry, o olhou mais uma vez e disse, mais emocionada ainda.
  ___ Obrigada, Harry, por tudo. Obrigada por morar aqui conosco. --- E com a voz quase sumindo, chorando, continuou. --- Arthur e eu o temos como filho. Você é o nosso filho de coração. Nós o amamos assim como amamos os outros. --- E tornou a abraçá-lo. Harry percebeu que também chorava e, após alguns segundos em que ambos permaneceram em silêncio, abraçados, ele disse:
  ___ Também amo vocês. Amo a senhora. Vocês são meus pais de coração. E eu que tenho que agradecê-los por me deixarem fazer parte dessa família maravilhosa.
  E permaneceram assim até o Sr. Weasley entrar no cômodo. Aos poucos, todos foram acordando, se acomodando em torno da mesa. Jorge não desceu para o café da manhã, o que deixou a Sra. Weasley mais triste e preocupada. A hora do almoço chegou rápido e, como era sábado, Hermione foi almoçar com eles. Como sempre, a comida estava maravilhosa.
  A tarde também chegou rápido e, antes da Hermione ir embora, Harry achou melhor contar sobre a decisão que havia tomado mais cedo para os dois amigos primeiro. Afinal, passaram por tanta coisa juntos e se não fosse por Rony e Hermione, ele não teria conseguido.
  ___ Preciso falar com vocês dois. Vamos lá pra cima. É mais sossegado.
  E, assim, os três amigos se dirigiram para o quarto de Rony que, agora, também pertencia a Harry.


***Autora:
Esta é a minha primeira fic e espero que vocês gostem [e pra saber se vocês gostaram, preciso que vocês comentem, por favor]. Queria agradecer por terem tido a paciência de lê-la. Quero postar um capítulo por semana, mas não sei se vou conseguir por causa da faculdade. Farei o possível para conseguir. Obrigada mesmo e espero que gostem e comentem, claro. Beijos. [Qualquer coisa, meu e-amail é [email protected] - podem me escrever que responderei com muito prazer.]

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