O medalhão.
Saimos do trem assim que ele parou. Estávamos na plataforma de Hogsmead no meio de MUITOS alunos. No meio de uns aluninhos no primeiro ano, havia um vulto enorme, vou dar ênfase no ENORME. Pude ver seu rosto assim que ele saiu das sombras. Era Hagrid. Ele acenou para mim e eu acenei de volta.
Nós seis saímos do meio da confusão e, como Alice disse para não os esperarmos, fomos procurar carruagens vazias.
- Aqui tem uma! – gritou Embry apontando para uma carruagem sem cavalo. Eu sabia que eram tresálios, mas eu não podia vê-los.
- Mas só cabe quatro! – disse Lucy.
- Se apertamos pode caber cinco! – disse Anne.
- Vão voces! Eu vou em outra! – eu disse. Realmente não me importava, Hogwarts nem era tão longe!
- Você tem certeza? – perguntou Jake.
- Claro podem ir! – disse já me virando para procurar uma carruagem.
Estava indo na direção de uma que estava vazia, estava à uns cinco metros da outra carruagem. Eu já estava subindo nela, quando uma mão tocou meu ombro.
- Onde você pensa que vai sozinha? – disse um voz doce e familiar. Me virei para ver quem era. Realmente me surpeendi.
- Ah, é você Seth! Eu pensava que estava indo para Hogwarts! – eu disse sorrindo. – Será que eu me enganei e quase fui para Zimbabue?* (cidade Africana)
- É provável, do jeito que você sempre se mete em problemas! – ele disse dando um enorme sorriso. JESUS QUE SORRISO LINDO! Ei, peraí, por que eu fiquei tão empolgada com o sorriso dele? Parecia que o sorriso dediferente, parecia um pouco sapeca.. como o de um cachoroo. Ele estava diferente, ou será que era impressão minha? – Mas não tema! Com o Seth não há problema! – AHH, Metidooo! Não, ele definitivamente não estava diferente.
- Oh! Graças a Deus você veio Seth! Eu tive tanto medo! – eu disse atuando como uma mocinha de novela indefesa e me jogando em cima dele. Ele riu.
Entramos na carruagem, e esta começou a andar. Seth sentou a minha frente e eu sorri, ele retribuiu o sorriso. Eu olhei para a janela e comecei a observar as árvores passando, até que Seth disse:
- Então Cáh, já conseguiu abrir o medalhão? – Olhei para o meu medalhão que minha vó havia me dado antes de morrer, eu nunca tinha conseguido abri-lo. Peguei-o na mãe e comecei a revirá-lo. Eu nunca o tirava do pescoço, não importava o que acontecesse, era a única coisa que eu tinha dela.
(Flash Back on)
Eu estava no hospital, para vê-la, talvez pela última vez... não, não chore! Você tem que ser forte! Ela vai ficar bem! Não pode demonstrar a ela que você está triste!
Eu parei na frente da porta do quarto. Não tinha coragem de entrar. Vamos, vai dar tudo certo! Enxuguei minhas lágrimas com a manga da minha blusa e sorri o melhor que eu podia. Respiira, respira. Entrei. Ela estava lá. Deitada, fraca e magra. Ao me ver ela sorriu. Sorriu o melhor que podia, assim como eu. O seu sorriso encheu meu coração e, naquele momento, eu soube que ainda havia esperanças. Mas eu estava errada.
Me aproximei da cama e dei um beijo em sua testa.
- Oi vó. – eu disse num sussurro muito fraco.
- Oi Carolzinha! - se o meu sussurro era muito fraco o dela era apenas uma respiração. – Eu preciso te dar uma coisa. – ela continuou.
- Não vó! Você precisa descansar! – eu protestei. Ela não podia se esforçar.
- Não querida, eu preciso. Antes que seja tarde demais...
Fiquei em choque, não protestei. Eu não conseguia pensar direito. Nem respirar. Não conseguia mais sorrir. O choro estava preso na minha garganta. Eu queria chorar. Eu não podia chorar. Eu não conseguia chorar.
Ela ergue o braço e pegou alguma coisa muito brilhante na mesinha que estava ao lado da cama e me deu. Era uma corrente de prata muito delicada, com um coração cravejado com pedrinhas brilhantes. Eu revirei em minhas mãos o colar, não conseguia pensar. Então eu vi um fecho, era um medalhão. Eu fui abrir. Mas não abriu.
- Mas vó, não abre! – eu disse confusa.
- Um dia ele vai abrir. – ela disse – Mas agora me escute. Esse não é um medalhão qualquer. Ele te dará forças quando você estiver fraca, te dará coragem quando você não conseguir mais prosseguir e te ajudará quando você precisar. – ela continuou.
- Mas, vó... – eu tentei dizer, mas ela me interrompeu:
- Escute. Na hora certa, você irá conseguir abri-lo. Só você pode abri-lo. Só você! E não importa o que aconteça, você nunca o tirará do pescoço e nunca o confiará a ninguém. A NINGUÉM. Você terá uma escolha a fazer, tudo depende de você e eu espero que você faça a escolha certa.
Ela estava cansada, sua voz agora era apenas um zumbido.
- Tudo bem vó, eu não irei decepcioná-la Agora você precisa descansar.
- Antes me prometa de que não irá desistire e que será forte. – ela disse já sem fôlego.
- Eu prometo. Agora, descanse. – eu disse dando-lhe um beijo em sua face.
Ela acenou com a cabeça e a descansou no travesseiro. Eu me virei e sai do quarto. Ela dormiu, e não acordou.
(Flash Back off)
Eu senti um nó na minha garganta e um aperto em meu peito. Seja forte! Você prometeu a ela!
- Não, na verdade eu não tentei mais. Ele não abre mesmo. – eu disse cabisbaixa. Eu não iria deixar Seth me ver sendo fraca.
- Me desculpe, eu fui um idiota! Eu não deveria ter tocado no assunto, eu, eu.. eu sei que você não gosta de falar sobre isso.- ele se desculpou meio sem jeito e pegou a minha mão.
Eu levantei minha cabeça e encontrei os seus olhos, eles estavam diferentes, mais profundos...misteriosos. Eu me perdi no negro de seus olhos. E a cada momento ele se aproximava mais...eu podia sentir o seu calor. O que eu to fazendo aqui mesmo? Pera, qual é o meu nome? Ele estava muito prózimo agora, eu podia ouvir sua respiração... O QUE EU TO FAZENDO? EU TO QUASE BEIJANDO O SETH! Ainda bem que eu acordei a tempo! Então eu me afastei e dei um enorme sorriso de criança inocente. Eu precisava quebrar o clima:
- Por acaso você foi para uma academia de boas maneiras nas férias e não me contou? – eu perguntei tentando manter a indiferença e diversão. Geralmente eu conseguia ser uma boa atriz. Putz! Que cor será que tá o meu cabelo? Olhei disfarçadamente para baixo para ver a cor que ele estava. Droga! Estava um pouco mais rosado do que deveria estar. Mas a sorte é que estava escuro, então ele não deve nem ter percebido.
Ele começou a rir, um pouco forçado demais. É, ele ficou sem graça. Mas, na hora que ele ia responder a carruagem parou. Sai correndo da carruagempara evitar mais constrangimentos. Afinal, ele era meu melhor amigo e eu quase o beijei. Ele só estava sendo legal comigo!
Comecei a procurar onde estava o pessoal. Eu estava dando voltinhas em círculos que nem uma barata que acabou de levar um pisão. Então, senti uma mão quente pegar na minha e me puxar para a direção oposta da que eu estava olhando. Era Seth que já os havia localizado. Eu pude sentir o seu calor transapassar pela minha mão.
Quando nós chegamos, eu pude ver um sorriso malicioso no rosto do Jake. Carambolas flutuantes! Será que eu não podia mais pegar na mão do meu melhor amigo? Tudo bem que eu quase o beijei há poucos minutos atrás, mas ninguém precisava saber. E foi só um acidente, não foi? Com muito esforço, eu soltei a minha mão da de Seth e cruzei os braços tentando me esquenta. Nossa! Que frio!
- E aí galera a Alice e o Quill já chegaram? – perguntei, vingindo não ver os rostinhos maliciosos dos garotos. AI, QUE SACO! Meninos idiotas!
- Eu acho que eles acabaram de chegar! – disse Lucy apontando para dois vultos que estavam se aproximando.
- É, são eles sim! – confirmou Embry quando o casal de vultos já estavam próximos.
- E aí galera!- disse Quill puxando Alice pela mão.
- Ent..tã..tãão..oo, gen..gen..te..., que..que tal se..se nó..ós.. en..tá..trássemos? – eu disse tremendo de frio. Carambolas Saltitantes! Por que lá tinha que ser tão frio? No Brasil era tão quentinho... e aqui é esse freezer!
- Poxa baixiinha! Mais nem tá tão frio! – disse Jake me puxando pra perto dele e me dando um abraço pra me esquentar. Eu repousei minha cabeça em seu peito forte (extremamente [u]forte[/u]) ainda tremendo, mas estava bem melhor.
- Ei! Eu pensei que a baixinha fosse a Alice! – eu protestei olhando para ele.
- Você só é dois centímetros mais alta do que eu! – disse Alice me mostrando a língua.
- Eu cresci 2 cm essas férias! – eu disse me esticando em baixo do abraço de Jake.
- Ta bom, ta bom. Nós já entendemos que vocês duas são baixinhas! – disse Lucy. Só porque ela era a mais alta das meninas!
- Anne dá um tapa na cabeça dela pra mim por favor? – eu pedi a Anne. Ela deu um sorriso maligno e bateu na cabeça de Lucy. Esta fez uma cara de indignação e queria bater na Anne, que dava muita risada, mas Embry deu um abraço nela que a impedia de fazer qualquer movimento.
Todos nós ríamos da situação. Era muito engraçado. Eu já nem estava com muito frio. O Jake era realmente muito quente! Não, não do sentido de ser gostoso e atraente, mas de ser quente como um cobertor! Pera, mas o Jake também é gostoso e atraente! Coco de ornitorrinco! Fiquei confusa!
- Tudo bem galera, que tal entrar agora? – finalmente o Quill falou. As últimas pessoas já estavam subindo as escadarias. Nós éramos os últimos.
Subimos as escadarias, eu ainda nos braços de Jake. Na verdade eu não queria soltá-lo. Ele era tão quentinho! Passamos pelas enormes portas de madeira da entrada e rumamos para o Salão Principal. Minha barriga começou a roncar, ela sempre fazia barulhos MUITO altos. Eu estava com fome.
Entramos no Salão Principal e rumamos para a enorme mesa da Grifinória. Eu me livrei do abraço de Jake. Agradecendo ele com um beijo estalado na bochecha.
- Eu sabia que você me amava – ele me disse dando um sorriso maroto.
- Eu nunca disse o contrário – eu disse me esticando e dei um beijo ainda mais estalado em sua orelha.
- Aí! – ele berrou – você me deixou surdo! – ele disse massageando seu ouvido. Eu dei uma gargalhada gostosa. Adorava fazer isso! Mas, contudo, porém e entretanto, eu estava brincando com Jake, ele não deixa as coisas baratas.
Ele molhou os lábios e me deu um beijo babado da bochecha.
- Que nojo Jake! – eu disse limpando a baba dele na manga das minhas vestes – Seu cachorro vira-lata!
Todos riram. Eu realmente odiava quando babavam em mim! Mas, foi engraçado, eu tive que rir também.
Nós nos sentamos, quatro de um lado e quatro do outro lado da mesa. Nós éramos os últimos a entrar, mas ainda havia muitas pessoas de pé. Em pouco tempo todas já estavam sentadas.
Todos os professores já estavam na mesa dos professores, menos é claro, a professora McGonnagal, que trazia os alunos do primeiro ano. Então, como é de costume a professora Minerva entrou no salão com uma cambada de baixinhos atrás dela (falo a alta aquiê). Eles fizeram uma fila e em frente a eles a professora colocou um banquinho e um chapéu muito velho e sujo, com um enorme rasgo horizontal bem no meio, em cima dele. O chapéu velho começou a flutuar e começou a falar pelo buraco.
Ainda me lembro quando foi a minha vez de colocá-lo! Eu estava um pouco nervosa, admito. Eu me sentei no banquinho e coloquei o chapéu na cabeça. Ele disse que foi uma das mentes mais difíceis e com certeza a mais divertida que ele já leu! Eu fiquei um bom tempo de olhos fechados conversando com ele. Ele me contou uma piada muito engraçada que ele havia ouvido na mente de um menino. Eu comecei a dar risada, parecia uma idiota sentada num baquinho, de olhos fechados, com um chapéu velho na cabeça dando gargalhadas, sozinha! Então a professora Minerva pigarreou e o chapéu começou a decidir para qual casa eu iria. Ele cogitou Sonserina, mas eu logo o cortei apavorada. Então ele ficou na dúvida entre Grifinória, Corvinal e Lufa- Lufa. Ele disse que eu era corajosa, como uma Grifinória; inteligente como um membro da Corvinal; e sincera e meiga como um membro da Lufa-Lufa. Por fim, ele acabou me colocando na Grifinória. Eu nunca achei verdade tudo aquilo que o Chapéu dissera. Eu não era corajosa, me achava medrosa; e nem muito inteligente, muitos eram mais inteligentes que eu; e, bom, eu realmente era sincera, as vezes até demais, mas eu não me achava meiga. Pra mim eu inventaria uma nova casa, uma casa para pessoas que não são classificadas em nenhuma, ou que foram classificadas em todas; uma casa para palermas, como eu.
Bom, o Chapéu Seletor cantou uma musiquinha, como de costume e logo os aluninhos foram selecionados para as suas respectivas casas.
Ah, agora vinha o Prof. Dumbledore. Ele se levantou e o Salão inteiro ficou em silêncio.
- Bem Vindos a mais um ano em Hogwarts! Eu quero desejar a todos os alunos um ótimo ano letivo e tudo aquilo que um diretor deveria falar no primeiro dia de aula! E, antes do banquete, eu queria dizer algumas palavras: Ornitorrinco! Serelepe! Antílope Saltitante! Bom Apetite! – usahushaushashaushaushaus’. Eu adorava os comentários dele! Eu dava realmente MUITA risada! Ainda mais agora que ele falou o nome de uns dos meus animais preferidos, fora cachorro é claro!
A comida magicamente apareceu nas cinco enormes mesas. Era realmente um banquete. Todos se serviram e comeram. Eu realmente estava com fome! Todos comeram e riram muito. Então a comida como apareceu, sumiu. Porém apareceram pratos e travessas cheias de doces. Doces de todos os tipos.
- Obaa pudim! – eu disse. Eu amava pudim. Pudim e Pavê, eram meus doces favoritos. Eu realmente comi muito pudim. Então os doces e as travessas desapareceram magicamente.
Agora vinham os avisos. Dumbledore se levantou novamente, limpou a garganta, e então disse:
– Temos uma novidade em Hogwarts! Eu cheguei a uma conclusão, depois de muitas reflexões e decidi que não haveria mal algum em permitir a entrada dos alunos à Floresta Proibida! – nesse instante o Salão inteiro deu vivas e comentaram mais alto do que o normal – Porém... – continuou Dumbledore, fazendo o salão inteiro se calar – Daria muito trabalho mudar o nome da Floresta Proibida para Floresta Não Proibida, sem contar que não soa muito bem. Portanto a Floresta Proibida continua PROIBIDA – ele disse. Por isso que eu amava os discursos dele. – E o Sr. Filch pediu para ressaltar também que é proibido fazer mágicas nos corredores da escola. – ele disse e olhor para onde nós estávamos sentados. Eu dei um sorriso ingênuo e inocente. Então ele desviou o olhar para o grupo do meu irmão, eles também eram conhecidos por travessuras. E logo depois ele continuou. – E há também uma lista de objetos proibidos no escritório do Sr. Filch, quem estiver interessado de saber quais são os 865.000 objetos, é só comparecer ao escritório do zelador. Agora que os avisos já foram dados, que já comemos e já bebemos.. está na hora de dormir! Suas coisas os aguardam nos seus devidos dormitórios. Boa Noite!
Nessa hora, todos os alunos se levantaram e rumaram para a porta do Salão Principal.
- Ei Alice, qual é a senha? – perguntou Anne.
- Pinguim altista! – respondeu Alice.
- Por que todas as senhas são estranhas? – perguntou Lucy.
- Porque a escola é estranha! – respondeu Embry.
Nós saímos do Salão Principal e rumamos para o Salão Comunal. Passamos pela aglomeração de alunos e passamos pelo retrato da Mulher Gorda. Já eram quase 10 horas, então decidimos ir dormir. Nos despedimos dos meninos e seguimos para o nosso dormitório.
O nosso dormitório continuava igual. Nós o tinhámos modificado um pouco. Como por exemplo, escrever o nome de cada menina em cima de sua respectiva cama e finíssimas linhas douradas, escritas amigas, se entrelassavam entre os nomes e se ligavam. Formando uma corrente, e cada nome estava preso na corrente. Uma corrente da amizade. Como se cada uma estivesse presa a outra. Realmente ficou muito bom.
Eu abri meu malão e com um aceno de varinha guardei minhas roupas no cômodo. Tirei meu teclado do fundo, que eu tinha aumentado com magia, e o coloquei no canto do quarto. Eu o tinha enfeitiçado para funcionar sem eletricidade (como o meu I-pod), já que nada elétrico funciona em Hogwarts. Abri a janela para a Kika entrar, ela não gostava de dormir no corujal, então eu tinha um poleiro para ela no quarto. Vesti meu pijama, era um shortinho [u]muito[/u] curto e colado, amarelo com um monte de patinhos desenhados, e uma baby look do mesmo tom de amarelo e com uma pato bem grande desenhado na frente. Dentro do quarto era mesmo bem quente. Então eu me deitei e agarrei meu cachorrinho de pelúcia, eu tinha que dormir agarrando alguma coisa. As outras meninas fizeram a mesma coisa. E logo nós pegamos no sono.
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