O Cervo De Três Patas
- Dona, sua mãe vai ficar preocupada não vai?
- Minha mãe não liga mais para mim Rodolfo. – ela suspirou, quanto mais subiam a montanha, mais difícil ficava para respirar.
- Não! Isso é mentira dona! – ele pulou dos ombros da menina e foi para o chão.
- Ah é? E porque ela ta saindo todas as noites então?
- Sua mãe também precisa de divertir! Não quer dizer que ela não ligue para você...
- Minha mãe arrumou um namorado novo Rô.
- Um... Namorado?
- Não faz nem sete meses que ela e meu pai se separaram...
- Gwen, você disse que nunca mais ia falar sobre isso.
- Tem razão Rô! – ela passou a mão nos olhos e continuou subindo.
Quando o dia começou a nascer, suas pernas começaram a tremer.
- Melhor descansarmos um pouco agora, andei a madrugada inteira.
Gwen estava falando sozinha, pois Rodolfo já estava dormindo em seu colo. Depois de ver aquela coisinha pequena dormindo em cima de suas pernas, o sono também tomou conta dela, e ela dormiu rapidamente.
Quando acordou, sua cara estava molhada.
- O que é isso? – ela passou a mão no rosto. – Que coisa nojenta!
- Você tem gosto de mel!
Era um cervo. Filhote na verdade.
- Ah que coisa mais lindinha meu Deus! – ela passou a mão na cabeça do bicho.
- Filho? – outra voz surgiu – Você está ai?
- Papai! Estou aqui!
- Ah, que bom que eu te achei!
Gwen ria das brincadeiras do cervo-pai com o filhote, quando ele finalmente virou o corpo para ela, ela viu que ele tinha apenas três patas.
- Você é a Gwen não é?
- Como você sabe? – ela continuou reparando na ausência da perna.
- Mitsi é um animal muito fofoqueiro.
- Imaginei.
- Eu sou o cervo Lútios.
- Lútios? Não sabia que animas também tinham nomes exóticos! – ela riu
- Este é meu filho Lutários.
- Tal pai tal filho.
O cervo não pareceu entender e inclinou a cabeça um pouco para o lado.
- Perdão... Sabe onde eu encontro Sky?
- A essa hora do dia?
O cervo deu uns passos para trás e depois olhou para os lados.
- Durante a manhã ele normalmente dorme perto do rio.
- Esse rio aqui pertinho?
- Sim, na parte da queda d’água.
- Sim, sim! Eu sei onde fica!
- Ótimo, desculpe, eu preciso brincar com o meu filho agora.
- Muito obrigada! Mesmo!
Gwen se levantou, pegou Rodolfo com as mãos e o colocou dentro da bolsa.
- Ei, menina!
- Sim?
- Cuidado com o que você vai ver.
E ele saiu trotando desajeitadamente atrás do seu filho.
Gwen estava mais animada, depois de andar dez minutos encontrou o rio. Porém, não havia nenhum lobo ali.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!