Capítulo Único.
Eu o amei. Mais do que qualquer coisa, mais do que qualquer um. Mais do que minha própria vida.
Não era um sentimento que eu me orgulhasse de ter, não era algo que eu queria sentir. Mas mesmo para mim – que ouso dizer, conheço mais da vida do que qualquer ser vivente – o amor ainda era o sentimento mais perigoso e involuntário que existia.
Tudo nele me atraía. Seus olhos cinzentos e seu jeito de odiar a todos. Ele desencadeou coisas em mim que eu não sabia que existia. Sentimentos que quando eu era cético demais, não acreditava na existência.
Como um amor tão real pode soar tão utópico? Quando me lembro de nosso passado, eu me lembro de tardes ensolaradas, lírios, minha calma vizinhança e ele como sendo o refúgio de todos os meus problemas.
Ele fora meu melhor amigo. Uma mente brilhante, sem sombra de dúvidas, e de forma alguma desprovido de sentimentos.
Ele tinha ódio. Seu coração era negro, e temo ter de admitir para mim mesmo que meu coração era cinza.
Mas eu fui mais forte. Não me deixei levar pelas circunstâncias, e fiz meu próprio caminho.
Ele também fez seu caminho, por assim dizer. Um caminho pontilhado de sangue e morte, em uma busca tão obscura quanto o seu propósito.
Mas eu nunca deixei de amá-lo e me envergonho por isso. Venho negando isso há um bom tempo, mas agora não conseguia mais.
Não agora que eu me aproximava tão rapidamente dele. Não agora que eu levantava minha varinha.
Ele tinha que morrer, e mesmo que eu não fosse capaz de matá-lo, eu me propus à detê-lo.
Ele notou minha presença e olhou fundo nos meus olhos.
-Eu estava pensando em quem eles mandariam. – Disse, com angústia clara em sua voz. Ele parecia estar se segurando para chorar, mas duvidei que seus olhos ainda produzissem lágrimas. Lágrimas que são tão mundanas para pessoas como ele. – Aposto que você se voluntariou, não é, Alvo?
-Você sabe que eu estou fazendo pelo bem de todos.
-Pelo bem maior. – Sussurrou Grindelwald.
-Te amo. – Disse antes de dar início ao duelo mais difícil de minha vida.
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