Minha Culpa



 


Minha Culpa.


 


Eu era um Malfoy, eu era um escorpião como meu próprio nome dizia, Scorpius. Eu era sonserino, eu era frio, calculista, irônico e bebia. E o que eu ganhei com isso? A pior dor do mundo. No fim das contas eu acho que mereci isso.


 


Rose. É só nisso que eu penso, só nela, na minha única mulher, a única que eu realmente amei. Mas eu não dei tamanha importância ao meu bem mais precioso, a ela. Talvez se eu não tivesse tão estúpido eu ainda pudesse tê-la ao meu lado.


 


Rose Weasley, minha Rose.


 


Eu a conheci em Hogwarts, por Alvo Potter, meu melhor amigo, que também foi para a sonserina. Era uma manhã de sábado, Alvo e eu caminhávamos pelo jardim quando alguém grita:


 


“Alvo!” nos viramos para ver quem era, quando eu a vi. No auge de seus treze anos, com cabelos castanhos lisos, que ao sol daquele dia pareciam um pouco ruivos, algumas sardas no nariz e um sorriso gigantesco.


 


Eu já havia a visto nas aulas, nunca nos falamos antes. Ela ficava na sua, com suas amigas e amigos corvinais, e eu na minha com meus amigos. Nem ao menos competíamos pra ver quem dava as respostas antes, ela não fazia tanta questão de responder as perguntas, não precisava se mostrar, todos sabiam que ela era extremamente inteligente.


 


“Oi Rosie” Alvo respondeu quando ela já estava perto o suficiente “Creio que já conhece Scorpius, não?”


 


“Sim, sim” Ela respondeu ainda com seu lindo sorriso de orelha a orelha, me cumprimentou com um aceno de cabeça, eu a imitei. “Você não vaia acreditar!” ela continuou toda animada olhando para Alvo.


 


“Claro que não, eu não sou nenhuma Trelawney” Alvo disse sarcástico, fazendo-a revirar os olhos, mas sem desfazer o imenso sorriso.


 


“Eu sou a mais nova goleira da Corvinal!” ela disse radiante e se jogou em cima de Alvo, ele deu um sorriso sincero e girou a prima.


 


“Que bom, Ros. Tio Ron ficará radiante...” ele disse enquanto a colocava no chão, eu me sentia deslocado presenciando aquela cena, mas nada fiz para sair dali. “Terá de se esforçar para não deixar passar muitas goles da Sonserina” ele provocou “Scorpius é um excelente artilheiro!” Alvo disse dando um soquinho no meu ombro.


 


“Por mim nada passa!” Rose garantiu e foi embora, atrás de seu primo James.


 


E assim se passou meu terceiro ano, e eu não conseguia tirar o maldito sorriso de Rose Weasley de minha cabeça. Nos jogos de quadribol, que era Corvinal x Sonserina, eu tinha de me esforçar o máximo para me concentrar e marcar as goles e não me perder no sorriso dela a cada goles defendida, o que devo admitir eram muitas.


 


Nas férias eu fui para a Toca, o que me dificultou muito em parar de pensar nela. No meu quarto ano eu decidi esquecê-la a todo custo. E por isso eu fiquei com várias garotas, tive até a minha primeira vez no fim do ano letivo, mas nada dela sair de minha cabeça. E nós continuávamos a conversar formalmente quando eu e Alvo a encontrávamos no meio dos corredores.


 


Meu quinto ano foi bastante parecido com o quarto, até que no sexto ano aconteceu algo inesperado. Era outro sábado, eu fui para uma festa ilegal que estava acontecendo na sala precisa, nada de anormal. Até que eu vi, Rose estava dançando com um idiota qualquer, dançavam colados. Nada de anormal daquilo também, afinal ela já saiu com vários garotos, uns cinco ou seis. Mas naquela noite ver aquilo me atingiu como um soco certeiro na cara, não sei bem o porquê.


 


Ela estava linda, como de costume. Uma calça skinny jeans preta, sandálias de salto alto preto, uma bata lilás, os cabelos caindo pelas costas com perfeitos cachos e maquiada levemente. Deslumbrante. Ela dançava tão bem, chegava a ser até sensual, o que me deu mais raiva. Fui direto para a mesa de bebidas e peguei as mais fortes. Naquela noite não sai dali, não ousei olhar aquela noite de novo para ela, eu não suportaria ficar parado, ainda mais sob o efeito do álcool, provavelmente eu iria a agarrar a força, o que eu me arrependeria mais tarde.


 


Não dormi direito aquela noite, no meio da madrugada fui para os jardins, estava chovendo forte, mas não me importei, depois de umas duas horas de baixo da chuva fui para meu quarto. Joguei-me na cama molhado. Levantei cedo. Eu devia estar parecendo um zumbi, sabia que estava com profundas olheiras, pálido e com o cabelo muito despenteado, estava com uma terrível ressaca por causa da bebida da noite passada. Coloquei um jeans qualquer, a blusa de qualquer jeito, os sapatos sem meias e fui tomar café.


 


Não tinha muita gente nas mesas, olhei para o relógio e constatei que eram oito horas e era domingo. Bufei com raiva e tomei meu café, quando caminhava rumo à biblioteca, para ver se eu conseguia ler e descansar, eu a vejo atravessar o corredor, com o caminho oposto ao meu.


 


“Céus, o que houve com você Scorpius?” ela perguntou quando chegou o suficiente perto de mim, era a primeira vez que ela falava comigo sem estarmos com Alvo, eu me surpreendi e nada falei “Está horrível!”


 


“Obrigado por colocar minha auto-estima no topo” eu falei sarcástico, mas minha voz não saiu como eu pretendia, estava rouca e mais arrastada que o normal, eu tossi um pouco.


 


“O que você tem?” ela perguntou, parecia preocupada, se aproximou de mim e colocou uma de suas mãos em minha testa “Oh, você está ardendo em febre!” ela disse tirando sua mão de minha testa “Vamos, eu te levo a ala hospitalar” ela disse pegando minha mão.


 


Na hora, eu desejei que o tempo parasse, o toque dela em mim foi algo inesperado, pareceu que uma descarga elétrica passou por nós, a mão dela era quente e macia, sempre como eu tinha imaginado, eu estava paralisado.


 


“Não!” exclamei me recuperando do toque, minha voz saiu mais rouca “Pra ala hospitalar não” eu gemi, odiava hospitais, nunca gostei, olhei nos olhos castanhos dela “Por favor” implorei. Ela pareceu me examinar e depois pensar rapidamente até que enfim me respondeu.


 


“Tudo bem, vamos para a sala precisa” ela disse me puxando para o sétimo andar, eu aproveitei ao máximo aquele toque “Scorpius Malfoy não gosta de hospitais é?” ela perguntou divertida andando pelo corredor da sala precisa, neguei com a cabeça.


 


Entramos na sala precisa, ela estava muito diferente de ontem a noite. As paredes eram de um azul claro, nela havia uma cama de solteiro, um sofá ao lado da cama e uma lareira perto da cama, havia também umas prateleiras com algumas poções. Rose mandou que eu deitasse na cama, e assim eu fiz enquanto ela foi pegar algumas poções.


 


Aquela tarde eu poderia dizer que foi a melhor, até aquele mesmo dia, ela cuidou de mim a tarde inteira, no fim eu estava melhor e nós começamos a conversar no sofá mesmo. Até que eu aproveitei quando ela fechou brevemente os olhos e me inclinei em direção a ela, quando ela abriu os olhos de novo eu já estava muito perto dela.


 


“Rosie...” foi só o que eu consegui sussurrar antes de a beijar delicadamente, e eu posso hoje dizer que esse foi o melhor beijo que eu já dei.


 


Depois de um tempo nós começamos a namorar, às escondidas, só Alvo e Lily sabiam. Foi a época mais feliz da minha vida, nós brigávamos às vezes, mas sempre nos reconciliávamos com beijos. Hoje eu tenho o maior orgulho de dizer que eu que tornei Rose mulher, minha mulher. Mas na última semana de outubro do meu sétimo ano meu mundo caiu, despencou de um penhasco, e posso dizer que fui que o joguei do penhasco. Graças a mim e minha burrice.


 


Eu e Rose brigamos, e feio, por ciúmes meu. Fui para a minha sala comunal e bebi, bebi e bebi, já era de noite, eu não me lembrava do que estava fazendo. Alvo apareceu lá e falou para eu parar de beber, que eu já estava muito bêbado, que eu ia cair tonto, mas eu nem dei bola, continuei enchendo a cara, Alvo disse algo como “Eu vou preparar o chuveiro, não faça nenhuma merda enquanto eu não estiver aqui Scorpius!”.


 


Depois daí eu não me lembro direito, parece que eu continuei a beber e quando uma garota foi falar comigo eu a agarrei e a beijei possessivamente. Depois disso só lembro-me de Alvo me socando no rosto e me empurrando para debaixo do chuveiro, ele continuou a e bater em baixo do chuveiro me xingando e gritando comigo. Alvo me socou tanto que eu quase fui para a ala hospitalar, eu não ousava bater nele, eu sabia que havia feito algo errado. No dia seguinte eu estava com um olho roxo e todo moído, dor de cabeça e talz, perguntei ao Alvo o que eu havia feito e ele com uma cara de poucos amigos e um olhar assassino pra mim respondeu:


 


“Seu desgraçado!” belo começo, eu devia ter feito algo realmente ruim “Você quase transou com a Leah, que já estava gritando por socorro, e não, não estavam na sala comunal, você a havia levado a força para o nosso quarto!” eu abaixei os olhos, estávamos no nosso quarto, era sábado, eu sabia que eu era o culpado, que eu fui baixo, agarrei Leah Miller a força e quase transei com ela a força, isso porque ela é minha amiga.


 


“Eu a agarrei?” sussurrei culpado


 


“E quase transou com ela a força!” Alvo disse, ele estava muito bravo “Você tem noção do que fez?” eu assenti “Traiu minha prima! T-r-a-i-u! Idiota! Você sabe como ela está agora? Está chorando e chorando! Por sua culpa!” ele jogou em minha cara


 


“Ela já sabe?” perguntei com um leve tremor, ele me lançou outro olhar assassino


 


“Claro que sim, seu imbecil! Acordei mais cedo e fui caminhar pela escola e quem encontro no corredor parecendo que não dormiu? Rose.” Ele bateu na minha cabeça “Ela me perguntou sobre você, e como eu estava puto com você, fiz muito esforço para contar com o máximo de cuidado e carinho que eu conseguia.” Ele parou para me bater novamente “Ela a principio não acreditou, mas depois de me perguntar e reperguntar ela acabou entendendo, e chorou, chorou até não poder mais no meu colo. Eu tive de levar ela até o salão comunal dela e pedir para alguém por ela na cama e pedir para a amiga dela dar uma poção calmante pra ela, quando ela acordar.” Me bateu de novo


 


Eu fiquei mudo, não conseguia falar nada, aquela hora eu mesmo queria me torturar até morrer, queria fazer a dor de Rose parar, queria me fazer sentir a mesma dor que ela sentiu, queria morrer, mas morrer seria um alivio, pois dependendo do jeito você só sente a dor e depois mais nada. Fomos caminhando para o nosso salão comunal.


 


“Sabe eu nunca vi a Leah tão apavorada” Alvo comentou e eu sabia que era para me fazer sentir pior “E nunca vi a Rose chorar tanto, foi algo extremamente horrível de se presenciar” ele continuou “E o pior é saber que quem causou tudo isso foi o seu melhor amigo”.


 


Eu não retruquei, sabia que ele estava certo. Pedi mil desculpas a Leah, falei que eu enchi a cara e não sabia o que estava fazendo, no final do dia ela me perdoou, mas ela agora sente receio em chegar perto de mim.


 


E quanto a Rose, bem a única coisa que ela me fez foi me chamar para ir a sala precisa, ela me deu um tapa bem dolorido na cara e me xingou, eu apenas ouvia, calado, sabendo que era verdade tudo o que ela me xingava, não derramou uma única lagrima na minha frente e saiu de lá acompanhada por Lily e Alvo.


 


Na semana em que se passou eu não falei com ninguém, Alvo e Rose me ignoravam, Lily veio falar comigo depois de uma semana e depois do meu relato ela nada disse e saiu. Alvo voltou a falar comigo, Rose fazia de tudo para ficar feliz e não me ver, mas infelizmente eu percebia que ela só fingia estar feliz.


 


Hoje eu me arrependo de tudo o que fiz. De não ter corrido atrás dela antes, de manter nosso namoro escondido e não o anunciar em publico, de não ter aproveitado cada minuto como se fosse o último, de brigar por besteiras, de ficar com ciúmes e depois trair, de me embebedar e achar que a bebida é a solução pra tudo. Mas eu me arrependo profundamente de nunca ter declarado meu amor, de nunca dizer “eu te amo” para ela.


 


Como eu queria que ela soubesse o quanto eu a amo, que se não fosse por ela eu não seria o que sou hoje, uma pessoa melhor que ama e entende os sentimentos e não aquele garoto frio e sarcástico do segundo ano. Queria que ela soubesse que sem ela eu não sou nada, não consigo comer, não consigo pensar, não consigo falar, não consigo viver. Porque ela é o ar que enche meus pulmões, o sangue que meu coração pulsa, pois ela é minha vida. Eu penso nela a cada minuto desde aquele encontro nos jardins no nosso terceiro ano.


 


Hoje falta menos de dois meses para as nossas aulas acabarem, para nos formarmos em Hogwarts e seguir uma carreira, os NIEMs já estão ai e eu não consigo estudar, porque desde que aquele incidente aconteceu e o meu namoro terminou, eu não consigo prestar mais atenções nas aulas, pois só penso nela, minhas notas vêem decaindo desde aquele mês, eu estou com profundas olheiras, que não saem do meu rosto desde aquele mês, estou mais pálido, estou sem vontade de viver.


 


Por que Rose Weasley é minha razão de viver, e eu a perdi. Por minha, única e exclusivamente, culpa.


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N/a: Espero que tenham gostado, isso foi um surto meu.
Comentem, plx?!!

Beijokkasss

Leeh


 

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Comentários (1)

  • tamires wesley

    oloko scorpius, tadinha da rose, entrando em depressao ;( amei, muito boma parabens 0/

    2012-09-22
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