Capítulo 19
Capítulo 19
Estavam de volta. O apartamento agora comportava um novo morador. Um morador que era o foco das atenções. E que acordava a ambos durante as madrugadas.
Durante aquela madrugada não fora diferente. O choro estridente de Julien preenchia o silêncio do quarto. Ela resmungou alguma coisa e virou-se na cama, ficando de costas para ele. Ela usava uma camisa negra dele, que lhe chegava quase até os joelhos. Ela dobrara as mangas da camisa e deixara o primeiro botão aberto. Com isso, a camisa em alguns momentos desnudava seu ombro. O que acabara de acontecer quando ela virara na cama.
Ele levantou-se e foi até o berço. Julien estava acordado, o que deixava à mostra seus olhos prateados. O bebê agora tinha três meses. O que significava que seus olhos continuariam prateados. Ele olhou o bebê. É. Definitivamente, tinha o sangue Malfoy.
Ele o pegou no colo e voltou para a cama, pelo lado direito. Ela agora estava recostada na cama. Ele lhe entregou Julien e voltou ao seu lado. Deitou-se novamente, olhando o teto. Não conseguia considerar-se o pai de seu irmão.
Após uma hora de silêncio, ela levantou-se e pôs Julien no berço. Após alguns minutos contemplando o filho adormecido, ela voltou para a cama.
-Alex? Você está acordado?
Como resposta ele virou a cabeça e pôs-se a olhíla. Percebeu que realmente não iria conseguir dormir naquela noite. Sua insônia não permitiria. Então, ele sentou-se na cama.
-Precisamos conversar.
-Agora? É madrugada ainda.
-Eu sei. Mas você não vai dormir, vai?
-Não.
-Então, por que não agora?
-Está bem.- ele apoiou-se contra a cabeceira da cama.
-E agora?
-E agora o quê?
-O que vamos fazer? Quando será o casamento? Vamos continuar nesse apartamento?
-O casamento, você decide. E eu não pretendo continuar nesse apartamento.
-E para onde vamos?
-Eu tinha pensado em irmos morar na Cornualha...
-Cornualha, é?
-Por que não?
-Porque é muito distante?
-Tudo bem, é distante. Mas, veja bem: eu quero sair do país. E além do mais, acho que você ia gostar de lá. Tem o mar. O clima é mais estável, não chove tanto...
-Tudo bem, tudo bem. Mas você já tem a propriedade?
-Não. Mas nós vamos comprar uma.
-Me convenceu.
-E o casamento?
-Daqui a dez meses.
-Você que sabe.
Nesse momento, uma coruja entrou pela janela da sala. Ele a deixara aberta. Ele podia ouvir o farfalhar das penas da ave cada vez mais próximo. Finalmente, a coruja adentrou o quarto.
-De quem é essa coruja- ela perguntou.
-Não sei.
-Mas é a coruja do Gui!
Mas, ao contrário do que ela esperava, a coruja pousou na frente dele. Ele apanhou o pergaminho.
Malfoy,
A proposta ainda está de pé? Se sim, me mande a resposta pela mesma coruja e irei para Londres, para acertarmos os últimos detalhes.
Sem mais,
Guilherme Weasley
Ele fez com que um pedaço de pergaminho e uma pena aparecessem. Escreveu rapidamente a resposta, enquanto ela lia a nota de seu irmão e depois o que ela escrevia. O dia já amanhecia.
Weasley,
Claro que a proposta ainda está de pé. Estarei lhe esperando em Londres, na sede Malfoy.
Sem mais,
D. Malfoy
Então, prendeu o pergaminho na pata de coruja e apenas observou enquanto ela partia, pela janela.
-Bem, acho que tudo está caminhando para seu devido lugar.
-Realmente.
Ela havia se aconchegado a ele. E agora o fitava, com aqueles olhos doces e brilhantes. Ele então percebeu que se ela se fosse, ele cairia novamente.
Ele inclinou a cabeça e a beijou nos lábios. Ela entreabriu os lábios. Ele não pode resistir à tentação. Aprofundou o beijo, buscando-a. Ela correspondia. Ele levou a mão ao pescoço dela, logo abaixo da orelha e puxou-a mais para perto.
Quando se separaram, ela descansou a cabeça no peito dele.
-Então? Daqui a dez meses- ele quebrou o silêncio que se instalara.
-Daqui a dez meses.
-Civil ou religioso?
-Os dois?
-Você decide.
-Então, serão os dois.
Antes que ele pudesse erguer o queixo delicado dela e beijá-la novamente, Julien acordou. Antes que ela levantasse da cama, ele lhe deu um rápido beijo nos lábios.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!