A longa viajem a Hogwarts PT 2




   O trem avançava rapidamente pelos diversos lugares que iam aparecendo pelo caminho. Planícies retas cheias de arvores verdes com frutas coloridas, regiões montanhosas, regiões desérticas. À medida que o trem fazia uma curva os passageiros que estavam de pé eram jogados fortemente contra a parede, e foi em uma dessas curvas que Ted acabou desabando bem em cima de duas sexta anistas que passavam pelo corredor a procura do carrinho de doce. As duas foram rápidas e seguraram ele.


   - Vou acabar morrendo antes de chegar a Hogwarts – resmungou Ted nos braços delas.


   Uma outra sexta anista se aproximou junto com uma amiga que parecia ser do quinto ano e viu as duas segurando Ted. Ambas deram risinhos abafados e deram meia volta.


   - A gente não se importa se você morrer nos nossos braços – disse à garota que o amparara da queda olhando-o meio abobalhada.


   - Não mesmo meu anjo – disse a amiga dela vermelha como um pimentão, mas também parecendo achar graça da situação.


   Ted se pos de pé arrumando as vestes. Era fato, não tinha como negar, ele era irresistível, e as garotas de Hogwarts o admiravam como se ele fosse um galã de filme romântico.


   - Eu peço desculpas por cair assim é... – disse olhando para elas.


   - Jennifer – se apressou a dizer à garota que o havia segurado – e essa é a minha amiga Alicia.


   Jennifer era uma garota bem bonita, trazia longos cabelos negros lisos e cumpridos, olhos castanhos cor de mel, sorriso radiante, olhar que poderia se dizer sedutor. Alicia tinha cabelos castanhos e ondulados até abaixo dos ombros, olhos castanhos escuros e trazia um olhar tão penetrante quanto a outra.


   - Nós vimos você ano passado Ted – disse Alicia abrindo um largo sorriso – era um dos patrulheiros não era?


   - Bom eu estava em trabalho – disse ele coçando a cabeça.


   - As meninas do dormitório não paravam de falar de você – disse Jennifer quase dano pulinhos de alegria por estar falando com ele.


   - Verdade? Nem notei – disse rindo.


   - Claro que não notou seu bobo – disse Jennifer encurralando Ted contra a parede do vagão – você não largava aquela bobinha da Victoire não é... – ela colocou o dedo no peito do rapaz delicadamente.


   - Você não está mais saindo com ela está? – perguntou Alicia se aproximando também.


   Ted estava frito, as duas colocaram ele contra a parede, ambas jogando todo o charme que tinham para seduzi-lo. Não podia dizer que não gostava daquilo, mas tinha que se recompor, tinha que mostrar pra essas duas que era um rapaz direito de uma bruxa só, que ele amava mais que tudo nessa vida.


   - Victoire é minha namorada – disse ele dando um passo pra frente saindo da parede para se livrar delas – e ela está aqui no trem, em um dos vagões de vigia também para fazer a segurança.


   - Você não está mentindo pra nós está? – perguntou Jennifer se aproximando de novo.


   Mas o novo ataque de sedução das garotas foi interrompido quando a porta do vagão da frente se abriu e revelou uma Hermione, que viu a cena, e olhou feio para as garotas já perguntando.


   - Vocês não deviam estar em suas cabines?


   Jennifer e Alicia se olharam, depois olharam para Hermione, deram de ombros e saíram andando deixando Ted para trás.


   - Minha heroína? – brincou Ted olhando para a outra abrindo um sorriso.


   - Cala boca – disse ela num tom sério – onde está o Rony? Passei pelo vagão que ele devia estar e não achei ele.


   - É para ele estar no primeiro vagão não é? – perguntou Ted em resposta.


   - Sim, mas ele não está lá – bufou ela andando pelo vagão e passando por Ted.


   - Ciúmes das garotas de Hogwarts Mione? – perguntou ele rindo.


   - Não diga asneiras Ted – disse Hermione passando para o vagão seguinte.


 


     Jennifer e Alicia já estavam de volta ao vagão de onde vieram, o primeiro, e passando perto de umas cabines deu-se para ouvir o tom hilariante de uma conversa animada.


   - Com toda certeza Horácio, Jorge e Lino tem os meios deles para contrabandear sangue de sapo azul da Bélgica – ia dizendo um Rony com rosto vermelho esparramado na cabine do professor gorducho tomando uma dose de whisky de fogo.


   - Ah então são eles é – disse Slughorn sentado do lado oposto com as bochechas vermelhas tomando whisky também – estive falando com meu amigo Genaro para trazer umas doses do sangue azul, para fins acadêmicos é claro, mas ele não tem encontrado em lugar algum quem venda.


   - Jorge disse que é para os futuros produtos da loja – contou Rony enchendo sua taça – disse que vai ser algo para revolucionar o mundo dos bruxos – ele riu alto.


   - Seu irmão tem talento – disse Slughorn – mas os estoques deles causam um caos em Hogwarts, muitos alunos usam produtos Weasley para fugir das aulas.


   - Eu não tenho nada contra – disse Rony – o Jorge bem que podia vender uma vomitilia envenenada para o Escórpio, eu pagaria dez galeões pra ver isso – ele riu alto e virou sua taça num gole.


   - E acho que você já bebeu demais – disse Slughorn preocupado escondendo a garrafa de whisky.


   - Que nada...


   De repente a porta da cabine se abriu de uma vez e a cabeça de uma Hermione apareceu. Olhou para Rony, para a taça, depois para a garrafa nas vestes de Slughorn...


   - Ronald Weasley! – ela disse em alto tom olhando feio para o marido – que diabos você está fazendo aqui... bebendo?


   - Oi amor, quer um pouco? – perguntou ele estendendo a taça para ela.


   - E você está...bêbado – ela olhou para o professor Slughorn indignada – sempre esperei mais de você professor – dizendo isso ela puxou Rony de uma vez da cabine.


   Rony cambaleou um pouco e caiu em cima de Hermione no meio do vagão. Um grupo de alunos estava passando e riu da situação, pularam por cima deles e foram embora aos risos.


   - Sai de cima de mim – ofegou ela empurrando o marido.


   - O que? – Rony se levantou um pouco, olhou para baixo – ah...oi Mione... o que você ta fazendo ai?


   - Você é um babaca Ronald Weasley – ela empurrou ele e se levantou – levanta – mandou em seguida.


   O outro levantou meio torto ainda, andou um pouco pra frente e cambaleou novo. Hermione voltou a lançar um olhar mortal para o professor que apenas observava. Então a porta do vagão se abriu e uma bruxa loira apareceu, no mesmo momento Rony desabou em cima dela.


   - Ei! – exclamou a bruxa loira lhe metendo um tapa e o empurrando.


   - Ei! – exclamou Hermione em seguida para a mulher indo amparar o marido.


   A bruxa loira apenas olhou para Hermione, e passou por eles indo em direção a cabine aberta.


   - Slughorn preciso falar com você – disse entrando na cabine do professor fechando a porta.


   Hermione segurou Rony ainda olhando para a cabine que agora estava fechada. Nunca tinha visto aquela mulher, não parecia ser aluna de Hogwarts, era uma bruxa mais velha.


   - Eu realmente tinha me esquecido – escutou uma exclamação de Slughorn dentro da cabine.


   - Não quero por meus hábitos em risco – ouviu-se a voz da bruxa loira dentro da cabine.


   - Claro que não – respondeu Slughorn rindo.


   Hermione se aproximou da cabine para escutar melhor a conversa, ainda segurando Rony para que ele não voltasse a cair.


   - Semanalmente? – perguntou a bruxa – não seria melhor diariamente?


   - Está é um pouco mais forte – disse Slughorn – acredito que já basta.


   A porta do vagão voltou a se abrir e uma Gina apareceu falando.


   - Ah ai está você Mione – ela olhou para o irmão meio que dormindo nos braços de Hermione – e vejo que achou o Rony.


   - Achei sim – disse a outra se afastando da cabine – ele precisa descansar, andou bebendo demais.


   - Podemos jogar ele lá atrás em algum vagão vazio até chegarmos – disse Gina.


   - Claro.


   E as duas saíram carregando Rony para os vagões mais ao fundo.


 


 


    E a viajem a Hogwarts continuou calma, alias, tão calma que Harry decidiu abortar a missão de vigia aos vagões. Já era noite quando Rony finalmente acordou assustado na cabine onde estavam Hermione, Harry, Gina, Ted e Victoire.


   - Ora veja quem decidiu acordar – comentou Ted olhando para cara de bobo do outro – foi se divertir tomando umas e nem me convidou.


   - Os whiskys de fogo do Horacio sempre causam esse tipo de efeito – comentou Harry olhando o amigo.


   - Que horas são? – perguntou Rony ainda tentando despertar por completo.


   - Já passou das oito horas da noite, estamos quase em Hogwarts – disse Hermione olhando feio para ele – já está melhor?


   - Apenas com dor de cabeça.


   - Que bom – disse ela ainda olhando feio – seu irresponsável.


   - Olha o sermão – brincou Victoire abraçando Ted.


   Harry olhou para a janela da cabine e ao longe conseguiu ver as luzes da pequena Hogsmeade. Estavam quase chegando.


   - E onde está o Malfoy? – perguntou Rony analisando os membros que estavam na cabine.


   - Parece que encontrou boa companhia lá pelos vagões da Sonserina – contou Ted – deixe ele lá.


   E o trem avançou mais, a cada minuto que passava as luzes da cidadezinha ficavam mais forte. Harry continuou olhando pela janela, mais alguns metros e chegariam. As janelas que ele olhava começaram a ficar embaçadas.


   - Vamos organizar o desembarque – disse Gina se levantando, mas Harry segurou seu braço.


   - Espera.


   Os outros que estavam na cabine olharam para ele. Harry ergueu o outro braço e passou levemente o dedo na janela, onde parecia ter criado uma pequena camada de gelo. Ele olhou para o dedo, e mostrou para os amigos.


   - Gelo? – perguntou Hermione assustada.


   - Como é? – Ted se pos de pé.


   - Droga – exclamou Gina olhando – estava bom demais pra ser verdade.


   - Não deixe os alunos desembarcarem Gina, Vic avise os professores que estão a bordo, Ted ajude Gina – Harry se levantou saindo da cabine – Hermione, Rony venham comigo.


   Os três saíram andando pelos vagões rapidamente. À medida que andavam eles escutavam murmúrios dos alunos comentando da crosta de gelo que se formara na janela. O trem avançou mais um pouco e parou na estação de Hogsmeade. A porta se abriu e Harry desceu num salto seguido de seus amigos. Viu Hagrid parado na estação esperando os novos alunos, pouco atrás estavam as carruagens que levariam os veteranos a Hogwarts.


   - Alô Harry – cumprimentou Hagrid.


   Mas ele não deu atenção, apenas se virou e olhou para cima do trem, sua espinha congelou na hora. Eles vinham como uma nuvem negra, acima do trem, uns cem, duzentos, eram muitos, nunca imaginou tantos dementadores. Alguns desceram e vôo rasante e sugaram o ar de sua boca. No mesmo momento Harry sentiu uma leve lembrança de Morgan caindo mole em seus braços, ouviu os gritos de Alvo, ouviu sua mãe. Ao lado Rony abraçou Hermione, ambos não conseguiam erguer a varinha para soltar o patrono, eram tantos os dementadores. Hagrid estava caído também, mãos na cabeça, começando a chorar. Foi então que da porta do trem apareceu uma bruxa loira com a varinha erguida, o patrono saiu da varinha dela forte, pulsante, como se aquele patrono tivesse devolvendo o ar quente ao lugar. Os dementadores que voavam em volta deles começaram a se afastar. O forte patrono investiu mais alto para afastar os dementadores que estavam em volta do trem. Harry conseguiu se levantar.


   - Expecto Patronum! – bradou fazendo seu patrono iniciar afastando vários dementadores também.


   - Expecto Patronum – bradou Hermione ao lado.


   - Expecto Patronum – bradou Rony também.


   Os dementadores começaram a bater um pouco em retirada tamanha força dos patronos que investiam contra eles agora. Foi então que vultos negros desceram rapidamente bem no local onde estavam.


   - Potter! – gritou um dos vultos negros se materializando.


   - Eu já esperava que você aparecesse – disse Harry parando o patrono e apontando para a recém chegada – ESTUPEFAÇA!


    Bellatriz aparatou. Os outros vultos que haviam aparecido agora tomavam formas conhecidas, Lucio Malfoy, Greyback, Yaxley, Dolohov...


   - Comensais da Morte – gritou a bruxa loira que estava ao pé do trem – deixa que eu seguro os dementadores vão atrás deles.


   - Tem certeza? – perguntou Hermione olhando para a bruxa, a mesma que Rony tinha desabado em cima mais cedo.


   - Vai logo! – gritou ela apontando.


   Os comensais da morte recém chegados estavam aparatando bem no meio das casas de Hogsmeade. Gritos e estrondos começaram a ser ouvidos. Harry aparatou de onde estava para dentro da cidade.


   No mesmo momento que apareceu foi recebido por três feitiços. Foi rápido para se esquivar a tempo, uma pequena fonte de água atrás dele explodiu com os feitiços.


   - Peguem o Potter, peguem ele – mandou o comensal – RICTUS!


   Hermione aparatou na frente do feitiço, Harry gritou, mas a amiga foi rápida.


   - PROTEGO, ESTUPEFAÇA!


   Rony aparatou.


   - Diabos – rosnou investindo quatro feitiços na fuça de um comensal que tentou lhe acertar.


   Harry olhou em volta, eram muitos comensais, mais de vinte. Muitos pareceram notar a chegada deles e começaram a formar um circulo em volta dos três. Foi Bellatriz que saiu do circulo e gargalhou.


   - Desse jeito vou achar que você quer marcar um encontro comigo Potter – ela passou a varinha no cabelo – sempre nos encontramos.


   - Um mísero acaso Lestrange - disse ele, varinha em punho, olhou em volta, talvez não tenha sido uma boa idéia aparatar no meio dos comensais.


   - Procurando auxílio? – ela perguntou rindo.


   Harry riu, de esguelha conseguiu ver bruxos nas casas de Hogsmeade olhando pela janela assustados para a multidão que se materializou do nada na cidade.


   - Deixe os bruxos de Hogsmeade em paz – disse serio – o que vocês querem aqui?


   - Já lhe disse que não é da sua conta o plano do lorde das trevas Potter – rosnou ela apontando a varinha – CRUCIO!


   Harry berrou. Sentiu sua pele rasgar, seus músculos serem esticados, seus ossos quebrarem...


    - ESTUPEFAÇA!


      Um lampejo vermelho cortou o ar ferozmente e acertou Bellatriz nas costas, ela foi jogada longe dando de cara no chão de pedra. Os comensais em volta olharam para ver quem era. Viram Draco Malfoy.


   - Você é muito burro Potter, acha que é Deus para lutar sozinho – gritou Draco.


   - Saia daqui Draco – gritou Lucio Malfoy apontando a varinha para o filho.


   - Não ouse falar comigo seu miserável – rosnou Draco apontando a varinha para ele.


   Bellatriz se levantou do chão de pedra, o impacto com o chão tinha causado um forte corte no rosto da mesma.


  - Fedelho maldito – gritou Bellatriz erguendo-se contra Malfoy – AVADA KADA...


   Mas no mesmo instante clarões brancos começaram a aparatar em plena Hogsmeade. Foi Ted quem pulou em cima de Bellatriz na hora que ela ia lançar o feitiço.


   - Vagabunda! – ele meteu um soco bem no meio do rosto da comensal.


   Os outros que estavam em volta se assustaram e atacaram os recém chegados. A batalha havia começado. Draco e Lucio saíram para o confronto, ambos lançando feitiços poderosos um contra o outro.


   Hermione partiu para cima de Dolohov e mais dois comensais, Rony foi para cima de Yaxley que tinha a ajuda de mais três, Gina e Victoire foram para cima de Greyback e seus capangas. Harry atacou os que sobraram.


   - ESTUPEFAÇA – atacou Draco correndo.


   - PROTEGO, RICTUS – revidou Lucio.


   - PROTEGO, IMPEDIMENTA!


   - ARES


   - ESTUPEFAÇA


   - PROTEGO, RICTUS...


   - PROTEGO, EXULSORIO! – Lucio foi lançado para longe se chocando contra uma parede das casas de Hogsmeade.


    No chão Ted e Bellatriz duelavam em socos e pontapés. A cara de fúria dela era a cara de prazer do outro. Foi então que por uma fração de segundos ela conseguiu atacar com a varinha fazendo Ted jogado para longe.


   - MESTIÇO IMUNDO – gritou ela erguendo a varinha – AVADA...


   - RICTUS!


   O feitiço laranja a acertou em cheio e um Harry apareceu correndo. Ajudou seu afilhado a ficar de pé.


   - É melhor você lutar com esses ali... PROTEGO... deixa que eu cuido da Lestrange. 


   Ted concordou e saiu correndo para lutar com os comensais que seu padrinho estava lutando. Bellatriz se levantou de novo, estava arrebentada sim, tinha sofrido danos fortes.


   - Perdendo o jeito Bellatriz? – provocou Harry.


   - Quer ver Potter CRUCIO! – ela atacou.


   Harry se atirou no chão, rolou e apontou já atacando.


   - RICTUS.


   O feitiço passou perto da outra, mas errou, ela sorriu e investiu mais uns quatro feitiços. Harry conseguiu se esquivar de dois, bloquear um, mas foi pego pelo quarto no ombro, um corte se abriu.


   - Olha Potter está sangrando, vai fugir agora é? – riu ela.


   - Não sou de fugir Bellatriz – retrucou ele – ESTUPEFAÇA.


   - PROTEGO – o feitiço dele sumiu – pois fugiu em Scafell Pike! RICTUS!


   O feitiço passou tão perto de sua cabeça e pode sentir a locomoção do ar em seus ouvidos.


   - Às vezes é a melhor opção para sobreviver – disse ele atacando.


   - Fuja agora para você viver – ela disse – amanha você pode ver o massacre que aconteceu em Hogsmeade nos jornais.


   - Não enquanto eu estiver aqui.


   E Harry atacou sim uns cinco feitiços, errou dois, um acertou uma janela do lado que se despedaçou, outro Bellatriz bloqueou e o quinto acertou ela no peito, mas a bruxa não caiu, apenas cambaleou um pouco para trás.


   - Você é um maldito Potter – rosnou ela – o lord das trevas quer matar você com as próprias mãos dele, ele não admite que um imundo como você seja mais forte do que ele.


   - Não foi minha opção – disse Harry, varinha apontada.


   - Você não presta, você...você não é nada....o que você tem de especial – Bellatriz ergueu a varinha também – vou te entregar para o lord das trevas todo arrebentado... vou te deixar quase morto...igual aquele...Gui Weasley – ela cuspiu chão, cuspiu sangue que escorria da boca.


   - O que vocês fizeram com Gui? – perguntou no mesmo instante, começou a caminhar lentamente para o lado.


   - O mesmo que eu vou fazer com você... ATUSEMPRA! – bradou ela.


   Harry se chocou contra parede de uma das casas, mais cortes abriram em seu corpo, ainda assim teve forças para revidar.


   - ESTUPEFAÇA...


   - PROTEGO, RICTUS...


   - ARES...MELLIUS!


   E os dois saíram trocando feitiços correndo pela Hogsmeade onde a batalha reinava.


  Pouco ao lado Gina e Victoire estavam tomando uma surra de Greyback e companhia, não tinha um lugar no corpo das duas que não sangrava.


   - Desculpa... tia Gina... não sou tão boa em duelo quanto você... – ofegou Victoire, cabelos bagunçados de tanto correr.


   - Não diga bobagens... – disse Gina preocupada olhando os quatro adversários à frente.


   Um vulto apareceu entre elas e os adversários. O recém chegado olhou para as duas e estendeu a mão.


   - Vamos acabar com isso Vic – disse Roran, mão estendida – você não precisa lutar, basta se juntar a nós, se juntar a mim!


   - Como se atreve a aparecer assim – ofegou Victoire fazendo uma cara de nojo para ele – você...você... é um lixo... pior que isso...


   - Vic! – advertiu Gina olhando assustada para os adversários.


   - Vamos Vic! – insistiu Roran lançando um olhar feio para um dos capangas de Greyback que fez um movimento de que ia atacar – eu não quero que você sofra...


   - Você levou o Erlian...e levou meu pai... eu nunca vou te perdoar ESTUPE...


   - ESPULSORIO – atacou Roran mais rápido.


   Victoire foi arremessada, Gina gritou assustada olhando a outra voar para longe, mas antes da garota se espatifar no chão um bruxo aparatou e a amparou da queda. Ela abriu os olhos de leve, e sorriu ao ver quem era.


   - Gina, tira ela daqui, não quero vê-la ferida.


   - Mas...


   - Não proteste, deixa que eu resolvo de agora em diante... daqui pra frente é pessoal.


   Ted depositou Victoire no chão delicadamente e olhou para seu adversário, atrás Greyback e companhia rosnaram, mas Ted não estava nem ai, seus olhos só miravam um bruxo, Roran. Era inevitável que os dois se confrontassem.


   - Não se meta nessa luta Greyback, deixa que eu acabo com esse metido a besta – disse Roran dando passos a frente.


   Os dois se encararam, ambos fazendo um tipo de duelo mental, Gina erguera Victoire em seus braços e olhava para os dois.


   - Não vai fugir não – disse Greyback pulando na direção de Gina.


   - Fique longe Fenrir! – rosnou uma fumaça branca que aparatou – ESTUPEFAÇA!


    Greyback foi atirado caindo nos pés de seus capangas. Gina reconheceu o recém chegado, era Aberforth Dumbledore. Roran viu a cena e já ia investir contra o recém chegado, mas Ted gritou.


   - Se preocupe comigo cretino ESTUPEFAÇA! – atacou.


   O outro defendeu assustado e Ted partiu para cima dele.


   - Vocês só arrumam confusão para minha cabeça – rosnou Aberforth partindo para lutar com Greyback e companhia – leve essa garota para o castelo de Hogwarts, ela não está nada bem... ESTUPORE!


   Gina agarrou Victoire em seus braços e correu o mais rápido que podia. Os dois trocavam feitiços ferozes, Ted e Roran não lutavam apenas porque eram comensal e auror, mas sim por mais motivos, motivos pessoais, motivos que foram carregados por anos...


   - RICTUS – urrou Roran.


   O feitiço raspou o braço de Ted e explodiu uma parede de uma das casas, um rombo foi aberto.


   - DILEMA! – contra atacou Ted.


   - PROTEGO – o feitiço sumiu – ARES – Ted foi arremessado para trás com uma rajada de vento – IMMOBILUS!


   Enquanto seu corpo voava sentiu como se correntes prendessem seus braços e pernas, imóvel se espatifou no chão sentindo uma dor terrível. Roran se aproximou já apontando a varinha.


   - CRUCIO! – bradou.


    Ted gritou, uma dor terrível e incomparável invadiu seu corpo, seus braços pareciam se contorcer por dentro, a sensação da tortura era horrível. Roran deu uma gargalhada de prazer ao ver o outro agonizando.


   Uma explosão soou pouco ao lado quando uma porta de uma casa arrebentou e Aberforth estuporou três lobisomens seguidores de Greyback.  Tamanha força do impacto da explosão que Roran foi jogado ao chão fazendo sua maldição da morte parar, tempo suficiente para Ted se recompor e rolar para o lado na direção que o outro caia e meter um soco em cheio na cara dele.


   - Vai se arrepender de suas risadas seu desgraçado – rosnou subindo em cima de Roran.


   Era algo incomparável, não tinha como parar, ele começou a socar a cara de Roran com toda vontade do mundo. Esquerda, direita, tinha certeza que ia arrebentá-lo.


   Aberforth agora havia terminado de estuporar os lobisomens restantes e lutava apenas com Greyback em pessoa. Ambos numa batalha épica destruindo portas e janelas da pequena Hogsmeade.


   Ted foi descendo o braço para mais um soco, o rosto do outro sangrava, os cortes eram enormes tamanha a força que ele socava. Mas Roran não ia deixar ele vencer tão fácil, num movimento rápido ele agitou a varinha e arremessou Ted contra parede.


   Roran se levantou, o sangue escorreu pelo seu rosto, Ted o encarou da porta, os dois ficaram se olhando por alguns segundos, sem terem forças para atacar. Mas sem cerimônia alguma os dois ergueram as varinhas e bradaram ao mesmo tempo.


   - RICTUS – Roran gritou.


   - ESTUPEFAÇA! – Ted gritou.


   Os feitiços se chocaram.


     


   Ao longe a camisa que Harry usava estava toda rasgada e manchada de sangue, seu corpo já trazia hematomas enormes. Ele andou um pouco cambaleando pelas ruínas da casinha que tinha acabado de destruir no duelo com sua adversária. Bellatriz olhava para ele, um dos olhos da bruxa estavam inchados, o corte no rosto dela tinha aumentado, havia sangramentos em diversas partes do corpo também.


   Os dois se encaravam, varinhas em punho. Foi Bellatriz que iniciou o ataque, Harry conseguiu se defender e contra atacou, estavam arrebentados. Eles pararam de novo, os dois fazendo força para respirar.


   - Então é isso Potter, vamos morrer nós dois nessa luta – ofegou ela.


   Ele a olhou e sorriu, um sorriso doido porque seu rosto estava todo machucado também.


   - Não pretendo morrer aqui hoje, mas adoraria fazer você – disse.


   - Você é um imundo – rosnou ela – eu vou te matar, não me importo mais, quero você morto, não vou esperar o lord das trevas... não vou dar você de bandeja... eu te odeio tanto quando ele... AVADA KEDAVRA!


   E o feitiço verde veio, em câmera lenta, Harry não tinha forças para pular e se esquivar, mas antes de ser pego uma enorme pedra se postou à frente dele fazendo o feitiço se chocar contra ela. Bellatriz e Harry olharam para o lado.


   - Parece que os dementadores bateram em retirada comensal – disse uma bruxa loira, a mesma que estava no pé do trem soltando patrono contra os dementadores.


   Bellatriz não respondeu, apenas olhava para a bruxa recém chegada ofegando, Harry sabia que ela não teria chance de lutar com alguém em perfeitas condições, não como ela estava, mas para a supressa dele a comensal começou a rir, começou lentamente, até soltar uma bela gargalhada.


   - É... ótimo que eles tenham ido – ela disse desabando caindo de joelhos no chão – assim... nossos convidados podem se divertir.


   Harry a olhou, ela ainda ria baixo ajoelhada na sua frente, a bruxa loira olhava para ela confusa também. Pouco ao lado viu que a batalha contra os comensais parecia estar sendo controlada, muitos estavam estuporados e estendidos no chão derrotados, Rony e Hermione ainda lutavam contra Dolohov, pouco lado Draco e Lucio ainda acertavam contas, Ted e Roran estavam trocando feitiços com tanta raiva que Harry tinha certeza que o primeiro a ser pego ficaria extremamente ferido, ao longe avistou Aberforth lutando com Greyback.


   - Acho que dessa vez vocês é que vão fugir não é – debochou Harry, seus joelhos cederam ao chão também.


   - Espera Potter, eles vão chegar a qualquer momento – Bellatriz olhou para o céu e riu de novo – olha lá.


   Ele olhou, a bruxa loira que estava perto mirando Bellatriz olhou também e soltou um grito baixo. No céu estrelado onde a lua brilhava um enxame de morcegos apareceu descendo num vôo rasante bem na direção que eles estavam em Hogsmeade.


   - Usa alguma magia de fogo neles – mandou Harry para bruxa loira – queime eles...


   - Não – disse a mulher – não são morcegos são...


   Os morcegos desceram tão rápido em direção do chão que parecia que iam bater, mas quando estavam próximos bater uma fumaça negra surgia neles e os morcegos viravam pessoas.


   - São o que? – perguntou Harry olhando sim uns trinca morcegos virarem pessoas em volta de Hogsmeade.


   - São vampiros! – exclamou a mulher e Bellatriz gargalhou mais.

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