Hogsmeade
Hogsmeade
Por Jim Potter
“Boys and girls of every age
Wouldn't you like to see something strange?
Come with us and you will see
This, our town of Halloween”
This is Halloween – Panic! At the Disco
Rony observou Harry voltando ao castelo enquanto os outros alunos eram verificados por Filch e se dirigiam a Hogsmeade. Agora que estavam no terceiro ano poderiam frequentar o povoado, mas Harry não conseguira autorização de seus tios para ir; Então neste momento apenas Rony e Hermione caminhavam lado a lado na estrada.
O clima estava agradável, denunciando a aproximação do inverno. Uma brisa fria soprava levemente vinda da vila, e olhando-se para o castelo de Hogwarts era possível avistar um belo Sol em meio à algumas poucas nuvens que ali se instalavam. Era uma bela vista que lembrava ligeiramente um crepúsculo.
- Não me olhe assim, Rony. Você sabe que é melhor para o Harry ficar no castelo, ele estará mais seguro. - Hermione fazia uma voz autoritária.
- Mas é claro que a qualquer momento Sirius Black vai pular de trás de uma estante da Zonkos e nos matar! Com certeza ele deve estar querendo comprar uma pena de repetição rápida para poder anotar tudo que suas vítimas gritam antes de matá-las!
- Não seja idiota, Rony. - Hermione lhe deu um tapa no ombro. - Você sabe que toda segurança é bem-vinda.
- Mas é o nosso primeiro dia em Hogsmeade, Mione! Ele merecia estar com a gente!
- Mas não está, então se conforme. Tenho certeza que ele achará algo interessante para fazer na nossa ausência.
Eles fizeram uma curva à esquerda e puderam enfim avistar o povoado de Hogsmeade.
- Uau, é o máximo! - Hermione fez cara de surpresa.
- Nem é tanto assim, vai... Parece legal.
As casas pequenas e pontiagudas formavam uma rua que ia ao longe e fazia uma pequena curva. Olhando mais adiante podiam ver uma montanha e o que supunham ser a Casa dos Gritos.
- Você sabia que dizem que a Casa dos Gritos é a mais mal assombrada da Grã Bretanha?
- Huuum, e você gostaria de entrar lá, Rony? - Hermione fez uma cara marota.
- Eeerm... se você quiser... - Rony fez uma estranha cara de assustado, e Hermione riu gostosamente.
- Estou brincando, seu bobo! - O ruivo deu um suspiro de alívio. - Ou não - Hermione sussurrou com o sorriso maroto.
Estavam chegando às primeiras casas do povoado, e podiam avistar agora as lojas apinhadas de alunos de Hogwarts, com seus letreiros nas portas. Puderam ver a Zonkos, com um cartaz divertido em que um olho aos poucos se derretia de uma maneira cômica. Do outro lado estava a Dedosdemel, doces convidativos na vitrine chamavam a atenção de quem passava.
- Olhe, o Três Vassouras! Fred e Jorge me falaram que eles tem cerveja amanteigada, e que é ótima para dar uma esquentada!
- Melhor irmos naquela loja de penas ali primeiro, estou precisando de um tinteiro novo...
- Você que sabe, Mione.
Eles se dirijiram a tal loja de penas, onde alguns alunos observavam tinteiros que mudam de cor conforme seu humor. Quando Rony e Hermione entraram na loja, subitamente os dois tomaram direções opostas e acabaram esbarrando, ficando cara a cara. Ambos coraram.
- Er, me desculpe.. Mione. - Rony se afastou sem jeito, rapidamente atraindo sua atenção para uma pena particularmente chata.
- Não tem problema. - disse Hermione num sussurro, e apressou-se a procurar algum atendente para lhe arranjar o tinteiro.
Não se falaram até saírem da loja. Hermione quebrou o silêncio, pedindo a Rony onde ele gostaria de ir agora.
- Ah, a Zonkos deve ter uns logros legais... Podemos dar uma passadinha...
- Sem problemas. - Caminharam em direção a loja que a esta altura estava lotada. Rony sentiu-se melhor sabendo que lá dentro os dois acabariam se perdendo um do outro e ele poderia respirar direito. Tentava não arfar, não olhar para a morena que andava a seu lado, não admitir que ela crescera e agora estava muito mais bonita do que aquela garota que ele e Harry salvaram de um trasgo dois anos atrás.
Pararam à porta. Hermione olhou para Rony, e depois de respirar fundo, disse:
- Rony, aí está apinhado de gente. Acho melhor a gente ficar de mão dadas... Você sabe, pra não nos perdermos..
Os dois continuavam corados, e as orelhas de Rony assumiam um tom fogo intenso. Ele apenas gaguejou, e ela segurou rápida a sua mão e entrou na loja. Rony nunca soubera que poderia suar tanto apenas em uma mão; não sabia se era porque ele realmente suava muito, ou se Hermione também suava, aumentando a sensação.
Apesar da timidez, Rony sorriu por dentro por poder finalmente segurar aquela mão delicada que folheava os livros sem parar, e saber que no momento ela não queria nenhum livro, mas sim ele, Ronald Weasley...
Foi acordado de seus devaneios quando alguma coisa explodiu ao lado dos dois e Hermione gritou. Rony firmou o aperto na mão da garota, para lhe dar corajem, tentar lhe dizer que ele estava ali. Reparou que eram apenas dois garotos do quinto ano que jogavam Snape Explosivo no canto da loja, e ficou estarrecido quando Hermione ralhou com ele:
- Rony, você está apertando demais minha mão!
- Me desculpe, eu não tive a int... - Mas a garota já havia se afastado em direção a saída. "Nunca vou entender as garotas, por Merlin! Logo agora..." e saiu em seu encalço.
Encontrou Hermione parada ao lado da loja, séria. Rony ficou um pouco mais feliz ao constatar que ela não chorava. Não seria tão ruim assim, afinal.
Ela olhou aquele ruivo que na opinião dela havia mudado muito, e passou alguns segundos analisando aqueles lindos olhos azuis.
- Assim nenhuma garota vai querer ficar com você, não com os ossos da mão quebrados. - Rony jamais esperaria aquelas palavras da amiga. Talvez uma bronca, algo do tipo, mas ela parecia tentar aconselhá-lo... amorosamente!
- Não me importo com as outras garotas, desde que eu tenha uma única em especial. - As palavras escaparam da boca de Rony antes que ele pudesse segurá-las, e, por incrível que pareça, deixaram Hermione sem reação. Ela olhou abobada o ruivo, e depois de alguns segundos em que Rony achou que ela iria explodir, riu.
- Azar da garota, então. - Hermione continuava rindo. Rony olhou-a censuradamente, mas teve que admitir que fora um bom golpe.
- Não que você a conheça. - Contrapôs o garoto.
- Então você poderia me apresentar!
- Deixa de ser boba.. - E Rony entrou na risada também. Lhe ocorreu na sua mente que aquilo era extremamente idiota. Ele parecia estar se declarando para Hermione! Que coisa mais babaca para se falar, "deixa de ser boba", Ronald, você é um mer.. O que ela está fazendo??
- Vamos, eu quero te mostrar um lugar... - Ela sorriu novamente de um jeito muito maroto, um jeito que não era o de Hermione, um jeito.. lindo. Rony calou-se quando ela puxou-o pelas mãos, cada vez se sentindo mais idiota ainda. Afinal, a garota havia tomado controle da situação! Como ele poderia deixar...?
- Aonde...?
- Você vai ver!
Hermione estava imaginando agora como estava sendo insensata. Em nenhum momento o garoto disse que era ela de quem estava falando, como ela pode acreditar! Só porque seu coração queria aquilo, não significava que fosse... Ela o estava levando para a casa de chá da Madame Puddifoot; ouvira Lilá e Parvati conversando sobre ela uns dias antes da ida ao povoado, e quando soube que Harry não iria, pensou que seria a oportunidade perfeita para... ah, IMPOSSÍVEL! Aquele garoto lindo e musculoso jamais ficaria com uma sabe-tudo feito ela!
Chegaram a frente da casa de chá, e Rony murmurou um "mas que diabos..."; pudiam sentir o aroma fresco de frutas sitrícas que os convidava a entrar, o chocolate que se misturava a outros cheiros que dava vontade de ficar ali parado simplesmente respirando. Hermione corou e, sustentando com muito esforço o olhar do ruivo, disse: - É aqui.
Ele olhou ela perplexo, e ela se tocou que havia feito uma grande burrada. Jamais daria certo, era óbvio! Havia sido uma tola! Agora a qualquer momento Rony diria que ela era muito sem graça para ele, e que iria procurar uma garota mais interessante para passar o dia. As pernas de Hermione estavam bambas e quase cedendo.
- Então estamos esperando o que? - Rony não conseguia falar muito alto, e logo acabaria desabando no chão, então puxou Hermione rapidamente para dentro do recinto. Logo que atravessaram a porta o cheiro que perceberam fora se aprofundou muito mais e fez suas narinas inalarem com prazer o clima de romance que estava no ar.
Rony reparou que haviam muitos casais ali, alguns de mãos dadas, abraçados, se olhando, e constatou com certo espanto que muitos se beijavam... Quando resolveu entrar, jamais imaginou que aquela casa de chá era na verdade um ponto de encontro para casais.
Os dois estavam incapacitados de falar, e corados furiosamente. Sentaram-se numa mesa logo ao lado da porta, um de frente para o outro, calados.
Passaram alguns minutos apenas desviando os olhares até que uma mulher pequena e sorridente veio a mesa deles, pedindo-lhes o que desejavam. Rony supôs que pela aparência e as roupas um tanto "felizes", aquela deveria ser Madame Puddifoot.
- Um café, por favor...
- Er, pra mim também. - Rony apenas repetiu o pedido da amiga, afinal não podia pensar em nada melhor para pedir em uma casa de chá do que chá.
- Em um minuto! - A bruxa respondeu e voltou em direção ao balcão. Hermione estava agora reparando a decoração do ambiente. Era Dia das Bruxas, mas não havia nada de sombrio na Casa. Vários corações enfeitavam o teto, e serpentinas vermelhas e rosas adornavam os belos quadros nas paredes. Apesar do clima de tensão causado por Sirius Black, a casa de chá não perdia a formosura. "É o clima perfeito!", constatou Hermione.
Logo Madame Puddifoot trouxe dois cafés, e colocou um na mesa entre o casal. Ambos estenderam as mãos para pegá-lo, e acabaram se tocando ao mesmo tempo. Recuaram acanhados, um tentando dar o privilégio ao outro, e Rony achava que estava cada vez mais calor para um dia quase de inverno.
Pegaram os dois cafés, e quando a garçonete se afastou a coisa mais interessante que Rony encontrou para dizer foi "Como está quente aqui, não é?" e tirar o casaco.
Hermione olhou para ele, sem saber o que dizer. Imaginara aquele momento há meses, sonhara muitas vezes com ele, mas agora lhe pareceu muito idiota nunca pensar no que falar, no que fazer... Hermione Granger finalmente não tinha resposta para uma pergunta muda que pairava no ar.
- Rony.. Existe uma coisa, bem, que eu acho.. que tenho que te contar.
- Ah... Conte, então.. - Ele tinha medo do que iria ouvir. Mas entraria na Câmara Secreta mais cem vezes se fosse necessário para ela dizer aquilo que ele tanto anciava ouvir. - Eu acho que também.. deveria te falar uma coisa, sabe...
O casal apenas olhava cada um seu café, sem coragem de erguer a cabeça. - Você primeiro, então.. Rony.
- Nãh, imagina, você quis falar primeiro! - Ele pareceu afobado tentando dar preferência.
- Não é nada muito importante não.. - O ruivo ficou receoso com a reação da amiga - Com certeza o que você queria me dizer é mais importante.
Pelo canto do olho Rony viu que o casal na mesa ao lado da deles estava se beijando.
- Bem.. é que, já faz algum tempo, sabe... – Rony estava em desespero. Não conseguiria falar aquilo! – Hermione, é que... o Harry tá correndo muito perigo com esse cara solto por aí, e eu tô preocupado! – MEU DEUS, COMO EU SOU IDIOTA! Pensou Rony na mesma hora. Ficara desesperado, não sabia o que falar e inventou qualquer besteira.
Hermione olhou para ele e caiu nas lágrimas. – ME POUPE, WEASLEY! – E saiu correndo da casa de chá.
- Como eu sou burro! – Rony deu um soco na mesa, deixou um galeão e saiu correndo atrás da amiga. Não acreditava que havia dito aquilo! A coisa mais babaca que ele poderia ter falado, e agora Hermione sumira. Ele olhou em volta do povoado, só agora notando que era Dia das Bruxas, mas que não eram muitas as lojas que estavam enfeitadas. Os dementadores rondando a escola não traziam muito ânimo às pessoas. Rony avistou uma cabeleira castanha correndo em direção a um caminho que ele imaginou levar para... não, não podia ser.
Ele superou seu medo e saiu correndo atrás de Hermione. Quando chegou à trilha em que a garota estava pode avistá-la mais a frente. Gritou: - MIONE! MIONE, ME ESPERA! EU NÃO QUIS DIZER AQUILO!
Ela apenas continuou correndo, o ruivo se aproximando. Enfim quase toda a distância entre eles foi percorrida, mas Hermione parou abruptadamente, em frente à cerca que fechava a Casa dos Gritos. Rony parou ao seu lado e olhou assustado para a casa. Era assombrosa.
- Hermione, eu... eu não quis dizer aquilo.. me desculpa! É que é difícil pra mim..
- E você acha que não é difícil para mim? – Ela disse embargada pelo choro, enfatizando a última palavra.
- Eu não sei.. bem, não sei do que se trata, não é? Ou talvez eu deveria...
- Rony, você é um INSENSÍVEL!
- Então como eu poderia gostar tanto de você... – Ele sussurrou de uma maneira que esperasse que ela ao mesmo tempo ouvisse e pensasse não ter ouvido. Ficou arrastando o pé pela terra, achando imensamente bonito um galho que estava a sua frente.
- Que foi que você disse? – Ela olhou ele nos olhos, as lágrimas ainda escorrendo. Ela se aproximou e ficou na frente dele. – Rony... você falou o que eu acho que falou...?
- Bem, er... depende do que você acha que eu falei...
- Onde está o machão que entrou na Câmara Secreta para salvar a irmã? – Mione deu uma risada, mas ainda chorava.
- Mione... – Ele pegou nas mãos dela, ou ela pegou nas mãos dele; não fazia diferença no momento. Parecia que eles sentiam a magia no ar. O pensamento de Rony o fez rir, afinal, eles eram bruxos.
- Rony... – Subitamente Hermione o abraçou com força, e o ruivo retribuiu a altura, tomando cuidado para não ser rude nem desengonçado. Ela agora chorava no seu ombro com as mãos nas suas costas, mas desta vez não era um choro de raiva. Ela parecia feliz.
- Mione... eu... faz algum tempo... eu realmente gosto de você, sabe... só que... mais que amiga.
- Vindo de você... presumo que seja muito fofo de sua parte! – Ela encarou-o, e ambos sustentaram o olhar. Hermione sorriu de uma maneira que pareceu a Rony a mais maravilhosa de todas, e sussurrou algo no ouvido do ruivo que apenas os dois puderam ouvir. O Sol brilhou, e tudo ficou bem. Rony e Hermione, tomados de um impulso súbito, fizeram aquilo que ansiaram meses para fazer. Se uniram em um só, e a Casa dos Gritos lhes pareceu infinitamente mais bela que a mera casa de chá de Madame Puddifoot.
- Eu te amo, Rony. – Eles se beijaram. Não apenas um beijo, e sim o beijo. Nunca souberam exatamente quanto tempo ficaram ali, apenas aproveitando aquilo que havia de mais maravilhoso no mundo. Quando voltaram a Hogwarts com montes de doces da Dedosdemel, Harry jamais entendeu porque a felicidade de seus melhores amigos parecia algo muito maior do que apenas uma visita a Hogsmeade. Apenas a primeira visita a Hogsmeade.
* * *
N/A: Minha primeira short *-*. Não achei lá grandes coisas, mãas, tive a inspiração e escrevi 8D. Se alguém quiser betar, mesmo depois de postada, agradecido :x Rony/Mione é MARA *o*. É isso aí, né. Jim volta do nada, e posta fic, e pá. Totalmente insano (!); Espero que gostem ;*
Comentários (2)
#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn RONALD PERFEITO WEASLEY <3 <3 <3 LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO... <3 <3 <3
2012-12-25Amei, lindo lindo lindo, bem eu acho lindo todas as fic's q falam sobre o Ron e a Mione.Mas essa ficou muito linda.Escrevi uma fic tambem sobre o terceiro ano...
2012-01-10