Alemanha




O metrô da Alemanha era muito sujo e cheio de mendigos. Quando Faye abriu os olhos estava deitada no chão frio. Ao seu lado, vários mendigos a olhavam com interesse.
- Ora, ora, ora! O que uma garota tão bonita faz por aqui? (Traduzido do alemão em que eles disseram, para maior compreensão da fic.)
Muitos deles avançaram em direção à Faye. Ela gritou.
Derek passava naquele momento com seus pais por ali, pois haviam acabado de descer naquela estação. Ele olhou para o lado e logo reconheceu a antiga paixão, muito mudada, mas era ela com certeza. Não podia acreditar que ela estava ali. Como era possível? Mas ele precisava socorrê-la rápido!
- Mãe, Pai! Tirem aqueles homens de cima da garota!!!
Os pais de Derek que assistiam à cena lançaram vários feitiços nos mendigos. Eles caíram estuporados no chão. Por sorte era 3h30 da madrugada e não havia vivalma no metrô. Faye estava encolhida contra a parede, muito assustada. Derek aproximou-se dela.
- Faye?
- Sim, sou eu. Derek. – Disse ela com o pouco de forças que sobravam.
- Venha. Você precisa de cuidados. – Disse Derek, olhando-a carinhosamente.
O garoto pegou-a no colo. Ela enlaçou-o pescoço e deixou-se levar pelo amigo. “Ela é incrivelmente leve”, pensou o garoto.
- Pai, mãe, por favor, não façam perguntas. Ela está muito fraca. Vocês não devem ter reconhecido, mas esta é a Faye. Vamos para casa rápido, ela precisa descansar.
Os quatro foram em direção à saída. Derek colocou Faye deitada com a cabeça sobre seu colo, no banco de trás. A garota dormia profundamente, muito fraca. Em
poucos minutos a família Hunter estava em casa. Era uma casa grande e confortável, tipicamente alemã. Derek carregou Faye no colo novamente e a deitou na cama de dossel do quarto de hóspedes. O quarto era no tom de marrom e verde, com lambris na parede até metade dela. Ele chamou carinhosamente:
- Faye?
- Hum? Onde estou?
- Eu te trouxe para a minha casa. Aqui, na Alemanha.
- Mmmm... Obrigada... – Disse a garota, deitando a cabeça no travesseiro novamente.
- De nada. Espere só um minuto, ok?
Derek foi até a mãe e pediu que ela subisse e ajudasse a Faye a tomar banho. A Sra. Hunter foi para o quarto de hóspedes. O pai de Derek foi dormir e o próprio garoto foi para a cozinha preparar alguma coisa para a visitante inesperada comer.
- Faye está tudo bem? Eu sou a mãe do Derek, Louise. Venha tomar um banho. Eu te ajudo.
Louise ajudou Faye a se despir e também na banheira. Depois do banho quente, já se sentia melhor. Louise lhe emprestou uma camisola.
- Amanhã a gente dá um jeito e compra umas roupas para você, querida.
- Muito obrigada, Sra. Hunter. – Respondeu menos debilitadamente, com cara de gratificação.
- Louise.
- Sim, Louise. – Respondeu Faye sorrindo.
Um cheiro agradável de sopa vinha da cozinha. Logo Derek apareceu no quarto.
- Faye venha comer alguma coisa. Você está fraca... Venha eu te ajudo.
- Querido, eu vou dormir. Boa noite para vocês dois. – Disse Louise, se retirando para o quarto.
Derek ajudou Faye a descer a escada. Os dois foram até a cozinha, onde um enorme prato de sopa quente aguardava a garota. Derek puxou a cadeira para Faye se sentar.
- Coma.
Faye nem pensou duas vezes. Estava faminta.
- Está muito boa.
- Fui eu que fiz...
Ela sorriu.
- Obrigada, Derek.
- Mas... Como você veio parar aqui?
- É uma longa história...
Faye explicou todo o ocorrido ao amigo, entre uma colherada e outra. Depois do relato, Derek disse:
- Muitas coisas aconteceram por aqui também.
- Eu vi tudo.
- Como???
- Eu estava sempre presente, mas invisível, entende? De uma forma ou de outra eu estava sempre com vocês, mesmo que vocês não pudessem me ver.
- Sabe que muitas vezes nós conversamos sobre estranhas sensações que todos nós tínhamos?
- Vocês sentiam minha “presença”, não é mesmo?
- É...
- Está muito tarde, né?
- Sim... Para falar bem a verdade, está muito cedo!
- É! – Disse Faye rindo.
- Escuta, Fay. – Disse Derek, segurando as mãos da menina que estavam em cima da mesa.
- Sim?
- Você está muito diferente, mas ao mesmo tempo está igual. O que aconteceu?
- Quando eu vim para a Terra cumprir minha missão, minha aparência foi modificada. Estou na minha aparência “angelical” agora, entende?
Realmente Faye estava diferente. Estava mais alta e esguia e as formas de seu jovem corpo estavam mais definidas. Seus cabelos estavam ainda mais pretos e mais compridos. Em cima o cabelo era liso, mas desde as orelhas até a altura da cintura o cabelo era cacheado. Os olhos eram muito pretos e brilhavam intensamente, mas em certos momentos refletiam as coisas em violeta.
- Sabe de uma coisa, Faye? A gente precisa encontrar os outros! Falar para eles que você está aqui de novo! Amanhã nós já vamos para Hogwarts!!!!!
- AH??????
- É. Hoje já é dia 31. Amanhã a gente vai para Hogwarts. Você tem que mandar uma coruja para o Dumbledore e pedir uma rematrícula!
- Eu já sei. A gente pode ir para o Beco Diagonal hoje mesmo, aí eu compro tudo para este ano.
- É verdade. Eu posso falar para os meus pais nos deixarem lá, aí a gente dorme no Caldeirão Furado e vai para King’s Cross no dia seguinte.
- Isso.
- Eu vou lá falar com eles e depois vou tomar um banho.
- E eu vou dormir.
- Boa noite.
- Boa noite, Derek. Obrigada por tudo. – Disse Faye, dando um abraço sincero no amigo. Derek sorriu, e abraçou a garota firmemente, deitando sua cabeça nos cabelos macios como veludo e cheirosos de Faye.
Depois de certo tempo, os dois subiram as escadas para irem dormir. Derek foi para seu quarto, e Faye, para o de visitas. A garota, mesmo estando sem poderes, ainda queria falar com Harry, lhe dizer Feliz Aniversário atrasado. Mas estava muito cedo. Mesmo assim ela desceu as escadas, pegou o telefone e discou o ainda lembrado telefone dos Dursley. O telefone tocou algumas vezes, até que uma voz tão esperada falou:
- Alô?
- Harry!!!
O garoto logo reconheceu a voz, mas não podia acreditar...
- Não pode ser!!!! Faye?
- Sim, Harry!
- Onde você está?
- Na Alemanha, na casa de Derek. Mas é uma longa história. Eu te conto no Expresso.
- Você vai voltar para Hogwarts? Inacreditável!!!!!!! Você não sabe o quanto estou aliviado... Ah, Fay... – A garota podia ouvir o choro de Harry do outro lado.
- Eu também... Agora preciso desligar... Ah, à propósito! Feliz Aniversário atrasado...
- Obrigada!!!!!!
- Te amo...
- Também te amo, Fay...
Faye colocou o telefone no gancho, sorrindo. Muito longe dali Harry sentia-se muito bem. O peso da perda havia sido retirado. Toda sua tristeza havia sido retirada dele, como se tivesse evaporado. Toda a angústia daqueles anos esvaiu. Do andar de cima, o garoto ouviu a voz de Tio Válter:
- Moleque, quem era tão cedo?
- Engano. – Gritou Harry de volta, sorrindo de orelha a orelha. Ele subia as escadas, fechou a porta do quarto e voltou a dormir como um bebê, sem preocupação alguma.
Algumas horas mais tarde foram acordados pelos pais do garoto para irem para o Beco Diagonal. Faye mandou a coruja à Dumbledore, explicando todo o ocorrido, envolvendo o conselho. O diretor respondeu quase instantaneamente, dizendo que a garota era bem vinda com toda a certeza.
Faye e Derek fizeram algumas compras. A garota comprou todo o material e uma varinha nova. Infelizmente não encontraram ninguém. Ela retirou uma considerável quantia de dinheiro de seu cofre no Gringotes que os pais haviam aberto para ela para pagar por tudo. No final do dia, os dois voltaram para o Caldeirão Furado, cheios de sacas. Tom, o dono do Bar-Hospedaria, lhes ofereceu um suntuoso jantar, com direito a três sobremesas, à escolha dos jovens. Os dois foram se retiraram logo. Faye se deitou na confortável cama. Seu malão estava perto da porta, pronto. Ela ouviu uma batida na janela. Ela olhou e deu um grito de felicidade:
- LYON!!!!!!
Ela saiu correndo e foi abrir a janela. A coruja entrou voando alegremente e pousou no encosto da cadeira da escrivaninha. Ela trazia um bilhete preso no bico.
- Ué.... Como você veio parar aqui?
Faye pegou o bilhete e leu.







Faye,
Eu consegui distorcer um pouco a severidade dos outros anjos do Conselho e pelo menos sua coruja você tem de volta. Aproveite bem, sei que você adorou a surpresa. Conheço sua enorme afeição por Lyon.
Lembranças,
Zion
Ps: Saiba que neste meio tempo em que você esteve aqui sua coruja não perdeu tempo. Ele e Edwiges tiveram filhotes!

- Ah... Obrigada, Zion... – Disse Faye, sorrindo de orelha a orelha. – E Lyon!!! Você é pai?? Nossa... Quanta coisa eu perdi...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.