Capitulo Unico



Hogwarts, 5º ano.



Aih! Ele é insuportável! Não agüento mais aquele arrogante do Potter! Que ódio! Porque ele gosta tanto de me irritar! Nem sei quantas vezes ele já me pediu pra sair. Nunca! Nunca que eu vou aceitar! Encher mais um pouco aquele ego dele? Se ele tropeçar pode até cair dentro dele. Ele e aquele Black. Tão arrogante quanto ele. O Remo é diferente, não é como os outros. É um bom amigo meu, apesar de ser um dos marotos. Já aquele Pettigrew... Nunca fui com a cara dele. Não é do mesmo jeito que com o Black e o Potter. No Pettigrew eu não confio. Até hoje me pergunto como ele entrou na Grifinória. Corajoso ele não é, sempre escondido atrás do Potter. Leal... Ainda tenho minhas desconfianças. Só sei que não gosto dele, é o que menos gosto, até do Potter eu gosto mais. Não que eu goste dele



Lily Evans.




“Era assim que eu pensava a alguns anos atrás. Por dois dos marotos, meu sentimento continuou o mesmo, mas pelos outros dois, mudou drasticamente. Hoje eu continuo não gostando ou confiando no Pettigrew, apesar do Tiago dizer que isso é besteira minha. Do Remo, eu ainda gosto, muito, é um super amigo. Já do Sirius e do Tiago... Hoje eu gosto deles, muito, principalmente do Tiago. Muitas coisas mudaram. E mudaram muito.”





Hogwarts, 10 de outubro 1967.



Era uma noite fria, calma, tranqüila. Eu estava sentada no Salão Comunal da Grifinória, fazendo alguns deveres de Poções. Não conseguia me concentrar. Tudo me levava a lembrar daquilo. Apesar de toda sua arrogância, ele me defendeu. Respirei fundo, tentando afastar aqueles pensamentos. Uma mexa vermelha caiu sobre meu rosto, afastei com o dedo indicador, voltando ao dever. Novamente a cena dele me defendendo passava na minha cabeça. Mas ele fora brusco de mais. Nem aquele nojento do Snape merecia aquilo. Será mesmo? Revirei-me incomoda na poltrona. Tentei me concentrar mais um vez. Nada. Não conseguia afastar aquela lembrança de minha mente.



- Pensando em mim? – soou a voz arrogante dele. Virei-me e lancei-lhe um olhar de puro nojo. – Calma, Lily. – um sorriso se formou em sua face.



- Já disse-lhe que é Evans, Potter. – disse com um pouco de grosseria. – Me chame de Evans.



- Ok, Evans. – um arrepio percorreu minha espinha a menção de meu sobrenome dito por ele. Será mesmo que eu queria que ele me chamasse assim? Fiquei apenas encarando o chão por alguns segundos.



- Você não ligou para o que o seboso disse, não é? – levantei o rosto do chão. O jeito que ele perguntou aquilo foi diferente. Diferente de seu tom habitualmente arrogante, estava um pouco preocupado. Como se ele se importasse se eu havia ficado abalado com as palavras de Snape. Sangue-ruim...



- Não. – respondi depois de um tempo. Percebi que com a rapidez que eu respondi acabei sendo um pouco grossa. Em outra ocasião não teria tentado concentrar, mas ele fora tão... gentil. – Obrigada por perguntar.



Voltei a encarar o chão por mais alguns segundos. Antes de abaixar meus olhos, pude jurar que havia visto um sorriso em seu rosto. Talvez tivesse sido apenas minha imaginação.



“Acho que esta foi a primeira vez que percebi que tinha algo diferente dentro de mim... e de Tiago. Percebi que ele não era apenas aquele garoto exibido e arrogante que se exibia pelos corredores de Hogwarts. Eles se preocupou comigo aquele dia. Isto mexeu comigo...”





Hogwarts, 15 de dezembro de 1968.



A noite fria e escura que fazia ao lado de fora do castelo refletia o meu interior. Meus pais tiveram alguns problemas e tiveram que trabalhar no natal, teria que passar o Natal em Hogwarts... sozinha. Uma grande quantidade de alunos ficara na escola, por isso iriam organizar um Baile, nem isso me deixava feliz... Não vou mesmo, era o que eu dizia. Nunca tinha passado o Natal longe da minha família, e não queria passar. Em Hogwarts me sentia um pouco sozinha, não tinha muitos amigos. Não me animei muito com o Baile por que eu duvidava que alguém que eu gostasse iria me convidar para ir, alguém que fosse pelo menos meu amigo...



Eu estava no Salão Comunal sentada em uma poltrona. Meus joelhos estavam em volta de meus braços, servindo de apoio para minha cabeça. Encarava firmemente a lareira, como se fosse a única coisa ali presente. Os poucos alunos ao meu redor, já estava começando a ficar tarde todos iam se deitar, tagarelavam sobre o baile, e seus pares... Uma gota solitária escorreu pelo meu rosto, desmanchando-se ao cair em minhas vestes. Era um gota de tristeza, solidão.



- Lily? – uma voz vacilante veio de minhas costas. Virou-me e vi quem me chamara. Tiago estava parado atrás de minha poltrona. Rapidamente, enxuguei meu rosto com as costas de minha mão. – Você... está bem? – sua voz era doce, só a havia ouvido assim uma vez. Assenti com a cabeça, com medo de que se falasse minha voz saísse embriagada pelo choro que teimava em querer vir. Ele sentou-se na poltrona ao meu lado, com um jeito um pouco... preocupado? Foi o que me perguntei. Ele não disse nada, ficou apenas ali, me fazendo companhia. Mesmo sem dizer nada, só a presença dele ali me acalmou. Foi como se eu não estivesse totalmente sozinha, afinal. Ele parece notar isso, pois encarou-me nos olhos. – Você está melhor? – sua voz era, novamente, doce. – Se não quiser conversar, eu entendo. – ele estava levantado-se. Deveria ter demorado muito para responder.



- Estou! – exclamei, desesperada. Não queria que ele saísse de lá. Não queria ficar sozinha... de novo.



Ele voltou a sentar-se, parecia ter entendido que eu não queria ficar sozinha.



- O que aconteceu? – ele perguntou. Estava confusa, não sabia como explicar-lhe o que houve. O que eu iria dizer? É que eu não pude passar o Natal com meus pais e não tenho um par legal para ir ao Baile. Estou me sentido sozinha? Aquilo era ridículo. No medo de ele se levantar, de novo, com a minha demora, foi isso mesmo que eu disse, ou quase.



- Meus pais... Tiveram que trabalhar... Tive que passar o Natal aqui... Sozinha... – a palavra sozinha parecia ter feito efeito nele. Parecia ter ficado um pouco ofendido, talvez.



Ele não disse nada. Eu também não. Um silencio constrangedor permaneceu. Percebi que não deveria ter dito aquilo. Sozinha... Afinal, eu não estava sozinha, estava? Eles estava ali do meu lado, me dando apoio, e eu digo que estava sozinha? Me senti uma estúpida.



- Desculpe. – eu disse, com a voz falhando. Ele levantou os olhos para me encarar. Ele estava um pouco espantado. Não consegui mirar os olhos dele. Desviei, encarando o chão. – Eu não quis dizer sozinha. Quis dizer sem meus pais. Eu...



- Tudo bem... Eu entendo. Também não gosto de passar o Natal longe de meus pais. Mas... acabei me acostumando. Desde que eu vim para Hogwarts, todos os Natais são assim. Meus pais trabalham muito. Os Natais são frios, como eu costumo dizer.



Um sorriso triste passou por sua face. Outra gota vacilante rolou pelo meu rosto. Ele aproximou sua mão, enxugando-a. Olhei intrigada para ele, mas não estava com raiva. Estava agradecida.



- Desculpe... eu – ele tentou desculpar-se... Mas pelo que?



- Tudo bem. – eu disse. Outro sorriso se formou em seus lábios, mas desta vez era feliz, sincero.



“É... neste dia eu fiquei muito feliz. Ele realmente se preocupou comigo. Eu acabei não indo no Baile com ele. Ele já tinha par. Ele me disse que teria me pedido para ir com ele, mas achou que eu não ia aceitar. Foi a primeira vez que eu consegui rir depois de saber que passaria o Natal longe de meus pais. Aquele Natal foi tudo, menos frio, como Tiago havia dito. Ele realmente não foi no Baile comigo. Remo me acompanhou, a pedido de Tiago. Ele me levou de bom grado, alegando que era só um bom amigo, depois de receber um olhar feio pelo entusiasmo. Apesar de ter outra acompanhante, não me lembro o nome dela, Tiago me fez companhia a festa toda, junto com Sirius, Remo, é claro, e aquele Pettigrew, para minha infelicidade.”





Hogwarts, 26 de dezembro de 1968.



O baile havia sido muito bom. Eu estava sentada naquela mesma poltrona do dia que Tiago veio conversar comigo, antes do Natal. Era madrugada do dia 26. Após voltar do Baile eu não consegui dormir. Resolvi descer para o Salão, para pensar. Não queria ficar no meu dormitório. Não gostava das minhas companheiras de quarto, apesar de apenas duas terem ficado para o Natal, e não queria que elas percebessem que eu estava acordada. Estava só botando os pensamentos em ordem quando ouvi um barulho vindo das escadas. Virei-me assustada. Não vi nada. Voltei-me para frente, encarando as poucas chamas que ainda haviam na lareira. Assustei-me ao ver que alguém sentava-se ao meu lado. Era Tiago.



- O que você está fazendo aqui? – fui eu quem quebrou o silencio.



- Não consigo dormir. – disse ele, simplesmente. – E você?



- Apenas pensando. Também não conseguia dormir. – respondi no mesmo tom despreocupado dele.



Ficamos em silencio durante muito tempo, nem sei dizer quanto. As poucas chamas que restavam na lareira se apagaram com um forte vento que bateu. Corri para fechar a janela, estava ventado bastante. A ventania fazia força contra a janela, tentando deixa-la aberta. Eu empurrava inutilmente ela, tentando vencer o vento. Senti a janela sendo empurrada e virei-me para ver quem era. Era um pergunta ridícula, já que só eu e Tiago estávamos no Salão, mas mesmo assim, virei-me. Sorri para ele. Mesmo com a janela fechada, estava muito frio no Salão. Ele me entregou uma manta que encontrou jogada ao pé de uma poltrona. Peguei-a voltando a me sentar e cobrindo-me. Mas eu não podia deixar Tiago descoberto.



- Você não está com frio? – perguntei. Ele acenou negativamente a cabeça. Mas eu sabia que ele estava mentindo. – Sente aqui. A manta é grande, dá para nós dois.



Um pouco hesitante, ele sentou-se ao meu lado. Entreguei-lhe um lado da manta. Estávamos muito próximos. Eu podia sentir a respiração rasa dele. Muito hesitante, encostei minha cabeça em seu ombro. Ao perceber meu gesto, ele apoiou sua cabeça na minha. Estar tão próxima a ele era maravilhoso. Parecia que só existia duas pessoas no mundo: Eu e ele. Queria ficar ali, assim, para sempre. Sem ter que me preocupar com aulas, deveres, provas... Só queria ficar ali, junto com ele.



Ele desencostou a cabeça da minha. Assustei-me com este movimento. Fiquei com medo de que ele fosse embora. Levantei minha cabeça para encara-lo. Mas em vez de se afastar, ele se aproximou. Seu rosto aproximava-se lentamente do meu. Quando a distancia estava muito curta, senti meus olhos se fechando levemente. Senti sua respiração fraca cada vez mais perto de mim, até que senti seus lábios tocarem os meus. A sensação foi maravilhosa. Parecia que a poltrona tinha sumido de baixo de mim. Eu tinha certeza que só existia nós dois, pelos menos no meu Mundo. Um misto de felicidade, alegria, prazer e felicidade de novo começou a passar por mim. Eu não queria que aquilo acabasse, jamais. Mas ao sentir necessidade de ar, desgrudamos lentamente nossos lábios. Muito devagar, abri meus olhos. Percebi que Tiago fazia o mesmo. Ele sorriu para mim. Eu retribui.



“Foi neste dia que eu comecei a namorar com Tiago. Hoje? Hoje eu estou casada com ele. Me formei em Hogwarts e virei auror, assim como ele. Estamos em meio a uma crise contra um bruxo das Trevas. Agora não posso ajudar muito. Estou grávida de 8 meses do pequeno Harry. Tiago está em um missão para a Ordem da Fênix. Estou com medo, preocupada. Mas sinto e sei que ele se sairá bem, e voltará bem.”






N/A:Essa é a primeira fic T/L que eu faço. Sai um pouco do padrão de fics, mas eu gostei. Espero que vocês gostem também. Para falar a verdade, ainda vou pensar em um nome. Já estou escrevendo a nota mais não sei o nome... hehehe



Bom, vou indo.




Beijos,

Fe.

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