Prólogo



Um Dia na Vida de Hogwarts


                                 24 Horas com seu Personagem Favorito


Por Joseph Peverell


 


Prólogo


 


Um dia na vida de Harry Potter


 


Cinco dias. Apenas cinco dias atrás, sua vida era como um gigante e tenebroso ponto de interrogação. E então veio a batalha final, a Grande Batalha; conseguira enfim destruir todas as horcruxes, inclusive uma que achara que não poderia sobreviver caso a matasse. E ficou mais uma última vez cara-a-cara com Lord Voldemort, ou Tom Riddle, como Dumbledore sempre preferiu chamá-lo. Dumbledore... mais um guerreiro que parecia forte, mas que caiu nas garras do maléfico ao qual chegou a dar aulas.


Muitas mortes, e ele se pergunta: E se eu tivesse me entregado? Me entregado no começo de tudo, todos poderiam estar ali, e Dumbledore poderia achar as horcruxes e destruí-las, teria sido bem mais capacitado. Mas a maldita profecia não o deixara terminar tal tarefa, não mesmo.


Sirius também se fora, um ano antes de Dumbledore. Já havia lamentado a morte de ambos no passado, mas elas agora só eram mais duas no meio de todas as outras que tivera que aguentar... Um dia após a grande batalha, depois de dormir 24 horas inteiras, obrigado por Madame Pomfrey, ele se obrigou a ouvir o nome de todos os 40 mortos na batalha que destruiu metade de Hogwarts.


Como se não bastassem Edwiges, sua fiel coruja, sua ligação com o mundo bruxo; Olho-Tonto Moody, o auror mais forte que ele poderia ter conhecido, maldito Mundungo; Dobby, o elfo doméstico que Harry conhecera logo depois do seu primeiro encontro com Voldemort após descobrir a magia, aquele que sempre esteve pronto a ajudá-lo, que representou milhares de elfos na luta contra a escravidão, que, assim como muitos, morreu lutando pelos seus amigos; Fred... As mortes recentes ainda afetavam a todos n'A Toca, o clima continuava pesado, e o luto já se estendia por dias a fio. Fred, o gêmeo bem humorado que sempre trouxe alegria à família nos momentos mais difíceis, que morreu dando seu último e explendoroso sorriso.


Lembrar de todos era como uma tortura para Harry; por mais que todos tentassem lhe consolar, dizendo que tudo que ele fez foi o bem, e que salvou muitas vidas, ele tinha certeza que a culpa de tudo era dele. Ao menos se ele tivesse acabado com Voldemort sozinho, apenas os dois refugiados de todo o Mundo, o máximo de mortos seria Voldemort ou ele próprio...


Se, se, se.. Ele tinha que se conformar, "Se" não trariam nada de volta, o que está feito está feito. Lupin e Tonks... ele chorava silenciosamente no quarto de Rony para não acordá-lo, assim como fizera todas as noites desde o fim (ou o começo, como o Sr. Weasley dissera numa tentativa de animá-lo). A ficha as vezes parecia não ter caído, outras ele enfim parecia se conformar e lembrava de alguém especial que de algum modo fora afetado letalmente, e em algumas, como naquele momento, a ficha parecia estar em um doloroso e lento processamento.


Lupin sempre fora o mais calmo e sereno dos Marotos, e também o último deles. Era umas das ligações de Harry com seu pai, Tiago Potter, com o qual Lupin estudara e tivera uma grande amizade. E ele também se fora, junto com sua amada Tonks.


Tonks era exatamente o oposto de Lupin. Toda a calma de Remo transparecia na agitação de Tonks, o jeito sensato de Aluado contracenava com o jeito brincalhão de Dora; e era um grande amor, disso todos tinham certeza, amor este que deixara seus frutos, o pequeno, e agora órfão, Teddy.


Harry era agora seu padrinho, quase como Sirius fora para ele, agora que Teddy também não tinha mais pais. E Harry deve a Tonks e Lupin todo o amor que puder dar a Teddy, amor este que ele concederá de bom grado, tentando passar o máximo de tempo com o pequeno e lhe dando uma infância muito melhor e menos conturbada que a sua.


Um pensamento que lhe deu uma estranha vontade de rir lhe veio a cabeça: "Eu só queria ser o Harry Potter!". Harry Potter. Se todos já conheciam este nome, agora sim o saudariam em todos os bares e restaurantes da Inglaterra, brindariam em sua homenagem em várias residências por toda a Europa, gritariam seu nome aos sete ventos com uma lágrima no rosto e um sorriso de vitória nos quatro cantos do mundo...


Ele olhou para o relógio: Eram 6 da manhã. Não havia dormido nada, e chorara o bastante para secar o riacho que corria perto da casa dos Weasley. Não vendo mais uma maneira de dormir, levantou e partiu pesarosamente para um banho. Ele sabia que devia se sentir feliz, afinal tudo pelo que estivera lutando, pelo que Dumbledore e Sirius e muitos outros estiveram lutando nos últimos anos havia acabado, e acabado da forma que eles mais apreciariam: a vitória do Bem.


Porém ele simplesmente não conseguia se sentir feliz. Culpa era o único sentimento que conseguia carregar. Hermione, a Sra. Weasley, a professora McGonaggal, várias tentaram consolá-lo, inclusive Gina... Era inútil.


Saiu do banheiro e colocou uma roupa folgada; fazia calor. Desceu à cozinha pensando em tudo que havia pensado nos últimos dias e que não conseguia tirar da cabeça, que ele tinha certeza que a qualquer momento explodiria.


Não encontrou ninguém pelo caminho, todos ainda dormiam. Aqueles mais abalados, como Harry, Jorge e a Sra. Weasley não faziam muita coisa além de comer, lamentar e (tentar) dormir. Percy estava em Hogwarts ajudando na sua reconstrução, o Sr. Weasley no dia anterior engajara na total transformação do Ministério, Gui estava ajudando no Beco Diagonal, Fleur estava na França com seus pais, e Hermione e Gina também estava na Toca se mostrando muito fortes na tentativa de consolar os demais.


Carlinhos chegou da Romênia um dia depois da Batalha, para ajudar a família. Depois de dois dias foi para Hogwarts a pedido de Hagrid, para ajudar com as criaturas mágicas que precisavam de cuidados. Os pais de Hermione resolveram passar uns tempos na Toca, ajudando no que for preciso (apesar de serem trouxas se mostraram bastante a vontade e prestativos) e, obviamente, passando o tempo com sua filha depois da temporada na Austrália (Kingsley fizera o favor de ir até a Austrália buscá-los). Rony se comportava como um zumbi, e comia mais do que o habitual, se possível.


Chegando na cozinha, encontrou Gina de roupão. Corou fortemente.


- Bom dia, Gina... - Disse num sussurro.


- Bom dia Harry. Acordou cedo. - não era uma pergunta.


- Não consegui dormir, novamente. - Ele apontou sua recém concertada varinha para uma xícara e com alguns movimentos que beiravam a pena conseguiu enxe-la com um pouco de leite quente.


- Eu também. Já fazem cinco dias, não é? - ele apenas ascenou com a cabeça, bebericando o leite - Quando olho para trás, só vejo desgraça. Mas é uma desgraça estranhamente boa, com um final feliz. Ou pelo menos era para ser.


Harry não conseguiria discutir. Falar de tudo era agora muito difícil. O máximo que contara fora o essencial para a família Weasley ficar a parte do seu sumiço e da sua missão, mas não entrara em detalhes, porque simplesmente não conseguia. Ele apenas olhou para Gina, seus cabelos ruivos destacando-se no branco do roupão, seus olhos castanhos fixos nos dele, e deixou uma lágrima correr pelo seu rosto.


Ela o olhou mais profundamente e deu um sorriso triste: - Está tudo bem, Harry. Agora está tudo bem. - Falou devagar e o abraçou. Nestes cinco dias não haviam ficado sozinhos e não tiveram nenhuma chance de falar a sós, muitos menos de lembrar os momentos de um passado que agora parecia muito distante. Ele apenas sentiu o perfume floral da ruiva e colocou naquele abraço tudo o que gostaria de expressar.


- Harry... Eu não sei como foi quando você esteve fora... Suponho que outras garotas, você sabe...


Ele olhou assustado para ela. Jamais imaginara que ela estava pensando no mesmo que ele. Tantas outras coisas para refletir, tantas mortes, horrores sem fim, e os dois talvez egoístamente tinham em mente o namoro de pequeno prazo que teve fim um ano atrás.


- Nunca, Gina. Nunca eu ficaria ou sequer olharia para outra garota nesta viagem. Mesmo que eu tivesse a chance, afinal nós, eu, Rony e Hermione, ficamos nos escondendo o tempo todo, não foi? E a única garota na qual eu poderia pensar era você. Eu senti sua falta. - Ele esperava que não a precionasse. Ela tinha todo o direito de tê-lo esquecido, ou até de odiá-lo por tê-la deixado.


- Eu também senti sua falta. - Ela também deixou escorrer uma lágrima, e o levou até a sala, desabando no sofá. - Sabe, estou um bagaço. Harry esboçou um sorriso e também despencou no sofá, ao lado de Gina. Ela pegou a sua mão.


- Agora mais do que nunca nós precisamos nos apoiar. É um momento difícil para nós dois, e precisamos da ajuda um do outro.


Ele olhou para ela, olhos verdes refletindo castanhos.


- Eu estaria com você, sempre que você quiser que eu esteja.


Ela o abraçou novamente, e ficaram por vários minutos ali, apenas abraçados, um afagando o outro, tentando pelo menos por um tempo esquecer os ocorridos, e depois de alguns minutos adormeceram, abraçados e encostados no sofá, Harry de calça e camisa e Gina apenas de roupão. Era uma bela cena de amizade.


 


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- POTTER, LARGA A MINHA IRMÃ!


- RONY, PARA COM ISSO, ELES NÃO ESTÃO FAZENDO NADA!


Harry acordou assustado, percebendo que havia dormido abraçado a Gina. Ela também acordou com os berros de Rony e Hermione e olhou para eles perplexa.


- O que aconteceu? - Disse ela honestamente.


- ORA, ESTE INGRATO TE DEIXOU ANO PASSADO E AGORA FICA AÍ TE AGARRANDO! VOCÊ JÁ NÃO DEVE ESTAR ABATIDA O BASTANTE PARA ELE AGORA FICAR TE DANDO ESPERANÇAS?! E OLHA A SUA ROUPA!


- Esperanças do que, Rony? Nós apenas estávamos abraçados, somos amigos! - Gina olhava furiosamente para Rony.


- Foi o que eu disse, Rony! - Hermione tentava acalmá-lo - Olhe só você, fica se esgueirando pela casa e agora tenta arranjar um motivo para despejar sua raiva!


Rony olhou para Hermione e por um momento pareceu que ia explodir, mas então murchou como uma planta e se jogou na cadeira que estava próxima.


- Além disso, agora que tudo acabou, sabe, bom, não que eu esteja insinuando algo, obviamente a Gina já teve outrass coisas em mente, mas, eu digo, ela poderia ter esperanças se quisesse, quero dizer... - Ele corou furiosamente desejando nunca ter falado aquilo, e sua total insegurança só lhe pareceu mais idiota. - É claro que eu não estou dizendo que ela queira algo! É só que agora... eu sou livre, não sou mais amaldiçoado...


Hermione olhou para ele com um sorriso, e virou a cabeça para Rony. Ele apenas olhou Harry, corando também, e como não deve ter achado algum meio de descordar, apenas murchou novamente e disse - Tanto faz, mas vão precisar da minha aprovação. - e saiu em direção a cozinha.


- Ora Rony, seu egoísta, volte aqui! - Hermione saiu em seu encalço. Harry e Gina ficaram sozinhos novamente.


- Olha Gina, eu não quis dizer nada, sabe, só queria acalmar o Rony, não estou querendo que você.. você sabe..


- Tudo bem, Harry. - Ela pegou nas mãos do garoto, estavam em pé agora. - Eu entendi o que vocês quis dizer, e sei que não falou por mal. - Ela o abraçou novamente e subiu em direção ao seu quarto. Harry notou que ela ainda estava de roupão, e que seu cabelo ficava lindo balançando livremente as suas costas. Ele resolveu encarar a fera na cozinha, percebeu que estava faminto.


Quando ele entreu e sentou numa cadeira, Rony apenas levantou seus olhos do seu bacon e voltou sua atenção a ele como se uma mosca houvesse passado por ali.


- Para com isso, Rony! - Hermione lhe deu tapa no ombro.


- AI! Isso dói!


- Deveria doer mesmo. Você é que está sendo ingrato com o Harry! Ele é livre para namorar quem ele quiser agora.


- Hermione, eu não quero namorar ninguém, você, er, entendeu mal... - Ele ficou sem graça novamente.


- Não tem problema, Harry. - Ela piscou para o amigo. Rony deu uma bufada e voltou a comer, lançando olhares incriminadores a Harry.


- Que horas são? - perguntou Harry.


- Quase meio dia, a Sra. Weasley não saiu do quarto ainda, então suponho que teremos que nos virar com a comida. - Hermione apontou a cabeça para a porta dos fundos - Meus pais estão lá fora tomando um chá, e acho que vou pedir para minha mãe preparar algo.


- Tudo bem. - Harry achou melhor esperar o almoço, e de qualquer jeito havia perdido a vontade de comer ao lado de Rony, e apenas voltou para o quarto acima das escadas. Sentou na cama e ficou olhando para um copo de água vazio na cabeceira. "Sou um tolo", pensou, "de ter esperanças depois do que fiz a ela. Rony tem razão, ela tem mais o que pensar do que ficar se importando com um sentimento bobo de um garoto idiota."


Ele ficou ali parado observando o quarto de Rony e hora ou outra enfeitiçando algo para passar o tempo até que ouviu Hermione chamar todos para almoçarem. Já passara de uma da tarde, e ele desceu satisfeito por poder encontrar mais pessoas a mesa e comer sem ser atrapalhado.


Ao chegar a cozinha viu que a Sra. Weasley havia enfim saído do quarto. Não estava com uma cara muito boa, e imaginou se ela estivera mais uma vez lamentando por Fred. Jorge estava pior que ela, branco, sentado num canto da mesa comendo silenciosamente. Rony não estava presente, e provavelmente já havia comido. O Sr. e a Sra. Granger estavam sentados junto com a filha, que explicava para eles o que exatamente eram os gnomos que eles haviam visto no jardim da casa. Gina estava ao lado da mãe, e quando Harry entrou todos pararam de falar e tornaram a comer em silêncio. Ele sentou o mais longe de Gina, do lado de Jorge, pegou um prato e começou a comer.


Passaram-se 10 minutos. Ele olhou para a Sra. Granger e disse: - Sua comida é muito boa, Sra. Granger..


- Modéstia de sua parte, Harry! As comidas da Molly são muito melhores, pelo que soube. - A Sra. Weasley ainda não havia cozinhado nenhuma vez, a não ser na tentativa de fazer um pastelão que deu desastrosamente errado, e a Sra. Granger tentou incentivá-la, mas ela mal pareceu ter ouvido.


Harry terminou de comer e deixou a cozinha em silêncio. Foi caminhar no jardim. Ficou um tempo andando a esmo, até que percebeu alguém se aproximando. Deixou que chegasse mais perto, até que virou para trás e percebeu que era Gina. Parou abruptadamente e virou, encarando a garota. Tomou coragem e disse: - Lembrei que tenho que lavar algumas roupas! Desculpe Gina, tenho que ir.. - E tentou passar por ela, sem sucesso. Ela estendeu o braço e o segurou.


- Harry, eu sei o que você está pensando. - Ele fez cara de desentendido. - Ignore o que o Rony disse. Ele é um babaca quando se trata de mim. Entenda que você não fará mal a mim. Pelo contrário. - Ela o beijou no rosto, e empurrou-o de volta ao jardim. - Hogwarts foi muito triste sem você.


- Acho que foi triste para qualquer um, até os que não se importava comigo.


- Ah, pode acreditar que muitos se importavam com você. Quando estavamos escondidos na Sala Precisa, sabe, todos falavam sobre você. Se perguntavam onde estava, o que estava fazendo. Você era a esperança de todos. E respondeu a altura. Mesmo como todos aqueles professores nojentos, e o seboso do Snape nos atormentando...


- Não o chame assim. - Harry cortou-a. Não havia contando a mais ninguém exceto Rony e Hermione sobre as lembranças de Snape.


- Harry...? Você está bem? É Snape, o homem.. - ela fraquejou por um momento - o homem que matou Dumbledore!


- Dumbledore morreria de qualquer maniera. Foi tudo um plano. Snape sempre esteve do nosso lado, o tempo todo.


- Impossível! - Gina parecia indignada.


-Ele me ajudou em momentos cruciais, até salvou minha vida. E Dumbledore tinha razão de confiar nele. Eu o vi morrer. Voldemort mandou que Nagini o matasse. E ele me deixou suas lembranças, lembranças importantissimas, e eu pude ver que estive diante de um dos homens mais corajosos que já conheci. Não posso dizer que ele foi bondoso ou caridoso; Mas definitivamente tevem bravura e coragem para lutar pelo bem mesmo quando este parecia perdido. Vamos sentar, vou te contar a história toda. - Harry não queria exatamente falar sobre aquilo, mas achou que Gina merecia saber. Tomou fôlego e começou a contar. Levou cerca de meia hora para terminar, na qual Gina apenas exclamou assustada e surpresa, e por vez ou outra fez alguma pergunta.


- Então, é isto. Snape sempre foi um homem de Dumbledore.


- Inacreditável, Harry... Você tem certeza...?


- Absoluta. Nunca devia ter duvidado de Dumbledore. Me sinto um idiota por isto agora.


- Não deveria se sentir. Todos duvidaram, depois de tudo que Snape fez. Preciso de um copo d'água.


Ela pegou sua mão e foi andando de volta à Toca. Chegaram na cozinha, onde a Sra. Granger conversava com a filha enquanto lavavam a louça suja.


- Harry, Gina. - Hermione olhou afetuosamente para os dois. Gina correu a abraçá-la.


- Harry me contou sobre Snape... você sabe, que ele sempre esteve conosco por mais que pensassemos o contrário...


Hermione apenas olhou para Harry e entendeu que ele tomaria as decisões corretas na medida que conseguisse contar as coisas. - Também ficamos em choque, Gina. É inacreditável.


As duas se soltaram e sentaram na mesa. A Sra. Granger saiu em direção à sala supostamente procurando pelo marido. Ficaram os três ali se olhando. Harry suspirou.


- Tem mais uma coisa que eu gostaria de contar... Mas é mais particular, se refere a mim. É sobre... meus pais. - Hermione olhou séria para ele, e Gina segurou sua mão.


- Eu os vi - Gina olhou-o com uma indagação. - Quando estava indo em direção a Voldemort para me entregar, vocês sabem, eu desobri o segredo do pomo que Dumbledore me deixou. Eu consegui abrí-lo, e lá dentro estava a Pedra da Ressurreição, uma das Relíquias. E eu usei-a, trouxe meus pais, Remo e Sirius. Eu pude vê-los, sabe, eram tão reais. - Lágrimas escorriam por seus olhos, e elas perceberam o quanto era difícil para ele contar tal lembrança.


- Bem, eu caminhava para a morte, então a presença deles não poderia me fazer mal. Minha mãe, Lílian, ela era tão bonita... Os olhos realmente iguais aos meus. Meu pai era igual a mim, e tinha os cabelos bagunçados. - Gina riu levemente em meio as suas lágrimas - Sirius estava mais jovem e mais bonito. Eu gostaria de tê-lo conhecido nesta época. E Remo... bem, ele acabara de morrer. Foi tão triste saber que ele não veria o filho. Teddy. E ele apeenas disse que seja onde Teddy estiver ele sabera por que ele morreu, e terá orgulho dos pais que contribuiram para salver o mundo bruxo.


Elas perceberam que a cada palavra sua fala se tornava mais fraca, e mais lágrimas saíam pelos seus olhos. Hermione apenas disse: - Harry, você não precisa continuar, se quiser. Não agora. - e a amiga sorriu para ele.


Ele sorriu de volta e falou firme: - Eu quero. E meus pais falaram que tinham orgulho de mim, que eu estava sendo muito corajoso, e que.. bem, que morrer não doía nem um pouco. - Gina se assustou. - Eu achava que ia morrer, então resolvi perguntar. Foi meio infantil... Enfim, minha mãe... disse que eu estava sendo muito corajoso, e que iriam comigo até o fim. Os outros, Voldemort e os Comensais, não poderiam vê-los, então eles me acompanham quando eu me entreguei. Sabe, se eu fosse morrer, apesar de tudo, aquele seria o melhor jeito. Meus pais... - Ele começou a chorar um pouco mais forte, e Hermione o abraçou.


- Nós entendemos, Harry. Você deve sentir falta deles mais do que nunca agora. Mas eles mais do que nunca devem estar orgulhosos, seja onde estiverem.


Os três ficaram mais uma vez ali parados, um olhando o outro, até que Rony entrou na cozinha e olhou sério para Harry.  Harry estava vermelho, e tentou limpar rápido as lágrimas do rosto. Rony continuou a encará-lo, e assustando a todos ali, começou a chorar também. Ele obstruiu a distância que o separava de Harry e abraçou o melhor amigo.


- Foi mal, Harry, foi mal! - Ele disse aos prantos - Eu fui um idiota, como sempre, você é o meu melhor amigo, um amigo que eu jamais merecia ter, e eu ainda te abandonei, cara, se alguém fez besteira fui eu, me desculpe!


Harry olhou para seu amigo, e afastou-o segurando o ruivo pelos braços. Harry sorriu, e Rony olhou perplexo para ele.


- Você não vai me socar, ou me azarar? - Falou Rony como se fosse mais óbvio do que dois e dois são quatro.


- É claro que não, seu babaca! Sou seu melhor amigo, lembra? O que passou já foi, e acabou tudo bem, cara! Nós estamos aqui, não estamos? Então vamos continuar a vida, porque ela não parou, e nós temos mais apoio do que podemos imaginar! - Harry puxou Gina e Hermione para junto dos dois, e ficaram os quatro por um momento se aconchegando e sentindo a presença um do outro. Rony sorriu, e Harry agradeceu por ter seus amigos naquele momento. Por ter seus amigos em todos os momentos, porque eles eram sua família, e eram tudo que ele precisava. Agradeceu a Dumbeldore, porque ele sempre dissera, com toda a razão, que Harry tinha uma arma que Voldemort jamais poderia ter: O Amor.






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N/A: NOFFA, tive uma inspiração súbita e resolvi escrever sobre esse dia. Parece mais uma fic pós-Relíquias da Morte, rs, mas espero que esteja bom. O Prólogo com o Harry foi uma idéia inicial que eu resolvi levar em conta, e talvez eu faça o último capítulo da fic com ele também, talvez até alguma coisa parecida com este, pós-RDM. Aceito críticas e sugestões, é claro, e aguardo coments :) Vocês já podem chorar agora! Brimks haha, mas dependendo dos comentários e talz primeiro capítulo pode demorar uns dias ou uns meses. Vocês que sabem! Um abraço :D                               








 




 

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