Varinhas?



-O que a gente vai ter agora? – Escórpio perguntou antes de pôr um pedaço frango na boca


-Hum... – Alvo pegou o horário na mochila e leu – Dois horários de Transformação com a... Corvinal?!


-Ahn? E o horário de feitiços?


-Com a Sonserina... – ele disse – Dois, logo após os de Transformação.


-Aê! A gente já vai conhecer a go...


Alvo deu uma cotovelada no amigo, a professora Scamander estava passando logo depois da mesa:


-Ei, isso doeu!


Ela olhou para eles e sorriu... Escórpio devolveu o sorriso com outro extremamente galante, o que a professora simplesmente ignorou. Alvo concordava com Escórpio, a Srta. Lysander era muito bonita de fato, mas com a pele tão clara, aqueles cabelos compridos e muito claros e os olhos tão azuis, o garoto achava que ela lembrava um fantasma ou um anjo. Ele não conseguia determinar qual dos dois...


-Termina de comer e vamos logo.


*****


-Srta. Olivia Abott.


-Presente.


-Kevin Courtney.


-Olá.


-Miam... – Lysander Scamander olhou de novo o nome – Miam Dorotheé Di Llherrvos.


-Que nome chiiiiique... – Escórpio zombou baixinho


-Presente. – Miam pisou o pé do rapaz com força


-Ah! – ele cerrou os dentes


-Escórpio Malfoy.


-Eu! – ele olhou a professora, sorrindo, ela também sorriu, visivelmente achando o rapaz engraçado


A chamada acabou rapidamente e a professora Scamander se levantou:


-Boa tarde... – ela olhou em volta – As aulas de feitiços do quinto ano deveriam começar pelos feitiços convocatórios... Mas eu decidi começar as aulas comentando um pouco sobre o mais importante objeto mágico que bruxos possuem... As varinhas.


Ela sacou a sua própria varinha e mostrou aos alunos. Alvo percebeu que a varinha dela era muito comprida, fina e ligeiramente azulada, a bainha se destacava bem do conjunto sendo bastante mais grossa que o resto. Ela ergueu a varinha:


-Azevinho. – ela afirmou – Trinta e nove centímetros e um único fio de cauda de unicórnio. Delicada e maleável, muito eficaz na execução de feitiços. Não muito poderosa, mas extremamente confiável.


Ela apontou a varinha para o giz que se ergueu e começou a desenhar uma grande varinha na lousa:


-As varinhas têm duas partes: a bainha e a navalha, como uma espada trouxa... – ela fez as partes brilharem no quadro enquanto as apontava – Certas varinhas não têm essa divisão visivelmente... – ela virou-se para Miam – Será que eu posso ver a sua varinha, Srta. Llherrvos?


Alvo teve a sensação de que não havia se enganado ao ver a professora observar Miam durante a cerimônia de seleção:


-Claro. – mas Miam não pareceu nada confortável quando entregou a varinha à Lysander Scamander


-Hum! - Scamander deixou escapar


A varinha de Miam não tinha separação visível de fato, também era longa, e quase tão fina quanto A madeira era marrom muito escura e diferentemente das outras, que costumavam começar grossas e afinar mais e mais até a ponta, a varinha toda parecia ter a mesma espessura:


-Mogno, eu imagino?


-Isso.


-Muito poderosa... Muito poderosa mesmo. – ela virou a varinha de cabeça para baixo e a analisou bem próxima ao rosto – Eu não consigo imaginar a essência... – ela observou Miam com olhar inquisidor


-Fio de cabelo de veela.


-Veela? Hum... Eu imaginava alguma coisa mais verde, sabe? – ela comentou – Por causa do tom da varinha.


Alvo não entendeu, mas também não se esforçou para isso:


-Você descende de veela? – Escórpio perguntou, interessado


-Minha tataravó era veela. – ela murmurou enquanto recebia a varinha de volta


-Quantos centímetros? – Scamander perguntou


-Trinta e quatro. – ela guardou a varinha, encarando Lysander


-Algum problema? – Alvo questionou


-Não. Por quê? – ela não deu importância ao comentário e era notável que não esperava resposta à sua pergunta


-A varinha da Srta. Llherrvos é fantástica... – a professora comentou – Deve ser possível explodir um trasgo com umas dessas e alguma dose de habilidade...


Ela apontou o quadro, onde a varinha se apagou e foi substituída pelo desenho de outra, aberta:


-Cada varinha é feita de algum tipo de madeira muito firme e um fio de algo retirado de algum ser mágico. O tamanho e a espessura geralmente determinam a característica da varinha. Normalmente varinhas curtas são varinhas poderosas e de difícil execução de feitiços, quanto mais poder tem a varinha, mais precisão é necessária para utilizar os feitiços. – ela observou a sala que a analisava atentamente – Sr. Potter, a sua varinha, pode ser?


A varinha de Alvo tinha vinte e cinco centímetros, era de azevinho e tinha uma corda de coração de dragão como essência. O cabo era rígido e marrom escuro e a navalha, marrom clara que afinava pouco. Ele entregou a varinha à Lysander, que a observou, Alvo ficou tenso, esperando o comentário que com certeza viria:


-Puxa, que varinha! Azevinho, corda de coração de dragão, algo como... vinte e...


-Vinte e cinco centímetros. – assim que ficou aliviado, Alvo começou a ficar enciumado ao ver sua varinha nas mãos da moça


Ela ergueu a varinha e apontou um armário no canto da sala, fazendo um movimento longo e delicado com ela:


-Confringo!


E o armário explodiu estrondosamente:


-Óbvio que o Sr. Potter não precisa de tanto cuidado para utilizar um feitiço com essa varinha. – ela sorriu, Alvo sentia cada vez mais empatia pela mulher – Eu particularmente prefiro a minha. – ela devolveu a varinha a Alvo, ainda sorridente – As varinhas mais longas, por outro lado, são muito práticas, mas pouco ágeis e menos poderosas. Bruxos mais desajeitados – ela abriu bem os olhos, bem humorada – Como eu, preferem essas varinhas. – ela usou a sua própria varinha como exemplo e a apontou para o armário destruído – Reparo! – e ele se reajustou


-Mas e a varinha da Llherrvos? – Escórpio questionou – Muito poderosa, mas compridíssima...?


-A varinha da Srta. Llherrvos é peculiar em vários aspectos. – ela observou – Mas basta segurá-la nas mãos para sentir a magia que ela emana... Até um trouxa sensível poderia explodir algo com ela, uma bruxa como a Srta. Llherrvos então... Tanto poder que eu até posso imaginar a razão de a senhorita estar em Sonserina. – ela encarou Miam nos olhos


-Que outras peculiaridades? – alguém lá atrás perguntou, cortando o contato visual entre as duas


-Que tal avançarmos e deixarmos a varinha da Srta. Llherrvos para ela, hã?


Alvo sentiu que Miam estava aliviada:


-As varinhas são extensões dos nossos poderes, instrumentos de controle e de vazão da magia dos homens e é por isso que eu jamais conseguiria, com a varinha do Sr. Potter, os mesmos resultados que posso produzir com a minha varinha. O que justifica o fato de os bruxos não escolherem sempre varinhas mais poderosas – ela caminhou até o centro da sala – Existe uma transferência constante das características da varinha para o dono e do dono para a varinha, cada toque, cada feitiço executado e mais a varinha aprende, adquire com o dono. – Alvo tentava captar a essência das palavras de Lysander


-Os hábitos?


-Varinhas acostumadas a certos feitiços os executam melhor que outras, mas os hábitos mais facilmente aprendidos pelas varinhas são as características do dono.


-Ahn?


-A transferência de experiências ensina às varinhas os hábitos do seu dono, a varinha do antigo senhor das trevas, por exemplo, tinha provavelmente uma série de péssimos hábitos, acostumada a inferir extremo poder em todos os feitiços e em executar maldições horrendas, exigindo exacerbado poder e habilidade de seu dono...


-E o boato de que a varinha d’aquele que não deve ser nomeado tinha uma ligação com a varinha de Harry Potter é verdadeiro?


A Srta. Scamander observou Alvo, como que pedindo autorização para comentar sobre o assunto, mas o jovem não sabia exatamente o que sentia sobre o assunto. Ser filho de Harry Potter trazia uma série de responsabilidades, e ele não sabia se queria que todos ouvissem sobre os poderes e a vida de seu pai...


-Provavelmente... Mas aquela ligação é pouco compreendida. – Alvo percebeu que ela mentia, ela sabia sim sobre o assunto, mas não falaria sobre ele 


Lysander Scamander lembrava a mãe até no jeito de falar suave... Mas parecia mais sensata e terrena que Luna. Quando ela não estava comentando nada muito tenso, ele se sentia embalado pela voz suave da moça e ligeiramente hipnotizado pela beleza leve de Lysander, mas sentia também que ela sabia muito mais do que dizia.


O que ela sabia sobre a ligação entre as varinhas de Voldemort e de seu pai? Alvo tinha certeza de que ela devia saber alguma coisa, ele vira nos olhos dela quando Lysander dissera que a ligação era pouco compreendida. Ele sabia que ela mentira.

*****
Ôu galera... comentem! como tah indo?

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