Capitulo 4 – Varinhas!



Capitulo 4 – Varinhas!


 


 


Os amigos do moreno surpreenderam-se com o local que os recebeu, até mesmo Gina ficou surpresa, pois a ruiva imaginara que estaria na mesma sala aconchegante que no dia anterior, mas a sala precisa estava completamente diferente naquele momento.


 


O local em que a sala precisa havia se transformado era maior que um campo de quadribol, mas era dividido essencialmente em três partes. No lado esquerdo havia um modelo de academia trouxa que apenas Harry e Hermione reconheciam, afinal os outros eram bruxos sangue puro e não tinham muito contato com o mundo trouxa.


 


No lado direito da sala havia algo que lembrava muito um tatame de artes marciais trouxas, mas que Harry desejara como um palco para eles poderem treinar feitiços, nas paredes do lado direito estantes iam do chão até o teto e estavam repletas dos mais diversos livros de feitiços de Defesa Contra as Artes das Trevas e de outras matérias.


 


No centro da sala havia uma enorme piscina com cerca de cinqüenta metros de comprimento e vinte metros de largura.


 


- O que é a Sala Precisa? – perguntou Fred em tom de voz curioso enquanto olhava para todos os lados da sala.


 


- É uma das salas mais famosas de Hogwarts. – exclamou Hermione com os olhos brilhando. – Eu li em Hogwarts: Uma História que essa sala foi criada pelo próprio Godric Griffyndor, mas pensei que sua localização estivesse perdida.


 


- Muito bem Hermione. – disse Harry sorrindo para a amiga que corou levemente ao perceber que se empolgara um pouco, em seguida o moreno olhou para os amigos dizendo. – Esta sala apenas aparece quando alguém realmente precisa dela, ou apenas quando é necessário. Ela se adapta ao que a pessoa precisa, formando o ambiente perfeito para determinada situação. Como vocês devem percebido, para abrir a passagem que dá acesso a essa sala é necessário concentrar-se em algo e passar por ela por três vezes.


 


- O que são essas coisas? – perguntou Gina olhando para os aparelhos de musculação que haviam do lado esquerdo da sala.


 


- São aparelhos de musculação, nós vamos utilizá-los para fazermos exercícios físicos e para aumentar nossa resistência. – explicou Harry de maneira vaga, afinal sabia que dificilmente eles iriam treinar para valer naquele dia, pois ainda tinha muitas coisas para explicar para os amigos. – Basicamente esse será o local em que treinaremos por todo esse ano.


 


- Você falou algo sobre uma guerra, Harry. – comentou Hermione desviando os olhos dos aparelhos de ginástica e olhando para o moreno de olhos verdes que a encarou de maneira séria. – O que você quis dizer exatamente com isso?


 


- Não sei se todos vocês sabem, mas nos últimos três anos muita coisa aconteceu em Hogwarts. – comentou Harry calmamente e observou os rostos dos amigos em concordância. – No meu primeiro ano, Quirrell estava sendo possuído por Voldemort e o Lorde Negro tentou roubar a pedra filosofal para que ele pudesse ressurgir.


 


- É, mas você o botou para correr. – exclamou George em tom divertido, o irmão gêmeo gargalhou ao lado assim como os outros riram levemente, embora tenham estremecido poucos segundos antes quando o moreno mencionara o nome do bruxo das trevas.


 


- Ele fugiu mesmo. – concordou Harry permitindo que um pequeno sorriso se formasse em seus lábios, mas ele ficou sério logo depois. – Todos sabemos o que aconteceu no meu segundo ano, Voldemort possuiu a Gina através de um diário e então a obrigou a abrir a Câmara Secreta e libertar o monstro que estava encerrado...


 


Naquele momento Harry olhou para a ruiva com intensidade transmitindo apenas com o olhar toda a força que ela precisava para poder enfrentar as lembranças dolorosas daquele episodio, o moreno sorriu quando a viu encará-lo de maneira firme.


 


- No ano passado tivemos a fuga de Sirius Black de Azkaban. – nesse momento o moreno olhou seriamente para os outros, pois das pessoas que estavam ali apenas Hermione conhecia a verdade. – A maioria de vocês não sabe, mas Sirius Black é meu padrinho e é também inocente de todos os crimes pelos quais foi preso.


 


- É verdade. – disse Hermione quando percebeu a surpresa, o choque e a desconfiança no semblante dos gêmeos e de Neville.


 


- O verdadeiro responsável pela traição a meus pais chama-se Pedro Pettigrew, o bruxo que todos pensam que Sirius matou a quatorze anos atrás, Pettigrew também é conhecido como Rabicho. – nesse momento Harry percebeu a expressão de reconhecimento no semblante de Fred e George que olharam-se antes de Fred falar.


 


- O mesmo Rabicho dos marotos? – a voz do ruivo estava extremamente chocada e surpresa enquanto olhava para o moreno.


 


- Sim Fred, o mesmo Rabicho. Eu já contei para a Gina, mas acredito que vocês gostariam de saber que os marotos eram um grupo de quatro adolescentes que eram na verdade, Pedro Pettigrew, Sirius Black, Remus Lupin e Tiago Potter. – explicou Harry em tom calmo e viu a surpresa no rosto dos gêmeos ao perceberem que haviam tido contado com um dos marotos, o moreno fez uma pausa de alguns segundos antes de voltar ao tema principal. – No ano passado eu, Rony e Hermione conseguimos descobrir essas informações e tínhamos Rabicho em nossas mãos quando ele conseguiu escapar em sua forma animaga, que era um rato.


 


- Ele era o Perebas. – disse Hermione olhando para os Weasley que gemeram de horror, principalmente Gina que ainda não sabia daquele detalhe, a ruivinha havia dormido diversas vezes com o bichinho de estimação de seu irmão.


 


- Que nojo. – exclamou Gina abraçando-se com as próprias mãos enquanto imagens dela com o rato apareciam em sua mente.


 


- Deixando essas informações de lado, o que tudo isso tem a ver com essa guerra? – perguntou Hermione em tom de voz sensato fazendo Harry sorrir ligeiramente antes de enfiar a mão dentro de seu sobretudo e retirar os frasquinhos que continham a poção.


 


- Peguem. – disse Harry estendendo um frasco para cada um dos garotos, com a exceção de Gina que já o havia recebido.


 


- Para que serve essa poção, Harry? – perguntou Hermione olhando de maneira desconfiada para o frasco em sua mão, pois a garota não reconhecia aquela poção e também não confiava muito em Harry como um bom preparador de poções.


 


- Ela ajuda a deixar a mente de alguém impenetrável. – explicou Harry em tom pratico olhando para a amiga que franziu os lábios.


 


- Não entendi. – Neville disse em tom curioso enquanto olhava para o seu próprio frasco contendo o líquido da poção.


 


- Confiem em mim. Vocês precisam beber a poção e então eu vou lançar um feitiço em vocês que vai ajudar a proteger a mente de vocês. – disse Harry em tom de voz firme e decidido enquanto olhava para os amigos e sacava a varinha.


 


- Podem beber, eu também já tomei. – disse Gina tentando encorajar os amigos que pareciam receosos com aquilo.


 


- Tudo bem. – concordou Hermione hesitantemente antes de virar a poção em um só gole, no momento seguinte o moreno movimentou rapidamente sua varinha disparando um jato de luz azul que acertou Hermione no peito, a luz azulada envolveu o corpo da garota e sumiu em instantes fazendo a garota piscar os olhos surpresa com aquilo. – É só isso?


 


- Sim. – disse Harry sorrindo para a amiga e em seguida virou-se para os outros que beberam a poção, então o moreno repetiu o mesmo movimento com a varinha fazendo com que todos os outros quatro fossem envolvidos pelo feitiço. – Como eu disse essa poção torna a mente de quem a bebe impenetrável contra invasão externa durante um ano, mas com esse feitiço que eu acabei de executar a poção apenas impedirá que um legilimente veja os assuntos que eu vou discutir com vocês aqui dentro ou em qualquer outro lugar, ninguém conseguirá ver nada sobre mim na mente de vocês assim como vocês também não vão conseguir comentar para ninguém o que fizermos aqui dentro ou as informações que eu contar para vocês.


 


- Tudo bem Harry, a gente já entendeu. – concordou Hermione em tom cansado. – Agora será que você pode falar de uma vez sobre essa guerra?


 


- É claro. – disse Harry calmamente e em seguida começou a caminhar pela sala indo em direção ao lado direito onde ficava a mini biblioteca. – Como eu disse antes, Rabicho acabou conseguindo fugir a alguns meses atrás, o que ninguém sabe é que ele foi para fora do país, onde rondavam os rumores sobre a possível localização de Voldemort, ou seja, em uma floresta da Albânia, no caminho Rabicho parece ter encontrado alguns outros ratos que contaram para ele rumores sobre um certo vulto escuro que possuía e dominava criaturas pequenas. Rabicho conseguiu encontrar Voldemort e agora os dois estão juntos novamente armando uma maneira para conseguir que o Lorde das Trevas possa ressurgir o quanto antes.


 


- Como ele sobreviveu, Harry? – perguntou Luna em tom sonhador de voz e quando todos encararam a loira, ela perguntou novamente. – Como ele pode ter sobrevivido depois de ter recebido uma maldição da morte?


 


- Bem, vocês devem entender que Voldemort é um bruxo das trevas extremamente habilidoso, alguns inclusive diziam que ele era mais poderoso que Salazar Sonserina... – disse Harry em tom firme sabendo que não poderia revelar tudo o que sabia naquele momento. – Acredito que ele tenha encontrado uma maneira de se tornar imortal, talvez o bruxo que tenha chegado mais perto nessa área, mas diferente de Nicolau Flamel que fez uso de uma pedra filosofal, Voldemort preferiu utilizar as artes das trevas para alcançar seus objetivos. Existe uma magia tão negra que permite um bruxo dividir sua alma em duas, e transferir uma das partes para algum objeto, então se o corpo dele for “morto” em certo momento, a alma dele ainda vai habitar esse mundo e portanto ele poderá retornar por meio de um ritual extremamente delicado.


 


- Você quer dizer que Você-Sabe-Quem é imortal? – perguntou Neville chocado expressando a pergunta de todos os outros cinco.


 


- De certa forma ele é um bruxo que no momento é invulnerável a morte, por isso ele sobreviveu mesmo após ter recebido o ricochete da maldição da morte. – explicou Harry em tom calmo enquanto observava as mais diferentes reações nos amigos.


 


- Então ele deve ter dividido a alma em vários pedaços. – disse Hermione em tom pensativo enquanto analisava melhor o que o amigo havia dito. – E você disse que a pessoa armazena esse pedaço de alma em um objeto, certo?


 


- Certo Hermione. – concordou Harry com um sorriso sincero nos lábios, pois sabia que Hermione seria a primeira a raciocinar mais claramente.


 


- Então poderia ser qualquer coisa, não é mesmo? – perguntou a garota pensando nas conseqüências daquela informação.


 


- Qualquer objeto não Hermione, afinal estamos falando do maior bruxo das trevas que já existiu. Você acha mesmo que ele colocaria a preciosa alma dele em qualquer objeto? – perguntou Harry levemente divertido e recebeu uma negação constrangida da morena. – Ele deve ter colocado os pedaços de alma em objetos importantes, mas vocês não precisam se preocupar com isso agora, pois podem deixar que eu mesmo vou encontrar esses objetos.


 


- Espera Harry, como você sabe tudo isso? – perguntou George com as sobrancelhas arqueadas em questionamento.


 


- Digamos que eu tenho alguns informantes muito bons. – Harry disse com um sorriso no canto dos lábios.


 


- Se você sabe tantas coisas porque não conta para Dumbledore, então poderíamos evitar que uma guerra acontecesse? – a pergunta de Hermione era curiosa, pois sabia que se o amigo quisesse procurar o diretor ele já o teria feito.


 


- Porque eu não confio mais em Dumbledore. – disse Harry simplesmente enquanto via a surpresa estampar-se no rosto dos amigos.


 


- Porque não? – perguntou Neville com a voz revelando a curiosidade que sentia, afinal não era segredo para ninguém que o diretor meio que protegia Harry e os amigos. – Eu achei que você confiasse cegamente nele.


 


- Eu me dei conta de que ele é um velho manipulador e com mania de grandeza. – respondeu Harry firmemente. – Eu já não sou mais um garotinho que ele pode manipular como se fosse um boneco. Sei o que vai acontecer daqui para frente e conhecendo Dumbledore consigo imaginar exatamente como ele irá agir. Ele e os outros adultos vão nos julgar crianças demais para nos envolvermos na guerra e vão querer nos proteger, o que vai ser um grave erro, afinal se não soubermos nos defender seremos mortos facilmente em um ataque.


 


- Isso é realmente verdade. – disse Fred obtendo o apoio tanto do irmão gêmeo como de Gina. – A mamãe jamais permitiria que os filhinhos dela entrassem em uma guerra, pelo menos não se ela conseguisse impedir.


 


- Eu também tenho quase certeza de que Voldemort irá ressurgir no final desse ano. – disse Harry em tom firme e decidido olhando para os amigos que engoliram em seco. - Por isso eu quero começar a treinar a partir de agora, pois quando Voldemort enviar seus comensais da morte para nos atacarem quero estar pronto para lutar.


 


- Nós também vamos querer lutar Harry. – disseram Fred e George olhando seriamente para o moreno que apenas sorriu de canto.


 


- Estou com você Harry. – exclamou Neville sorrindo levemente para o moreno que apenas retribuiu antes de olhar para Gina.


 


- Você sabe que já pode contar comigo, Harry. – disse a ruiva em tom baixo olhando decidida para o moreno.


 


- Eu também vou lutar Harry, vai ser uma honra estar ao seu lado. – disse Luna em tom sério surpreendendo os outros que sempre viam a loira da corvinal como uma garota sonhadora, mas naquele momento a menina mostrava que ela era esperta.


 


- Bem, eu acredito em você Harry. – disse Hermione se aproximando do moreno com os olhos brilhando e em seguida a garota o abraçou firmemente.


 


- Sabe Fred, eu achei que havíamos vindo aqui para treinar, mas parece que estamos em uma cessão sentimental. – comentou George em tom sarcástico recebendo uma cotovelada de Gina que o olhava repreensivamente.


 


- Nem comente Fred. – avisou a menina recebendo um olhar carrancudo dos irmãos como resposta a provocação.


 


- Você tem razão George, nós viemos até aqui para treinar e acabamos nos demorando muito nas explicações. – disse Harry em tom firme afastando-se Hermione que encontrava-se levemente constrangida pelo descontrole momentâneo, o moreno indicou o caminho e começou a andar rapidamente em direção ao outro lado da sala onde se encontravam os diversos aparelhos de musculação trouxa. – Como gastamos quase uma hora conversando o treino de hoje será mais curto e vamos ficar apenas nesses aparelhos.


 


- Para que eles servem exatamente? – perguntou Neville olhando de maneira estranha para os aparelhos.


 


- Para aumentar a aptidão física, além de auxiliar no condicionamento físico e mental, embora também ajude a aumentar a massa muscular. – explicou Hermione em tom prático enquanto observava os diferentes aparelhos.


 


- Exato Hermione, mas antes de vocês começarem eu quero que vocês saibam que aqui não haverá regras escolares e nem nada referente a isso, portanto já adianto que farei o que achar necessário para que fiquemos mais fortes. – disse Harry em tom de aviso olhando seriamente para os amigos que assentiram.


 


- Então vamos começar com preparação física, certo? – perguntou Hermione olhando primeiro para os aparelhos e depois para a piscina.


 


- Isso mesmo. – concordou Harry esperando para ver qual deles faria a pergunta que ele estava esperando ouvir.


 


- Porque a gente não treina feitiços de uma vez, afinal somos bruxos e não precisamos nos preparar fisicamente? – surpreendentemente foi Neville quem fez aquela pergunta, o moreno esperava que fosse um dos gêmeos a fazê-la.


 


- Não adianta nada vocês treinarem os feitiços se não possuírem condições físicas para sustentar a magia necessária. Além disso, é importante que saibamos nos virar sem a magia, afinal podemos acabar sendo desarmados em algum momento. – explicou Harry em tom paciente de voz enquanto olhava para os amigos. – Espero que vocês tenham vindo com roupas mais confortáveis do que essas que estão vestindo.


 


Harry sorriu levemente ao ver que os amigos afirmavam com a cabeça e em seguida os seis passaram a retirar as roupas que estavam vestindo revelando as roupas mais folgadas e confortáveis que eles estavam vestindo por baixo.


 


- Ótimo. – disse Harry também retirando a roupa que estava vestindo e ficando apenas com uma bermuda preta, o moreno sentiu o olhar da ruiva em seu corpo, mas fingiu que não havia percebido. – Hoje vamos fazer apenas um treinamento bem leve, amanhã vamos começar de verdade. Hermione, Gina e Luna, subam nas bicicletas e comecem a pedalar. Fred e George, quero ver vocês dois na esteira correndo. Eu e Neville vamos começar com os pesos, nós vamos trocar de aparelhos a cada dez minutos.


 


Durante a hora seguinte os sete ficaram malhando, como o moreno dissera a cada dez minutos eles trocavam de aparelhos para poderem exercitar todos os músculos do corpo em um mesmo dia de treinamento.


 


Quando o moreno finalmente deu aquele “aquecimento” por encerrado os seis adolescentes despencaram no chão praticamente desmaiados, pois estavam mortos de cansaço, já Harry estava arfando ruidosamente, mas conseguia manter um controle bem maior do que qualquer um dos outros amigos.


 


- Isso foi um aquecimento Harry? – perguntou Gina tremendo levemente enquanto tentava se sentar no chão para poder olhar para o moreno.


 


- Sim, isso não é nada comparado com o que nos espera. – disse Harry esboçando um sorriso divertido para a ruiva que estremeceu antes de cair novamente de costas contra o chão. – Por isso eu disse que nós precisamos de treinamento físico, pois se não agüentamos alguns exercícios como poderemos suportar uma batalha que pode durar horas?


 


- Você tem razão Harry. – disse Hermione de maneira pausada enquanto respirava com um pouco de dificuldade.


 


- Quando vamos começar a treinar magia, Harry? – perguntou Gina de repente curiosa com o progresso daquele treinamento.


 


- Bom, acredito que até o final desse ano letivo nós vamos nos focar mais na parte física e mental, mas também quero abordar todos os feitiços que os alunos de primeiro a sétimo anos aprendem. – comentou Harry vagamente, fora mais ou menos aquilo que ele imaginara para aquele período de treinamento, sabia que para a continuação dos treinamentos em magia e em outras áreas ele precisaria de algumas coisinhas que ele apenas conseguiria quando estivesse de férias. – Somente no próximo ano o treinamento de verdade começa.


 


- E o que vamos fazer agora não é um treinamento de verdade? – perguntou George em tom incrédulo enquanto olhava para o moreno.


 


- Não um verdadeiro treinamento, o que iremos ver esse ano será apenas a base para o restante. – disse Harry firmemente não deixando margem para que nenhum deles pudesse discutir o que ele havia acabado de dizer.


 


- Então o que vamos aprender no ano que vem? – perguntou Hermione extremamente curiosa e excitada com a possibilidade de ver coisas novas.


 


- Eu ainda não sei exatamente o que iremos ver, mas posso dizer que magia avançada entra no pacote. – disse Harry sorrindo para a amiga, sabia que ela adorava aprender coisas novas e Harry tinha certeza que o que ele pretendia fazer seria prazeroso para a morena. – Mas por enquanto vamos precisar nos preparar fisicamente.


 


- Acho que deveríamos voltar para o salão comunal o quanto antes. – disse Hermione levantando-se surpresa ao observar as horas em seu relógio de pulso.


 


- É verdade. – concordou Harry levantando-se do chão e se espreguiçado rapidamente, o barulho dos ossos estralando foi audível e todos os olhares se concentraram em Harry que apenas riu baixinho. – Vamos que o café da manhã vai ser servido em breve.


 


Em poucos minutos os sete adolescentes pegaram as roupas que haviam despido e se vestiram novamente, logo depois eles saíram da sala precisa e enquanto Luna se encaminhava para a torre da corvinal os outros seis dirigiam-se para o salão comunal da casa dos leões, pois o dia estava apenas começando.


======


 


 


Os dias que seguiram o início do treinamento de Harry e seus amigos foram extremamente cansativos e repetitivos, pela manhã os sete adolescentes encontravam-se e se encaminhavam para a Sala Precisa onde treinavam.


 


Harry guiava os amigos nos exercícios demonstrando as maneiras corretas de se exercitarem, na manhã seguinte a conversa que Harry tivera com os amigos o moreno precisara ensinar Neville a nadar antes que eles pudessem utilizar a piscina, mas foi sem sombra de dúvida o exercício que seus amigos mais haviam gostado.


 


Pelo menos até o momento em que Harry decidiu que eles deveriam ir e voltar cinqüenta vezes dentro da piscina, aquele exercício gerou resmungos por parte dos amigos que ao saírem da piscina estavam exaustos e cansados, mas o moreno sabia que eles não poderiam relaxar e ordenou que eles se levantassem para irem para os aparelhos.


 


Durante o restante do tempo em que eles ficavam dentro da sala precisa o grupo malhava e se exercitava nos aparelhos de ginástica e aos poucos cada um deles foi adquirindo uma maior resistência física.


 


Esse foi o ritmo de treinamento que os sete adolescentes suportaram durante a primeira semana, Harry sabia que Hermione e os outros estavam mais do que ansiosos para começarem a treinar feitiços, mas o moreno também entendia que eles precisavam de uma resistência física muito grande para agüentar o treinamento e depois todo o dia em aulas que eles tinham pela frente, pois não era segredo que cada feitiço executava gastava energia do corpo do bruxo.


 


Depois que terminavam a seção de treinamento os sete saiam da sala precisa completamente exaustos e cansados indo cada um para seu respectivo dormitório para tomarem banho antes de irem para o salão principal para o café da manhã.


 


Harry já havia percebido a inconveniência dessa maratona que eles precisavam fazer para ir e voltar da sala precisa e depois ir novamente ao salão principal, depois de pensar por uma noite ele decidiu colocar banheiros na sala de treinamento, assim eles poderiam tomar banho no mesmo local onde treinavam e ir diretamente para o salão principal.


 


Naquele momento eles haviam acabado de sair de mais uma manhã de treinamento intenso na sala precisa, os resultados já eram possíveis de serem vistos enquanto os amigos malhavam fortemente nos aparelhos, afinal cada um deles já conseguia permanecer por mais tempo se exercitando e malhando sem acabarem mortos de cansaço.


 


- Cara, não sei como a gente agüenta. – Fred comentou enquanto caminhavam para o salão principal para o café da manhã.


 


- É, eu estou morto. – concordou George em tom brincalhão olhando para o irmão e depois passando os olhos de relance pelo grupo que caminhava junto.


 


- Não reclamem. – disse Gina em tom de voz repressor enquanto olhava de maneira contrariada para os irmãos.


 


- Até porque vocês já estão conseguindo se cansar menos a cada dia. – comentou Harry vagamente no momento em que eles viravam em um corredor no primeiro andar. – Garanto que em breve vocês conseguirão treinar três horas seguidas e não se cansarão tanto, vocês somente estão mal acostumados e o físico de vocês é péssimo.


 


- Olha o Senhor Musculoso falando. – zombou Fred de maneira cínica olhando para o moreno e arrancando alguns risos dos amigos.


 


- Pelo menos eu agüento um treinozinho de nada como esse. – Harry devolveu no mesmo tom enquanto sorria pelo canto da boca, naquele momento eles atravessaram as portas de carvalho do salão principal que já se encontrava repleto de alunos naquele momento.


 


- De nada uma ova. – retrucou George em tom incrédulo olhando para o moreno que sorria cinicamente para eles.


 


- Já chega vocês. – disse Hermione em tom determinado e decidido enquanto se encaminhava para a mesa da grifinória.


 


Os gêmeos Weasley sentaram-se junto com os amigos, Hermione sentou-se ao lado de Rony e Neville, mas Harry apenas ignorou o convite mudo que havia por parte da amiga e dirigiu-se até a ponta da mesa da grifinória onde não havia ninguém, o moreno sentou-se sozinho, uma vez que Gina sentou-se na mesa da corvinal ao lado de Luna.


 


Enquanto tomava seu café da manhã o moreno observava o movimento no salão principal, os olhares que os alunos das casas lhe enviavam eram de puro desprezo e indiferença, um sorriso de deboche brincou nos lábios do moreno nesse momento.


 


Aqueles idiotas nem mesmo imaginavam o que estava acontecendo e o julgavam da maneira que queriam. Bem, dessa vez ele não seria idiota o bastante para ligar para eles, também não haveria perdão e misericórdia quando a hora chegasse.


 


Subitamente lembrou-se de outro episodio muito parecido com o que ele enfrentava naquele momento, embora quando os ataques a Hogwarts aconteceram ele sofrera bem mais desprezo, pois este viera acompanhado do mais puro medo afinal grande parte da escola acreditava que ele era quem estava atacando os estudantes.


 


É claro que daquela vez ele tivera os dois amigos completamente ao seu lado, mas agora Rony estava contra ele e mesmo estando vivenciando aquele episodio novamente Harry sentia a mesma dor e decepção que sentira da primeira vez.


 


Daquela vez a solidão que o isolava do restante da escola não o deixava mal e preocupado, muito pelo contrário, a solidão fora sua companheira durante tanto tempo em sua vida que eles já eram velhos amigos.


 


Como anteriormente fizera o moreno entendia perfeitamente a atitude fria e reservada com que fora tratado pelos integrantes da casa dos texugos, afinal eles tinham de apoiar Cedrico de maneira incondicional.


 


Quanto aos sonserinos, Harry nem mesmo se espantara com os ataques que sofrera na época em que tinha quatorze anos, lembrava-se perfeitamente bem de ter perdido o controle diversas vezes naquela época, mas agora ele era mais maduro e tinha uma personalidade adulta já, mesmo que o corpo fosse do mesmo adolescente de quatorze anos.


 


Harry lembrou-se também da decepção que sentira ao perceber que nem mesmo entre os corvinais ele tivera alguém que o apoiasse, talvez Luna pudesse ter acreditado nele, mas naquela época Harry nem mesmo a conhecia.


 


O moreno lembrava-se que esperara que os corvinais o apoiassem tanto quanto apoiavam Cedrico, mas estivera completamente enganado, pois a maioria dos alunos daquela casa pareciam imaginar que ele estivera desesperado por conquistar um pouco mais de fama fazendo com que o Cálice de Fogo aceitasse seu nome.


 


Naquele momento Harry analisou melhor as coisas e percebeu a futilidade das pessoas, pois sabia exatamente o motivo da maioria dos estudantes estar apoiando Cedrico, afinal ele se enquadrava muito mais no campeão de Hogwarts do que o próprio Harry.


 


Harry também entendia isso, afinal Cedrico era excepcionalmente bonito, possuía os cabelos escuros e olhos escuros brincalhões, olhando melhor o moreno percebeu que Cedrico era tão admirado quanto o próprio Krum, o moreno lembrou-se das garotas que vira uma vez se empenhando em obter autógrafos tanto de Vitor Krum como de Cedrico.


 


Harry sabia que não era bonito na visão da maioria das garotas, pelo menos ainda não. Lembrou-se com um sorriso de deboche no rosto, afinal havia começado a chamar a atenção das garotas em seu quinto e sexto ano, quando desenvolvera mais seus “atributos” por assim dizer, antes disso nenhuma garota havia tentado nada com ele.


 


Com a exceção de Gina Weasley.


 


A ruiva gostara dele desde a primeira vez que o havia visto e naquele momento ela nem mesmo soubera quem ele era na realidade, o moreno lembrava-se muito bem do brilho nos olhos castanhos da menina de dez anos quando eles haviam se encarado por meros segundos antes do moreno atravessar a barreira.


 


Um sorriso pequeno e terno curvou os lábios de Harry enquanto flashes de todas as vezes que a ruiva enrubescera e saíra correndo de perto dele passaram pela mente do moreno, Harry sabia que fora um verdadeiro idiota por nunca ter percebido o quanto gostava daquela menina, apenas havia percebido o que realmente sentia quando a perdera.


 


Mas dessa vez ele não permitiria que Gina se separasse dele e não deixaria que ninguém a machucasse, nem que ele precisasse ir contra todo o mundo bruxo.


 


Logo depois que terminou de tomar seu café da manhã o moreno levantou-se da mesa da grifinória e saiu do salão principal indo em direção ao sétimo andar onde se encontrava a sala do professor de feitiços.


======


 


 


Harry foi o primeiro aluno a chegar na sala do Professor de Feitiços e acomodou-se na mesa em que normalmente ele, Rony e Hermione ocupavam, em seguida abriu a mochila e retirou o volume 4 do livro de feitiços e começou a folheá-lo apenas para se lembrar em que matéria eles estavam vendo naquele momento.


 


Acabou encontrando os capítulos que falavam sobre os Feitiços Convocatórios, dando uma olhada por cima Harry lembrou-se de tudo o que sabia a respeito dos feitiços de convocação, o que incluía as diferentes maneiras de se utilizar um deles.


 


O moreno tinha conhecimento de que alguns feitiços convocatórios não eram recomendados em diversas situações e que o mais utilizado era mesmo o feitiço accio, que era exclusivamente um feitiço para convocação de objetos, e havia apenas duas maneiras para se executar aquele feitiço. A primeira era apontando a varinha e dizendo o feitiço, já a segunda não precisava necessariamente haver contato com o objeto, bastava o bruxo gritar o feitiço seguido pelo nome do abjeto que o feiticeiro quiser convocar.


 


Quando os alunos começaram a chegar na sala de aula o moreno nem mesmo se dignou a erguer a cabeça e observar quem estava entrando na sala, apenas olhou de relance quando sentiu que alguém se sentava na mesa em que ele se encontrava deparando-se com Rony e Hermione que já estavam retirando os livros da mochila.


 


Hermione sorriu para ele, mas Rony nem mesmo virou na direção em que o moreno se encontrava, mas Harry estava olhando para a frente da sala, pois percebera que Flitwick estava adentrando a sala naquele momento.


 


- Bom dia classe. – a voz esganiçada do professor de feitiços atraiu a atenção de todos os estudantes para ele. – Espero que vocês tenham estudado os três capítulos que eu pedi para vocês lerem como lição de casa...


 


A aula de feitiços foi muito boa na visão de Harry, o professor pedira para que todos os alunos se postassem na frente da classe e tentasse atrair um determinado objeto até eles, cada aluno estava de frente para um objeto diferente, Harry ficou com um livro de feitiços, Hermione acabou tendo de convocar um sapato, já Rony tinha de convocar uma taça.


 


Antes daquela aula apenas Hermione havia conseguido convocar o objeto, mas daquela vez Harry também conseguiu convocar o livro na primeira tentativa, o que rendeu alguns pontos para a grifinória e um olhar de admiração por parte da amiga.


 


Quando eles finalmente saíram da sala de feitiços alguns alunos haviam recebido dever de casa suplementar, entre eles estavam Rony e Neville. Pela primeira vez eles andaram em grupo enquanto se encaminhavam para as masmorras onde teriam aula de poções, o moreno ficou um pouco para a direita de Hermione.


 


- Não é tão difícil quanto parece ser. – Hermione falou tentando tranqüilizar Neville e Rony logo depois que saíram da sala de Flitwick, os dois garotos resmungaram alguma coisa inaudível, afinal ela e Harry haviam feito os objetos dispararem da sala em direção a eles durante toda a aula. – Vocês simplesmente não se concentraram como deveriam...


 


- E o que isso quer dizer? – perguntou Rony de maneira sombria, naquele momento Cedrico Diggory passou por eles e ele encontrava-se cercado por um grupo de garotas sorridentes, as mesmas garotas olharam para Harry como se ele fosse alguém extremamente repugnante, os olhares de desdém estampados no rosto delas.


 


Em qualquer outro momento aqueles olhares o teriam incomodado, mas dessa vez ele apenas devolveu um sorriso de escárnio que deixou as garotas confusas, o moreno reconheceu duas delas, pois havia tido um relacionamento breve com elas quando elas eram adultas.


 


- Vocês não devem apenas dizer o feitiço, entendem. – falava Hermione com o seu usual tom professoral enquanto observava Harry com o canto dos olhos. – Precisam se concentrar no objeto que vocês querem convocar antes de conjurar o feitiço, se não se concentrarem dessa maneira nunca vão conseguir realizá-lo mesmo.


 


- Vamos deixar isso para lá. – disse Rony em tom exasperado. – Nós temos dois tempos de poções a nossa espera depois do almoço.


 


Almoçaram como de costume, com a maioria do colégio ignorando o moreno da grifinória, que almoçou na mesa dos leões com Gina e Luna ao seu lado. Os três conversaram sobre banalidades evitando qualquer comentário sobre os treinamentos, aquele fora um pedido que o moreno fizera aos amigos, afinal quanto menos eles comentassem sobre o que estavam fazendo, menor era a possibilidade de alguém acabar ouvindo por acidente.


 


Depois que o almoço terminou o moreno seguiu sozinho para as masmorras já imaginando o que o estava esperando.


 


As aulas de poções sempre foram terríveis para o moreno, mas naquele ano as coisas haviam chegado em um ponto crítico e Harry sabia que agora que ele era um dos campeões do torneio aquela animosidade iria apenas aumentar.


 


Não era nem um pouco agradável ficar trancado naquelas masmorras durante uma hora e meia tendo Severus Snape e os alunos da sonserina, todos eles decididos a atormentar Harry o máximo possível por ele ter se atrevido a se tornar um campeão do torneio tribruxo, o moreno lembrava-se que aquela época as coisas eram bem desagradáveis.


 


Aquela seria a primeira aula de poções que o moreno enfrentaria desde que havia “retornado” para aquela época, algo que ele aguardava ansiosamente. Durante a última aula de poções que fora na sexta feira anterior, o moreno sabia que tivera de aturar sua amiga Hermione entoando entre dentes para ele não ligar para as provocações.


 


Harry sabia que todos teriam uma enorme surpresa quando começassem a ver do que era capaz, pois mesmo querendo passar despercebido perante os olhos de todos, o moreno queria descontar um pouco de toda a humilhação que já havia sofrido nas mãos dos sonserinos e nas mãos de seu querido professor de poções.


 


Quando Harry chegou no corredor que dava acesso a porta da masmorra de Snape encontrou todos os alunos da sonserina parados e esperando, cada um deles portando um distintivo chamativo na altura do peito direito.


 


Lembrou-se da vez que pensara que os sonserinos haviam adquirido distintivos do F.A.L.E. e quase sorriu em escárnio com a lembrança, todos os distintivos traziam a mesma mensagem com letras chamativas em vermelhas luminosas, que estavam brilhando fortemente naquele corredor subterrâneo e mal iluminado.


 


A mensagem era clara e tinha o objetivo de ofender o moreno, mas daquela vez não fez nada em relação a Harry.


 


- “Apóie Cedrico Diggory, o verdadeiro campeão de Hogwarts.” – leu Harry em voz alta chamando a atenção de todos os sonserinos que encontravam-se no corredor das masmorras, o moreno percebeu a chegada dos grifinórios pelo cantos dos olhos, mas não se preocupou em olhar para eles, pois sabia que Rony e Hermione estavam ali.


 


- Gostou Potter? – perguntou Malfoy em tom arrogante e em voz alta quando Harry se aproximou dos sonserinos. – Isso não é tudo que eles fazem, olha só isso!


 


Malfoy apertou o distintivo contra o próprio peito fazendo com que a mensagem desaparecesse e sendo substituída por uma outra muito mais ofensiva que emitia um brilho esverdeado no corredor escuro e sombrio.


 


- “Potter fede.” – leu Harry em tom de voz impassível e neutro enquanto observava os alunos da sonserina rolando de tanto rir, logo em seguida todos os alunos da casa da serpente apertaram os distintivos até que a mensagem em verde brilhante estivesse rodeando o moreno por todos os lados, antigamente o moreno teria ficado envergonhado, mas agora ele apenas continuou encarando o loiro da sonserina. – Feitiço legal esse Malfoy, mas me diga quem foi que conseguiu executá-lo? Certamente não foi você, porque você é um lixo como bruxo...


 


- Repete, Potter. – grunhiu Draco Malfoy em tom ameaçador e frio olhando para o moreno que apenas riu com indiferença enquanto os outros sonserinos continuavam rindo por causa dos distintivos coloridos.


 


- Ah, muito engraçado... – a voz de Hermione despertou Harry da fria indiferença com a qual ele estava enfrentando o sonserino, a voz da amiga do moreno estava repleta de sarcasmo e Harry percebeu que ela estava se dirigindo para as meninas da sonserina.


 


Harry observou pelo canto dos olhos que os grifinórios haviam se recostado contra a parede e estavam apenas observando o desenrolar das coisas, o que incluía Rony que estava ao lado de Dino Thomas e de Simas que riam discretamente.


 


- Quer um também, Granger? – Malfoy perguntou de maneira arrogante pegando um distintivo de dentro do bolso e o oferecendo para a garota. – Tenho um monte deles mesmo, mas não toque na minha agora, porque eu acabei de lavá-la e não quero que uma maldita sangue-ruim nojenta como você me suje.


 


- Acho que você já se esqueceu do soco que levou ano passado, Malfoy. – Harry disse em tom debochado olhando para o sonserino com desprezo, mas nesse momento o moreno percebeu um movimento rápido ao seu lado e quando viu Rony tinha a varinha apontada diretamente contra o rosto de Malfoy.


 


- Rony. – gritou Hermione se adiantando e segurando o braço do ruivo tentando fazer com que ele abaixasse a varinha.


 


- Vamos Weasley, usa sua varinha se você tiver coragem. – Malfoy provocou em voz baixa enquanto sacava a própria varinha, os estudantes que encontravam-se por perto afastaram-se para os cantos do corredor. – O professor Moody não está aqui para proteger você e o Potter, Weasley. Vamos, use se tiver peito...


 


Harry estudava os acontecimentos com absoluta frieza, sabia que boa coisa não sairia se ele permitisse que os dois se atacassem, ele já até mesmo conseguia sentir a aproximação do professor de poções e sabia que eles acabariam recebendo detenções.


 


- Densaugeo! – gritou Malfoy lançando um feixe de luz azulada que disparou rapidamente da varinha do mesmo.


 


- Rictusempra! – a voz de Rony soara alta demais e no momento seguinte um feixe avermelhado disparava da varinha do ruivo.


 


- Desvaneça. – murmurou Harry apontando discretamente sua varinha para os dois feixes de luz que desapareceram do nada poucos centímetros antes deles se acertarem, ninguém percebeu o movimento de varinha do moreno.


 


- O que...? – gaguejou Malfoy olhando chocado para o local onde os feitiços haviam simplesmente desaparecido.


 


Não era apenas o sonserino que encontrava-se atordoado com o estranho acontecimento, todos os alunos olhavam surpresos para o que havia acontecido, alguns olhavam desconfiados para todos os lados tentando encontrar algum professor, pois certamente havia sido um adulto que desfizera a magia dos dois alunos, Rony e Malfoy estavam para voltar a se atacarem quando uma figura fria e letal foi sentida por todos.


 


- O que está acontecendo aqui? – a voz letal e fria de Snape cortou o corredor causando pânico nos alunos da grifinória.


 


Os alunos da sonserina adiantaram-se todos querendo explicar para o diretor da casa deles o que havia acontecido, mas Snape ignorou o grupo de alunos e apontou um dedo longo e meio amarelado na direção de Malfoy dizendo.


 


- Explique o que está acontecendo aqui, Draco. – a voz de Snape era pausada e fria deixando claro que não queria nenhuma interrupção, o silêncio instalou-se no corredor enquanto os estudantes olhavam para o loiro que adotava uma postura arrogante.


 


- O Weasley me atacou, professor... – começou a explicar Draco em tom arrogante e convencido enquanto apontava para o ruivo que ainda estava com a varinha na mão e olhava para o professor com uma expressão aterrorizada.


 


- Nós dois nos atacamos ao mesmo tempo! – Rony disse em voz baixa arrumando coragem não sabia de onde.


 


- E então os feitiços sumiram antes de se colidirem... – explicava Malfoy olhando para o professor e adotando uma expressão levemente confusa no final.


 


- Sumiram, não é mesmo? – perguntou Snape arqueando uma sobrancelha e em seguida passando os olhos por cada um dos alunos no corredor, mas por fim resolvendo que não havia nenhum daqueles alunos que pudesse executar um feitiço de anulação mágica, o que deixava claro que provavelmente algum outro aluno havia tentado evitar a briga. – Vocês tem sorte de não ter acontecido nenhum dano, caso contrário os dois receberiam detenções e teriam muitos pontos descontados de suas casas, pois vocês sabem que duelar nos corredores é proibido.


 


Harry ria silenciosamente escorado no canto de uma parede ao lado esquerdo, o professor de poções até mesmo o olhara com desconfiança, mas como o moreno estava parado e aparentemente não havia participado de nenhum dos acontecimentos o professor não poderia fazer nada contra o moreno da grifinória.


 


- Entrem. – Snape sibilou friamente olhando para os estudantes que apressaram-se a adentrar a masmorra, o professor estava fervendo silenciosamente de raiva por não ter podido descontar pontos do grifinório, pois caso o fizesse teria que aplicar a mesma punição para Draco Malfoy, o que além do garoto ser seu afilhado também havia o fato de que eles perderiam pontos para a casa da sonserina, o professor fechou a porta quando o ultimo dos alunos adentrou a sala. – Espero que pelo menos vocês tenham estudado...


 


Harry dirigiu-se silenciosamente para o fundo das masmorras logo atrás de Rony e Hermione, os três sentaram-se em uma mesa aos fundos com a garota sentada desconfortavelmente entre os dois garotos que não estavam se falando.


 


Enquanto se acomodava e retirava o livro de poções de dentro de sua mochila o moreno observou o momento em que sentado em uma carteira da frente Malfoy deu as costas para Snape e apertou o distintivo contra o peito enquanto ria sarcasticamente fazendo com que a mensagem nada amigável relampejasse pela sala.


 


Harry ignorou propositalmente o sonserino colocando uma mascara de pura indiferença no rosto, enquanto voltava os olhos para o professor de poções. O moreno pensava em todas as vezes em que estivera sentado naquela mesma carteira tendo aulas com o seboso e não entendia como uma vez pudera sentir algum receio contra ele, porque naquele momento tudo o que Harry sentia por Snape além de ódio e raiva era muita pena.


 


- Hoje veremos antídotos! – a voz de Snape ecoou fria e desagradável pela sala da masmorra enquanto ele direcionava seu olhar por toda a turma, os olhos negros e frios do professor brilhavam de maneira desagradável. – Nas aulas anteriores vocês já tiveram tempo suficiente para pesquisar suas formulas, agora quero que as preparem cuidadosamente e depois vamos escolher uma cobaia em quem iremos experimentar...


 


Quando disse isso Snape olhou diretamente para os olhos de Harry encarando-o com intensidade e o moreno sabia que o professor estava mais do que decidido a utilizá-lo como cobaia de testes, Harry sabia apenas pelo olhar provocativo de Snape que o professor iria tentar envenená-lo de alguma maneira e mesmo que soubesse que o professor não o mataria, havia venenos que agiam lenta e dolorosamente.


 


Porém antes que até mesmo Snape pudesse continuar a sua aula uma batida forte e seca soou na porta da sala de poções, a porta abriu-se em seguida revelando a figura pequena de Colin Creevey que adentrou a sala da maneira mais discreta possível, os olhos do garoto se encontraram com os do moreno, Colin sorriu para o moreno enquanto se dirigia até a escrivaninha do professor onde Snape estava sentado.


 


Nesse momento Harry estava sorrindo internamente, afinal como ele poderia ter esquecido daquele detalhe? Era apenas uma pena que ele não pudesse demonstrar para o professor de poções do que ele era capaz daquela vez.


 


- O que foi Senhor Creevey? – perguntou Snape em tom ríspido olhando para o terceiranista com o semblante fechado.


 


- Me desculpe Professor Snape, mas me mandaram levar Harry Potter até lá em cima. – respondeu Colin tremendo levemente.


 


Do alto de seu nariz adunco e de gancho, Snape baixou os olhos para olhar diretamente para os olhos do grifinório, que perdeu o sorriso que encontrava-se estampado no rosto impaciente e apressado do garoto.


 


- Potter tem uma aula de poções para completar. – disse Snape em tom frio e irônico. – Ele irá subir quando nossa aula terminar.


 


- Mas professor, o Sr. Bagman é quem está chamando. – Colin falou em tom nervoso, ele havia corado como uma beterraba após a cortada que Snape havia lhe dado. – Disseram que todos os campeões tem que ir, parece que vão tirar fotos...


 


- Que seja. – resmungou Snape em tom impaciente agora voltando os olhos para o moreno. – Potter, deixe seu material aqui na sala, pois quero que volte aqui depois das fotos para poder testar o seu antídoto...


 


Harry arqueou a sobrancelha e olhou discretamente para Rony que naquele momento olhava para o teto como se ele fosse muito interessante.


 


- Por favor, Professor Snape, ele precisa levar todo o material. – Colin disse com a voz levemente esganiçada. – Todos os campeões...


 


- Está bem! – disse Snape olhando para o garoto com tanta frieza que ele tremia visivelmente. – Potter, apanhe sua mochila e desapareça de minha frente.


 


O moreno guardou o livro que havia retirado da mochila e em seguida a atirou por cima do ombro, em seguida se levantou da cadeira e encaminhou-se para a porta da sala, no momento em que passou por um grupo de garotas da sonserina que haviam feito o distintivo brilhar com a mensagem desagradável, Harry apenas virou-se para as sonserinas e mandou um beijo no ar para elas enquanto saia pela porta da sala de poções.


 


- Isso é fantástico, não é mesmo Harry? – perguntou Colin começando a falar no instante em que o moreno fechou a porta da masmorra depois que ele passara pela mesma. – Quero dizer, é o máximo ser campeão, não é?


 


- Sim, realmente fantástico. – comentou Harry em tom baixo olhando divertido para o garoto ao seu lado, houvera uma época em que achara Colin um verdadeiro intrometido e alguém muito inconveniente, mas pelo menos o garoto era bastante sincero. – Você sabe para que eles querem fotos, Colin?


 


- Acho que é para o Profeta Diário! – respondeu Colin animadamente enquanto viravam em um corredor.


 


- Isso é interessante! – comentou Harry friamente olhando para o nada. – Exatamente o que eu mais quero agora. Publicidade.


 


- Boa sorte, Harry! – desejou Colin quando chegaram em uma sala no primeiro andar, o moreno aproximou-se da porta e bateu duas vezes entrando logo em seguida.


 


Como Harry bem lembrava, aquela sala era relativamente pequena comparada aos aposentos de Hogwarts, a maior parte das carteiras haviam sido afastadas para o fundo do aposento deixando um amplo e largo espaço no meio do local, embora três carteiras tenham sido enfileiradas lado a lado diante do quadro-negro e haviam sido cobertas com uma toalha de veludo. Cinco cadeiras tinham sido arrumadas atrás das mesas cobertas de veludo e Ludo Bagman estava sentado em uma delas conversando com uma bruxa que o moreno nunca havia visto antes em sua vida e que usava vestes carmim, pelo menos nunca a tinha visto antes de ter participado do torneio tribruxo em que Cedrico havia morrido.


 


A um canto da sala encontrava-se Vitor Krum em pé e de braços cruzados, ele estava pensativo como de costume e não falava com ninguém. Cedrico Digorry e Fleur Delacour estavam bastante entretidos em uma conversa, a garota parecia muito mais feliz do que se mostrara até aquele momento e Harry sabia que ela estava tentando encantar Cedrico com seus poderes de veela, isso era obvio apenas pela maneira como ela não parava de jogar a cabeça para trás de modo que os cabelos longos e prateados refletissem a luz.


 


O fotógrafo do Profeta Diário era um homem barrigudo e de quem o moreno nunca descobrira o nome, ele estava segurando uma maquina fotográfica grande que soltava uma leve fumaça de vez em quando e Harry percebeu o olhar de lascívia que ele estava lançando em direção a Fleur de segundo em segundo.


 


Quando viu Harry, Ludo Bagman simplesmente levantou-se depressa de onde estivera sentado e encaminhou-se ao encontro do garoto.


 


- Ah, aqui está você. O campeão número quatro. Entre Harry, entre... Não precisa se preocupar com nada, hoje é apenas a cerimônia de pesagem das varinhas, os outros juízes já estão chegando. – disse Bagman sorrindo para o moreno.


 


- Pesagem de varinhas? – perguntou Harry simulando um tom de voz levemente nervoso enquanto olhava para Bagman.


 


- Sim, precisamos verificar se as varinhas dos campeões estão em perfeitas condições de funcionamento, se elas não possuem nenhum problema, entende? – Bagman explicou alargando o sorriso ao olhar para o moreno. – As varinhas são os instrumentos mais importantes nas tarefas que vocês terão pela frente. O perito está lá em cima com Dumbledore nesse momento. E depois vai haver uma pequena sessão de fotos. Ah, e está é Rita Skeeter... – acrescentou Bagman apontando para a bruxa de vestes carmim que o moreno fingira não reconhecer no momento em que entrara naquela sala e a vira. – Ela é responsável pela cobertura do Torneio Tribruxo para o Profeta Diário, irá escrever algumas pequenas reportagens sobre os campeões...


 


- Talvez não sejam tão pequenas assim, Ludo. – disse Rita Skeeter encarando o moreno diretamente nos olhos.


 


Os cabelos de Rita estavam arrumados em cachos muito engomados e caprichosos, eles estavam curiosamente rígidos e contrastavam de maneira bastante estranha com o rosto de queixo volumoso da repórter. Ela estava usando seus habituais óculos de aros de pedrinhas, seus dedos grossos estavam segurando uma bolsa de couro de crocodilo, as unhas da mão dela possuíam cerca de cinco centímetros de comprimento e estavam pintadas de escarlate.


 


- Eu gostaria de dar uma pequena palavrinha com Harry antes de nós começarmos. – disse Rita olhando fixamente para Harry embora tenha se dirigido a Ludo Bagman. – O campeão mais novo, entende. Apenas para dar um toque pitoresco.


 


- Mas é claro. – exclamou Ludo Bagman animadamente antes de se voltar para o moreno. – Isto é, se Harry não fizer nenhuma objeção claro.


 


- Hum... – resmungou Harry de maneira indiferente, sabia muito bem o que Skeeter queria com ele, mas ela estava para ter uma bela surpresa.


 


- Ótimo. – exclamou Rita Skeeter e em menos de um segundo os dedos com garras avermelhadas seguraram com surpreendente firmeza o braço do moreno enquanto o conduzia para fora da sala e entrava em uma porta próxima. – Não vamos querer ficar lá dentro com todo aquele barulho, não é mesmo? Vejamos... Sim, aqui é bastante bom e aconchegante.


 


Harry quis gargalhar naquele momento quando entraram dentro de um armário de vassouras, mas conteve-se e adotou uma expressão de fria indiferença no rosto enquanto olhava para a bruxa esperando que ela começasse.


 


- Vamos querido, assim está bom. – repetiu Skeeter novamente enquanto sentava-se desajeitadamente em cima de um balde virado de boca para baixo e em seguida fez Harry se sentar em uma caixa de papelão velha, a repórter fechou a porta em seguida mergulhando aquele pequeno aposento na escuridão. Bom, vejamos agora... – murmurou Skeeter enquanto abria a bolsa de crocodilo e retirava um punhado de velas que acendeu logo depois com um aceno de varinha, logo depois Skeeter as colocou suspensas no ar, de modo que iluminassem precariamente o que ela estava fazendo. – Você não se importaria se eu utilizasse uma pena de repetição rápida, não é querido? Assim eu posso ficar livre para conversar com você normalmente.


 


Harry não respondeu e apenas ficou olhando a bruxa sorrindo e mostrando seus três dentes de ouro, logo depois ela colocou a mão direita dentro da bolsa e retirou uma pena comprida em tom verde ácido e também um rolo de pergaminho que ela abriu em dois em cima de uma das caixas de Removedor Mágico Multioso da Sra. Skower.


 


Skeeter levou a ponta da pena verde até a boca e em seguida chupou-a por alguns instantes com uma cara de quem estava realmente gostando daquilo e logo em seguida colocou a pena em pé sobre o pergaminho onde a pena ficou equilibrada tremendo ligeiramente.


 


- Vamos fazer um pequeno teste. – disse Skeeter em tom calmo e excitado. – Meu nome é Rita Skeeter, repórter do Profeta Diário.


 


Harry olhou para a pena que havia começado a escrever e sorriu internamente ao ver as palavras que a pena de repetição rápida havia começado a escrever no momento em que Rita começara a falar, a pena deslizava velozmente pelo pergaminho e o moreno inclinou-se levemente para poder ler com mais atenção o que estava sendo inscrito.


 


A atraente repórter Rita Skeeter, cuja pena já esvaziou o ego de muitas celebridades e acabou com muitas reputações infladas...


 


- Ótimo. – disse Rita Skeeter olhando satisfeita para a pena, em seguida ela rasgou a parte que havia acabado de ser escrita no pergaminho, amassou-a e jogou dentro de sua bolsa de couro, então inclinou-se sobre o moreno perguntando. – Então Harry, diga-me o que o fez se inscrever e entrar para o Torneio Tribruxo?


 


Harry continuou em completo silêncio e novamente viu a pena de repetição rápida deslizar sobre o pergaminho, enquanto olhava para os movimentos da pena pode distinguir claramente uma frase que ele se lembrava muito bem.


 


Uma feia cicatriz, que é lembrança de um passado extremamente trágico, desfigura o rosto, de outra forma encantador, de Harry Potter, cujos olhos verdes intensos...


 


- Não dê atenção para a pena, Harry. – disse Skeeter com a voz firme e decidida fazendo com que o moreno voltasse os olhos para a bruxa. – Agora, diga-me por que você decidiu entrar para o Torneio Tribruxo?


 


- Não me inscrevi. – respondeu Harry friamente olhando com desprezo para a repórter que apenas arqueou uma das sobrancelhas fortemente delineadas.


 


- Ora Harry, não precisa ter medo de entrar em alguma fria. Todos nós sabemos que você não deveria ter se inscrito no torneio, mas não precisa se preocupar com isso. – Rita falava ironicamente enquanto sorria para o moreno. – Os nossos leitores adoram todos os tipos de rebeldias. Principalmente as de adolescentes problemáticos.


 


Em resposta as indagações que a repórter estava fazendo o moreno apenas arqueou a sobrancelha esquerda e curvou os lábios em um sorriso de escárnio sabendo muito bem que o que ele respondesse não serviria de nada.


 


- Como é que você se sente em relação as tarefas do torneio que o estão aguardando? – perguntou Rita mudando de assunto ao perceber que o moreno não estava querendo cooperar. – Está nervoso? Excitado?


 


Novamente houve apenas silêncio da parte do moreno que continuava olhando com frieza para a repórter que ainda não havia se deixado intimidar.


 


- Houve muito campeões que morreram em torneios passados, não é mesmo? – perguntou Rita Skeeter com eficiência. – Você já chegou a pensar nisso?


 


- Não. – respondeu Harry com frieza e dessa vez revirando os olhos de maneira entediada, o moreno conhecia muito bem o estilo daquela repórter.


 


- Naturalmente você já viu a morte cara a cara, não é mesmo? – perguntou Skeeter observando o moreno a sua frente de maneira atenta, ela estava começando a se sentir incomodada com aquela expressão indiferente e fria, era como se estivesse fazendo perguntas a um bloco de gelo. – Como isso o afetou?


 


- Não afetou. – disse Harry deixando uma pequena risada fria escapar por seus lábios fazendo com que os pelos da nuca da repórter ficassem arrepiados.


 


- Você acha que o trauma do seu passado o deixou desejoso de se colocar constantemente a prova? – perguntou Skeeter ignorando o arrepio gelado que sentira. – Está tentando fazer jus ao nome que tem? Você acha que talvez tenha se sentido tentado a se inscrever no Torneio Tribruxo por causa do que aconteceu...


 


- Não me inscrevi. – disse Harry em tom baixo e frio não se importando com o que a pena de repetição rápida estava escrevendo.


 


- Você tem alguma lembrança de seus pais, Potter? – perguntou Skeeter ignorando a resposta anterior do moreno. – Como você acha que seus pais iriam se sentir se soubessem que você vai competir no Torneio Tribruxo? Estariam orgulhosos do filho que tiveram? Preocupados com sua segurança? Ou zangados com o que você fez?


 


Naquele momento o moreno estreitou levemente os olhos, falar mal sobre seus pais era pedir para receber uma retaliação da parte dele. Percebeu que Skeeter o estava observando muito atentamente e então abaixou os olhos para o pergaminho e o leu.


 


As lágrimas marejaram aqueles olhos espantosamente verdes quando a nossa conversa voltou-se para o lado pessoal e para os pais de quem ele mal se lembra, a tristeza evidente no olhar do jovem bruxo deixou-me extremamente comovida...


 


Harry ergueu os olhos do que estava sendo escrito e quando Rita Skeeter observou aqueles olhos verdes escurecidos tremeu levemente, o moreno inclinou-se levemente e segurou a pena de repetição rápida que continuava deslizando pelo pergaminho e em seguida sussurrou.


 


- Se publicar isso eu vou considerar você como minha inimiga. – o tom de voz do moreno era baixo e frio, contendo sutis fios de ameaça que fez com que Skeeter estremecesse. – Se publicar esse lixo, juro que vou descobrir os segredos que você possa esconder, pois todos possuem segredos que escondem das pessoas, eu prometo para você que se publicar essa porcaria eu descobrirei um podre sobre você e vou destruir sua vida...


 


- Está me ameaçando Potter? – perguntou Skeeter interrompendo as palavras do moreno que apenas riu friamente.


 


- Entenda como quiser. – disse Harry com indiferença e encarando a repórter com os olhos tão frios que poderiam congelar a alma de um dementador, em seguida o moreno sentiu a aproximação de alguém extremamente poderoso e recostou-se novamente na parede, loco depois seus olhos não estavam mais frios e sim impacientes e irritados.


 


Antes que Rita Skeeter pudesse dizer qualquer outra palavra a porta do armário de vassouras simplesmente se escancarou, o moreno precisou piscar levemente para poder se acostumar com a claridade que iluminou o aposento.


 


A figura imponente de Alvo Dumbledore estava parado na porta do armário encarando os dois apertados dentro daquele armário de vassouras.


 


- Dumbledore! - exclamou Skeeter parecendo completamente encanta e esquecida da ameaça que o moreno acabara de fazer a ela, o moreno reparou como a repórter foi rápida em esconder o pergaminho e a pena de repetição rápida dentro de sua bolsa de couro de crocodilo, em seguida a repórter ergueu-se e estendeu uma das mãos grandes e masculinas ao diretor que a aceitou um pouco contrariado. – Espero que você tenha visto o meu artigo durante o verão sobre a conferencia da Confederação Internacional dos Bruxos...


 


- Achei-o encantadoramente maldoso, minha cara Rita. – disse Dumbledore com os olhos cintilando levemente. – Gostei principalmente da parte em que você faz uma descrição de mim como um debilóide ultrapassado.


 


O moreno reparou a maneira como os olhos da repórter haviam se aguçado rapidamente enquanto ela não parecia nem mesmo embaraçada.


 


- Eu apenas estava tentando mostrar para os meus leitores que algumas de suas idéias são um pouco antiquadas Dumbledore, sem contar que muitos bruxos nas ruas... – Skeeter havia começado a falar, mas foi interrompida pelo diretor.


 


- Eu ficaria encantado de ouvir o raciocínio que você utilizou para fundamentar a grosseria, Rita. – disse Dumbledore com uma reverencia cortes e um sorriso calmo. – Mas receio que teremos que discutir esse assunto mais tarde, pois a pesagem de varinhas já vai começar e não pode ser realizada sem um dos campeões.


 


Dumbledore sorriu para a repórter indicando a entrada da sala em que a pesagem das varinhas aconteceria, o diretor adentrou a sala primeiro e foi seguido pelo moreno de olhos verdes que enquanto adentrava o aposento olhou diretamente nos olhos da repórter que subitamente lembrou-se da ameaça que o garoto havia feito.


 


Fleur, Cedrico e Krum já encontravam-se sentados nas cadeiras próximas a porta, então o moreno sentou-se calmamente ao lado do outro campeão de Hogwarts, Harry olhou para a mesa de veludo onde agora estavam sentados quatro dos cinco juizes do torneio.


 


Primeiro o Professor Igor Karkaroff, em seguida Madame Máxime, logo depois Bartolomeu Crouch sendo seguido por Ludo Bagman. O moreno viu Rita Skeeter se acomodando a um canto da sala e olhando com certo receio em sua direção o que o fez sorrir mentalmente, mas em seguida a repórter retirou novamente o pergaminho e a pena de repetição rápida.


 


- Eu gostaria de lhes apresentar o Sr. Olivaras. – a voz de Dumbledore fez com que o moreno desvia-se sua atenção da repórter e observar o momento em que o diretor se acomodava em seu lugar na mesa dos juizes enquanto falava dirigindo-se aos quatro campeões. – Ele irá verificar suas varinhas para que elas estejam em boas condições antes do torneio.


 


O moreno olhou para o bruxo velho com grandes olhos azuis que encontrava-se parado discretamente próximo a janela, assim que foi apresentado Olivaras aproximou-se da banca dos juizes onde alguns instrumentos já encontravam-se preparados.


 


- Mademoiselle Delacour, poderia por gentileza vir até aqui primeiro, por favor? – pediu o Senhor Olivaras colocando-se atrás da mesa no centro da sala. Fleur fez exatamente o que o bruxo disse e em seguida entregou-lhe a varinha. – Hum...


 


O Senhor Olivaras girou a varinha de Fleur entre seus dedos longos como se ela fosse uma espécie de bastão fazendo com que a varinha emitisse algumas faíscas rosas e douradas, logo em seguida o bruxo aproximou a varinha de seus olhos e a examinou atentamente.


 


- Sim... – murmurou Olivaras baixinho. – Vinte e quatro centímetros... Bastante inflexível... Jacarandá. E contem... Minha nossa, é...


 


- Um fio de cabelos de Veela. – completou Fleur com um tom de voz orgulhoso. – Pertenceu a uma de minhas avós.


 


- Sim, confere. – disse o Senhor Olivaras em tom admirado. – Confere, eu nunca utilizei cabelo de Veela, naturalmente. Acredito que elas produzem algumas bastante temperamentais. No entanto, cada objeto com seu dono, se ela lhe serve... – o Senhor Olivaras continuou examinando a varinha em busca de saliência e alguns possíveis arranhões, então murmurou. – Orchideous! – então um ramo de flores saiu da ponta da varinha que o bruxo estava segurando, em seguida o Senhor Oluvaras recolheu as flores e as ofereceu para Fleur enquanto lhe entregava a varinha e murmurava. – Muito bem mesmo, excelente varinha, está em ótimas condições de funcionamento. Por favor, Senhor Diggory, agora o senhor.


 


Enquanto Fleur caminhava novamente para seu lugar, a garota sorriu para Cedrico quando o garoto passou por ela, em seguida a meia veela sentou-se delicadamente em sua cadeira. O moreno observava aquilo com um pequeno sorriso divertido, afinal sabia muito bem que a francesa iria cair de amores por um certo ruivo.


 


- Ah, está é uma das minhas, não é mesmo? – exclamou o Senhor Olivaras com bastante entusiasmo quando Cedrico lhe entregou a varinha. – Sim, lembro-me muito bem dela. Contem um único pelo da cauda de um unicórnio macho particularmente belo. Acho que ele tinha um metro e setenta mais ou menos, quase me deu uma chifrada quando consegui lhe arrancar um fio de sua cauda. Hum... Trinta centímetros, freixo, agradavelmente flexível. Ela encontra-se em excelentes condições. O Senhor cuida dela periodicamente?


 


- Na verdade, eu a lustrei na noite passada. – disse Cedrico sorrindo para o Senhor Olivaras que retribuiu.


 


Naquele momento Harry retirou discretamente sua varinha de dentro do bolso de sua calça e a olhou por um segundo, ela encontrava-se bem diferente do que da ultima vez em que o Senhor Olivaras a pesara e medira.


 


Naquela vez sua varinha estava repleta de marcas de dedos em toda a extensão da mesma, ele até mesmo havia tentado limpar as marcas da varinha e havia provocado uma chuva de faíscas douradas exasperando Fleur.


 


Daquela vez, porém, o moreno havia deixado sua varinha tão limpa e brilhante que poderiam fazer reflexos na luz. Harry olhou novamente para a mesa onde Cedrico observava o Senhor Olivaras disparar uma seqüência de anéis de fumaça prateada pela sala através da varinha que segurava, então declarando-se satisfeito, o bruxo chamou novamente.


 


- Senhor Krum, por favor.


 


Vitor Krum levantou-se e se dirigiu até onde estava o Senhor Olivaras, o búlgaro estava com o corpo bastante curvado e com os ombros redondos firmes e rígidos, em seguida Krum entregou a varinha e ficou em frente ao bruxo completamente parado, com a cara fechada e com as mãos nos bolsos das vestes.


 


- Bem... – disse Olivaras depois de examinar rapidamente a varinha. – Essa é sem dúvida uma criação de Gregorovitch, a não ser que eu esteja completamente enganado. Um excelente fabricante de varinhas, embora o estilo seja um pouco diferente do meu. Contudo... – o bruxo ergueu a varinha até diante de seus olhos e a examinou minuciosamente revirando-a em todas as direções. – Sim... Bétula e corda de coração de dragão? – perguntou Olivaras olhando Krum que apenas confirmou com a cabeça. – Uma varinha um pouco mais grossa do que se vê normalmente... Muito rígida. Vinte e seis centímetros. Avis!


 


A varinha de Vitor Krum produziu um leve estampido como se fosse uma pistola disparando e então um bando de passarinhos pequenos chilreantes saiu voando da ponta da varinha em direção a janela aberta diretamente para o sol desbotado.


 


- Excelente. – exclamou Olivaras devolvendo a varinha para Vitor Krum que voltou-se novamente e se dirigiu até sua cadeira. – Resta agora apenas o Senhor Potter!


 


Harry levantou-se calmamente de sua cadeira e passou por Krum antes de entregar sua varinha para o feitor de varinhas, o rosto do moreno estava levemente curioso enquanto observava como o bruxo movia a varinha, Harry sabia que haviam vários pares de olhares em cima de si e por isso precisava fingir bem.


 


- Ah sim... – disse Olivaras com seus olhos azuis repentinamente brilhando anda mais. – Ah claro que me lembro perfeitamente bem dessa varinha.


 


Harry tinha certeza que o feitor de varinhas se lembraria daquela varinha, afinal seria bastante improvável que ele não se lembrasse da varinha que lhe vendera, até porque aquela varinha era irmã gêmea da varinha de Voldemort, esse simples fato a tornaria inesquecível, mas como Olivaras uma vez havia dito, ele lembrava-se de todas as varinhas que havia vendido, então certamente se lembraria de uma das duas mais importantes que vendera.


 


O moreno nunca havia compartilhado aquela informação com ninguém, nem mesmo com seus amigos, mas sabia que Dumbledore tinha conhecimento sobre esse fato.


 


- Sua varinha encontra-se em perfeitas condições Senhor Potter, deve cuidar muito bem dela... – comentou Olivaras em tom de voz satisfeito enquanto admirava uma de suas obras de arte. O feitor de varinhas permaneceu um tempo bem maior examinando a varinha do moreno que pensou que Olivaras havia se perdido em pensamentos naquele momento. Mas depois de mais um minuto o moreno observou como Olivaras dez uma fonte de vinho tinto jorrar de sua varinha, em seguida o bruxo estendeu sua varinha ao moreno que a pegou e a colocou novamente em seu bolso, anunciando que ela encontrava-se em perfeitas condições de funcionamento.


 


- Muito obrigado a todos vocês. – disse Dumbledore assim que o moreno guardou sua varinha, o diretor havia se levantado da mesa de juízes e se encaminhado para a frente da mesma. – Vocês podem retornar para as suas aulas agora, ou talvez seja mais rápido descerem logo par ao jantar já que elas estão prestes a terminar...


 


- Fotos Dumbledore, fotos. – exclamou Ludo Bagman antes que qualquer um deles pudesse sair para fora da sala, Krum parecia mais aborrecido do que nunca. – Todos os juizes e os campeões juntos. O que você acha disso, hein Rita?


 


- Claro, vamos fazer essas fotos primeiro. – disse a repórter em tom levemente vago enquanto olhava fixamente para Harry. – E depois talvez algumas fotos individuais.


 


A seção de fotos consumiu um bom tempo de todos eles, a diretora de Beauxbatons deixava todos eles na sombra sempre que se levantava e o fotografo não conseguia recuar o bastante para poder enquadrá-la totalmente, o que fazia o moreno rir discretamente. Então Dumbledore sugeriu que a mulher se sentasse e os outros se acomodassem ao redor da bruxa para poderem tirar as fotografias o quanto antes.


 


Igor Karkaroff não parava de torcer e retorcer o cavanhaque com o dedo para lhe acrescentar mais um cacho, o moreno observou a maneira discreta com que Krum movia-se para ficar atrás do grupo e não chamar tanta atenção, o fotografo que estivera secando Fleur desde o momento em que Harry havia entrado naquela sala parecia muito interessado em deixar a francesa na frente, mas Rita Skeeter colocou Harry na frente para lhe dar maior destaque. Em seguida a repórter insistiu para que todos os campeões fizessem fotos separadas, apenas depois que isso aconteceu é que eles foram finalmente liberados.


======


 


 


Assim que saiu da sala em que as varinhas haviam sido pesadas e medidas o moreno dirigiu-se para o salão principal que ainda encontrava-se completamente vazio naquele momento, então Harry sentou-se sozinho na ponta da mesa dos leões.


 


Como sempre a comida apareceu magicamente a sua frente e sem se fazer de rogado Harry se serviu de peito de peru e alguns outros quitutes, o moreno estava realmente com fome naquele momento. Pouco a pouco o salão principal foi enchendo-se de alunos e professores que sentavam-se em suas mesas para poderem jantar.


 


Dessa vez Harry comeu sozinho, pois apesar de terem chegado ao salão principal e de terem cumprimentado o moreno, os outros sentaram-se com seus respectivos amigos, sendo que Gina havia sentado novamente na mesa da corvinal ao lado de Luna, e Hermione estava acomodada ao lado de Rony no centro da mesa dos leões.


 


Assim que terminou de comer o moreno levantou-se da mesa dos leões e dirigiu-se para fora do salão principal sem nem olhar para ninguém, em seguida o moreno encaminhou-se rapidamente para a torre da grifinória o mais rápido que pode fazendo uso de diversas passagens secretas que haviam pelo caminho.


 


Entrou no salão comunal dos leões e subiu rapidamente as escadas e entrou apressadamente em seu dormitório encontrando o que esperava, uma coruja de igreja da escola estava perfeitamente acomodada em cima de seu travesseiro, no momento seguinte Harry já desamarrava a carta da pata da coruja que voou para fora do quarto rapidamente, logo depois o moreno abriu rapidamente o lacre da carta e começou a ler.


 


 


Caro Harry


Não posso dizer tudo o que eu gostaria em uma carta, isso está arriscado demais, a coruja pode ser interceptada, nós precisamos conversar cara a car. Será que você poderia dar um jeito de estar junto a lareira na Torre da Grifinória á uma hora da manhã no dia 22 de novembro?


Sei melhor do que ninguém que você é bastante capaz de se cuidar e, enquanto estiver próximo de Dumbledore e de Moody, acho que ninguém poderá lhe machucar!


Porém, esta parecendo que alguém está tendo bastante sucesso nisso. Inscrever você nesse torneio deve ter sido muito arriscado, principalmente porque foi feito bem debaixo do nariz de Dumbledore.


Você deve ficar vigilante Harry. Continuo querendo saber de tudo o que acontecer de anormal perto de você. Me mande uma resposta sobre o dia 22 de novembro o mais cedo que você puder.


Abraços.


Sirius.


 


 


Harry ficou olhando a carta por mais alguns segundos depois que terminou de ler e foi retirado de sua concentração quando o barulho da porta do dormitório se abrindo chamou sua atenção, o moreno apenas olhou de relance para constatar que se tratava realmente de Rony e olhou novamente para o pergaminho que agora estava amassado em sua mão direita.


 


O moreno sacou sua varinha e jogou a carta amassada no chão e em seguida lançou um feitiço incendiário que queimou o pergaminho em segundos, o moreno não estava observando Rony, mas sabia que o ruivo havia acompanhado o que ele fizera, balançando a cabeça Harry levantou-se e se dirigiu para o banheiro.


 


Sirius não fazia idéia de como ele estava seguro estando perto de Dumbledore e de Moody, um velho manipulador e um comensal da morte disfarçado. Realmente, ele estava bastante seguro com os dois tão perto...


 


 


 


 


Agradecimentos especiais:


 


xXxXxXxX: Ei cara, não se preocupe com o comentário perdido não, uma vez eu também fiz isso cara e fiquei me xingando por uns dez minutos, porque o comentário era na Apollyon e era bem grande... Bom, mais um capitulo dessa fic, espero que goste cara. Abraços.


 


laurenita: que bom que gostou do capitulo anterior, quanto ao treinamento, eu vou mostrar aos poucos, pelo menos nesse inicio, que vai ser mais a parte física e muito pouco de magia, mas em breve a agitação vai começar para os nossos amigos. O Harry do mal é sempre bom de se ver, mas por enquanto ele ainda vai estar mais “light”, por assim dizer e vai agir nas sombras de Dumbledore de Voldemort, mas muitas surpresas ainda aguardam Harry, porque Voldemort não vai ser o pior adversário que ele terá de enfrentar não. Beijos.


 


Guilherme Mota Baoeb: que bom que está gostando da historia cara, sei que demorei um pouquinho para atualizar, mas o capitulo é grande e está ai. Ah, o Harry vai salvar a irmã da Fleur sim, não se preocupe, mas as coisas serão um pouco diferentes, espere pra ver. Abraços.


 


Charles Hinnakin: que bom que gostou do capitulo anterior cara, postei mais um e espero que tenha gostado também. Abraços.


 


 


Próximas atualizações (05/10): Alterando a História e Harry Potter e a Herança das Sombras.


 


 


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.