Capitulo 1 – Dejà Vu



Capitulo 1 – Dejà Vu


 


 


Harry abriu seus olhos lentamente enquanto se espreguiçava e bocejava, olhou para o lado e viu que eram apenas oito horas da manhã no relógio que se encontrava ao lado da cabeceira de sua cama no dormitório masculino da grifinória, mas seus olhos teimaram em se fechar quando ele pensou em se levantar para ir a Sede Mundial da Magia.


 


Então seus olhos se abriram repentinamente revelando o espanto nos orbes verdes enquanto sentava-se subitamente na cama e olhava ao redor completamente chocado. Lembrou-se do ritual que havia feito, no fim das contas tinha realmente dado certo, ele não havia acreditado que conseguiria executar o ritual e que ele fosse funcionar.


 


Naquele momento o moreno precisou se segurar para não gargalhar com vontade, mas então lembrou-se o dia que havia escolhido para retornar. Aquele era o dia seguinte a escolha dos campeões do torneio tribruxo, e o moreno sabia muito bem o que o esperava quando fosse para o salão principal, mas ele não tinha tempo para perder com as birras infantis do amigo, pois precisava se preocupar com outras coisas, como a começar a treinar imediatamente, pois mesmo com o conhecimento intacto ele não tinha mais o físico avantajado e o poder ao seu lado, aquilo ele iria precisar desenvolver aos poucos e era bom que conseguisse estar pronto dessa vez.


 


Poderia ter retornado para seu primeiro ano e ter tido mais tempo para se preparar para enfrentar o Lorde das Trevas, mas em seus três primeiros anos em Hogwarts ninguém havia se ferido gravemente, mesmo com todos os problemas e aventuras que ele e seus amigos haviam enfrentado, sem contar que se lembrava claramente de uma conversa que tivera com a ruiva em que ela lhe confessara que o episódio na câmara secreta havia feito ela acordar para a realidade, por isso o moreno sabia que Gina precisava daquela experiência.


 


Sem contar que ele poderia se aproximar da garota naquele ano e não apenas em seu sexto ano, afinal ele agora conhecia seus sentimentos profundamente e mesmo sendo um garoto de quatorze anos tinha a experiência e a vida de um homem de quase quarenta anos. Fechando os olhos novamente Harry deixou que as memórias o inundassem, todos os acontecimentos anteriores a aquela manhã passaram rapidamente por sua mente.


 


Em seguida afastou as cortinas que envolviam sua cama e como previsto encontrou a cama de seu amigo completamente vazia e arrumada, como ele sabia o amigo o evitaria a partir daquele momento e Harry não faria esforço algum para se reaproximar do amigo, afinal ele precisava acordar para a vida e deixar de bancar o idiota, coisa que somente acontecera quando estavam caçando as horcruxes e poderiam morrer a qualquer instante.


 


O moreno foi para o banheiro calmamente enquanto o sentimento de alívio e alegria o preenchia completamente, afinal finalmente iria rever parte das pessoas que havia perdido e que se recusara a não ver nunca mais, e mesmo que precisasse se controlar, Harry sabia que já se contentaria vendo que todos eles estavam bem e vivos.


 


Harry fez a higiene matinal e tomou um banho calmo e demorado antes de se vestir casualmente e sair do quarto, descendo as escadas circulares e entrando no salão comunal. Como se lembrava, no momento em que ele apareceu no salão comunal da grifinória os colegas de casa que já haviam tomado o café da manhã explodiram em aplausos.


 


Harry agradeceu com apenas alguns acenos de cabeça antes de sair pela entrada do salão e se dirigir rapidamente ao salão principal, afinal queria sair de perto deles o mais rápido possível, pois odiava quando aquele tipo de demonstração acontecia. Como também se lembrava, sua amiga Hermione estava esperando ele sair da torre da grifinória esperando-o com um guardanapo repleto de torradas, que ela lhe estendeu assim que o viu.


 


- Olá. – exclamou Hermione enquanto Harry pegava as torradas da mão da amiga, a emoção o dominava naquele instante e tudo o que o moreno queria era agarrar Hermione e lhe dar um abraço apertado, mas conseguiu se controlar o suficiente para parecer despreocupado. – Espero que goste. Que tal darmos uma volta?


 


- Por mim tudo bem. – disse Harry em um tom indiferente enquanto mordia a primeira torrada, sentia como se não comesse a semanas.


 


Os dois desceram atravessando rapidamente o saguão de entrada, Hermione nem sequer olhou para o salão principal, mas o moreno olhou e viu de relance as cabeças vermelhas de Rony e Gina, o que o deixou muito feliz. Pouco tempo depois Harry e Hermione já se encontravam caminhando pelos jardins do castelo em direção ao lago negro, onde o navio da delegação de Durmstrang estava ancorado e refletia na água.


 


A manhã estava fria naquele dia, mas os amigos não pararam de andar. Harry lembrava-se nostalgicamente de todas as caminhadas que ele havia feito pelo castelo, as lembranças teimavam em inundar sua mente, mesmo ele fazendo um esforço enorme para poder se concentrar nas coisas mais importantes naquele momento.


 


Hermione perguntou a ele o que havia acontecido depois que fora chamado por Dumbledore, e então deixando a mente vagar o moreno começou a narrar cada detalhe do que acontecera na sala ao lado do salão principal, o que o diretor falara e as reações dos outros diretores, assim como a conversa que havia tido com Cedrico e depois com Rony no quarto, Hermione aceitou a história e acreditou no que o moreno disse.


 


- É claro que eu soube que você não tinha se inscrito. – disse Hermione assim que Harry terminou de narrar os fatos, fazendo um deja vu brilhar na mente de Harry, afinal ela dissera algo muito semelhante aquilo da outra vez. – Puxa, só a cara que você fez assim que Dumbledore chamou seu nome diz tudo. Mas o que a gente precisa se perguntar é quem inscreveu você no torneio? Porque eu concordo com o que o Professor Moody disse, Harry... Nenhum estudante poderia ser capaz de realizar uma magia tão poderosa, afinal é muito complicado enganar um objeto mágico como o Cálice de Fogo, assim como anular o feitiço etário que Dumbledore lançou.


 


- E o Rony? – perguntou Harry mecanicamente, sabendo que precisava repetir algumas das cenas que havia acontecido em sua vida. Mas ele precisou conter a onda de ódio e raiva que o engolfou a menção do Professor de DCAT, afinal ele precisaria se segurar para não acabar com a raça daquele comensal da morte imundo, mas a hora dele chegaria em breve e seria em grande estilo.


 


- Sim. Ele estava tomando café. – a voz hesitante de Hermione trouxe Harry para a realidade do momento e ele a olhou curiosamente lembrando-se do amigo.


 


- Ele ainda acha que eu me inscrevi no torneio. – afirmou Harry com a voz distante e sem nenhuma emoção, o que deixou a garota preocupada.


 


- Eu não creio que ele realmente pense assim Harry. – disse Hermione parecendo sem jeito. – Pelo menos não pra valer.


 


- O que é que você está querendo dizer com esse não pra valer? – perguntou Harry curioso mesmo já sabendo a resposta.


 


- Ah Harry, não está bastante obvio? – perguntou Hermione em um tom de voz meio fora de controle que deixou o moreno surpreso, mesmo já o tendo presenciado outras vezes. – O Rony está com ciúmes de você.


 


- Com ciúmes? – Harry perguntou em tom desacreditado. - Com ciúmes de quê? Será que ele quer fazer papel de babaca na frente da escola inteira?


 


- Sinceramente Harry. – retrucou Hermione irritada com o amigo, na verdade a garota estava era chateada com os dois pela briga idiota e infantil. – Sabe, é sempre você que recebe todas as atenções, você sabe que isso é verdade, mesmo que isso não seja culpa sua. – Hermione se apressou a dizer quando os olhos do moreno demonstraram a indignação que ele sentia com as palavras que ela dissera. – Eu sei que você não quer isso e nem vive atrás dessa fama, mas você sabe... o Rony tem todos os irmãos dele competindo com ele em casa e você é o melhor amigo dele, sem contar que é extremamente famoso, e o Rony sempre é deixado de lado quando as pessoas te vêem em um lugar, ele agüenta essas coisas sem reclamar e nem nada, mas acho que dessa vez as coisas foram demais para ele agüentar e...


 


- Acha que eu gosto de ter esses idiotas olhando para mim como se eu fosse um herói ou coisa parecida? – Harry perguntou com amargura lembrando-se de todos os anos de fama e solidão que tivera depois do final da guerra. – Pois pode dizer para aquele imbecil que eu trocaria todo o meu dinheiro e minha fama com ele, se eu pudesse ter minha família ao meu lado.


 


- Não vou dizer nada a ele. – Hermione retrucou em tom ríspido, escondendo a vergonha pela reação amarga que havia acabado de provocar no amigo. – Diga você mesmo a ele, essa vai ser a única maneira de vocês resolverem isso.


 


- Acha que eu vou perder meu tempo correndo atrás de um idiota como o Rony para tentar fazer ele crescer? – Harry perguntou ironicamente deixando um pouco de sua personalidade escapar sem que ele percebesse, mas Hermione percebeu um vazio imenso nos olhos do amigo, uma dor tão profunda que a chocou. – Sinceramente Hermione, eu não tenho tempo ou paciência para correr atrás de alguém que está emburrado comigo apenas porque não tem dinheiro, pois eu preferia ser pobre e ter uma família como a dele do que a minha vida. Agora eu preciso me preocupar em ficar vivo até o final desse torneio, porque ta na cara que alguém quer me ver morto.


 


- Não diga isso nem brincando. – Hermione falou em tom baixo olhando para o moreno com as sobrancelhas levantadas. – Isso não tem nenhuma graça Harry. Eu estive pensando Harry, você sabe o que precisamos fazer, não é mesmo? Imediatamente, assim que retornarmos ao castelo, sabe o que precisa ser feito?


 


- Claro que sim. – disse Harry com um sorriso perverso formando-se no rosto. – Vamos chutar o traseiro do Rony.


 


- Não Harry. – Hermione falou rindo levemente, mas voltando a ficar séria assim que continuou a falar com o amigo. – Precisa escrever para o Sirius. Você precisa contar para ele tudo o que aconteceu. Ele pediu para que você o mantivesse informado sobre tudo o que estivesse acontecendo em Hogwarts. E como se ele estivesse esperando que algo assim você acontecer com você. Eu até trouxe um pouco de tinta e pergaminho comigo.


 


- Eu não quero que meu padrinho se preocupe a toa Hermione. – disse Harry suspirando, o moreno olhou atentamente por todos os lados para ver se alguém poderia estar escutando o que ele e a amiga estavam conversando, mas quando reparou que não havia ninguém voltou a olhar para Hermione, que parecia ansiosa. – Sirius voltou ao país somente porque minha cicatriz começou a doer, imagine o que ele faria se descobrisse que alguém quer me matar.


 


- Acho que Sirius gostaria que fosse você que contasse a ele Harry. – disse Hermione com a voz determinada. – E, além do mais, ele vai ficar sabendo de qualquer maneira...


 


- Como? – perguntou Harry apenas por perguntar, mesmo já sabendo o que Hermione responderia em seguida.


 


- Olha Harry, isso jamais poderá ser abafado. – Hermione falou em tom severo enquanto olhava para o amigo. – O Torneio Tribruxo é muito famoso e você também é famoso. Provavelmente a essa altura o Profeta Diário já está noticiando o que aconteceu ontem, afinal você aparece em pelo menos metade dos livros que falam sobre Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, além do mais, Sirius iria preferir saber por você do que por terceiros.


 


- Tudo bem Mione. – concordou Harry com suavidade enquanto comia o ultimo pedaço de torrada que a amiga havia levado para ele.


 


Durante os próximos minutos os dois amigos ficaram parados e em silêncio observando o lago negro, enquanto a lula gigante boiava lentamente no centro do lago. Depois de mais alguns minutos, ambos começaram a voltar para o castelo sem trocarem nenhuma palavra.


 


- Vou precisar utilizar uma das corujas da escola, pois Sirius pediu para não mandar mais a Edwiges. – disse Harry subitamente enquanto eles subiam pelas escadarias que levariam até o corujal, que deveria estar vazio naquele dia, afinal era domingo.


 


- Pergunte ao Rony se você não pode pegar emprestada a P... – Hermione foi interrompida pela voz do moreno.


 


- Não vou pedir nada ao Rony. – Harry sibilou em voz baixa e determinada arrancando um suspiro de Hermione.


 


- Então use uma das corujas da escola mesmo. – concordou Hermione, mesmo contra a vontade, pois o que ela queria era bater nos dois amigos.


 


Os dois chegaram ao corujal logo depois, Hermione entregou ao moreno um pedaço de pergaminho junto com uma pena e um tinteiro, logo depois ela começou a percorrer as longas filas de poleiros examinando as corujas uma a uma, elas eram extremamente diferentes. Enquanto a garota procurava uma coruja Harry começava a escrever a carta para o padrinho, ele lembrava-se claramente do que havia escrito na carta anterior, mas dessa vez mudaria um pouco o teor dela, pois sabia que seria melhor escrever sem mencionar seu nome ou o do padrinho.


 


 


Caro Almofadinhas


Você me pediu para o manter informado sobre os acontecimentos da escola, por isso estou lhe escrevendo. Provavelmente você já deve saber através do Profeta Diário, mas esse ano vão realizar um Torneio Tribruxo em Hogwarts. Na noite de ontem, sábado, foi realizado as escolhas dos campeões do torneio através do Cálice de Fogo, por algum acaso eu acabei sendo selecionado para ser um dos campeões.


Só posso dizer que não me inscrevi para esse maldito torneio, alguém colocou meu nome naquele cálice. Os outros campeões são Fleur Delacour, de Beauxbautons, Vitor Krum, de Durmstrang e Cedrico Diggory, da Lufa-lufa de Hogwarts.


As coisas estão meio estranhas aqui, mas cheguei a conclusão de que alguém quer me ver morto, afinal o torneio é conhecido por sua taxa de mortalidade. Rony acha que eu me inscrevi, assim como a maioria dos alunos, mas ele não está falando comigo.


 


 


Harry pausou por um momento enquanto relia o que havia escrito, não parecia a melhor das cartas, mas também não estava tão diferente da outra e não era esperado muito de um aluno do quarto ano. Havia um reboliço emocional acontecendo dentro de Harry e ele teve vontade de desabafar com a pessoa que ele considerara como um pai por algum tempo, mas o moreno sabia que não poderia fazer aquilo, por isso terminou a carta como ele havia terminado a anterior.


 


 


Espero que você esteja bem, e Bicuço também.


Cicatriz.


 


 


- Pronto Hermione. – disse Harry olhando para a amiga enquanto se levantava de onde estivera sentado e sacudia as vestes, nesse momento a coruja branca como a neve do moreno veio voando até seu ombro e estendeu a pata direita.


 


- Sinto muito Edwiges, mas dessa vez não vou poder enviar você. – disse Harry em tom baixo e carinhoso enquanto acariciava as penas de sua coruja que o olhou indignada, mas pelo menos não saiu voando como ele se lembrava. – Sinto muito mesmo, mas o ministério está caçando o Sirius e eles sabem que eu ajudei ele a fugir, por isso sei que eles estão de olho em mim.


 


Edwiges bicou a bochecha do moreno em compreensão antes de voar levemente até onde estivera anteriormente e passar a tomar um pouco de água, Harry suspirou enquanto amarrava a carta na pata de uma coruja das igrejas.


 


Depois de saírem do corujal Harry e Hermione se separaram e cada um foi para um lado do castelo, enquanto o moreno se dirigia para um local afastado nos jardins da escola, a garota se encaminhou até a biblioteca, afinal ela ainda tinha alguns deveres de casa para terminar, o moreno recusou o convite de acompanhá-la, pois ainda precisava pensar.


 


Harry caminhou até um lugar muito bem escondido que ficava próximo ao lago, muito poucos alunos tinham conhecimento sobre aquele local e ele apenas soubera sobre ele em seu sétimo ano na escola, sendo apresentado a ele pelo mapa do maroto, embora nunca antes houvesse reparado naquele pequeno recanto de paz.


 


O moreno se sentou e recostou-se em uma árvore, fechando os olhos assim que encontrou-se acomodado e finalmente Harry deixou que os pensamentos o inundassem como uma tormenta, cenas e mais cenas vieram a mente do moreno que precisou controlar-se para não utilizar oclumência para bloqueá-las, pois sabia que precisava deixar que elas viessem.


 


Mas também sabia exatamente o que precisava fazer, afinal depois que aprendera oclumência e legilimência percebera que Dumbledore e Snape sempre haviam invadido sua mente durante a época em que eles estiveram em Hogwarts e o moreno sabia que eles tentariam fazer aquilo, portanto não queria que nenhum dos dois descobrisse que ele era capaz de bloquear uma invasão mental, por isso utilizaria uma técnica que ele próprio desenvolvera durante sua vida de auror, algo que ele sentira que precisaria.


 


Nos minutos seguintes Harry separou cada uma das lembranças que ele vivera antes daquele dia até aquela manhã utilizando suas lembranças anteriores, em seguida utilizou sua oclumência para barrar todas as outras lembranças, assim como todos os seus pensamentos, deixando que o bloqueio ficasse bem fundo dentro de sua cabeça.


 


Qualquer um que tentasse invadir sua mente veria apenas o que ele permitiria que a pessoa visse, o que garantiria quem ele realmente era e o que estava fazendo ali, bem como o restante de sua vida que ele sabia que deveria permanecer secreta, pelo menos até o momento certo.


 


Como estava enchendo sua mente com proteções extras e indetectável por outra pessoa, o moreno deparou-se com algo que o fez recuar instintivamente, embora tenha sido por apenas um momento. Aquela era uma parte escura dele mesmo que ele sempre evitara e mantivera afastado, mas agora ele estava disposto a rever todos os seus conceitos.


 


Desde pequeno ele sempre soubera que havia algo mais dentro dele, uma parte dentro de si próprio que se alimentava de ódio e que lhe dava uma sensação única de poder, mas o que havia dentro dele era tão sombrio e assustador que ele inconscientemente acabara renegando essa parte dele, escondendo-a no mais profundo de sua mente.


 


Durante toda sua vida, apenas duas vezes ele perdera o controle e sentira um ódio tão grande que libertou temporariamente sua parte mais escura e maligna. A primeira vez foi no escritório do diretor em Hogwarts, no dia em que ele e seus amigos haviam ido até o Departamento de Mistérios e onde Belatriz Lestrange jogara seu padrinho Sirius dentro do véu, naquela ocasião ele destruíra metade do escritório do diretor.


 


A segunda vez fora na noite em que Voldemort o forçara a ver a imagem de Gina sendo violentamente estuprada por vários comensais da morte e depois sendo brutalmente assassinada pelo Lorde, o que dera a sensação de que ele próprio estava matando a ruiva, sabia que aquilo resultara na morte de dezenas de comensais da morte, mas ele ficara tão assustado com a reação que aquilo lhe causara que depois disso bloqueou ainda mais fortemente aqueles sentimentos escuros e sombrios, mesmo com a sede de vingança tomando conta dele.


 


Mas agora ele não estava se importando em ser bonzinho, dessa vez ele usaria tudo o que estivesse ao seu alcance para poder derrotar seus inimigos e para isso precisaria estar completo antes de entrar naquela guerra que aconteceria em breve, precisava unificar seu ser e tornar-se mais poderoso ou acabaria precisando de ajuda na hora das batalhas.


 


O moreno concentrou-se e utilizou todas as suas habilidades mentais para reforçar a proteção em volta de sua mente, porque acontecesse o que fosse ele não poderia perder o controle e correr o risco de atacar alguém naquele momento, em seguida usou sua mente para tocar a parte sombria e fortemente bloqueada nas profundezas de sua mente, o choque do encontro das duas consciências foi forte e o moreno quase se descontrolou e se retraiu, mas manteve-se firme enquanto avançava quebrando proteções que ele próprio criara.


 


Aquela parte de sua mente era tão sombria que ele sentiu um violento arrepio e um pouco de receio se instalou em sua mente, mas ele seguiu em frente e quebrou as ultimas barreiras que separavam as duas partes da mesma mente, o encontro foi brutal e Harry foi fortemente jogado para trás, por sorte ele estava recostado na árvore ou teria caído no chão.


 


Por um momento as diferentes partes da mente do moreno se rebelaram e tentaram se afastar uma da outra, mas Harry forçou o encontro entre ela fazendo com que elas se unissem mesmo contra a vontade unificando-as e aos poucos transformando as duas partes separadas em apenas uma novamente, foi como se um pequeno furacão de energia acontecesse ao redor do garoto que sentiu uma descarga mágica em seu corpo.


 


Uma fina aura negra envolveu o moreno que abriu os olhos assustado com aquela forte reação, afinal ele não esperava que fosse ser tão forte e violenta, o garoto percebeu a fina camada negra que exalava ao redor de seu corpo ficando impressionado, pois apenas magos conseguiam exibir uma aura mágica e ele demorara muito para conseguir fazer com que a sua se formasse e ela era vermelha e não negra como a que o circulava naquele momento.


 


Uma presença forte formou-se dentro da mente do moreno que com o impacto da energia em sua mente foi jogado para o lado e acabou ficando de costas no chão enquanto sentia sua mente mesclando-se e tornando-se apenas uma, algo único e extremamente poderoso, embora ele sentisse que algo muito frio e sombrio envolvesse sua mente, os olhos que antes eram verde esmeraldas tornaram-se vermelhos como o sangue para em seguida escurecerem até tornarem-se tão negros quanto a escuridão, algo que se fosse visto por alguém seria realmente assustador.


 


Depois de quase cinco minutos deitado de costas no chão e tremendo loucamente a aura negra começou a dissipar-se lentamente até finalmente desaparecer por completo, então o moreno finalmente pode retomar o controle do próprio corpo e conseguir respirar normalmente de novo, embora encontrasse alguma dificuldade para fazer isso.


 


Harry moveu-se e ficou de bruços enquanto tentava se erguer levemente até que conseguiu ficar de quatro e aos poucos levantou-se enquanto se apoiava na árvore, ele respirava mais calmamente quando deu dois passos vacilantes para longe da árvore, mas logo depois conseguiu se firmar e permaneceu de pé enquanto analisava o que havia acabado de acontecer.


 


Sentia-se completamente estranho, era como se pela primeira vez em toda sua vida estivesse bem consigo mesmo. Na verdade, ele nunca havia se sentido tão bem ou completo como se encontrava naquele momento, era como se finalmente ele houvesse se encontrado e então o moreno entendeu o porque de sentir aquilo.


 


Ele havia renegado por tanto tempo uma parte de si próprio e por isso nunca pode sentir-se completo, nem mesmo quando estivera junto com Gina e que passara os melhores momentos de sua vida durante seu sexto ano.


 


Harry sentia um poder novo correndo dentro de suas veias e sabia que em pouco tempo ele poderia estar poderoso o bastante para enfrentar Voldemort, desde que ele treinasse e se dedicasse o suficiente, o que ele pretendia começar a fazer o quanto antes.


 


O moreno olhou para suas roupas e percebeu que elas estavam sujas e cheias de grama, o que acontecera enquanto ele estivera deitado de bruços no chão, por isso usou as mãos e retirou o que pode de sua roupa e em seguida passou a caminhar em direção ao castelo, pois fazia algumas horas que ele estava no jardim e precisava almoçar.


 


Enquanto seguia para dentro do castelo o moreno pensou em suas convicções antes de realizar o ritual que enviara suas lembranças até aquele dia.


 


Decidira seguir suas próprias regras, afinal não queria mais ser taxado como um herói, embora soubesse que seria assim que eles provavelmente o chamariam no futuro, mas dessa vez ele não se importaria com nada além de sua vida e a de seus amigos, todo o resto estaria em segundo plano a partir daquele dia.


 


Ele não agiria mais como o heroizinho que Snape sempre o acusara de ser, por que isso nunca lhe trouxera nada de bom, exceto a admiração e a aclamação de um bando de hipócritas que não se importavam nem um pouco com a vida dele. Dessa vez, ele agiria como queria e não estava nem ligando para as conseqüências de suas ações, porque quem estivesse contra ele seria considerado como inimigo e consequentemente seria morto.


 


 


 


 


Agradecimentos especiais:


 


Kaos StoneHange: essa fic promete cara, não tanto no começo porque vai ter muito spoilers, mas garanto que vai valer a pena. Abraços.


 


Enry Almofadinhas Black: Que bom que gostou do prólogo fera, espero que o primeiro capitulo tenha sido bom. No começo as coisas vão ser um pouco paradas, mas vão avançar. Abraços.


 


Claudiomir José Canan: Foi mal cara, eu não abandonei o Gabriel e nem a Cortadora de Almas, só que ultimamente meu tempo foi uma droga e agora que eu estou conseguindo me ajeitar novamente. Desculpe por não avisar da fic nova, mas eu nem mesmo sabia se iria levar ela adiante, mas acho que vou sim. Pode deixar que passei na Apollyon essa semana. Abraços cara.


 


GutoRo7: que bom que gostou cara, acho que esse capitulo explicou o que aconteceu e pra que ano o Harry enviou suas lembranças, acho que ficou um pouco confuso o prólogo, porque a penseira não foi para o passado, porque o Harry havia comprado ela para poder relembrar o passado e então teve a idéia de enviar suas lembranças para seu outro eu. Sinceramente cara, eu tinha pensado nessa possibilidade também, mas ai eu pensei em tudo o que aconteceu com o Harry e achei que ele deveria voltar para o quarto ano e assim evitar a morte de Cedrico e também ele teria mais tempo para agir. Acho que até o final do quinto ano os amigos do Harry estarão completamente preparados para a guerra, espero que entenda fera. Abraços.


 


Rafael Dourado: Ei cara, espero que tenha aprovado esse capitulo. Abraços.


 


Assassino ASS: que bom que você pensa assim sobre minhas fics cara, eu sempre tento escrever o melhor possível. Espero que goste da fic. Abraços.


 


Toddy: sem problema cara, espero que tenha gostado do primeiro capitulo. Abraços.


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.