Marcas



Capitulo IV


Marcas


              


A primeira semana de aulas foi demasiado complicada para Hermione. Nem Harry, nem Ron, nem Gina, nem mesmo Luna, que era a mais desligada do mundo, lhe dirigiram a palavra. Pra melhorar um pouco, todos a olhavam torto, afinal, assumira perante a escola toda que tinha algo com Draco. Seus colegas de casa a consideravam uma traidora por se envolver com um sonserino, principalmente ele sendo Malfoy.


O único além de Draco com quem ela conversava, não muito, mas ainda assim conversava era o português Andrew Lyford. Se não fosse por ele, não teria ninguém que não fosse Draco.


Na noite de segunda-feira da semana seguinte a chegada do restante dos alunos em Hogwarts, Hermione andava cabisbaixa em direção à sala comunal da Grifinória quando ouviu alguém lhe chamar. No mesmo instante reconheceu a voz como sendo de Harry.


- Olha Harry, se for pra me esculachar, pode ir parando onde esta. – ela disse irritada.


- Hermione, não vim pra esculachar você, só quero que me explique o porquê de estar com o Malfoy.


- Não acha um pouco tarde para vir pedir explicações? Afinal, até uma semana atrás, você nem queria saber de me ouvir, só esteve disposto a me virar as costas sem me dar ao menos uma chance de falar. – ela esbravejou.


- Hermione, me desculpe, mas... Não sei o que me deu. Sabe, não foi a coisa mais normal do mundo saber que você está com o Malfoy. Na hora a não pensei em mais nada. Mas agora, vendo todo o carinho com que se tratam gostaria de saber exatamente o que aconteceu que uniu vocês. – ele despejou.


- Ok Harry, mas vamos para a sala comunal primeiro, é uma história longa. – ela baixou a guarda e então os dois caminharam silenciosamente.


- Pronto, agora pode contar. – ele falou assim que passaram pelo retrato da mulher gorda.


- Sente-se – ela recomendou. – Bom, tudo começo... – ela narrou toda a história, desde o começo, omitindo apenas qual seria a missão que Voldemort dera para Draco, afinal, ela não queria prejudicar o loiro.


- Então, foram selecionados para fazerem dupla nas aulas, começaram a se dar bem, um tomando partido dos problemas do outro e então simplesmente resolveram ficar? – Harry resumiu um pouco confuso.


- É mais ou menos isso. Até agora não falamos sobre sentimentos nem nada, mas gostamos da presença um do outro. – ela explicou – Simplesmente encontramos conforto um no outro...


- Bom, não sei se entendi isso muito bem, mas é até que aceitável... Entendo você... – ele disse se levantando e abraçando a amiga.


- É bom ter você de volta Harry! – ela exclamou emocionada.


Ficaram boa parte da noite conversando na sala comunal, até que a castanha se deu conta de que seu horário de monitora se iniciaria dali a dez minutos.


- Harry, tenho que ir. – ele a olhou intrigado – Monitoria – ela explicou rapidamente, se levantando da poltrona onde estava sentada e se dirigindo para fora da sala comunal da Grifinória.


Sua monitoria seria na ala leste do castelo junto com Antônio Goldstein, monitor da Corvinal.


 Encontrou-o no saguão e então partiram para a ala leste do castelo. Durante todo o caminho e a monitoria permaneceram calados como era de costume, já que toda Hogwarts parecia estar indo contra Hermione.


- Granger, eu... Desculpe-me por qualquer coisa que eu tenha feito esses dias – Antônio se pronunciou no caminho de volta, surpreendendo a Grifinória.


- Não há nada pra ser desculpado, você não me fez nada – ela disse simplesmente.


- Posso te fazer uma pergunta? – ele perguntou a ela.


- Pode, qualquer uma. – ela garantiu.           


- Ok, lá vai. Você gosta mesmo do Malfoy? – ele perguntou temendo ser indiscreto.


Ela pensou um pouco sobre aquilo. Não tinha certeza ainda, e era um tanto duro pra ela admitir aquilo, mas tinha criado um sentimento por ele sim, independente do porque de estarem juntos, para ela não era mais apenas uma coisa sem sentimentos nenhum, era algo mais... algo mais... sentimental?! 


- Gosto. – respondeu ela finalmente – gosto como nunca imaginei que gostaria de alguém. – ela completou.


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Draco acabara de monitorar a ala norte do castelo com Ana Abbott, a monitora da Lufa-Lufa.


Como acontecia na maioria das vezes, a monitoria toda foi feita no maior dos silêncios. Estavam chegando perto do saguão do castelo quando Draco ouviu a voz de Goldstein.


- OK, lá vai. Você gosta mesmo do Malfoy?


Fez-se então silencio. Draco parara no lugar. Previra que ele estava falando com Hermione e temia a resposta que ela daria, afinal de contas, ela era muito importante para ele e já não a considerava mais como apenas uma amiga. Agora, muito mais que antes, queria-a para si, somente para si. Não aceitaria perde-la. Não agora que descobrira que ela era o que de mais importante ele tinha na vida.


- Gosto. – percebeu certo nervosismo na voz dela. – Gosto como nunca imaginei que gostaria.


Ao ouvir as palavras ditas pela grifinória, foi tomado por dois distintos sentimentos.


A felicidade foi o primeiro deles, afinal, se afeiçoara muito a ela e saber que o mesmo lhe ocorria era simplesmente perfeito.


Logo em seguida foi tomado pelo medo. Afinal, teria que matar o diretor da escola e ela estava muito ciente disso e o odiaria pelo resto da vida por isso, por mais que ela dissesse  o contrario, ele tinha certeza disso.


Olhou para seu braço esquerdo, onde dali a algum tempo estaria a Marca Negra, a marca do Lorde das Trevas. A marca de Lorde Voldemort.


Sem perceber, uma lagrima escorreu pelo canto de seus olhos. Havia parado. O choque era tamanho que não o deixava se mexer.


- Malfoy, você ta legal? – perguntou Ana que percebera o estado de tristeza repentina que se apoderara do sonserino.


- Não se preocupe – ele disse ríspido, passando as mãos pelos cabelos, demonstrando seu nervosismo, e retornando a andar.


Finalmente chegaram ao Salão principal. Draco parou abruptamente assim que viu Hermione o olhando, a pouca distância, parada junto com o monitor da Corvinal.


Sem dizer nada, ele saiu andando em direção aos jardins.


Hermione percebeu a deixa e saiu atrás.


- Quero falar com você – ele disse assim que percebeu que ela se encontrava parada ao seu lado.


- Estou ouvindo.


- Aquilo que você disse ao Goldstein é mesmo verdade? –perguntou frio.


- Draco... – ela hesitou ao perceber a frieza na voz do loiro – Eu... eu não posso negar que não sinta nada por você. Sei que é tudo muito recente, mas não posso negar que me afeiçoei a você. – ela disse tentando não demonstrar fraqueza perante ele.


- Hermione, isso é um erro. Um erro e você sabe muito bem disso. – ele argumentou não mais usando aquele tom frio de antes e sim com incerteza e medo na voz.


- Draco, pelo amor de Merlin! – ela se exasperou – Eu não considero isso um erro. Não considero um erro eu estar me apaixonando por você.


- Hermione, você sabe que em pouco tempo serei forçado a MATAR – ele frisou a palavra. – Me juntarei aos Comensais da Morte. Se descobrirem sobre nós a matarão, e não quero te perder. – ele terminou finalmente se virando para ela.


- Sabe que não me importo com isso. Se me importasse não teria aberto espaço para você se aproximar e não teria me permitido deixar levar da primeira vez que você me beijou.


Ele percebeu que na voz dela havia um tom de embargo, denunciando que estava se esforçando para conter o choro.


Olhou-a nos olhos. Percebeu que seus olhos estavam vermelhos e que começavam a lacrimejar.


Não agüentou vê-la nesse estado. Lhe doeu saber que ela sentia algo por ele e que aquele sentimento não poderia ter um futuro, visto que ela poria sua vida em risco se envolvendo com ele.


- Hermione, se estou dizendo isso é porque quero te proteger. Não quero te perder para um bando de sanguinários que adoram nascidos trouxa. Não quero perder a garota que amo para Voldemort. – ele decretou.


- O que você disse? – ela perguntou confusa, se perguntando se teria escutado direito.


- Disse que não quero te perder para os Comensais da Morte. – ele disse achando que ela estivesse zoando com a cara dele.


- Não essa parte, a outra – ela disse ainda mais confusa.


Foi então que ele percebeu onde ela queria chegar. Havia feito a coisa errada. Havia dito que a amava. Não que isso fosse mentira, mas não poderia ter dito, não agora que não queria alimentar as esperanças dela, visto que teria de abandoná-la se Voldemort viesse atrás dele caso ele falha-se em sua missão.


Por alguns segundos pensou em desviar o assunto, mas achou que seria covardia de mais esconder seus sentimentos dela, até por que ela já havia dito que sentia algo por ele.


- Hermione... eu... – ele hesitou – disse que não quero perder a garota que amo para Lorde Voldemort.


Aquilo foi o suficiente para que ela o abraçasse fortemente. O sorriso tomando seus lábios e as lagrimas que agora lhe molhavam a face não eram mais de tristeza e sim de felicidade. Felicidade por saber que Draco correspondia seus sentimentos, coisa que ela nunca imaginou.


Draco afastou-a um pouco, o suficiente pra olhar-lhe nos olhos mais uma vez antes de se aproximar lentamente dela e selar seus lábios.


Mais uma vez perderam-se nos braços um do outro. Draco, apesar de ainda estar preocupado com o que viria pela frente, estava extremamente feliz. Finalmente pudera revelar o que vinha sentindo.


Hermione estava mais feliz do que nunca. Além de ter conseguido aceitar o que descobrira recentemente sentir por Draco, ainda o ouviu dizer que a amava.


Beijavam-se com sofreguidão, suas línguas em perfeita sincronia. Mãos passeavam por seus corpos. De cada poro de seus corpos emanava paixão. Somente quando o ar lhes faltou foi que se afastaram apenas o necessário para poderem respirar um pouco.


- Draco... – Hermione ofegou – me promete uma coisa – ela pediu – Nunca mais se quer cogite a hipótese de me deixar só para me manter segura, ok? Estou ciente dos riscos e disposta a lutar por minha felicidade. – ela completou assim que o viu assentir com a cabeça.


- Hermione... – ele hesitou, fazendo com que ela o olhasse desconfiada – Se algo te acontecer por minha causa, juro que nunca irei me perdoar. – ele terminou, fazendo com que ela desse um enorme sorriso.


- Draco, eu amo você.


- Também amo você.


Tornaram então a se beijar e permaneceram assim por o que lhes pareceu uma eternidade.


Quando voltaram a si, deram-se conta de quanto tempo se passara desde o fim do horário da monitoria.


Em silencio Draco acompanhou Hermione até o quadro da mulher gorda e se despediu rumando então para a sala comunal da Sonserina.


Assim que Hermione entrou na sala, deparou-se com Harry sentado em uma poltrona próxima a lareira.


- Hermione, por que demorou tanto para voltar? Sua monitoria não terminou a pelo menos umas duas horas? – Harry perguntou intrigado.


- Ah Harry... – ela soltou um suspiro – se você soubesse o quanto estou feliz. Acabo de saber que nessa história eu não sou a única que possui um sentimento.


Harry a olhou confuso e então ela lhe contou tudo o que acontecera minutos antes.


O garoto a olhava maravilhado. Nunca havia visto a amiga tão feliz antes. Estava muito claro para ele que apesar de tudo que Malfoy já fizera a ela, ele realmente fazia bem para ela, fazia-a sorrir verdadeiramente.


- Hermione, aconteça o que acontecer, estarei ao seu lado – ele disse abraçando-a.


- Harry, você não sabe como é bom ter meu amigo de volta e saber que posso contar com ele. – ela disse emocionada, retribuindo o abraço do moreno.


Por algum tempo compartilharam dessa amizade que a tempos não tinham. Poucos minutos depois, cada um rumou para seu respectivo dormitório para mais uma noite de sono. No caso de Hermione, a primeira em uma semana, em que poderia ir dormir sorrindo sabendo que pelo menos um de seus melhores amigos estava de volta.


A castanha então tomou um banho, apesar do horário e se deitou, não demorando nada a pegar no sono.


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- Ah, vejo que finalmente pegaram a sangue-ruim – desdenhou Belatriz Lestrange olhando intrigada para uma garota de cabelos castanhos cheios que se encontrava amarrada com fortes cordas.


- Bela, sabe que a garota não é uma sangue-ruim qualquer, ela é herdeira de Kendra Slytherin [N/a: Surpresinha!] e o Lorde a quer viva. – Disse Lucius Malfoy que segurava a garota.


- Lucius querido, isso não me impede de me divertir um pouco, não é mesmo? – ela comentou. – Crucio! – lançou a maldição na garota que começou a se debater e gemer, contendo gritos de dor.


- Vamos Bela, se você fizer algo que comprometa a saúde mental dessa garota o Lorde não ficara nada feliz. – comentou Lucius vendo a agonia da mesma.


- Querido cunhado, sei muito bem o que faço, ok?! Crucio! – tornou ela a amaldiçoar a garota.


A garota se contorcia de dor, mas não deixava escapar um mínimo gemido, não queria dar a Belatriz o gostinho de a ver sofrendo.


- Vamos ver como você reage a esse sua imunda, Sectunsempra! – Bradou a comensal.


O sangue começou a jorrar pelos poros da jovem. Cortes foram feitos por toda a extensão de seu corpo, desde as pernas até o rosto, cortes profundos que, se tivessem cura, deixariam imensas marcas.


E então tudo começou a escurecer, era o fim de sua vida. Em sua mente se passava um pequeno filme de toda sua vida, tudo que vivera até ali. Toda sua infância, o momento em que descobriu ser uma bruxa, seu primeiro dia em Hogwarts, vários momentos de amizade com Harry, Ron e Gina, o convite para o curso extra, a surpresa em descobrir sobre o que Draco realmente pensava sobre ser um Comensal da Morte, a primeira vez que se beijaram, a declaração que ele lhe fizera...


Foi neste momento que ela sentiu seu corpo mais leve e menos dolorido. Pensou então que a hora chegara, estava tudo acabado e agora nada mais faria diferença, era o fim de Hermione Granger.


Estava com os olhos fechados quando percebeu um toque em seu rosto.


“Desde quando mortos sentem alguma coisa?” ela pensou confusa... afinal, não havia morrido?


- Hermione – ouviu alguém chamá-la. Tentou então abrir os olhos. No primeiro instante, a claridade lhe cegou e ela deu-se conta de que estava viva. Tentou novamente abrir os olhos e o que encontrou foi os olhos cinzas de Draco Malfoy.


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Estava extremamente suada, além de completamente assustada. Tivera outro sonho, o segundo da lista dos que tinham um “quê” de esquisitice.


- Merlin, que horas são? – ela se perguntou assim que olhou pros lados e encontrou as camas de suas companheiras de quarto vazias.


Levantou-se correndo e foi para o banheiro. Na certa chegaria à primeira aula atrasadíssima.


“Alias, qual é a primeira aula de hoje mesmo?” se perguntou, soltando um enorme grito ao se olhar no espelho e ver que estava parecendo um giz de tão branca. Tinha também leves cicatrizes e hematomas pelo rosto, pescoço, braços, pernas, enfim, todo o corpo.


Novamente como havia acontecido no sonho anterior, este lhe deixara marcas.


Fez sua higiene pessoal, vestiu o uniforme e rumou para a sala de Severus Snape, onde teria aula de Defesa Contra as Artes das Trevas em conjunto com a Sonserina.


“Ótimo, além de a aula se com o Severus-Seboso-Snape ainda é em conjunto com a Sonserina, casa a qual todos, exceto Draco, me odeiam” pensou assim que parou a frente da porta da masmorra de Snape, onde bateu de leve, esperando obter permissão para entrar.


- Entre – bradou Snape.


Permissão concedida, entrou com todos os olhares se voltando para si, exceto o do professor que se encontrava de costas riscando alguma coisa no quadro negro.


- Muito bem senhorita Granger – começou o professor – irei descontar...


Ele parou ao se virar a tempo de ver Hermione caindo desfalecida no chão.


- Senhor Malfoy, leve-a até a enfermaria – ordenou preocupado ao ver as marcas que se encontravam pelo corpo da garota, que apesar de leves, eram, sem duvida, provocadas por um certo feitiço, o qual ele conhecia muito bem.


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- Senhor Malfoy, por Merlin, o que aconteceu? – pergunta Madame Pomfrey assim que Draco entra na enfermaria carregando Hermione desmaiada em seus braços.


- Não sei, ela simplesmente chegou atrasada na aula e antes mesmo de dar um passo para dentro da sala ela simplesmente caiu desmaiada. – O loiro diz atordoado, depositando a grifinória sobre um dos leitos e notando que nas partes descobertas de seu corpo era possível ver pequenas marcas roxas e pequenas cicatrizes.


- Muito bem senhor Malfoy, pode voltar pra sua aula, vou examiná-la e assim que fizer todos os exames que pretendo, mandarei chamar alguém.


- Não vou sair daqui até saber o que ela tem – o loiro retruca preocupado com o estado de Hermione.


- Senhor Malfoy, por favor, não use de teimosia, vá agora mesmo para sua aula, assim que houver novidades, eu avisarei. – declarou Madame Pomfrey empurrando o loiro em direção a porta da ala hospitalar.


 


Enquanto isso, na sala de Dumbledore...


 


- O que houve, Severo? – questiona o diretor ao ver o professor de Poções entrar em sua sala com uma expressão extremamente preocupada.


- Professor Dumbledore, desconfio que a senhorita Granger foi atacada durante a noite – despeja ele de uma vez.


- E por que acha isso?


- Por que ela chegou em minha aula hoje com várias marcas pelo corpo e antes mesmo de adentrar a sala, desmaiou.


- Que tipo de marcas, Severo? – pergunta Dumbledore ao notar medo e hesitação na voz do professor de poções.


- Marcas que só poderiam resultar de dois específicos feitiços causados por artes das trevas – declara Snape preocupado.


- E que feitiços? – torna a perguntar o diretor.


- Sectumsempra e a Maldição Cruciatos.


- Mande chamá-la em minha sala assim que se recuperar. – ordena Dumbledore, preocupado com o que teria acontecido com a grifinória.


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- Malfoy, o que houve com a Hermione? – pergunta Harry assim que vê o loiro adentrando a sala de aula.


- Não sei Potter, mas também gostaria de saber.


- Snape saiu logo depois de vocês, e pelo jeito estava preocupado. – comenta o moreno.


Draco não da atenção ao comentário de Harry, vai até sua carteira, apanha sua mochila, recolhe seu livro de poções e saiu sem dizer nada.


Durante boa parte da manhã permaneceu sozinho no salão principal e nada de noticias de sua castanha.


Já era hora do almoço quando um garotinho da Lufa-Lufa lhe entregou um pedaço de pergaminho.


 


“Senhor Malfoy, a senhorita Granger quer vê-la”


Assim que leu a frase escrita no tal pergaminho, saiu em direção à ala hospitalar. Ao adentrá-la, deparou-se com Hermione deitada no lugar onde havia deixado-a, mas agora não havia mais cicatrizes nem manchas arroxeadas, pelo menos não que ele tivesse reparado.


Quando o viu entrar, tentou se levantar, sem sucesso, e recebeu um olhar reprovador por parte dele.


- O que aconteceu? – ele pergunta preocupado.


- Não sei – mentiu ela. Não queria contar que sonhara novamente, não o preocuparia com isso.


Mesmo não acreditando no que ela dizia, preferiu deixar como estava afinal se ela não queria falar, ele não iria forçá-la a dizer nada.


- O que madame Pomfrey disse?


- Não conversei muito com ela, mas ela me disse não garantia nada quanto a remoção completa das cicatrizes, disse que elas podem voltar... Não entendi muito bem o porquê, ela não disse muita coisa sobre isso. – explicou Hermione ao loiro.


- Bom, e quando você poderá sair daqui?


- Assim que Madame Pomfrey voltar com as poções que disse que me receitaria – ele olhou desconfiado – para o caso de eu não me sentir bem. – ela completou rapidamente ao ver o olhar de Draco sobre si.


- Granger, o diretor Dumbledore deseja vê-la – diz o professor Snape adentrando a enfermaria.


Draco e Hermione se olharam trocando mensagens mudas através do contato visual.


- Tudo bem, pode ir, eu pego com Madame Pomfrey as poções que ela te entregaria. – disse Draco, dando apoio para que a namorada fosse conversar com o diretor.


Sem dizer nada ela saiu seguindo o atual professor de DCAT, deixando Draco sozinho na ala hospitalar.


- Senhor Malfoy... Onde esta a Granger? – perguntou a enfermeira saindo de sua sala com um frasco de poção na mão e não encontrando sua paciente.


- O professor Snape disse que o diretor queria vê-la – disse Draco simplesmente.


- Então, tome isto, entregue para ela, diga para tomar antes de dormir. – ela disse entregando o frasco para o loiro, que se retirou em seguida.


 


Enquanto isso, a caminho da sala do diretor Dumbledore...


 


- Senhorita Granger, alguém entrou em seu dormitório durante a noite? – pergunta o professor de DCAT preocupado com as marcas que havia visto no corpo da garota.


- Não senhor, professor Snape – disse ela, evitando soltar qualquer coisa sobre o sonho que tivera.


Continuaram então a caminhar silenciosamente em direção a sala do diretor. Ao chegarem a frente à gárgula, o professor de DCAT pronunciou as palavras torta da limão e então a escada que leva ao interior da sala da diretoria se revelou.


- Muito bem senhorita Granger, sente-se – disse Dumbledore assim que a grifinória entrou acompanhada de Snape. – Bom, o que a senhorita tem a dizer sobre o que aconteceu hoje pela manhã? – pergunta ele assim que ela se senta.


- Não sei bem o que aconteceu... simplesmente acordei atrasada, me troquei e corri para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas e depois disso não me lembro de mais nada. – relatou a castanha.


- E como arranjou as marcas que seu professor disse que ter visto em seu corpo? – tornou a perguntar o diretor.


- Outra pergunta que venho me fazendo... Não houve nenhuma invasão no dormitório pela noite, até porque, se tivesse havido, as meninas que dividem dormitório comigo teriam sabido. Só me lembro de ter tido um sonho estranho enquanto dormia.


- Sonho?! – indagou o diretor – e como exatamente foi esse sonho?


Hermione estava temerosa, mas achou que deveria contar ao diretor, afinal, ele era o único que poderia fazer algo, ou pelo menos era isso que ela pensava.


- Bom, não me lembro exatamente bem como foi... Lembro-me de estar em um lugar estranho, desconhecido. Ouvi a voz de Belatriz Lestrange e Lucius Malfoy, ela me atacava com maldições e me lembro de ouvir Lucius dizer algo sobre ela não poder me matar porque o Lorde me queria viva, porque eu era Herdeira de Kendra Slytherin. – ela relatou o sonho meio por cima, não sabia o porquê, mas algo lhe dizia que esse sonho, juntamente com o anterior, não era uma boa coisa.


- Certo... já teve sonhos parecidos antes? – tornou a perguntar o diretor.


- Sim, houve uma outra vez, durante os dias de aulas extras, sonhei que estava fortemente amarrada pelos pulsos, Harry estava lá também, me dizia que eles sabiam que eu era herdeira de Kendra. Quando acordei tinha marcas nos pulsos, como se tivesse sido realmente amarrada.


O diretor se colocou a pensar... O que estaria acontecendo com Hermione Granger? O que esses sonhos poderiam revelar? Quem é Kendra Slytherin?


Essas e várias outras perguntas passaram na mente do diretor, cada uma com uma resposta mais absurda que a outra.


O silêncio que permanecera na sala era até mesmo constrangedor. Dumbledore e Snape se olhavam atônitos ambos com os mesmos pensamentos, porém, cuidando para que a grifinória não percebesse a apreensão deles. E então Snape se pronunciou.


- Não acho que isso tenha muita importância professor Dumbledore, uma vez que a garota sonhou apenas, ela pode simplesmente ter tido impulsos que a deixaram com marcas, não vejo motivo para preocupação – disse o professor de DCAT tentando não demonstrar nenhum tipo de fraqueza perante Hermione. Não queria preocupá-la agora, primeiro iria procurar saber mais sobre o tipo de sonhos que ela tivera e depois, se fosse o caso, entraria em contato com a garota.


- Concordo plenamente com você, Severo. Acho que não há motivos para nos preocuparmos com isso – concordou o diretor. – Muito bem senhorita Granger, está dispensada.


Hermione saiu da sala do mesmo modo como se encontrava, confusa. A atitude do diretor e de seu professor não foi nada do esperado.


Como assim não há motivos para se preocupar?!” ela ia pensou ao sair da sala. “Qualquer dia eu acordo com marcas de um estrangulamento e está tudo bem” continua ela em seus pensamentos, dramatizando um pouco a situação.


Andava pelos corredores totalmente distraída com seus pensamentos, ora se repreendendo por fazer tanto drama, ora aumentando o drama, quando de repente, uma mão toca seu ombro.


Estava prestes a gritar quando ouviu uma voz:


- Sou tão assustador assim? – Perguntou Andrew notando que a garota ficara pálida com seu toque.


- É você realmente me assustou – disse ela se recuperando do susto.


- Desculpe da próxima vez eu me anuncio – ele brincou. – Soube do que aconteceu hoje pela manhã. Fiquei preocupado com você, achei que tivesse sido algo grave. – disse o português com tons de preocupação e medo na voz.


- Não foi nada, ou pelo menos foi isso que me disseram – responde a castanha, que fazia tanta noção do que tinha acontecido consigo quanto Andrew.


Lado a lado caminharam em direção ao salão principal, de onde saiam pencas de alunos em direção as salas de aula.


- É, parece que perdi o almoço – a grifinória murmurou para si mesma ao entrar no salão e ver as mesas já vazias.


- Vamos até a cozinha, tenho certeza que ainda tem algo lá – sugeriu o sonserino.


- Pode deixar que eu assumo daqui pra frente, Lyford.


- Tudo bem Draco, não vamos começar com o ciúmes, ok?! – resmungou Hermione irritada com o tom que Draco usara.


O restante da tarde correu tranquilamente bem, as aulas foram normais, alguns alunos que haviam presenciado a cena do desmaio de Hermione perguntaram sobre o que tinha acontecido com a grifinória. Esta por sua vez se limitava a dizer que nada tinha ocorrido e que estava tudo na mais perfeita ordem.


O dia seguinte não foi diferente em termos de calmaria nas aulas, tendo um pequeno diferencial: Andrew não desgrudava de Hermione, o que deixara Draco morrendo de vontade de matar o novo sonserino.


Diferentemente do que era esperado, Ron e Gina continuavam indiferentes a Hermione, não aceitaram o fato de Hermione estar namorando ninguém menos, ninguém mais que Draco Malfoy, o tão odiado sonserino.


Ron até tinha seus motivos, e o maior deles era o ciúme. Já Gina, essa era difícil dizer o motivo, já que a garota fora a primeira a saber sobre o namoro deles e antes de saber que o namorado em questão era Draco Malfoy, havia reagido perfeitamente bem.


Hermione não dizia, mas estava realmente magoada com seus amigos, afinal ela não cometera crime nenhum, pelo menos não em seu ponto de vista.


Andrew vinha se mostrando um amigo e tanto. Durante o desjejum, os intervalos das aulas, o almoço e o jantar, ele estava sempre por perto, juntamente com Draco, que vinha progredindo no quesito simpatia para com o português.


Já era hora da monitoria de Hermione, hoje ela a faria sozinha, iria monitorar a torre de astronomia.


Saiu da sala comunal da Grifinória sem dizer nada e andou rumo à torre de astronomia, local que iria monitorar sozinha, já que seu parceiro de hoje, o Corvinal Antônio Goldstein, resolvera passar mal e ficar de cama. Draco havia se oferecido para ir com ela, mas, cabeça dura como é, não aceitou, afinal ele não teria monitoria hoje, e ela não queria dar trabalho ao namorado.


Pelo caminho encontrou um casalzinho de alunos do quinto ano da Lufa-Lufa e os fez voltarem para sua casa alegando já ter passado do horário permitido aos alunos e prometendo não tirar-lhes pontos.


Por 2 horas ela andou por aquela ala do castelo, não encontrando nada, a não ser o enorme vazio que era quando não havia ninguém.


Ao final do seu horário de monitoria, ia voltando para sua casa totalmente distraída, quando ouve um barulho atrás de si. Voltando-se para trás a fim de verificar, ela nada vê e o barulho torna a se repetir, cada vez mais perto dela.


- Quem esta ai? – ela pergunta aflita antes de ter sua boca coberta por uma mão.


Tentou gritar, sem o menor sucesso, visto que quem quer que seja que a estava segurando, colocara toda a sua força para que ela ficasse incapaz de falar.


E então a pessoa começou a arrastá-la para dentro de uma sala de aula desativada que havia no corredor em que estavam.


Entraram, o ser desconhecido fechou a porta com um feitiço, e clareou o local soltando a grifinória.


Hermione notou que ele estava encapuzado, o que não lhe permitia reconhecer quem era. Só deixava claro uma coisa: era um comensal da morte.


Foi se aproximando, deixando a garota cada vez mais apreensiva. Aquela cena com certeza assustaria qualquer um que olhasse de fora.


Aproximou-se ao Maximo e enlaçou-a pela cintura com uma das mãos e com a outra, acariciou sua face, logo em seguida tomando os lábios dela com os seus, surpreendendo-a.


No principio ela se assustou, ao mesmo tempo em que se surpreendia por reconhecer aquele toque. Deixou-se levar pelo beijo do então desconhecido.


O momento se prolongou, cada vez mais intenso. Hermione já estava se perdendo com as caricias dele quando uma onda de juízo perpassou sua mente e então ela o afastou, notando que o capuz que não lhe permitia reconhecer a pessoa já não estava lá.


Começou a reparar então nos detalhes. Com a pouca claridade que havia no local, ela pode ver que a pessoa em questão tinha cabelos loiros um tanto familiares para ela.


Estava extremamente nervosa e receosa. Apesar de ter algo lhe dizendo que tudo aquilo era desnecessário, ela ainda assim não conseguia não ficar apreensiva.


E então ela tornou a perguntar:


- Quem é você?


Não há resposta. Ela vê que o ser encapuzado está empunhando uma varinha, o que a deixa ainda mais apreensiva.


Então, com um movimento da varinha do desconhecido, a sala se ilumina, revelando finalmente a identidade daquele que tanto assustara a grifinória.


- Surpresa! – disse Draco ao se revelar.


- Seu idiota, cafajeste, filho de uma mãe! – gritava ela. – Sabia que eu quase tive um treco com essa sua brincadeirinha de mau gosto?


-    Desculpe se te assustei, mas não consegui ficar longe de você. Não consegui dormir sabendo que você estava aqui monitorando sozinha correndo o risco de encontrar algo que a faça mal.


- Acho que acabei encontrando do mesmo jeito. – ela diz desgostosa com a situação.


- Não precisa ficar assim. Prometo nunca mais fazer isso. – ele disse com um tom de arrependimento na voz.


Ela não disse nada, apenas se aproximou e o abraçou fortemente.


Saíram da sala em que se encontravam e foram andando sem rumo.


Draco, sob muitos protestos de Hermione, a levou até a sala precisa, que no momento em que entraram, se transformou em uma enorme e luxuosa suíte de casal.


Antes que ela possa dizer alguma coisa, ele a toma em seus braços e a beija fervorosamente.


Lentamente ele a carrega até a cama, que estava revestida com finos lençóis de seda branca.


Estavam totalmente tomados pela emoção do momento.


Mãos passeavam por ambos os corpos. Ele aos poucos desabotoava a camisa que ela vestia e ela fazia o mesmo.


Entre beijos e caricias eles se perdiam.


E então, como se tivesse levado um choque, Draco se afasta dela.


- Eu... acho melhor pararmos por aqui, não sei até onde meu auto-controle vai. – ele disse preocupado em forçá-la a algo que ela não quisesse.


Hermione nada disse, apenas concordou com a cabeça. Ficou um pouco decepcionada com a atitude do loiro. Por outro lado, ficou aliviada. Não se sentia preparada para dar esse passo na relação, até porque ela era recente demais.


Recompuseram-se e se despediram com um beijo, indo cada um em uma direção, rumo a suas casas.


Ambos ao chegarem foram dormir.


Já era tarde da madrugada e ambos teriam aulas na manhã do dia seguinte e estavam perfeitamente cientes disso.


 


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N/a: É, confesso que demorei muuuito pra atualizar a fic, é que voltaram as aulas, materia nova, trabalhos, prova e afins.


Mas, enfim, consegui finalizar o cap já faz uma semana mais ou menos...


Confesso que esse cap não ficou muito como eu esperava, mas da pra quebra um galho =)


Agora, agradecendo e respondendo aos comentários:


Renata Miranda: Que bom que gostou do 3º capitulo, e como foi pedido, ai está o 4º. E, bom a Hermione não é irmã do Dumbledore, acho que deu pra notar isso durante esse cap, néh?! Espero que goste e continue comentando! E ainda pretendo aumentá-los mais a medida que a fic vai caminhando!


a.j.lestrange: comente ai dizendo sobre o que achou!


Paulinha Potter: Espero que goste dessa minha D/Hr tbm! E Espero que continue acompanhando! Diz ai o que achou!


ZéVictor: Bondade sua dizer isso, mas ainda assim, muito obrigada!


Taah Miranda: Que bom que gostou! É, talvez infelizmente eu tenha que dar uma de Angy de vez em quando! Mais isso faz parte néh! Continue acompanhando e dizendo o que achou!


Matheuspotter95: Obrigada matheus! Continue acompanhando!


Giovana Brique: Gih...Nem preciso dizer nada néh! você é a que mais me incentiva! E a unica que me atura falando sobre minhas ideias! Te adoroo!


Always Forgotten: Que bom que gostou da fic! Atendendo a pedidos, ai está o 4º cap! Continue acompanhando e comentando!


Josy Chocolate: Hehe... é, te avisei um tempinho depois, mas tudo bem... amo suas fics! Obrigada por vir prestigiar a minha! Espero que continue acompanhando! Quanto ao shipper, é, é meio suspeito... usahsuah... Bjos


Claudiomir José Canan: Cara, receber um comentário desses de você me deixou com o ego lá em cima! Hehe! Confesso que até semana passada só tinha lido Renascido do Inferno, ai comecei a ler Apollyon e amei! Você sim tem o dom pra escrever e "ouvir" isso foi um tanto quanto lisonjeante. Quanto a atitude dos amigos da Mione, não tinha como ser diferente, néh?! Espere que vem mais coisas por ai...




Agora, pra quem estiver começando a ler, ou que ainda não tenha comentado, por favor, comentem! Pra mim é muito importante receber comentários! Contribui bastante na hora de escrever!


E como diria o Claus, Participe da campanha faça um autor feliz, COMENTE!




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