Mente exposta
-Está lá em cima c/ Dumbledore. – Alice já tinha perdido as contas de quantas vezes respondera o mesmo.
-De novo? Alice, acho que se você falasse só p/ mim...
-Nem tente Fábio, sabe que não posso.
A lembrança de seu marido chegando em casa semanas atrás, lhe contando tudo que acabara de acontecer ainda passava pela cabeça de Alice Longbottom. Ela sabia como era duro p/ ele protege-lá e o bebê. Logo ela, uma aurora experiente que duelou tantas vezes do lado do seu amor.
-Bem, então vou esperar eles terminarem, posso não é? – Fábio Prewett se acomodava em um sofá tirando os tênis p/ deixá-los no meio da sala.
-Claro, você já é família. – Alice já estava acostumada às visitas dos irmãos Prewett, que tinham virado grandes amigos, embora às vezes o mais novo, Fábio, fosse desleixado e inconveniente.
Passado pouco tempo, um barulho de conversa vinda do 2º andar da casa denunciava que a “aula” de Franco havia terminado. O homem vinha amparado por Dumbledore até o andar de baixo. Aparentava cansaço, mas ao cruzar os olhos c/ Alice esforçou-se p/ sorrir.
-Boa noite meu amor, – e ao reparar no convidado no sofá completou – você não se cansa de me perturbar Fábio?
Fábio abriu um grande sorriso e jogou o jornal amassado que tinha nas mãos p/ Franco.
-Eles são meio atrasados não é? Err, boa noite professor Dumbledore
-Não sou mais seu professor tem algum tempo Fábio. – Alvo Dumbledore disse c/ educação.
-Desculpe, velhos hábitos. Mas Franco, eles enfim noticiaram o ataque ao povoado de Great Grass. Semanas depois!
Alice observou aqueles três homens reclamarem de como o ministério sempre tomava o crédito pelas vidas salvas. Os viu arquitetar planos p/ se defender e arranjar aliados. Também viu programarem missões e mexerem nos turnos de cada membro como se jogassem xadrez. Eram vidas e não peças que estavam em jogo. Faltava pouco tempo até o nascimento da criança que levava no ventre e não queria seu marido em um campo de batalha quando acontecesse.
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-Você está me matando aos poucos, Alvo.
O homem sentado no chão mirava a figura imponente de Alvo Dumbledore em pé a sua frente, c/ a varinha em riste e um sorriso encorajador no rosto. Parecia que a sua silhueta idosa emanava luz em contraste c/ o quarto escuro de janelas trancadas.
-O cansaço mental às vezes é subestimado Franco, mas eu e agora você sabemos o quão incômodo ele pode ser.
Incômodo realmente não era a palavra adequada p/ Franco Longbottom. Aquelas sessões eram mais do que cansativas, todas as suas lembranças sendo expostas, como se fossem roubadas dele s/ a menor piedade. E não sabia ao menos se tudo isso daria resultado.
Ao ver o rosto de preocupação de seu pupilo, Dumbledore voltou a falar:
-Seu progresso é notável devo dizer, está me repelindo de sua mente cada vez mais forte. Mas se não se sente sadio, podemos parar por aqui.
-Não. Preciso me preparar, não o quero de novo lendo o que estou pensando.
-Alice, – Dumbledore fez uma pausa – está esperando seu herdeiro. Não acho sensata a sua motivação em encontrá-lo de novo tão depressa.
Como sempre, Dumbledore sabia exatamente do que se tratavam os planos de Franco, que, após seu primeiro encontro c/ Voldemort não pensava em outra coisa senão planos p/ se tornar mais forte e desafiá-lo pela segunda vez.
-Meu herdeiro não viverá em um mundo em guerra.
-Então se levante, não posso o impedir de cometer seus erros, - agora Alvo estava sério em todas as rugas de seu rosto – o que posso fazer é torná-lo menos vulnerável.
Franco se pôs de pé.
-Legilimens.
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