Nós dois





Ali teve uma festa. Pode-se notar a partir das cadeiras vazias e das mesas sujas de bolo. Também há uma pista de dança, que está mergulhada no escuro. Tudo no mais profundo silêncio. Os convidados já devem ter ido dormir, mas uma figura ruiva se destaca.
É um jovem rapaz. Ele parece estar sendo acometido de uma insônia violenta. Ainda está vestido com as roupas elegantes de um baile e olha para o céu estrelado de maneira que nos desperta a compaixão. Tem os cabelos ruivos desalinhados, indicando que ele deve ter enfiado a mão ali centenas de vezes.
Se você reparar bem pode perceber que apesar de ser um pouco tarde, uma outra pessoa se aproxima no escuro. É uma garota. Está vestida com um pijama azul, e tem os cabelos úmidos soltos. Ela se aproxima do rapaz pensativo.
-- Rony, o que você está fazendo ai? Sabe que horas são? A moça pergunta, com um ar preocupado. Nota-se que eles são amigos.
O rapaz tem um sobressalto e parece acordar para a realidade. Olha para a garota de um jeito estranho, quase sonhador. Ele balança a cabeça, como se estivesse tentando despertar a própria mente entorpecida.
-- Sei lá, só estava... pensando. Ele diz, encarando a garota.
Ela suspira, em sinal de quem entende, e senta ao lado dele. Os dois parecem muito descontentes.
-- Eu estou com medo. Ela comenta
-- Eu também. Mas não medo por mim. Tô com medo pelas pessoas. Diz o rapaz ruivo. Seu tom de voz é baixo, quase inaudível.-- Estou com medo pelo Harry.
A menina concorda, fungando. Em momento de intensa contemplação, os dois ficam em silêncio. Ela esboça um sorriso, que ele não vê. Aparentemente, está mergulhado em uma intensa reflexão acerca de si mesmo.
É uma noite fria e pequenas gotas e chuva começam a cair do céu. Os dois mal parecem notar isso. A garota aproxima a mão delicada da mão enorme do amigo e elas se entrelaçam. O rapaz cora. Olha para todos os lugares possíveis menos para os olhos da amiga. Debaixo da mesa, ele segura a mão dela com força. A moça também parece constrangida mas parece gostar, deixando que ele acaricie seus dedos quentes. Os dois parecem estar compartilhando algo através daquele contato singelo.
-- Vai ficar tudo bem. Você vai ver. Ele sussurra, olhando de novo para o céu.
-- Eu sei.
Novamente eles não encontram palavras para dizerem um ao outro embora se tenha a leve impressão de que existe algo para ser dito. Um contempla o outro em segredo. Ela arrisca um olhar para ele quando acha que é seguro porque ele está admirando o céu. Quando os olhos castanhos dela se voltam para o chão, ele parece se derreter nos contornos suaves de seu rosto angelical. As mãos entrelaçadas debaixo da mesa clamam por um contato mais intenso.
-- O que achou do casamento? Ele pergunta, quebrando o silêncio constrangedor que reina entre os dois.
-- Perfeito. Acho que seu irmão será muito feliz.
-- Eu também. Fleur parece gostar dele realmente.
-- Rony, ela não gosta do seu irmão. Ela o ama. Corrige a garota.
-- Qual a diferença?
As mão se soltam com as palavras dele. A garota o contempla com uma verdadeira decepção.
-- Gostar é pouco. Amar é uma coisa muito mais... intensa que o gostar. Ela explica.
-- Como assim?
A garota esperta parece pedir paciência aos céus.
-- Gostar é quando você tem um carinho infinito pela pessoa. Quando te agrada a companhia dela e você aprecia os momentos em que estão juntos. Amar é quando você não só faz isso tudo, mas também não consegue viver sem a pessoa.
Ele permanece em silêncio, olhando para algumas mariposas que vieram, atraídas pelo início da chuva. A garota está desconcertada e aborrecida com alguma coisa. Tem os braços cruzados sobre o peito e os lábios contraídos de indignação. Ele ignora o fato.
-- É por isso que eu nunca gostei de você.
-- O que?
Ela parece confusa pela primeira vez. Olha para o amigo pedindo explicações. Ele está olhando para o chão, com o rosto muito vermelho.
-- Eu amo você.
Ele parece ter sofrido um infarte para dizer aquilo. Ela parece ter levado um soco no estômago com a surpresa. De fato, ficou sem ar.
-- Você o que? Ela balbucia, sem assimilar direito as palavras que ele disse.
-- Eu te amo. Não era isso que voce queria ouvir? Pois é. Eu amo você. Pronto. E eu vim aqui para pensar, ou melhor, para evitar fazer isso, porque eu estou ficando louco de tanto pensar... em você! Merda, eu acordo fazendo isso e durmo assim. E você estava tão linda hoje... tão... eu precisava dizer isso. Pronto, eu disse, agora você pode rir da minha cara e voltar para o Krum.
-- Você pensa em mim?
Ele está sofrendo, mas evita as lágrimas para não chorar na frente dela. Ela está encantada.
-- O tempo todo.
Um relâmpago risca o céu e a chuva resolve cair de vez. A água os encharca em milésimos de segundo. Ele se levanta para ir embora, mas ela tambem o faz. Aproveitando-se do fato que sua face dourada de sol está molhada, ele deixa que as lágrimas escorram livremente. Ela segura o braço dele com delicadeza e impede sua passagem de volta para a Toca.
-- Ron, isso que você disse... é verdade?
Ele parece aborrecido, e ela continua encantada. Os olhos brilham, de um jeito muito conhecido. Brilham de paixão. Pequenas lágrimas brotam e ela o abraça, ficando na ponta dos pés. Um pouco desajeitado, o rapaz relaxa os ombros largos, enterrando a cabeça frágil dela em seu pescoço. Recortados contra o luar, parecem um só, enlaçados daquela maneira tão íntima.
-- Quer dançar? Ele pergunta, aos sussurros.
Ela responde que sim. Girando lentamente, mesmo sem qualquer indício de música, o mundo claramente não existia mais para aqueles dois. Não existia mais a lama, que sujava seus pijamas, nem a chuva, que os encharcava. Que importava o universo, se podiam valsar no silêncio, esperando juntos a alvorada?
-- Isso é tão estranho. A garota murmura, quando ele pára de girá-la, aninhando-a mais contra seu peitoral.
-- O que?
-- O que aconteceu entre nós. Você sabe. Era para ser só uma amizade...
Ela levanta a cabeça, procurando os olhos dele. Sorrindo, ele acaricia seu queixo delicado.
-- Existem coisas que são feitas para surpreender. Foi assim que eu me senti com você. Surpreso. Passado para trás. Porque em um momento, você era a garota chata, apenas a minha amiga. E no outro, eu já não parava de pensar em você como algo mais, e de sentir ciúmes de você, de sonhar com você. Sabe porque eu nunca disse nada disso antes? Porque eu sempre pensei que você era demais para alguém como eu. Linda demais. Inteligente demais.
Ela está chorando agora. Profundamente emocionado, ele limpa as lágrimas dela com o indicador.
-- Eu... Ron, isso sempre foi tão... Eu sempre te achei irresponsável. Irritante, às vezes. Mas... quando eu percebi, já estava apaixonada. Sim. No começo, quando Parvati e... você sabe quem, ficavam tagalerando sobre meninos no dormitório feminino, eu achava aquilo patético, e dizia para mim mesma que nunca ia me apaixonar, que nunca ia me rebaixar a ponto de chorar por um garoto. Eu nunca ia sentir amor como o de Gina pelo Harry. Mas eu estava errada. Eu já estava destinada a amar você. Porque você me completa. Eu te amo Ron. Amo. Fica comigo. Eu preciso de você!
Exibindo um sorriso emocionado, ele a enlaça pela cintura, erguendo-a alguns centímetros do chão. Seu corpo molhado irradia felicidade. Sem notar que era noite, e que muitas pessoas costumam dormir, ele solta um grito, alto, de arrebatação, girando-a. Ela o reprende, mas também parece muitíssimo feliz.
Sem perder um minuto sequer, ele a levanta, procurando avidamente os lábios delicados. Um beijo acontece e...

-- E depois mãe?
-- E depois?
-- É.
-- Bom, e depois que seu pai e eu nos casamos, e tivemos você!!
-- Ah, mas essa história é linda! Eu também quero uma história linda como essa... Mas certamente que eu nunca ficaria com um cara que eu brigo tanto. A senhora é doida mamãe. Imagine só, eu ao lado de alguém como Greg Malfoy... eu sei que ele é meu amigo, mas francamente, é um chato às vezes e...
-- MALFOY?
-- Calma Rony, é o filho.
-- Mesmo assim. Não quero você do lado desse menino Beth!
-- Não seja tão possessivo Ron... Greg Malfoy é um rapaz muitíssimo educado e bom, apesar de ser filho de...
-- De jeito nenhum! Filho de peixe, peixe é! Você Beth, amiga de um sonserino filho de comensal como ele!
-- Pai, Greg é da Grifinória.
-- Não importa!
-- Ah Ron, não seja tão...
-- Mione, você não entende!
-- O que eu não entendo?
-- Aff. Vão começar a brigar... DE NOVO!








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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    #MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn RONALD PERFEITO WEASLEY <3 <3 <3 LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO... <3 <3 <3 SEMPRE AXEI Q A FILHA DELES IA FIKAR COM O FILHO DO MALFOY kkkkkkkkkkkkkkkkk'<3 <3 <3  

    2012-12-25
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