Não Há Margem Para Falhas
Os passos se afastavam rapidamente. Alguns instantes depois de terem desaparecido, a escuridão ainda reinava. Harry levou uma das mãos à nuca e sentiu uma substancia melada escorrer por seus dedos. Sangue, mas não muito. Não estava muito preocupado com aquilo no momento.
Já convencido de que Hermione desaparecera, o moreno levantou-se às cegas. Sua cabeça zonzeou e ele precisou se apoiar em um corrimão próximo. Esperou até se sentir melhor.
O breu era impenetrável, quase sólido. Harry não conseguia enxergar sua mão a centímetros do rosto. Lá fora, olhando pela janela, as estrelas também pareciam ter se apagado. Apenas umas poucas brilhavam, completamente insuficientes para fazer mais do que possibilitar a diferenciação da parede e dos contornos da janela.
O medo dominava a sua mente. Alem de se sentir vulnerável naquela escuridão, temia por Hermione, pois sabia que estava em poder de Willian agora. Quem mais poderia ser? Snape ainda estava trancado no gabinete... Tateou em seus bolsos a procura da varinha, mas não a encontrou. Será que a havia largado em algum lugar? Dificilmente. Abaixou-se, disposto a procurá-la. Logo chegou até uma massa quente, provavelmente um braço.
Foi só então que Harry se deu conta do silencio do lugar. Nenhum ruído, nada se mexia. Repentinamente preocupado, tateou a procura de pulso, em quem quer que fosse. Normal, algo entre 80 e 90. Estava vivo, mas inconsciente.
Passou por mais meia dúzia de corpos no chão, todos vivos, com a pulsação normal. Mas inconscientes. Estranhamente, apenas ele parecia não ter apagado. Um calafrio percorreu sua espinha quando imaginou Hogwarts, imponente em seu esplendor, aparentemente morta daquela maneira.
Não tinha a menor idéia de como encontraria Hermione, no escuro e sem varinha. Deu alguns passos temerosos, tropeçando em braços e pernas estendidos no chão e se amaldiçoando pelo barulho que fazia. Um formigamento incomodava suas costas, como se alguém o estivesse observando. Mas toda a vez que se virava, o formigamento passava para o lado oposto.
A escuridão fizera-o perder a noção de espaço e tempo. Não sabia há quanto tempo Hermione poderia estar em poder de Willian. Ao mesmo tempo, não tinha a mínima noção se estava no meio de um corredor ou prestes a rolar por uma escada.
Seu próximo passo foi acompanhado por um escorregão em um objeto cilíndrico, fazendo-o cair ruidosamente de costas no chão. Tateou em busca desse objeto, xingando-se mentalmente pelo barulho que fizera. Surpreendentemente parecia ser sua varinha.
- Lumus! – sussurrou, e a varinha se acendeu. Levantou-se e a visão que teve ficaria para sempre guardada em sua memória.
Havia dezenas de corpos (Harry esperava que todos ainda vivos) espalhados pelo chão. Hogwarts estava morta. Levando a varinha ao alto para poder enxergar mais longe, viu que essa situação se estendia até o inicio do corredor. Oficiantes do Ministério, professores e uns poucos alunos maiores de idade achavam-se estirados no chão. Harry imaginou como estariam as outras partes do castelo, os dormitórios e salões comunais. Ele teve a nítida e aterrorizante impressão de que havia apenas três pessoas conscientes no castelo. Não ousava imaginar que talvez fossem apenas duas.
Por que não havia se dado o trabalho de reparar em que direção os passos iam? Agora não tinha a menor idéia de por onde seguir. Os portões do castelo estavam trancados, mas ele não podia contar com isso... Um relógio imaginário corria em sua cabeça... tic-tac, tic-tac... seu tempo era cada vez mais curto.
Sabia que estava em uma desvantagem enorme e até com empecilhos para a sua locomoção teria de arcar. Se andasse muito devagar, perderia um tempo precioso. Mas se corresse, seus passos seriam ouvidos a distancia.
Caminhou o mais rápido e silenciosamente que pode, optando pelo caminho da esquerda. Cada virada de corredor, cada quadro, fazia o coração de Harry bater mais forte no peito. E se não chegasse a tempo? Afastou essa pergunta da mente.
Rodou todo o andar em que se encontrava. Nada. Viu-se novamente em um impasse. A escada que teria de descer dava para um longo corredor. A iluminação da varinha até então fora muito útil, mas ele seria facilmente visto se descesse as escadas com ela acesa. Resolveu apagá-la apenas enquanto estivesse na extensão da escada e do corredor.
Assim que a escuridão cercou-o novamente, seus ouvidos se aguçaram. Com passos curtos conseguiu chegar ao pé da escada. Quantos degraus eram mesmo? Dez? Quinze? Vinte? Por mais que se esforçasse, não conseguia lembrar. Não passava por aquele lugar com freqüência no dia a dia.
Segurando a varinha firme na mão, arriscou o primeiro degrau. Depois o segundo. Muito lentamente, foi descendo até chegar ao oitavo degrau. E parou.
Passos. Passos claros e rápidos, que não poderiam pertencer a uma só pessoa. Duas, sim. Duas pessoas se deslocavam em sua direção. Vindo do andar que ele havia acabado de deixar.
Sua respiração parou, seu coração pareceu congelar com o medo. Não tinha a menor idéia de como, mas as pessoas se guiavam sem qualquer iluminação. Estavam cada vez mais perto.
Um clarão vermelho cortou a escuridão. Seus olhos, acostumados ao breu, se fecharam imediatamente. Nem se deu conta que era um feitiço, até ele atingi-lo no meio do peito, lançando-o para trás, escada abaixo. O ar lhe fugiu quando ele bateu, de costas, contra os degraus de pedra. Pode ouvir uma de suas costelas se partindo. Caiu com o rosto no chão frio, respiração ofegante.
Levou uma das mãos até o lado direito do tórax, onde sua costela havia quebrado. Sentiu sangue lá. Com esforço devido à dor, colocou-se de pé, em silencio, e escutou. No momento em que os passos passaram por ele, Harry avançou no escuro.
Alcançou um peito rígido e musculoso, que empurrou imediatamente. Com a mesma rapidez, foi lançado contra a parede. Dessa vez, ouviu um grito de mulher. Hermione.
- WILLIAN! – bradou para o nada. Em seguida, saiu em uma corrida desenfreada pelo longo corredor. Não podia lançar feitiços, pois eles poderiam atingir o alvo errado...
Corria as cegas pelo corredor, batendo contra armaduras e bancos de pedra, caindo, suas costelas ardendo cada vez mais. Mas nada disso importava, apenas tinha de alcançá-los, Willian não podia ficar com ela, não podia...
De repente, ele parou. Parou, pois ouvira os passos de Willian pararem. Em meio à escuridão, o segundo seguinte foi de silencio. Tensão. Então, Willian gritou:
- POTTER! Por acaso você é idiota? Espera mesmo me pegar nessa escuridão? Eu não estou ás cegas, Potter. Te vejo perfeitamente agora. Está a uns três metros de mim, mais para a esquerda, com a mão apoiada em uma armadura medieval. Acertei? – completou, rindo. – Idiota. Alias, são dois idiotas. Você e essa bastardinha, essa sangue-ruim deplorável. – silencio. Ruído de algo socando carne. Um grito abafado – Sabe o que acabei de fazer, Potter? Acabei de esbofetear sua querida sangue-ruim! – riu, mais alto ainda – O bom de estarmos no escuro... Posso fazer o que quiser, que você não verá, não terá chance de se defender, nem de defendê-la. Você pode se considerar morto, Potter. E ela também. Certo, querida?
- HARRY, NÃO FAÇA NADA! ELE ESTÁ QUERENDO DE DEIXAR COM RAIVA! ELE...
Mais gritos. O barulho insuportável de Hermione sendo machucada enchia sua mente. Seu poder oscilava... se ao menos pudesse controlá-lo, dar um jeito de ascender as luzes... Sua varinha estava em sua mão, mas ele tinha medo de acende-la... E se Willian fizesse alguma coisa a ela, com o susto?
Seu poder ansiava por ser libertado de dentro do seu corpo. Harry suava, muito provavelmente vermelho de raiva. Pense, Potter, pense... Qual é a maior fraqueza de Willian? Ele era poderoso, sem duvida mais do que ele próprio. Sua fraqueza era... seu ego. Ele subestimava as pessoas, seus inimigos. Ele não suportaria que alguém duvidasse dele.
-PARE! – gritou Harry – Que tipo de covarde você é? Tem que ficar batendo em mulheres... O que houve? Tem medo de confrontar seu inimigo real? Não é capaz o suficiente de vencer uma batalha comigo? Não se acha poderoso o bastante?
Os ruídos pararam. Harry pode sentir a energia raivosa de Willian varrer o local. Ele era intensamente poderoso.
- O que...? – sussurrou ele, em um tom baixo e ameaçador. Um calafrio correu a espinha de Harry. Talvez não tenha sido uma boa idéia... – Você se acha melhor do que eu, Potter? Acredite em mim... eu sou o seu pior pesadelo.
- HARRY, CUIDADO!
Antes que pudesse se dar conta, uma onda mágica varreu o local de forma incrivelmente intensa e destrutiva, derrubando quadros, estatuas, armaduras, e arremessando-o de volta ao ar. Harry com o peito voltado para o chão, e o ar lhe fugiu. Sua costela quebrada explodiu em dor, e ele gemeu profundamente.
Algo em sua cabeça pareceu estalar de repente. Estava fraco, sem duvida, mas seu poder continuava ondulando. Em dado momento, toda aquela sensação de desconhecimento desapareceu. Ele sabia exatamente onde Willian estava, e Hermione ao seu lado, de joelhos. Ele não via... Sentia. Conseguia senti-los, como em um turbilhão. Tinha consciência de cada pessoa num raio enorme. Sabia das pessoas caídas na frente do gabinete do diretor, dezessete ao todo. Sabia dos alunos nos salões comunais da Grifinoria, Lufa-Lufa e Corvinal. Só não tinha uma “visão” clara de Sonserina, o que o levou a crer que sua capacidade de percepção se estendia a alguns andares, não conseguindo chegar até as masmorras. E então, apesar de caído e machucado, fez renascer dentro dele a determinação. E, pela primeira vez naquela noite, acreditou realmente que poderia vencer.
Levantou-se, um tanto cambaleante. Seus machucados haviam parado de sangrar, e qualquer dor já não mais parecia tão intensa. Andou lentamente em direção a Willian. Não podia ter certeza, mas achou que o loiro provavelmente estaria surpreso.
- Surpresa – foi a vez de Harry sussurrar – Sei onde você está. Saberei se levantar a varinha. Acha mesmo que pode comigo, Willian? Solte-a.
A ultima palavra, quando pronunciada sílaba por sílaba, ecoou pelo corredor vazio. Silencio. Harry não se moveu. Tampouco Willian.
- Ah, Potter, você se acha poderoso só porque pode me sentir? Pois saiba que eu não estou usando meu poder. Posso realmente vê-lo, ao vivo e a cores. Não a imagem difusa que sei que está percebendo. Você tem grande potencial, Potter. Pena que vai morrer hoje – completou com uma risada, um tanto maníaca.
- Não... Por favor... – ouviu-se a voz de Hermione, fraca, exausta. Para o alivio de Harry, não parecia muito machucada.
- Chega de jogos, Potter. Vamos acender as luzes. Faço questão que você veja de maneira adequada a morte dessa inútil – disse Willian, olhando para o teto e fechando os olhos. Invocou novamente a magia que o haviam ensinado... Mas em proporções menores. Não queria acender todo o castelo. Apenas aquele corredor, para que pudesse se divertir.
A claridade cegou Harry. Poderia apostar dois de seus dedos que seria atacado, mas não foi. Quando sua visão voltou ao normal, pode, finalmente, enxergá-lo com clareza.
Willian vestia o uniforme de Hogwarts por baixo de uma capa preta fina. Seus cabelos compridos estavam presos em um rabo-de-cavalo perfeito. Ele sorria malvadamente, segurando Hermione pelos cabelos, forçando-a a manter-se ajoelhada e olhando para o chão. O pouco que Harry podia ver de seu rosto estava arroxeado, começando a formar pequenos hematomas. A raiva novamente sobe por seu corpo. Tinha de agir.
Levantou os olhos, devagar. Willian o fitava. Parecia satisfeito consigo mesmo. Feliz na dor alheia. Essa impressão provocou em Harry mais uma onda de raiva. Seu poder oscilou novamente, ondulou. Lembrou a si mesmo a necessidade de se controlar. Um vacilo, e poderia perdê-la.
- Irritado, Potter? Posso sentir. De fato, os boatos sobre você são mesmo verdadeiros. É muito poderoso... Pena que não tem a menor idéia do quanto. Essas pequenas faíscas... Não são nada. Você não sabe lidar com o poder que tem. Não é digno dele. – disse Willian.
- E você é? – retrucou.
- Claro que sim. Sei controlá-lo totalmente. Sei qual é sua dimensão. E o uso para o que bem entender. – sorriu o loiro – Você viu o que eu fiz, certo? Com ela, com todos aqui. Eu tenho o controle. Tive o controle sobre ela. – ele deu uma risadinha – De uma maneira que você nem pode imaginar.
- Filho-da-mãe...
Willian apertou mais os cabelos de Hermione, e puxou-os para trás, revelando sua face por completo. Não se preocupou em fazer isso de uma maneira delicada. A morena gritou quando ele a forçou a ficar de pé.
- Para quem você trabalha? Qual é o propósito disso tudo? Por acaso é um Comensal da Morte? – questionou Harry, se desesperando.
- Comensal da Morte?! Ah, por Merlin, Potter, faça-me o favor! Acha mesmo que trabalho para Voldemort? Acha mesmo que eu o sirvo? – ele ria descontroladamente, como se acabasse de ouvir a melhor piada de sua vida. – Não, Potter. Não trabalho para ninguém. Ninguém que faça diferença. Mas isso não exclui o meu objetivo... Diga-me, o que você faria se eu a matasse?
Willian sorriu, e enfiou a mão nas vestes. Harry hesitou. Ele retirou, lentamente, como que para causar mais impacto, uma faca habilmente trabalhada. A lâmina era prateada, quase transparente. Seu punho, cravejado em minúsculas safiras, entrelaçava-se formando um dragão que cuspia chamas prateadas. O loiro, sorrindo malvadamente, encostou a faca no pescoço de Hermione.
- E então, Potter? O que você vai fazer? Sabe, eu adoraria ver essa lamina decorada em vermelho. Ficaria bem bonito, não acha? A faca em si já é um tesouro. Bonita, não? Ficaria surpreso se lhe contasse de onde ela veio. Mas não é hora. – ele parecia se divertir muito – Ora, mas que olhar é esse? Meio desesperado, meio raivoso. Como pretende me impedir? Se chegar um pouco mais perto, a mato. E mato você também.
Hermione sacudiu-se toda, gritando, gemendo, tentando desesperadamente escapar. Willian, irritado com a reação, cravou sem dó a faca na perna da morena, rasgando quase imediatamente pele, carne e osso. Ela berrou de dor, levando as mãos à perna ferida, caindo, meio embolada, aos pés de Willian.
Harry não mais se conteve. Seu poder explodiu em raiva e desespero, sua visão se estreitou. A única coisa que enxergava era Willian, com seu sorriso irritante e satisfeito, rindo da dor de Hermione, apertando com o punhal da faca seus ferimentos e fazendo-a gritar ainda mais. O moreno avançou descontroladamente em direção a Willian. Não precisou de varinha. De repente não sabia mais nada, não sabia seu nome, onde estava. Tudo que tinha era aquele ódio incontrolável pelo homem a sua frente. Sem pensar no que estava fazendo, meteu a mão do peito de Willian. Um jorro de luz voou através de sua palma aberta, fazendo-o voar a três metros e chocar-se contra a parede. Mas isso não era o bastante, não dera punição suficiente pelo que tinha feito... Não, o jovem se levantou, aquele maldito sorriso no rosto, e brandiu a faca em sua direção. Harry o agarrou pelo pulso sem que mesmo percebesse, mais rápido do que se achava capaz, e forçou a mão para trás, afastando a lamina de seu rosto. Torceu os dois braços de Willian em direção a cintura, derrubando-o de joelhos, antes de bater com as duas mãos espalmadas novamente no peito do rapaz, jogando-o com uma força extraordinária contra a parede. Willian chocou-se contra a pedra e caiu estatelado no chão.
E não se moveu.
Harry nem se deu conta disso. Correu de volta para onde Hermione jazia, se contorcendo de dor. Virou-a em sua direção e a colocou em seu colo, afagando seus cabelos, tentando acalmá-la. Examinou rapidamente a perfuração funda em sua perna, e com um feitiço conseguiu fizer com que o sangramento parasse.
- Harry, por favor, me perdoe... - murmurou ela, em meio as lagrimas – Fui uma idiota, fui...
- Shiii, não fale agora, ok? Vou te levar para algum lugar seguro, vou cuidar de você. Ninguém mais vai te machucar, prometo.
Harry, absorto em acalmar Hermione, em deixá-la confortável, não notou a figura cambaleante que vinha na direção deles. A faca em sua mão reluzia, ansiosa por sangue. Os repetidos ataques só serviram para deixá-lo tonto. Vaso ruim não quebra, pensou, divertido. Retirou de um bolso interno das vestes uma capsula de veneno, que inseriu cuidadosamente no punhal da faca. Sem que o rapaz sequer percebesse, apontou a mão em sua direção e murmurou um feitiço.
Tudo aconteceu muito rápido. Em um segundo, acariciava a faca delicada de Hermione. No segundo seguinte, era arremessado para longe dela. No terceiro segundo daquele pesadelo, dor. E, no quarto, medo.
Harry abriu os olhos o mais rápido que pode. Viu Willian caminhando lentamente na direção da morena, caída. Tentou se mover, mas não conseguiu. Estava, de alguma forma, paralisado. Seu grito aterrorizado nunca saiu.
Willian sorriu ao se aproximar da jovem que o encarava com medo. Gostava dessa sensação. Gostava de provocar terror nas pessoas. Sentia-se superior a elas, no controle. Agachou-se ao lado de Hermione, e segurou seus ombros para ela não se esquivar. Você sabe que vai morrer, não sabe? Pensou, dando uma risadinha satisfeita. Tinha de tomar cuidado, atentar-se para onde atingi-la. Sua morte não poderia ser muito rápida. Ela não merecia uma morte rápida. Levantou a faca com uma das mãos, enquanto a outra permanecia segurando-a. Aquele era o momento. Sua consagração. Sorrindo em seu prazer indescritível, cravou com toda sua força o punhal no abdome da morena, forçando-o o máximo que podia para baixo, saboreando os gritos de dor que enchiam o ambiente, sorrindo com o sangue entre seus dedos. Quando achou que era o suficiente, levantou-se, deixando a faca lá. Respirou o ar frio, e, com um movimento da capa, desapareceu.
No momento em que Willian sumiu, Harry estava livre. Apavorado, correu até Hermione. Ela se contorcia, gemendo. Suas mãos apertavam o ferimento, arranhava a si mesma a cada convulsão. Ela não conseguia respirar, o sangue invadia sua boca e escorria para fora, fazendo-a se engasgar em sua busca desesperada por oxigênio. E, naquele momento, as mãos fortes que a apertavam contra si, que enxugavam desesperadamente o suor de sua testa, não eram nada. Nada quando comparadas a dor que sentia, aquela coisa indescritível e insuportável que consumia lentamente suas forças. Seu cérebro, talvez pelo efeito do veneno, girava, seu coração batia mais rápido, parecendo que ia explodir dentro de seu peito. Em um breve momento de consciência, viu Harry ali, abraçando-a, chorando desesperado, gritando. Hermione apertou a mão que segurava a dela, querendo chamar atenção, apenas por um segundo. Abriu a boca para falar, mas o que saiu foi um chiado:
- Harry, por favor... Me perdoe... Por favor...
Harry parou de gritar, e, ao ouvir as palavras de Hermione, pareceu parar no tempo. Seus olhos se cruzaram, apenas por um segundo, mas foi suficiente. Foi algo que mil palavras não poderiam explicar. Ela não parecia querer deixar seus olhos fugirem novamente. Sua mão lentamente afrouxou o aperto, enquanto suas pálpebras se fechavam.
N/A: Well...
Tem algo que possa falar em minha defesa? Não. Só peço que esperem o desfecho dessa história...antes de gritarem pela minha cabeça. Ok?
Pessoal...minhas aulas acabaram hoje. Isso significa que vou ter mais tempo para escrever, e os caps devem vir mais rápidos. Tambem queria tirar essas ferias para dar uma revisada nos primeiros capitulos da fic, que, na minha opinião, não estão lá essas coisas. Quando começar a "re-postar" (ainda existe hifen nessa lingua? Esse papo de reforma ortografica não é bem comigo...Só sei que não existe mais trema, mas o computador coloca) eu aviso vcs.
Bem...temos que começar a conversar sobre o fim dessa história. Por favor, né? Já são 36 capítulos!! Essa fic já tem quase um ano e meio! Claro, vou finalizar tudo direitinho, dando um destino adequado a cada um dos personagens. Antes que alguem me pergute, quero deixar bem claro uma coisa: essa cena aí em cima, do Willian brigando com o Harry, e tudo mais, não chega nem perto da cena final. Não é o climax da história. Eu acho que muitos de vcs esqueceram, mas ainda há uma Horcrux para ser achada, assuntos para serem resolvidos. E não pensem que me esqueci do que aconteceu uns seis ou sete capitulos atrás. Se esses assuntos ainda não vieram a tona, é porque há um motivo para isso.
Vcs já viram o HP 7? Well, eu vi. Gostei? Achei legal, bem produzido. Alguem reparou na relação que Harry e Hermione tem nesse filme? Obviamente, eles não são um casal. Mas tem muito do que eu quero passar prar vcs com o meu shipper: eles se gostam, mas acima de tudo se respeitam, se entendem. É algo que vai alem do desejo carnal. Tanto que nem me preocupei em descrever a cena de sexo na Sala Precisa. Para mim, era mais um rito de passagem.
Como de praxe, não posso deixar de falar: Willian. Apostem alto. Chutem. O que ele é? Para quem trabalha? Qual é seu objetivo? Prestem atenção nele, pessoal... Garanto para vcs, não há nenhuma parte da história dele que seja chata. E é por isso que eu não o odeio tanto assim, como personagem. É claro, ele é do mal. Muito do mal. Mas para tudo tem um motivo, e, alem do mais, vcs me conhecem: ADORO trabalhar o lado psicologico dos personagens.
Agora as coisas ficam interessantes. Não sei se já disse isso antes, mas passem a considerar essa frase a partir de agora: é o começo do fim. E, eu garanto, as coisas vão se complicar. *risada maléfica*
Brincadeiras à parte, agradeço mais uma vez a Erica, que deu uma boa revisada no cap, e que está tendo a paciencia de opinar sobre cada coisa que acontece. :) :)
Bjos, Giovanna
Comentários (1)
E antes de ler o próximo capítulo (e não fique com raiva de minha fúria, pois espero que ela passe no próximo capítulo) quero dizer (escrever) em alto e bom tom (no caps lock):EU QUERO SUA CABEÇA NUMA BANDEJA POR MATAR A MIONE!!(Mas a amizade continua...;D)
2012-04-29