A descoberta



 


 Harry Potter era o bruxo mais importante de seu mundo. Embora ainda com 18 anos, já vencera uma guerra. Ele lutou com o maior bruxo das trevas de todos os tempos e o derrotou com bravura, resistiu com firmeza apesar de todas as perdas de amigos, familiares, desconhecidos... Tantos quanto foram mortos naquela guerra, mas tudo foi recompensado quando o menino-que-sobreviveu derrotou aquele-que-não-deve-ser-nomeado.


Com o fim da guerra todos retomavam sua vida normal gradativamente. Hogwarts, que depois da ultima batalha ficou destruída, estava sendo reerguida com ajuda dos alunos, pais e ex alunos. Em setembro os alunos que haviam perdido o ultimo ano retornariam a escola. Harry, Hermione, Rony, Luna, Neville, Gina e muitos outros queriam voltar apesar de não precisarem, já que o ministério reconheceu que eles já eram bruxos formados por sua bravura durante a guerra.


Já se passara dois messes desde a queda de Voldemort e Harry passava as férias na casa de Rony, ambos aguardavam ansiosos o retorno de Mione da Austrália. Já fazia duas semanas que ela partira para desfazer o feitiço de seus pais. Harry percebeu que a amiga adiou ao Maximo essa viajem e quando decidiu ir era visível seu nervosismo.


Depois de uma semana e meia Hermione mandou uma carta aos meninos.


 


Caros Harry e Rony


 


Estou bem, não se preocupem!


Desculpa por não ter escrito antes, é que só ontem consegui tomar coragem e reverter o feitiço. Eu sei que fui uma boba, mas entendam: perdi as forças ao ver meus pais tão felizes com a nova vida e meu espanto foi maior ao ver que minha mãe esta grávida (não é maravilhoso?). Fiquei com medo já que não sabia o que poderia acontecer ao bebê e resolvi pesquisar um pouco.


Quando vi que não haveria riscos para ambos, me aproximei deles aos poucos. No começo foi estranho falar com eles e fingir que não nos conhecíamos, mas parece que esse feitiço altera a memória, mas não apaga por completo os sentimentos e laços familiares. Eles gostaram de mim de imediato e na primeira oportunidade libertei-os do feitiço e expliquei o porquê de tudo aquilo. Parece que eles entenderam, mas não me livrei de uma bronca por isso!


Estou muito feliz ao ver que no final tudo deu certo e ainda ganhei um irmãozinho de presente (é um menino!). Mamãe está de seis meses e por isso resolveram ficar aqui até o bebê nascer pra poder ajeitar as coisas e providenciar o retorno a Londres. Eu vou ficar mais uma semana aqui, pra matar a saudade e curtir meu maninho!


Os detalhes conto quando chegar! Mandem lembranças a todos!


 


Com carinho


Mione


 


    PS: Rony, estou com muita saudade! E meus pais querem conhecer você oficialmente! (não pira! Eles são legais e estão felizes por mim.) Amo você!


Ah, amo você também Harry!


 


 


Depois de ler carta, Harry olhou para o amigo que estava quieto demais ao seu lado, não estranhou ao ver a cara de bobão que fazia e repetia a ultima frase de Mione como se precisasse se convencer disso.


- Ela me ama!


Harry riu da atitude do amigo e resolveu deixá-lo sozinho. Ele não entedia como os amigos conseguiram ficar tanto tempo separados. Era obvio o que um sentia pelo outro para todos, menos pra eles, é claro! Durante a ultima batalha eles não conseguiram se conter e deixaram o desejo tomar conta deles, foi constrangedor presenciar aquilo, mas a alegria deles era contagiante.


E se tornou maior quando Rony oficializou o namoro num jantar na Toca, na frente de toda sua família, O amor dos amigos era a prova viva de que aos poucos a vida ia seguir seu rumo normal.


Apesar de sua felicidade pelos amigos, Harry sentia-se extremamente solitário algumas vezes, principalmente depois da conversa que teve com Gina. Ainda sentia alguma coisa por ela, mas não era o suficiente para eles voltarem a namorar. No começo ele ficou muito mal com isso, às vezes a lembrança da conversa que tiveram logo no começo das férias voltava.


 


Quando aconteceu? Não sei.
Quando foi que eu deixei de te amar?
Quando a luz do poste não acendeu
Quando a sorte não mais soube ganhar
Não...
Foi ontem que eu disse não...
Mas quem vai dizer tchau?


 


FLASH-BACK


Harry estava andando pelo quintal quando viu Gina sentada embaixo de uma árvore, fitando o nada. Ele sentiu um aperto no peito, respirou fundo e caminhou até ela. Tentou por diversas vezes conversar, mas sempre tinham uma desculpa para adiar o encontro. Agora os dois não estavam mais aguentando a situação e resolveram botar o medo de lado e encarar as coisas.


 


Onde aconteceu? Não sei.
Onde foi que eu deixei de te amar?
Dentro do quarto só estava eu
Dormindo antes de você chegar...
Mas não...
Não foi ontem que eu disse não...
Mais quem vai dizer tchau?





            As mãos de Harry tremiam quando ele começou a falar.


- Gina, eu sei que você me esperou esse ano todo, mas não sei o que aconteceu comigo, eu mudei muito, meus sentimentos mudaram, minha vida mudou e...


 


A gente não percebe o amor
Que se perde aos poucos sem virar carinho.
Guardar lá dentro amor não impede,
Que ele empedre mesmo crendo-se infinito.
Tornar o amor real é expulsá-lo de você,
Prá que ele possa ser de alguém!


Gina levantou a mão para interromper o discurso dele, respirou fundo e disse:


        - Harry, você está enganado. Não te esperei por um ano e sim por cinco! –Esclareceu ela com um sorriso triste. Ele ia começar a falar mais ela continuou.


         – Quando enfim ficamos juntos, eu vivi os melhores momentos com você, sei que me amou de verdade, acredito nisso! Mas quando você esteve aqui no seu último aniversario e eu lhe dei meu presente, eu sabia Harry, aquele seria nosso último beijo. Dali em diante, tentei esquecer você e só recordar nossos bons momentos, sem magoa ou dor.


 


Somos se pudermos ser ainda
Fomos donos do que hoje não há mais.
Houve o que houve é o que escondem em vão,
Os pensamentos que preferem calar,
Se não, irá nos ferir um não -
Mas quem não quer dizer tchau.


Ela parou de falar, Harry a olhou e não havia lágrimas em seu rosto. Gina sempre foi muito forte e decidida, ele sabia que tudo que ela disse era verdade, pois também sentiu a mesma coisa. Ele respirou fundo e disse:


     - Gina, eu queria poder dizer que você está enganada, mas não posso! Eu amei muito você e ainda amo, mas de uma maneira diferente, eu não queria que fosse assim, mas aconteceu. Durante a guerra eu fiquei louco só com possibilidade de você se machucar, mas quando tudo acabou e percebi que você estava bem, senti um alivio em meu coração. Então percebi que não sentia a mesma coisa por você, que se tornou minha amiga que eu preferiria morrer a vê-la sofrendo... Você entende? Não fiz por querer, apenas aconteceu. – Harry segurou seu rosto entre as mãos e disse com maior sinceridade que seus olhos conseguiram expressar. – me desculpa, não queria te fazer sofrer!


 


A gente não percebe o amor
Que se perde aos poucos sem virar carinho.
Guardar lá dentro amor não impede,
Que ele empedre mesmo crendo-se infinito.




       Gina o fitava, mas sua expressão era serena. Harry afagou seu rosto e ela fechou os olhos. Os dois se aproximaram e se abraçaram, um abraço cheio de amor e carinho. Então Harry sussurrou:


- Por favor, me perdoa! Você sabe o quanto eu queria que meu amor fosse suficiente, não sabe?


Gina balançou a cabeça e disse:


- Eu sei, eu amo você.


Com isso, os dois se soltaram e voltaram pra dentro da casa, ninguém perguntou nada, todos já haviam percebido a mudança que os dois fingiam não ver.


 


Tornar o amor real é expulsá-lo de você,
Prá que ele possa ser de alguém!


Tornar o amor real é expulsá-lo de você,
Prá que ele possa ser de alguém!


 


FIM DE FLASH-BACK


 


Numa manhã Harry teve uma surpresa ao descer para tomar café: sentada à mesa estava Luna. Ele não percebeu de imediato, mas quando chegou mais perto para saudar a amiga, viu que estava chorando silenciosamente no ombro da Sra. Weasley. Assim que ela percebeu que ele havia chegado, se levantou e se jogou nos braços dele. Harry não estava entendendo nada, olhou pra Sra. Weasley tentando entender a situação, mas ela só o fitou pesarosa com a reação de Luna. Harry abraçou a amiga com força, afagando suas costas tentando consolá-la, então ele não agüentando mais perguntou:


- O que aconteceu, Luna? Por que você está assim? Seu pai está bem?


Ao mencionar Xenofilio, Harry se lembrou que o pai da amiga estava internado no St. Mugus numa situação muito delicada, pois lutou sozinho contra cinco Comensais da morte que invadiram o prédio do Pasquim e ficou muito ferido. Foi levado quase morto pra o Hospital, onde os curandeiros disseram que não tinham mais nada a fazer por ele, só estavam esperando a hora dele partir. Ao se lembrar disso, Harry sussurrou:


- Sinto muito Luna! Desculpa por não esta lá com você!


Ao ouvir as palavras dele, Luna tremeu em seus braços, ela a apertou mais tentando confortar a amiga. Sabia o quanto doía perder uma pessoa que se ama.


Depois da guerra os dois ficaram muito amigos. Harry gostava da presença de Luna, pois apesar do seu jeito aluado, a amiga amadurecera muito com a crise. Ele continuou a abraçando até Rony descer e ver a cena. Ele entendeu mais rápido que Harry e correu para abraçar Luna também, dizendo:


- Não se preocupe Luna, vamos cuidar de você, não é mamãe?- disse  olhando pra Sra.Weasley que chorava em silêncio.


- Claro que sim, Rony querido! Luna ficará conosco pelo tempo que precisar!


Com isso Luna se acalmou mais, foi se recompondo e voltou a se sentar dizendo.


- Eu sei disso! Obrigada todos vocês! Desculpa me descontrolar, já estou melhor!


Todos a olharam com pesar, Harry se sentou ao lado dela e segurou sua mão por baixo da mesa. Luna o fitou e sabia que ele estava sofrendo com ela, isso a deixou melhor, sabia que não estava só.


Aos poucos os outros foram descendo, Hermione que voltara na noite anterior da Austrália, abraçou Luna, depois Gina desceu e se sentou ao lado da amiga. Com todos na mesa a Sra. Weasley disse:


- O Arthur está providenciando tudo, Luna querida. Sei que você só será maior de idade no verão e até lá você pode ficar sob nossa responsabilidade, se você quiser, é claro. Se não podemos procurar um de seus parentes. – disse afagando os cabelos da garota e acrescentou. - O Enterro vai ser daqui a duas horas, o ministério fará uma homenagem a ele e mandaram carros pra nos buscar.


- Claro que prefiro ficar com vocês, meus parentes não gostavam de meu pai... - sua voz quebrou – minha família agora será aqueles que eu escolher, e eu escolho vocês, meus amigos, que demorei tanto pra encontrar, mas são dignos de todo meu amor. – disse por fim Luna, olhando pra todos ao redor da mesa e por último olhou nos olhos de Harry.


Após o enterro, Luna estava mais conformada e não chorava mais. Recebeu cumprimentos de todos e a Homenagem do ministério, foi à criação de um departamento com o nome de Xenofilio, onde seriam feitas pesquisas de criaturas desconhecidas e seus benefícios ao mundo mágico. Ela ficou muito feliz com isso, sabia que seu pai iria gostar muito também. Eles voltaram para Toca pouco tempo depois, todos estavam cansados principalmente Luna que agora dormiria no antigo quarto de Gui com Hermione, ela se despediu de todos e foi se deitar mais cedo naquela noite.


Os dias passaram rápidos e logo a sombra da tristeza deu lugar à alegria e a expectativa do regresso a Hogwarts.


Na noite antes deles voltarem, Harry estava arrumando seu malão quando alguém bateu na porta e ele mandou entrar. Quando virou era Luna, com seu ar de sonhadora que não perderia nunca. Ela sorriu e sentou no chão perto dele. O silencio não incomodava os dois, eles poderiam passar horas assim. Quando Harry terminou de arrumar tudo, levantou e sentou na cama, Luna foi também. Harry não sabia explicar mais como se sentia quando estava perto dela. Ele tinha uma necessidade de protegê-la, como se ela fosse quebradiça demais; às vezes se perdia na imensidão de seus olhos azuis. Ela, que tornou-se uma amiga e tanto depois da guerra, agora estava como Harry: os dois não tinham mais ninguém no mundo. Claro que os amigos eram importantes, mas uma família de verdade, também seria boa.


Perdido em seus pensamentos, Harry nem percebeu que Luna estava diferente aquela noite, parecia que a sombra da tristeza havia sumido e seu rosto estava iluminado de novo. Ela sorriu e o quarto se encheu de alegria.


- Por que você esta me olhando assim Harry? Acho que você foi picado por um Zorzobolos! – Disse Luna analisando o rosto do amigo.


- Não Luna, acho que a convivência com você me deixou aluado também!- rebateu Harry rindo da amiga. Ela fechou a cara pra ele fingindo esta com raiva, mas depois sorriu.


- Harry, estive pensando e quero te pergunta uma coisa, posso?


- Nossa você pensou? – disse fazendo cara de espanto. – Não doeu? – ao ver a cara da amiga acrescentou de pressa. – Pode perguntar!


- Você está convivendo muito com o Rony! Engraçadinho... – disse mostrando a língua pra ele, como uma criança de cindo anos– Bom... É o seguinte, quando voltarmos a Hogwarts vai ser como antes? Você será Harry Potter e eu serei Di-lua? – ela não queria que ele visse as lagrimas que dançavam em seus olhos e abaixou a cabeça. - Sei que não deveria ficar triste com isso, mas é inevitável! – acrescentou.


- Claro que não Luna, não seja boba! – respondeu, levantando o rosto dela pelo queixo. - Nos somos amigos aqui ou em qualquer lugar. – limpou uma lagrima que escorria pelo rosto dela e continuou. - Você pode escolher a casa onde quer passar seu último ano! E vamos fazer a mesma serie, nada será como antes!- Acrescentou tentando explicar a Luna o quanto ela estava enganada com relação à amizade deles.


- É mesmo, tinha me esquecido, do que a Minerva havia dito naquela reunião! Vou ficar na Grifinória com vocês, vai ser muito divertido e vou ter mais amigos. As pessoas vão gostar de mim!- disse Luna com seu dom de falar suas verdades sem se importar com o constrangimento dos outros.


- Não tem motivos para as pessoas não gostarem de você! E seus velhos amigos já não são o suficiente? – perguntou Harry.


- Claro que são, mas nunca é demais conquistar outros! Você tem muitos amigos Harry, eu também posso ter mais.


- É, mas são poucos os que eu realmente considero. – rebateu Harry


- Eu sei, o Rony e Hermione são os melhores amigos que uma pessoa pode ter - disse Luna com uma tristeza na voz.


- É eles são ótimos mesmo. – Harry tirou uma mexa de cabelo do rosto dela e disse - Mas você também é, sua boba! Você também é minha melhor amiga. Somos ligados por laços que não sei explicar. Aprendi muito com seu jeito de ver as coisas e ainda aprendo o tempo todo. - Harry falou sem conseguir se conter, não agüentava ver Luna se desvalorizando, pois ela era tudo isso e muito mais pra ele. 


- Nossa Harry, não sabia que você me considerava isso tudo. Não estou acostumada com as pessoas gostando de mim, sempre fui desligada para essas coisas. Desculpa se duvidei da nossa amizade. - falou Luna demonstrando mais uma vez seu dom.


Eles ficaram em silencio por um tempo, até que por intuito Harry afagou o rosto de Luna, dizendo.


- Não sei como consegui viver tanto tempo sem você! Obrigado por entrar em minha vida.


Luna sorriu e o abraçou, murmurando – Eu é que agradeço!


Ficaram assim por um tempo, até que o Rony invadiu o quarto procurando uma meia sem par, parecendo nem perceber o clima que estava rolando no quarto. Luna ajudou Rony na busca, mas sem sucesso eles desistiram e foram sentar de novo na cama. Pouco tempo depois Hermione chegou e foi sentar-se ao lado de Rony. Ficaram os quatro conversando sobre como seria bom voltar pra Hogwarts na manhã seguinte. De repente Hermione pulou da cama e disse:


- Vocês viram o Bichento? Ainda não o guardei, tenho que procurá-lo.


- Calma Mione ele deve esta caçando guinomos no jardim, por que tudo isso?- perguntou Harry olhando pra amiga.


- Ah, você não sabe Harry?- começou Rony, ficando com as orelhas vermelhas - ela nunca te contou também? Sabe quem deu o Bichento pra ela?


- Não! Ela não o comprou? - falou Harry olhando de Rony para Hermione


- Não vai começar Rony... – Hermione começou a falar, mas Rony a interrompeu.


- Foi um namoradinho trouxa dela, um vizinho que ela reencontrou agora! – com as orelhas em brasa pela raiva, ele respirou fundo e ia começar a falar quando...


- Ronald Weasley, larga de ser babaca e bobão!- todos se viraram para olhar pra Luna, que até o momento estava só assistindo a discussão. – Você não vê que a Mione gosta de você! Ainda não descobri como mais ela gosta! Então para de ter ataques de histeria, vê se cresce!- Rony estava boquiaberto e Harry e Hermione estavam a gargalhadas.


- Nossa Luna, você falou igual ao Gui, acho que aqueles dias que você ficou com ele não te fizeram bem - disse Rony rindo também.


- Chato! É isso que você é Rony, pensa que a Mione tem que te contar tudo é? Onde já se viu? A Mione ter que fazer relatórios diários pra você?  – disse Luna saindo do quarto – Boa noite!- e mostrou língua para Rony, ainda tonto com a explosão de Luna.


Na manhã seguinte foi àquela correria de sempre, Sra. Weasley gritando pra eles se apresarem, Rony encrencando com a Gina... Ate que todos conseguiram se enfiar nos táxis e foram pra estação.


No Expresso Hogwarts eles reencontraram Neville, Simas, Dino e outros. Harry ficou desconfortável quando viu a maneira que Dino abraçou Luna, será que ele precisava apertar tanto? Ele se postou ao lado de Luna e não deixou Harry sentar com ela. Todos ficaram juntos numa cabine no meio do trem, Luna sentada perto da janela com Dino ao seu Lado, Harry ficou de frente pra Luna e Neville ao seu lado. Rony e Hermione tinham retomado seu cargo de monitores e só viriam depois ao encontro deles. Harry estava bufando, mas não entedia bem o porquê.


- Ah Dino, eu vou ficar na Grifinoria com vocês, não é Harry? – Afirmou Luna sorrindo pra ele, Harry só vez que sim com a cabeça.


- Que legal Luna! Você se sentirá muito melhor lá. - disse Disso, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.


Harry respirou fundo ao ver aquilo. Parecia que ia pular no pescoço de Dino, ou melhor, ia azará-lo, mas por quê? Nunca tinha se sentido assim, ele não queria que Luna sofresse, nem fosse magoada e pelo jeito que Dino respirava toda vez que ela sorria pra ele. Ai tinha algo mais, ou pelo menos da parte dele. Mas porque isso o incomodava tanto? Se não parar de bufar ela vai acabar percebendo. Daqui apouco o carrinho de lanche irá passar sento ao lado dela, pronto resolvido eu fico no lugar do Dino!


Luna não estava entendendo a expressão no rosto de Harry, parecia que ele estava se controlando pra não fazer besteira. Mas porque ele não a olhava? Todas as vezes que ela tentou encontrar seu olhar, ele desviava, será que estaria acontecendo o que ela previa? Harry ia mudar com ela agora? Luna balançou a cabeça pra espantar esses pensamentos e tentou se concentrar no que Dino falava ao seu lado. Ele estava diferente, nem parecia o menino de antes. Talvez a guerra tenha feito isso com todos. Luna sorria sempre que tentava entender o que ele dizia, mas uma coisa estranha aconteceu quando Dino botou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela: ao sentir seu toque foi como se uma corrente elétrica tivesse passando por seu corpo, mas Dino pareceu não perceber isso. Desde a estadia dos dois na casa de Gui eles ficaram muito próximos e isso devia ter sido uma reação involuntária do seu corpo. É isso! Não tinha nada demais!


Para o alivio de Harry o Senhora do carinho de lanches passou e Dino se levantou com Neville e saiu da cabine, pra comprar algo que Luna tinha pedido, por que ela não pediu pra mim?... aff isso ta me deixando louco de vez! Assim que ele se levantou, Harry quase pulou, no lugar dele.


- Será que agora posso ter um pouco da sua atenção? – disse Harry tentando disfarçar sua frustração. – ou prefere fingir que eu não estou aqui?


Luna olhou boquiaberta pra Harry e disse:


- Você que ficou me ignorando a viajem toda! Eu só estava sendo educada com Dino, ele parecia querer conversar comigo! – replicou Luna. – Posso saber por que estava evitando meu olhar? Ou é segredo de estado?


- Eu não estava ignorando você! Só achei que estivesse ocupada demais com seu amigo! – disse enfatizando bem a palavra: Amigo. - Não estava evitando seu olhar, por que faria isso? – falou Harry sem tentar disfarçar sua raiva.


Luna olhava-o confusa, sem estender por que ele estava tão irritado.


- Olha Harry, vamos parar com essa discussão boba que não vai levar agente em lugar nenhum! – ela cruzou os braços e olhou pra fora do trem parecendo esta perdida na paisagem.


Harry a fitou por uns instantes e sua raiva caindo por terra ao ver à expressão no rosto dela refletido no vidro e disse:


- Você tem razão! Desculpa Luna, não queria irritar você... – ele afagou o rosto dela. – Me desculpa, por favor!


- Tudo bem!- disse descruzando o braço e olhando pra ele – Você gosta de me irritar. Me desculpa também, não sei o que esta acontecendo comigo Harry! Estou sempre a ponto de gritar com alguém, eu não era assim! Agora estou sempre à flor da pele, por quê? – desabafou sem conseguir se conter.


- Ah Luna, você perdeu muitas coisas durante essa guerra e é inevitável mudar! Não fica frustrada com isso, vai passar... – ele pegou a mão dela e começou a fazer carinhos. – Não preocupe, não vou mais aborrecer você! Agora põe um sorriso nesse rosto, não gosto de ver você assim!


Luna olhava para sua mão entrelaçada com dele, foi uma sensação ótima semelhante a que ela sentiu quando o abraçou na Toca após a morte de seu pai. Não sabia explicar o que era, mas gostava de se sentir assim. Ela o olhou perdendo-se na imensidão daqueles olhos verdes e sorriu. Eles ficaram assim por um tempo ate que Dino voltou


- Luna está aqui... – Dino parou de falar quando viu Harry ao lado dela e de mãos dadas. – ah... Seus sapos de chocolate.


- Obrigada Dino! Você quer um Harry? – disse Luna parecendo nem perceber como Harry e Dino se fuzilavam pelos olhos.


- Claro Luna, pode sentar-se no seu lugar Dino! – falou Harry


- Ah não Harry, sente-se aqui comigo! Dino, você não se importa né? – falou Luna olhando de Harry para Dino.


- Claro que não, eu vou procurar por Simas! Até depois!- disse Dino dando as costas pra eles.


Neville voltou pouco tempo depois.


- O que aconteceu com Dino? Ele passou por mim bufando! – perguntou Neville confuso,


- Nada! Você viu o Rony ou Mione? – perguntou Luna


- Eles já estão vindo! Vamos chegar a Hogwarts daqui a pouco. – informou Neville.


Eles ficaram conversando o resto da viajem. Quando os outros chegaram à alegria foi completa, Gina apareceu por lá também. Luna estava radiante. Todos seus amigos estavam lá, olhou o rosto de cada um deles pra tentar memorizar aquele encontro, Todas as pessoas que ela mais amava estava naquela cabine.


Quando chegaram, Rony e Hermione foram conduzir os calouros e Harry, Neville, Gina e Luna foram pegar as carruagens. As meninas conversavam empolgadas atrás deles, Harry achou uma carruagem e eles partiram para o castelo. Quando chegaram ao Salão principal à maioria já havia chegado e os outros não demorariam chegar. Começou a seleção dos alunos novos e como sempre o chapéu seletor vez seu discurso. Dessa vez ele fez uma homenagem àqueles que morreram na guerra e saudou a todos com votos de paz e prosperidade. Após o discurso o jantar foi servido. Quando todos estavam satisfeitos, Macgonagall chamou a atenção dos estudantes para tradicional saudação.


- Boa noite, novos e antigos alunos! Como todos devem saber, eu agora serei a diretora de Hogwarts e o Prof. Slughorn será o vice. – disse Macgonagall apontando para o professor que estava sentado a sua direita sorrindo para os estudantes. – Nesse ano haverá algumas mudanças no corpo docente: Novos professores ingressaram na escola. Em DCAT, o prof. Gui Weasley; em estudo dos trouxas a Prof.ª Tereza Wood e em Runas Antigas a Srta. Hermione Granger irá auxiliar os alunos - informou a diretora apontando aos professores e em seguida para Mione. O salão explodiu em aplausos.


A diretora levantou a mão para silenciar os alunos e continuou a falar. – Haverá outras mudanças: Os alunos que por função da guerra perderam o ultimo ano ou foram prejudicados pela mesma poderão escolher a casa que preferirem ficar esse ano! Com isso meus caros, desejo a vocês um ótimo ano e uma boa noite!- finalizou Minerva.


Ainda era estranho chegar a Hogwarts e não ter a presença de Dumbledore, mas ninguém tinha duvidas de que Macgonagall seria uma ótima diretora.


Harry levantou-se e foi juntar-se aos amigos. Hermione estava muito feliz com seu novo cargo, Rony partilhava a mesma alegria com ela. Às vezes Harry se perguntava como é que aqueles dois conseguiram ficar tanto tempo separados. Parecia que sempre foram namorados e sem duvidas um não vivia sem o outro. Com um sorriso ele seguiu os amigos. Quando chegou, todos foram para a sala comunal. Luna estava muito ansiosa para conhecer sua nova casa e estava mais uma vez com Dino, que sorria abertamente ao conduzi-la pela escada com uma mão na sua cintura. Harry teve que se segurar pra não azará-lo ali mesmo. Preferiu passar por eles e fingir que nada estava acontecendo, mas assim que passou por Luna seu olhar encontrou o dela, e ela perguntou:


- Está acontecendo algo Harry?


- Nada, só estou com sono! – respondeu ele azedo. Por que ele agia assim toda vez que ela estava com Dino? Isso estava fugindo do controle. Deu as costas e foi se embora.


Quando Luna chegou à sala ele não estava mais lá e preferiu ir se deitar também, teria muito tempo pra desfrutar do ambiente da Grifinoria. Despediu-se de Dino e dos outros e foi para o dormitório que dividiria com Gina. Quando estava chegando às escadas, Dino a chamou:


- Luna, será que posso falar com você só um minuto?


- Ah, claro! O que foi? – disse ela. – Só não demore muito estou realmente cansada!


- Queria me desculpar, por não ter ido ao enterro do seu pai! Eu realmente queria está com você nesse momento, mas infelizmente não consegui!


- Não se preocupe Dino, eu não estava sozinha! Sei que você estaria lá se pudesse e isso já basta, o Harry ficou comigo o tempo todo e pra mim ele representava todos aqueles que ali não puderam estar!- falou Luna com sinceridade.


- Claro que o Harry estava lá! Ele sempre está... – resmungou Dino. Depois andou ate Luna e lhe deu um beijo no rosto desejando-lhe boa noite.


Luna subiu para o dormitório sem entender muito bem a atitude dele. Ela teria muito tempo pra tentar compreender o porquê de seus dois melhores amigos estarem estranhos com ela. Nunca tivera amigos antes, tudo era muito novo agora, as coisas estavam mudando e ela não sabia explicar o porquê. Sentia que tinha mudado, mas ainda não sabia se era para melhor ou pior. Ela ainda tinha medo de ficar sozinha, confiava na palavra do Harry, mas o medo era mais forte às vezes.


No dia seguinte Harry levantou-se cedo e ficou esperando os outros na sala comunal. Ele teve uma noite muito inquieta, passou parte dela pensando em Luna, Quando enfim conseguiu dormir lá estava ela, isso já estava ficando frustrante e ele resolveu começar a montar o quebra cabeça. Primeiro, ele daria a vida por ela (mas ele daria a vida pelo Rony e a Mione); segundo, ela não saia dos seus pensamentos; terceiro, sempre que eles estavam juntos era como se o mundo não existisse, todos os astros giravam em torno dela; ele ficava louco quando Dino ou qualquer outro chegava perto dela... Pelas barbas de Merlim, eu estou apaixonado por ela! Como eu não percebi isso antes? Era por isso que eu não amava mais a Gina! Eu amava a Luna, minha Luna.


Harry foi tirado de seus devaneios, pelas vozes dos estudantes que começavam a descer para o café. Ele ficou esperando Rony descer também, precisava conversar com seu amigo. Quando ele olhou pra escada lá vinha ela, linda como um anjo. Como ele nunca havia notado como Luna era bonita; como crescera? Ela não era mais uma menina, já havia se tornado uma mulher. Seus cabelos não tinham mais a aparência de estarem sujos, eram agora resplandecente como o sol, os olhos dela eram como o céu, sua pele era alva e macia, seu sorriso era avassalador: Realmente Luna era um anjo.


- Harry? Você está bem? – perguntou Luna ao ver a cara de bobo dele.


- Ah... Oi Luna, estou sim... – respondeu ele constrangido – Vamos tomar café? Como você passou a noite? – começou a andar e pegando a mão dela pra saírem da sala, isso era tão comum que parecia um movimento involuntário, ele sorriu quando ela apertou mão dele e disse.


- Passei mais ou menos, não estava conseguindo dormir! Por que você não me esperou ontem à noite? - eles pararam de andar e ela o fitava – quando cheguei na sala você não estava mais lá!


- È que... – como ele ia explicar que estava se roendo de ciúme por ela estar com o Dino? – Eu não estava me sentindo bem e preferi ir me deitar cedo! Mas não se preocupe, já estou melhor...


Luna olhou-o desconfiada, sabia que ele estava editando sua resposta. O que Harry estava aprontando? Eles recomeçaram a andar e ficaram em silencio.


Quando chegaram ao salão principal, ele estava quase vazio. Ainda era muito cedo, eles se sentaram e aguardaram os outros. Depois do café eles foram assistir à primeira aula de DCAT com Gui, a aula foi excelente, Gui era um ótimo Professor.


 O dia correu tranquilamente. Durante as aulas Harry tentou por diversas vezes conversar com Rony, mas o Mione sempre estava por perto e ele não tinha certeza se a amiga conseguiria ficar calada ou correria para contar a Luna. É claro que a primeira opção era a mais certa, mas mesmo assim ele preferia não arriscar. Quando eles já estavam no dormitório Harry o abordou.


- Rony, esta acontecendo uma coisa comigo! Eu não sei quando tudo começou, mas já era, não vou ter mais saída e você tem que me ajudar!


- Harry, cara, do que você esta falando? – perguntou Rony.


- Eu estou gostando da Luna! Não sei quando começou, mas no trem quando eu vi o Dino todo cheio de intimidade com ela... Eu fiquei a ponto de azará-lo ali mesmo. No começo eu não estava entendendo, mas hoje quando a vi descendo as escadas tive a certeza de que eu a amo... O que eu vou fazer?- desabafou Harry.


- Cara, só você mesmo pra se apaixonar pela Di-Lua – Harry jogou um travesseiro nele. – Ta bom desculpa! Mas como eu vou te ajudar? Fiquei na moita por seis anos, esqueceu? E a Luna mudou muito, às vezes eu não consigo reconhecê-la! Não sei como posso ajudar! Se você quiser agente pode falar com a Mione, ela pode te ajudar.


- Não Rony! Deixa a Mione fora disso... - falou Harry


- Me deixar fora de que Harry? Posso saber? – perguntou Mione entrando no quarto.


- Nada não, Mione, bobagem do Rony! – falou Harry sem olhar para amiga.


- Você não sabe mentir pra mim Harry Potter, pode me dizer agora! – intimidou ela.


- Não encana Mione, não estou mentindo pra você. Apenas estou dizendo que você não precisa ficar sabendo agora! – tentou Harry, mas já sabia que teria que contar a ela.


- Tudo bem, se você não confia em mim, O que eu posso fazer?- disse ela fazendo doce.


- Ah... Você sempre faz isso! Ta bom eu falo, mas você vai ter que prometer que não vai sair correndo pra contar pra ela!- rendendo-se a chantagem


- Até parece que eu faço isso! Fala logo. – replicou ela.


- Bom eu acho que estou gostando da Luna! Não sei desde quando, mas aconteceu e eu não sei o que fazer!


- Era isso? Eu já sabia Harry. Só um tolo não percebe o modo que você olha pra ela. - falou Mione olhando para os dois, Rony fechou a cara pra ela. – Desculpa! Amor. Mas esta estampado na cara dele isso!- depois deu um beijinho na bochecha dele e continuou a falar.


- Olha quando você terminou com a Gina você já sentia algo, mas não entedia! Ai quando a Luna chegou na Toca, você mudou completamente. Parecia que tudo girava em volta dela, nunca tinha visto você agir assim e comecei a observar. E se quer saber, eu acho que ela também sente algo por você, mas esta em crise agora e não vai querer admitir isso! Então acho que você vai ter que ser paciente!


Harry não sabia o que falar e só uma coisa que a amiga tinha dito não parava de ecoar em seu cérebro “se quer saber, eu acho que ela também gosta de você!” será que era verdade? Harry tentou botar a cabeça em ordem e disse:


- Paciência é meu sobrenome, se isso que estou sentindo por ela tiver a menor chance de acontecer, eu vou esperar Mione. Pode ter certeza!

N/A

Essa é minha segunda fic, a primeira Hr/Lu!
espero que gostem e comentem!!

música: Quem vai dizer tchau - Nando Reis...

bjs




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