A Vila Durgsweet



Capítulo 1


- A Vila Durgsweet –


 


         Dois homens, aparentemente de estaturas iguais vinham caminhando pela areia macia, e abaixo do majestoso sol escaldante. Dunas se entrelaçavam uma em relação à outra como se fossem miragens de pirâmides quadradas. Ambos os homens, demonstravam uma expressão preocupada, e uma tenebrosa ânsia de chegar a sua destinação. Um dos homens possuía cabelos loiros, tão claros que a tonalidade vermelha de sua pele, naquele momento realçava-se com eles. O outro possuía cabelos extremamente negros, assim como os olhos. Neste havia uma expressão rancorosa, muitas vezes má.


 


         - Ainda falta muito? – perguntou o loiro.


 


         - Estamos dentro de nosso tempo. – começou Severus Snape.


 


         Eles continuaram a andar, e nunca perdiam a mesma expressão preocupada, e confiante em sua chegada. Draco Malfoy e Severus Snape, ao acabarem de escalar uma duna, um tanto nanica, em relação às outras, desceram tão rapidamente, que a areia macia os empurrou para a superfície mais baixa dali. Logo, eles iniciaram sua breve escalação, da próxima duna, que seria talvez, a mais difícil, cansativa e demorada.


 


         Ao fazerem, chegando ao topo, ao, aparentemente, pico mais alto das redondezas, eles conseguiram, finalmente, ver aquele aglomerado de casas, num Oasis entre algumas gigantescas dunas.


 


         A vila se compunha por quatro ruas, iniciadas por um enorme portão, de madeira oca. Neste dizia ‘Vila Durgsweet’. Draco em primeira mão estranhou, mas finalmente, depois de um tempo parados, observando, Snape continuou caminhando, agora mais esperançoso em encontrar mantimentos do que em fazer o que para ali havia se dirigido.


 


         - Esta é a Vila Durgsweet, Draco – disse Snape.


 


         - Pois é, acho que já deu pra perceber! – Draco falou com uma voz embargada. – Agora posso perceber por que tanto papai falou sobre a displicência desse lugar.


 


         - De que importa isso – Snape tomou posição, enquanto os dois passavam pelo portão, o qual eles haviam visto longinquamente, antes – O papel desse lugar não é ser interessante.


 


Ao passarem pela entrada, eles perceberam que algumas pessoas, não haviam percebido a evolução do mundo, pois usavam roupas antigas. Mas o que mais chamou atenção deles foi o quanto pequena era aquela comunidade. As quatro ruas eram limitadas inferiormente por enormes sobrados antigos, e interiormente por macieiras que davam entrada a uma praça infantil destinada aos Muggles.


 


         - Chegamos. – Snape parou frente às macieiras que, em fila, formavam um tipo de labirinto.


 


 


         - É parece que sim! – falou Draco, e depois de alguns segundos hesitando, falou novamente. – Mas e agora? – ele falou com uma voz demente.


 


- Ah sim – voltou-se Snape, nós temos que ir à casa do dono disso aqui – ele afirmou, retirando um pergaminho do bolso. Desenrolou-o e finalmente conseguiu reconhecer o mapa, aparentemente muito próximo à realidade. – O.k. – ele falou, fechando o mapa, enquanto Draco fazia um esforço para entender onde se situavam.


 


         Os dois saíram troteando, ignorando as pessoas que tão desesperadamente faziam esforço para recuperar a lembrança na qual eles estavam para então reconhecê-los.


 


         De repente, os dois estavam frente a um grande chalé (como todas as outras casas da vila). Snape nem sequer bateu na porta, ele apenas abriu-a com um simples empurrão firme, à sua perna. Finalmente eles estavam lá dentro. O ar de dentro da casa os incumbia certo receio, pois era fria, parecia que estavam no Saara e de repente passassem por uma porta, e estivessem na Antártida.


 


         Diferente do que eles pensavam, ali havia um restaurante, tão autêntico quanto estar na moda. Era semelhante com os bares de faroeste dos filmes Muggles. Eles sentaram em uma mesa de duas cadeiras, onde não haviam pratos sujos e o cheiro de carne de dragão não era ofensivo. Os homens que ali estavam, eram tão displicentes que isso tornou Draco receoso.


 


         - Aqui poderemos comer uma coisa – disse Snape, num tom de voz um tanto alta, afinal, o homem por detrás do balcão estava distraído em sua soneca matinal. O homem, prontamente retirou o guardanapo molhado do ombro e voltou-se a eles.


 


         - O que desejam? – ele perguntou num tom familiar para Snape.


 


         - O mesmo de sempre – disse Snape, fitando o homem que agora piscava o olha, nenhum dos dois entendeu por quê.


 


         - E para o menino?


 


         - O mesmo – Snape não permitiu Draco de falar, evitando algumas piscadas que poderiam deixa Draco desconfiado, mesmo não existindo coisas para se preocupar.


 


         Uma mulher aparentemente vestida com trajes de uma garçonete apareceu de relance, quando estavam distraídos nos detalhes da casa que os chamava atenção. A mulher largou um pedaço de papel sobre a mesa, e depois entrou para a porta, que ficava atrás do balcão.


 


         Snape leu, e podia ver a expressão questionadora de Draco por cima do pedaço de papel. Snape levantou-se rapidamente. – Me acompanhe – disse ele. Draco seguiu-o prontamente, enquanto Snape dobrava à esquerda, e entrara numa porta que os levava a um grande lance de escadas.


 


         Eles subiram silenciosamente, constatando o barulho de seus passos. Finalmente, chegaram ao segundo piso. Onde havia duas portas. Snape postou-se a uma deles onde dizia ‘Gabinete do Sr. Sawly’. – E ele ainda chama isso de gabinete! – Snape deixou sair um comentário, e bateu na porta. Draco receou quando a porta se abriu.


 


         Materializou-se outro homem, muito parecido com alguém que Draco conhecia, mas ele não identificava quem. Um homem de cabelos brancos que, porém não tinha idade o bastante para possuí-los normalmente.


 


         - Oh, o que te traz aqui Severus? – o homem indagou, aparentemente não apreciando muito a visita surpresa.


 


         - Vou direto ao assunto – começou Snape, entrando porta adentro, deixando espaço para Draco passar. – O Lorde das Trevas não está mais contente com os seus trabalhos. – Snape mostrava-se extremamente severo.


 


         - Como pode dizer isso de minha pessoa? – disse Sawly, às vezes parecia que ele estava caçoando com a cara de Snape, que retirou a varinha das vestes, e empurrou o homem para a parede, quase enfiando a varinha em seu gogó. Draco pulara na poltrona que havia sentado, e agora levantara novamente, nervoso.


 


         - Como posso dizer? – perguntou Snape – Você anda se lembra a função desta vila, Sawly?


 


         - Como poderia me esquecer? Esta vila tem a função de esconder os Comensais da Morte, só isso!


 


         - É, mas parece que você tem deixado isso meio de lado, quando envia cartas não sei dizendo o quê para o Ministério! – Snape o fitou.


 


         O homem de antemão começou a balbuciar coisas que só Merlim entenderia. Malfoy sentia-se violando regras quando em seu posto, mantinha-se curvado, imóvel.


 


         - Eu não sei do que você está falando. – o homem começou agora, sério e decidido do que realmente havia a dizer. – Quando aquele maldito snakeman veio me pedir isso...


 


         - Não ouse dirigir-se à Lord Voldemort com essas palavras que você utiliza em seu linguajar. – Snape falava de uma maneira tão displicente que alguém que não reconhecesse a língua que eles estavam a falar, não entenderia o sentido das palavras que Snape pronunciara, simplesmente pelas expressões físicas tão calmas e indefinidas.


 


         Snape tirou a varinha do gogó do homem, e afastou-se um pouco, deixando-o respirar para o que estava por vir. – Continuando... – Sawly voltou-se – Quando Voldemort pediu isso, ele pediu para guardar sigilo de seu paradeiro...


 


         - Voldemort está de volta, há muito tempo... Ele não está parado, e o mundo inteiro sabe disso. – Snape enrijeceu-se. – E seja lá o que for – a voz displicente de Snape voltou. – cartas não serão mais mandadas ao ministério!


 


         O homem sorriu. – Claro, eu não irei mandar mais nenhuma!


 


         - Não, meu caro, não por isso, é que você não terá mais chance de fazê-lo. Nesse momento apenas Snape sabia o que estava fazendo, e o que estava acontecendo. Malfoy ficou surpreso, enquanto Sawly rompeu-se em duas partes ao curvar-se para frente. – Avada Kedavra! – pronunciou Snape, com o mais sutil tom de voz, e molejo de varinha.


 


         Um enorme raio cintilante de cor verde acertou o peito do homem, que caiu no chão instantaneamente, depois do último batimento que seu coração havia emitido.

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