Uma Despedida ao Pôr-do-Sol



Uma Despedida ao Pôr-do-Sol


Era mais um dia do mês de maio. Todos andavam, caminhavam, festejavam, se amavam como antes. Menos eu. O motivo? Ela: Marlene McKinnon, a minha razão de viver cada dia, foi assassinada. Quem sou eu? Só mais um cara perdido na multidão sem ter um rumo, sem ter alguém, sem ter porque viver.
Amigos. Éramos isso. Sempre fomos. Mas ai veio uma coisa mais forte que qualquer um de nós. Até hoje não sei explicar. Pra falar a verdade, acho que não existem palavras para explicar o que é. Passei os momentos mais felizes de minha vida com ela ao meu lado. Agora me recuso a aceitar que ela se foi. Como pode ter ido e me deixado aqui? Não, não há como.
Mais uma vez, não sei o porquê ou mesmo como, estou em seu local preferido: uma pequena praia perto de meu apartamento. 
Dois meses já se passaram desde que ela se foi. Tento imaginar que ela saiu de férias e que logo retornará para mim. Recuso-me terminantemente a aceitar que ela nunca mais voltará. Tudo pode não passar de uma ilusão. Mas é uma ilusão que me faz bem.
Sento-me numa pedra próxima, em que havia uma vista belíssima do mar. Pelo menos era bela antes disso acontecer. Agora é como se estivesse faltando uma parte dela, assim como falta uma parte de mim.
- Ah, Marlene! “Quanto tempo mais levará para curar isto? 
Sinto lágrimas começarem a rolar por minha face... Mas que caíssem! Que eu morresse afogado no meio delas! Pelo menos assim a veria de novo, conversaria com ela, teria ela ao meu lado. 
- Apenas pra curar isso, pois eu não consigo ignorar. - Por que eu a amava afinal? Acho que só existe uma resposta: pelo simples fato de amar. 
- Se isso for amor... Eu não quero para mim; eu não desejo pra ninguém. 
- Faz com que eu me vire e me encare. Faz com que eu veja o que estou me tornando; faz com que eu veja que nunca te mereci de verdade, mas que sempre te amei; faz com que eu chore e queira te ver; faz com que cada dia seja mais doloroso que o outro; faz com que cada dia eu morra mais um pouco; faz com que cada dia o amanhecer fique menos belo; faz com que eu não seja eu. 
- Mas eu não sei nada sobre amor “...
Você, Lene, tinha me dado uma chance, tinha me mostrado o caminho, tinha me levado até a 'estrada', mas agora eu perdi o rumo. Não sei como andar adiante, só sei o caminho de volta, mas ele sem você, perde todo o sentido no final. Preciso de um guia... Não um guia comum. Mas de você como minha guia.
Se você soubesse o que sinto agora! Sei que não fui um dos melhores caras, mas, será que fui tão mau pra Merlin me castigar desse jeito? Acho que nada pode ser pior que isso.
O Amor que sentia, sinto e para sempre sentirei por você, me enfraquece. Lembro-me, como você costumava me animar quando estava triste, fazer um carinho quando eu precisava, rir comigo quando estava feliz, dançar quase sempre e chorar comigo.
- Cadê você agora, meu amor? Preciso de você mais que nunca! Preciso de seus beijos, seus abraços, preciso do seu cheiro... De que vale os espinhos sem a rosa? De que vale os peixes sem a água? De que vale meu amor sem o seu? De que vale minha vida sem você? 
Mais lágrimas escaparam.
- Como queria arrancar isso de meu peito, de minha alma! Como queria que meu coração se perdesse em meio a essa confusão que você causou em mim... Como queria me perder em minhas memórias e não voltar mais a realidade...
Chega um momento, que a tristeza se espalha com tanta precisão por nosso corpo, que as lágrimas deixam de cair dos olhos e rolar pela face, para cair do coração e escorrer pela alma.
Olho para o mar e já não o vejo mais lá. Olho para mim e não vejo mais o antigo Sirius. Olho para a minha vida e vejo que perdeu toda a razão.
Quem me dera estar bêbado para não sentir essa dor. A dor do amor. Que dilacera meu ser e me faz sentir sozinho.  
Me disseram uma vez “Só o amor constrói pontes indestrutíveis.” Cadê essa ponte então? Seria ela meu amor por você? Ou apenas mais uma frase sem um justificado, existindo só por existir? Será que ela me levará algum dia para perto de você? Se levar, espero que seja logo. 
Tudo é uma questão de tempo agora. Ah o tempo! Daria todo tempo do mundo para reviver aquilo tudo. Não seria a mesma coisa, mas poderia te ver, te sentir do meu lado novamente.
“A saudade é a prova de que o passado valeu a pena.” Deve ser por isso que sinto tanto sua falta. Será que você percebeu o quanto era especial pra mim? Será que eu disse ‘eu te amo’ vezes suficientes?
Não sei. E talvez nunca chegue a saber. Mas o que importa, é que dei o melhor de mim, e te amei mais do que amei a mim mesmo. 
Você me mostrou como é ser feliz. Você me mostrou o significado do amor. E sabe... Agora eu consigo ver. O nosso amor é como o sol. Nasceu no fim de uma noite tênue; me orientou com os primeiros raios; me iluminou com seu grande brilho, trazendo esperança para uma vida que não tinha idéia do que era isso; ficou comigo me proporcionando os melhores momentos.
Agora é o pôr do sol. Agora é o fim. Agora eu tenho que encarar a realidade e ser forte o bastante. Ser forte para não me deixar morrer, ser forte para perceber que tudo valeu a pena, ser forte para perceber que foi melhor assim, ser forte para dizer eu te amo, ser forte para dizer adeus
Em pensar que tudo começou e agora termina com uma despedida ao pôr do sol

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