Amante Fantasma
Amante Fantasma
Bem-vindos Mortais e Imortais
Gerados pelos deuses dos sonhos e os pesadelos, somos os filhos de Mist (e às vezes, de mães humanas).
Tradicionalmente chamados Oneroi, somos os que protegem aos humanos, Apolitas, e Imortais enquanto dormem. Somos os Guerreiros dos Sonhos. Os que lutam contra os Skoti Daimons que reduzem drasticamente a energia, sonhos e vida das pessoas que dormem, além de lhes subministrar sonhos altamente eróticos para roubar suas fantasias.
Durante a luz de dia, caminhamos entre eles, já seja como humanos ou como fantasmas desconhecidos. E cada vez que os olhos humanos nos encontram, imediatamente afastam o olhar sem registrar nossa presença (a menos que decidamos outra coisa).
A maior parte dos nossos estão desprovidos de emoções (exceto a dor). Esses que foram amaldiçoados a não sentir nenhuma das emoções, só podem senti-las enquanto estão em um estado de sonho com um anfitrião humano ou imortal. Mas ali jaz o perigo... alguns de nós começamos a desejar ardentemente as emoções, como uma droga.
Em lugar de ser observadores e protetores, convertem-se em controladores - instigadores do sonho do anfitrião. Se o malvado Skotis continuasse esgotando a suas vítimas, a loucura imperaria e ameaçaria a todos nós. Daí a criação dos Dream Hunter. Certos membros dos Oneroi foram selecionados para vigiar aos Skoti e aos Renegados, e assegurar que não fazem de presa aqueles que dormem.
Somos também ajudantes dos Dark Hunters e dos Were-Hunters, sendo mediadores quando necessitam ajuda dos deuses ou para cicatrizar suas feridas.
Mist
Mist é a consorte amorfa dos deuses do sonho. Ela deu a luz muitos bebês, quando toma a forma humana é freqüentemente vista como uma bela jovem de cabelo negro e brilhantes olhos extranhamente brancos. Não é a mais maternal das mães, ela cedeu a criação de seus filhos ao Hypnos e às ninfas que a servem.
Oneroi
Estes são alguns dos Dream Hunters que vigiam nosso sonho. Podem ser vistos raramente em sonhos e freqüentemente são os salvadores em nossos pesadelos.
Seus nomes são importantes e simbólicos.
Os que começam com “D” são os que auxiliam e vigiam os sonhos dos deuses e Imortais. Os “M” são os “Executores” e os “V” são os que ajudam à humanidade e aos Apolitas.
Os Oneroi que não têm uma função determinada, não têm um prefixo acentuado.
Os Skoti têm uma nomenclatura diferente que freqüentemente é confundida com o verdadeiro Dream Hunters.
Skoti
A maior parte dos Renegados são Skoti (os filhos do Phobetor), entretanto em algumas ocasiões podem unir-se a outros, incluídos os Oneroi e os humanos. Nomeados abaixo estão sob escrutínio como violadores conhecidos.
Não respeitam as leis que governam o panteão e som constantemente um espinho no flanco dos deuses. Mas claro, sem eles, a vida seria aborrecida para os Executores.
Se os encontrar em seu sonho, tenta chamar um Executor. Porque com estes tipos, algo é possível. O termo "em seus sonhos mais selvagens" foi inventado por estes homens.
M’ordant
Filho do Phantasos, ele é um dos vigilantes do Sonho. M'Ordant cuida de tanto ao Oneroi como ao Skoti.
Ao ser um Executor, ele é duro e se ocupa de seus assuntos. De todos os modos tem um grau de compaixão que o proibe aos de sua raça. Entretanto isto não o detém de fazer tudo o que é necessário para fazer seu trabalho.
Hypnos
Hypnos é a personificação do sonho na mitologia grega. É filho do Nyx e Erebus, e o gêmeo de Thanatos ("a morte"). Tanto ele como seu irmão vivem no Inframundo.
Ele deu ao Endymion o poder de dormir com olhos abertos assim podia ver sua amada, a deusa da lua Selene.
Hypnos é retratado como um jovem nu com asas saindo de suas têmporas, ou como um homem barbudo com asas unidas a seus ombros.
CAPÍTULO 1
- Os homens são a ruína do universo. Digo que os alinhemos todos ao longo da estrada e logo lhes passemos por cima com grandes caminhões. - Chrissy fez uma pausa enquanto seus claros olhos azuis se alargavam com um novo pensamento. - Não, espera. Rolos compressores! Sim, vamos amassar a todos até que não sejam nada mais que lamacentas manchas molhadas sobre o caminho.
Arqueando uma sobrancelha pelo rancor, Gina Weasley elevou o olhar de seu escritório para ver sua colega de trabalho Chrissy Phelps agarrar a beirada da parede marron do compartimento de Gina. Os grandes olhos da morena cintilavam frenéticos e Chrissy tinha o olhar de uma mulher a um passo da loucura.
- Problemas com seu noivo outra vez, né, Chrissy?
- Em realidade, é meu irmão mais novo quem me irritou, mas já que tocou no tema de meu noivo, segue meu conselho: Seja uma viúva negra. Encontra a um tipo, divirta-se com ele, então destripa-o pela manhã antes de que ele possa gabar-se disso com seus amigos.
- Bem. - disse Gina estirando a palavra. - Acredito que alguém necessita um descanso.
- Alguém necessita dois meses de férias na Bahamas sem seu noivo ao lado. - Os olhos do Chrissy se animaram. - Oooh, hey, um acampamento sexual. Sim. Isso. Temos que começar um acampamento sexual onde as mulheres possam dizer a seus mariditos que estão indo a uma clínica de emagrecimento e em vez de uma dieta de acampamento militar com dietistas nazistas, elas vão à praia e têm homens quentes para trata-las como deusas!
Gina riu.
- Não, sério. Nós seríamos ricas.
Gina riu com mais gana.
- É melhor volta a trabalhar antes de que Lorde-Rei-do-Mau-Humor te pegue aqui outra vez.
- Sim, sei. Vê, isso prova meu ponto. Terei que disparar em todos os homens.
Gina ainda ria enquanto Chrissy voltava para seu escritório. Dois segundos mais tarde, Chrissy estava de volta, espionando por cima da parede do compartimento outra vez.
- Hey, ainda tem esses pesadelos?
O humor de Gina se desvaneceu enquanto recordava o pesadelo horrendo que tinha tido a noite passada, onde ela tinha estado abandonada em uma cova escura por uma força não vista que parecia querer alimentar-se de seu terror. Durante as três últimas semanas mal tinha pregado o olho. Seu esgotamento era tal que até estava tendo enjôos.
- Sim. - disse Gina
- O remédio que te deu o doutor, ajuda?
- Não. Em realidade, acredito que fez piores os sonhos.
- OH, vá, sinto muito.
Gina também. Ela tinha esperado ao menos poder dormir bem uma noite. Mas não parecia possível.
A porta de seu chefe se abriu.
Chrissy se esquivou de seu terminante e militante chefe quando deixava seu escritório com aborrecimento e se dirigia para a cafeteira com sua xícara extra grande de café na mão. OH, sim, como se o homem necessitasse mais cafeína para somar a sua irritabilidade nervosa.
Gina suspirou enquanto John enchia sua xícara a transbordar e seus pensamentos voltaram para seus pesadelos.
Francamente, ela não sabia que mais fazer com eles. Eram tão estranhos, e cada noite os sonhos pareciam piorar. Ao passo que ia, calculava que estaria louca de pedra por volta do final de mês.
Esfregando os olhos, concentrou sua atenção na tela de seu computador. Tinha que terminar seu relatório de marketing para sexta-feira, mas tudo o que realmente queria fazer era dormir.
No fundo de sua mente seguia vendo que um enorme e resmungão monstro vinha por ela. Ouvia-o dizer seu nome enquanto esticava sua mão como garra tratando de reclamá-la. Como em qualquer péssimo filme de horror, as cenas seguiram atormentando-a, sussurrando em seus pensamentos em qualquer momento que se descuidasse.
Sacudindo sua cabeça, dissipou as imagens e se concentrou na tela do computador. Mas enquanto lia, Gina sentiu suas pálpebras voltar-se pesadas outra vez. Ela piscou rápido e arregalou seus olhos em um esforço por manter-se acordada.
Relatório de marketing, relatório de marketing…
OH sim, este sim que era um bom modo de manter-se acordada! Por que não tomar um par de soníferos e beber um copo de leite quente?
O que ela precisava era mais cafeína, e já que não podia suportar o café, teria que ir à máquina de Coca Cola. Talvez o passeio pelo corredor ajudasse a reanimá-la também.
Deslizou sua cadeira para trás e abriu a gaveta do escritório para mudar de lugar, logo se levantou.
Assim que ela esteve direita em pé, um zumbido estranho começou em sua cabeça. O mundo girou.
E em um pulsar do coração tudo se voltou negro e seu corpo se congelou…
Gina sentiu caindo em um buraco profundo, escuro. Tudo girando a seu redor, ventos rugindo e uivando em seus ouvidos, soando como uma enorme e espantosa besta tentando fazê-la em migalhas.
Eles tinham fome. Estavam desesperados e queriam a ela.
Eles sussurravam seu nome com fôlegos de fogo. Lhe dizendo que esperavam só por ela.
Não outra vez! Não podia suportar mais este pesadelo horrível.
Desperta, desperta !
Mas ela não podia.
Gina estendeu a mão para agarrar-se em algo na escuridão para evitar a queda. Não havia nada a que agarrar-se. Nada para salvar-se.
- Ajudem-me! - gritou, sabendo que era em vão, mas precisava tentar.
De todos os modos caiu.
Ela não deixou de cair até que alcançou a caverna que conhecia muito bem. Escura e úmida, cheirava a podridão e decomposição. Ouviu gemidos e gritos, a agonia absoluta de almas atormentadas.
Fuja!
Seu coração esmurrava enquanto ela tropeçava na escuridão, sobre o piso áspero que parecia agarrar seus pés com dedos rochosos enquanto tentava encontrar uma saída. Lutou para ver, mas a opressiva escuridão não deixava. Só sentiu como se agulhas diminutas apunhalassem seus olhos.
Estendeu suas mãos e tocou uma parede lamacenta que se deslizava e se movia sob seus dedos. Repugnante era, mas ao menos lhe deu algum apoio, algo tangível que podia conduzi-la a sua casa.
E ela tinha que encontrar um caminho para casa. Assustada a voz em sua cabeça lhe dizia que se ela não sairia disto agora, nunca seria capaz de escapar.
Aterrorizada, viu uma débil luz piscar mais adiante. Correu para ela tão rápido como suas pernas a levaram.
A luz. Isso a salvaria. Estava segura disso.
Entrou correndo em uma cova grande onde a luz brilhava sobre as escuras e rachadas paredes que gotejavam uma espécie de lodo gelatinoso. O aroma de enxofre queimou seu nariz e os gritos soaram mais forte.
Gina patinou ao deter-se. Se ela tinha estado aterrorizada antes, não era nada comparado ao que sentiu agora.
O dragão, igual a um monstro, com cintilante sangue, escamas vermelhas e asas cor negro, levantou-se diante dela, grunhindo. Seus largos dentes estalando enquanto a olhava com olhar faminto.
Ele se aproximou dela, acalmando-a com seus misteriosos olhos azul prateados. Olhos que pareciam ver mais que seu físico em si. Era como se eles vissem tudo em sua mente, em sua alma.
E ela sabia que a besta a queria. Que ele desejava possui-la com febril loucura.
OH Deus, era isso. A besta estava aqui para tomá-la. Consumi-la.
Não havia modo de fugir.
Gina tropeçou afastando-se para a entrada. Ela não iria simplesmente deitar e morrer. Isso não estava nela. Ela era uma lutadora. E lutaria até que o último fôlego abandonasse seu corpo.
Dando a volta, correu à entrada, mas antes de que pudesse escapar, esta se fechou, encerando-a.
- Não me deixará tão logo, Gina. - sussurrou o dragão escamoso, suas garras raspando o piso enquanto se aproximava. - Necessito a luz dentro de ti. Seus pensamentos. Seus sentimentos. Sua bondade. Vêm pra mim e me deixe sentir seu calor me banhando.
Ele se lançou a ela.
Gina fechou seus olhos e imaginou uma espada em suas mãos para lutar contra ele.
Ela conseguiu um galho de árvore. Não era o que tivesse escolhido, mas era melhor que nada. Balançou para ele, lhe batendo com força no rosto.
Rindo, ele sacudiu sua cabeça escamosa como se não houvesse sentido o golpe absolutamente.
- Que espírito. Que inteligência e engenho. E te pergunta por que a quero assim. Me mostre mais, Gina. Me mostre como que pode seguir.
Ela o obrigou a distanciar-se enquanto brandia seu galho de árvore. Era uma arma estúpida, mas era tudo o que tinha de momento.
Como se começasse a se aborrecer o dragão arrancou o galho de suas mãos.
- Quero sua mente, Gina. Quero sentir seu medo de mim.
Ele se moveu ainda mais perto.
Antes de que a besta pudesse alcançá-la, uma luz brilhante apareceu entre eles, irritando seus olhos ainda mais. Cresceu em intensidade até que pareceu mais brilhante que o sol. Quando finalmente se desvaneceu, revelou outro monstro.
Gina tragou com terror. Por que não podia controlar este sonho? Desde que tinha sido uma menina, ela tinha sido capaz de sair dos pesadelos. Mas por alguma razão, não tinha nenhum controle nestes pesadelos.
Era como se alguém mais que ela os dirigisse. Como se ela não fosse nada mais que uma boneco cujas cordas eram atiradas pelo monstro.
O monstro novo apareceu na forma de uma serpente gigantesca. Só que em lugar de uma cabeça, tinha a parte superior do corpo de uma mulher. Sua verde pele escamosa luzia pedregosa e seus olhos azulados resplandeciam.
A mulher-serpente se deslizou para ela, sorrindo com um sorriso dentuço enquanto arrastava seu misterioso olhar fixo sobre o corpo de Gina.
- Que pequeno bocado saboroso é ela.
- Ela é minha! - rugiu o dragão. - Não a compartilharei.
A mulher-serpente lambeu seus lábios enquanto sua larga cauda se deslizava através do piso.
- Ela é bastante forte para nós dois. - Então se voltou para o dragão, seu rosto uma horrível máscara de raiva. - Além disso, eu a vi primeiro e bem sabe. Você a encontraste por mim e não te deixarei tê-la.
O dragão atacou à serpente.
Aterrorizada além do possível, Gina aproveitou o combate para recolher uma rocha e golpear na abertura da cova.
- Me deixe sair. - exigiu ela entre dentes apertados.
Fechou seus olhos e tentou imaginá-la parede abrindo-se e a ela atravessá-la correndo.
Não conseguiu nada. Não antes que a cauda do dragão açoitasse por todos lados, tentando golpear à serpente. A serpente se esquivou, como Gina, e com um choque ressonante, a cauda estilhaçou a parede.
Tremendo, Gina saiu correndo para a escuridão outra vez. Os gritos e uivos se intensificaram.
- Por favor, - pediu ela em voz alta - por favor desperta! Vamos Gina, você pode fazê-lo. - Ela se beliscou e se bateu com a mão em seu rosto enquanto corria, e fez tudo o que pôde pensar fazer para sair deste pesadelo.
Nada funcionou. Era como se os monstros não a deixassem ir.
Ela rodeou um canto e se encontrou deslizando por uma pequena costa. O fundo era um fossa fervente onde a mulher-serpente esperava. O calor do fossa queimou Gina enquanto lava vermelho-dourada se filtrava.
A serpente se levantou diante dela, sorrindo. Aqueles demoníacos olhos com suas pupilas de forma diamantada a olharam misteriosamente.
- Isso, pequena presa. Vêem mim. Este é meu turno para me alimentar de ti.
Gina deu volta para correr outra vez, mas seus pés estavam presos à terra. Não se moviam absolutamente.
A serpente se aproximou mais.
Mais perto.
Tão perto que Gina podia sentir o rápido movimento da língua da serpente. Cheirar a baba gordurenta de seu corpo e ouvir como suas escamas raspavam o piso de rocha ao arrastar-se.
Indefesa, Gina fechou seus olhos e chamou com sua mente por ajuda. Ela tentou convocar a um protetor. Tratou de imaginar um campeão que deveria derrotar a seus monstros.
Justo quando a serpente a alcançou, a caverna se sacudiu.
A serpente se retirou um instante antes de que um homem aparecesse entre Gina e a besta.
E ele não era só outro homem. Vestido com um traje de negra armadura, ele tinha uns ombros incrivelmente amplos e comprido cabelo negro. Gina não podia ver seu rosto, mas podia sentir o poder de sua presença. Sentir a essência do guerreiro nele enquanto se dispunha a lutar contra o demônio.
A serpente chiou pelo ultraje.
- Se retire, V'Harry. Ou perece por sua estupidez!
O convocado campeão de Gina riu a gargalhadas da cólera da mulher-serpente.
- Eu pereceria por seu fôlego muito antes de que minha estupidez me matasse, Krysti'Ana.
Gritando pelo ultraje, a mulher-serpente aumentou dez vezes seu tamanho. Suas mandíbulas monumentais chocaram e ela chiou enquanto as paredes da caverna ao redor deles se sacudiam ainda mais forte que antes. Fortes estrépitos soaram enquanto pedaços de pedra se separavam da caverna e se transformavam em homens de pedra.
O Salvador de Gina a rodeou, e ela reteve o fôlego ao ver seu rosto. Mais formoso que o imaginável, ele tinha olhos que eram tão claros e verdes, que pareciam brilhar. Uma mecha de cabelo negro caiu sobre sua testa e contrastou nitidamente contra sua escura pele.
Antes de que ela pudesse mover-se, ele envolveu seu magro e musculoso corpo ao redor do dela como uma capa protetora, defendendo-a enquanto os monstros atacavam em massa.
Gina podia sentir os golpes que recebia já que vibravam entre seu corpo e o seu. Ela não sabia como ele suportava a dor. Como ele a mantinha presa.
Tudo o que ela soube foi que estava grata por isso. Grata pelo poder e a força de sua presença. Grata que ele a embalasse tão gentilmente e que ela não estava mais só para enfrentar seu pesadelo.
O quente e especial aroma de sua pele a acalmou. Instintivamente ela envolveu seus braços ao redor de sua estreita cintura armada e se apertou contra ele, com medo de deixá-lo ir.
- Obrigado. - ela respirou tremendo. - Obrigado por vir.
Ela viu a confusão em seu olhar fixo enquanto lhe franzia o cenho. Então seu rosto se endureceu, seus olhos se tornaram gelados.
- Tenho-te, akribos. - sussurrou ele tranqüilamente, e ainda assim sua profunda, acentuada voz rodou sobre seus sentidos como uma poderosa tempestade. Acalmando-a, enfraquecendo-a. - Não deixarei que a serpente Skotos te tenha.
Ela acreditou nisso, até que um dos monstros novos a agarrasse pela cintura com um tentáculo de pedra. Ela gritou enquanto isso a arrancava do abraço de seu salvador.
O cavalheiro escuro criou uma espada do ar e os perseguiu pela escura caverna. Ela olhou enquanto ele esquivava dos outros monstros de pedra, enquanto literalmente aparava as paredes para chegar a ela. Ele saltou sobre a coisa que a levava, aterrissando diante eles e cortando a fuga do monstro.
A criatura lhe deu na cintura com uma forte patada e o enviou golpeando para o alto da parede.
Harry não pareceu sentir a dor enquanto se deslizava pela parede para o piso. Mais monstros pularam sobre ele, mas os venceu. Seu rosto era uma máscara de determinação até que esteve em pé forte e vitorioso sobre seus corpos quebrados.
Ele estreitou seus olhos sobre a coisa que a sustentava, logo estendeu sua mão, e um brilho vermelho acabou com o monstro, estilhaçando-o.
O cavalheiro agarrou a Gina então, pegando-a em seus braços e correu com ela pela escuridão.
Gina envolveu seus braços ao redor de seu pescoço e se agarrou a ele como se sua vida dependesse disso. Ela ainda podia escutar à serpente chamando-o.
- Terei-a, Harry. Terei aos dois!
- Não escute. - disse Harry. - Fecha seus olhos. Pensa em algo calmante. Pensa em uma lembrança feliz.
Ela o fez e, coisa estranha, a coisa mais consoladora que ela pôde imaginar foi o som de seu coração palpitando sob sua bochecha. O profundo acento de sua voz.
- Harry! - a voz da mulher-serpente ressonava na caverna. - Devolva-me isso ou farei que deseje nunca ter nascido.
Ele riu amargamente.
- Quando alguma vez desejei outra coisa? - resmungou baixo.
De repente a parede ante eles explodiu abrindo-se, derramando mais monstros em seu caminho.
- Entregue-nos isso Harry. - exigiu um grande homem lagarto cinza. - Ou nós lhe veremos pagar com a carne de seu traseiro.
Ainda sustentando-a perto, Harry girou para escapar, mas não pôde.
Eles estavam cercados.
- De a moça para nós. - grasnou isso um dragão velho, estendendo suas garras. - Ela pode alimentar a todos.
Gina conteve seu fôlego ao ver a indecisão nos olhos de seu cavalheiro escuro.
Deus Querido, ele ia entregá-la.
Com seu coração palpitando, ela tocou seu rosto, arrastando seus dedos contra sua dura e esculpida mandíbula. Gina não queria que os monstros a tivessem, mas por dentro ela entendia sua relutância para seguir ajudando-a. Ele não a conhecia absolutamente. Não havia nenhuma razão para que ele ficasse em perigo.
Ele não era real.
É um sonho.
As palavras sussurraram em sua mente. Mas como em tantos sonhos, sentia-se tão real. Ela o sentia real.
E ela tinha um desejo pouco natural de protegê-lo.
- Está bem. - suspirou ela. - Não quero que fique ferido. Posso lutar com eles eu mesma.
Suas palavras pareceram confundi-lo e surpreendê-lo.
Os monstros se moveram.
- Liberta a moça ou morre, Harry. - assobiou o homem lagarto.
Gina sentiu o delicado toque do cavalheiro enquanto seus dedos roçavam o lado de seu pescoço, enviando calafrios por todo seu corpo.
O olhar em seus olhos era necessitado e atormentado.
- Eles não lhe terão. - sussurrou-lhe - Te levarei a algum lugar onde eles não possam te alcançar. - Ele inclinou sua cabeça e capturou seus lábios.
A excitada paixão de seu beijo roubou seu fôlego.
Os monstros do sonho se desvaneceram em nuvens vaporosas até que não ficou nada.
Nem a cova, nem os gritos.
Nada.
Nada exceto os dois e a necessidade repentina que ela tinha dentro de si de provar mais dele.
Fechando seus olhos, Gina inalou o aroma quente e masculino na pele de Harry. Ele violou sua boca com paixão enquanto sua língua arrasava a sua e seus dentes mordiam gentilmente seus lábios.
Agora, isto era um sonho.
Ele era um sonho.
Um perfeito e ditoso momento que valia a pena saborear.
Ouviu-o grunhir como uma besta selvagem enquanto arrastava seus lábios por sua mandíbula e os enterrava contra sua garganta. Lambendo. Tentando. Incitando seu desejo.
Cada terminal nervoso em seu corpo se acendia a seu toque. Ela ardia por ele. Seus seios se incharam, querendo sentir os golpes de sua língua sobre seus tensos bicos enquanto suas mãos a sustentavam. Seu sexo palpitava com dor, exigente de necessidade.
Ele levantou sua cabeça para olhá-la fixamente e então o resto da cena se completou. Os dois estavam fora sobre um brilhante montículo, iluminado pela lua.
A paz do momento a consolou. Cheirou o pinheiro úmido ao redor deles, escutou o som borbulhante de uma cascata próxima.
A roupa se desvaneceu de seus corpos ao mesmo tempo que ele a pousava sobre a terra, que, de uma maneira estranha, não era dura. O musgo baixo ela era mais suave que uma nuvem, e contrastava notavelmente com os duros músculos masculinos que a aprisionavam.
Gostava de muito este sonho, era muito melhor.
- É magnífico. - sussurrou ela, olhando fixamente o suave e brilhante comprido cabelo negro que caía ao redor de seu rosto. Seu corpo era magro, meticulosamente definido, e impecável. Nunca tinha visto um homem de aparência tão agradável.
Ela se esticou e traçou o arco agudo de suas sobrancelhas escuras sobre os olhos azul prateado. A cor deles era tão intensa, que lhe tirou o fôlego.
Então ela passou seus dedos pela barba incipiente de suas bochechas até sua dura mandíbula esculpida. Estava tão agradecida. Tão feliz de o ter sustentando-a depois do terror que lhe tinham feito passar os monstros.
Pela primeira vez em semanas, sentiu-se a salvo. Protegida.
E devia tudo a ele.
Harry capturou sua mão com a sua e estudou seus dedos como se nunca tivesse visto nada como eles. Havia uma luz tão terna em seu olhar fixo que ela não podia entender o que a causava.
Gemendo tão profundamente em sua garganta que vibrou através dela, ele levou a mão de Gina a sua boca e percorreu com sua língua as linhas da palma. Sua língua acariciou sua carne com carícias parecidas com uma pluma enquanto seus dentes com cuidado mordiam seus dedos e palma. Com seus olhos fechados, ele pareceu saborear a essência de sua pele, seu toque. Seu gosto.
Gina tremeu diante do olhar quente sobre seu rosto enquanto ele a beijava outra vez. Suas mãos vagaram por seu corpo, acariciando e pinçando, procurando cada parte dela, alimentando seu fogo interior até que ela temeu que isto pudesse consumi-la completamente.
Ele deslizou sua boca de seus lábios, baixando a seu corpo e a seu seio. Gina gemeu de prazer. Sua mão gentilmente se posicionou sobre seu peito, levantando seu topo para que ele pudesse tomar-se seu tempo provando-a, fazendo rodar sobre sua língua enquanto grunhia outra vez. Ela nunca tinha visto antes que um homem obtivera tal prazer de simplesmente provar a uma mulher.
Harry era o céu. Céu puro e simples. O amante perfeito, atento. Era como se ele pudesse ler sua mente e saber exatamente onde e como ela queria ser tocada.
Sua ereção pressionava contra seu quadril enquanto sua mão procurava o fogo entre suas pernas. Separando mais suas pernas para ele, Gina arrastou suas mãos sobre os músculos de suas costas, músculos que se ondulavam e flexionavam com cada delicioso e sensual movimento que ele fazia.
Ela enterrou seus lábios contra sua garganta, provando o sal de sua pele. Calafrios se propagaram por seu corpo, fazendo-a sorrir ao saber que lhe dava prazer.
Nunca antes em seus sonhos havia ela estado assim com um homem. Isto era a primeira vez que tinha feito o amor sem preocupar-se se seu amante encontrasse defeitos em seu corpo. Se de algum jeito não fosse o bastante boa para ele.
Seu amante do sonho a fazia sentir especial. A fazia sentir feminina e atrativa. Ardente. Desejável.
Ela conteve seu fôlego enquanto ele deslizava seus dedos por seus úmidos cachos na junção de suas coxas, separando as dobras sensíveis de seu corpo até que ele pôde deslizar seus compridos e magros dedos profundamente dentro dela. Um fogo ardente estalou em seu interior.
Gemendo pelo aprimoramento de seu toque, ela passou suas mãos por seu cabelo de seda e o manteve perto.
Ele acariciou e tentou seu corpo com seus dedos enquanto sua boca fazia magia sobre seus seios. O poder de seu toque, o tato desses duros e definidos músculos que faziam pressão sobre ela…
Isto era mais que o que ela podia suportar.
Deixando cair sua cabeça para trás, ela gritou enquanto jorros de êxtase a atravassavam. De todos os modos ele seguiu lhe dando prazer. Não reduziu a velocidade até que o último estremecimento profundo escorreu dela.
Sem fôlego e débil, ela o quis agradar do modo em que ele a tinha agradado. Ela desejava olhar dentro de seus olhos e vê-lo culminar,também.
Fazendo-o deitar sobre suas costas, Gina correu suas mãos sobre os perfeitos músculos broceados de seus ombros, seu peito, seu abdômen e quadris e arrastou devagar seus dedos pelos cachos escuros entre suas pernas. Harry reteve seu fôlego bruscamente entre seus dentes enquanto ela arrastava seus lábios sobre os duros músculos de seu peito baixando a seu abdômen duro como uma pedra.
E enquanto ela lambia sua escura carne, tomou seu rígido pênis em sua mão. Harry estremeceu em seus braços. O prazer em seu rosto a emocionou enquanto ele lentamente se balançava contra sua palma.
Ela o embainhou com suas mãos, deleitando-se com a aveludada sensação dele palpitando entre suas palmas. Ele arrastou seus dedos por seu cabelo. Os músculos em sua mandíbula se esticaram ao olhá-la nos olhos enquanto ela meigamente chupava seu corpo.
- Adoro suas mãos sobre mim. - disse ele, sua voz profunda e desigual. - Adoro o modo em que cheira. A forma que te sinto.
Ele tomou seu queixo em sua mão e a olhou fixamente, com um olhar que lhe disse que ele a queria inclusive mais que o dragão. Era primitivo e quente, e lhe roubou o fôlego.
Nesse momento, ela soube que ele ia toma-la. Tomá-la em um modo em que ela nunca tinha sido tomada antes.
Enterrando suas mãos em seu cabelo, ela não pôde esperar. Ela queria que ele a possuísse.
Com seus olhos relampejando e selvagens, ele grunhiu antes de tomar seus lábios com os seus. Beijou-a tão apaixonadamente que ela gozou outra vez enquanto ele girava com ela em seus braços e lhe pressionava as costas uma vez mais contra o musgo parecido a uma nuvem.
Ele subiu seu joelho entre suas coxas, e separou suas pernas enquanto colocava seu corpo sobre o seu. Ela tremeu com antecipação.
- Sim, Harry. - suspirou ela, arqueando seus quadris convidando-o. - Por favor me encha.
Com olhos selvagens e possessivos, ele se introduziu nela.
Gina gemeu ante sua dureza dentro dela. Ela nunca havia sentido nada melhor que toda sua força e o poder que a rodeava, enchendo-a totalmente. Quando ele se moveu contra ela, temeu desfalecer pela sorte que sentia.
Ele a tocou de formas como nenhum homem a havia tocado antes. Como se ele realmente a entesourasse. Como se ela fosse a única mulher que existia para ele.
Seus movimentos foram indomáveis quando ele empurrou nela. Lento. Profundo. Com força.
Ela envolveu suas pernas ao redor dele, as deslizando acima e abaixo para sentir o pêlo de suas pernas acariciando-a.
Ele baixou sua cabeça e capturou seu seio em sua boca, torturando-o sem piedade enquanto a acariciava com seu corpo. Ela gemeu profundamente em sua garganta, aproximando sua cabeça a ela.
Então, ele se reclinou em suas pernas para poder olhá-la. Gina engoliu em seco diante da vista dele em cima dela enquanto olhava seus misteriosos olhos verde prateados. Ele sustentou suas pernas em suas mãos enquanto seguia impulsionando-se ainda mais profundo nela.
Seus sublimes golpes eram primitivos, quentes e tentadores. E ela os sentia em todo seu corpo, derramando um prazer tão intenso que lhe percorria suas costas e baixava até os dedos do pé.
Harry lambeu seus lábios enquanto a olhava olhá-lo. Gina não podia mover-se. Seus olhos a mantinham paralisada. Tudo o que ela podia fazer era olhá-lo fixamente. Senti-lo, profundo e duro dentro dela.
Ela viu seu prazer refletido em seus olhos, viu-o saboreá-la. E quando ele olhou abaixo, aonde eles estavam unidos, ela tremeu.
- É minha, Gina. - disse ele entre dentes apertados, empurrando-se ainda mais duro e mais profundo nela para acentuar as palavras.
Ele tomou em seus braços e a embalou em seu peito como se ela fosse indiscutivelmente preciosa.
Gina aderiu a ele enquanto sentia seu prazer crescer ainda mais. Em faíscas candentes ela gozou outra vez em seus braços. Ele enterrou seu rosto no ângulo de seu pescoço e gritou enquanto se unia a ela.
Ela ficou largada perfeitamente quieta enquanto ele se estremecia ao redor e nela. Com sua respiração pesada, ele não se moveu durante vários minutos.
Retirando-se, ele a olhou.
- Estou contigo, akribos. - sussurrou ele. - Sempre estarei contigo.
Uma estranha onda de languidez caiu sobre ela. Ela fechou seus olhos. Ainda assim, ainda podia sentir e entender o que estava passando
Harry a aninhou sobre seu peito enquanto ele jazia sobre suas costas. Ela podia sentir suas mãos deslizando-se sobre ela enquanto inalava o quente masculino aroma de sua pele.
Inclusive dormindo, ela o sentiu perto e soube que ele cuidava dela, protegendo-a de outros. E pela primeira vez em semanas, ela descansou em total paz e comodidade.
- Dorme, Gina. - disse ele disse silenciosamente. - O Skoti não pode te alcançar aqui. Não os deixarei.
Gina riu em seu sonho. Mas enquanto a escuridão vinha por ela outra vez, uma voz estranha soou em sua cabeça.
Agora quem representa a maior ameaça, Gina? Krysti'Ana ou Harry?
CAPÍTULO 2
Gina se foi despertando lentamente para encontrar-se estendida de costas, fora de seu cubículo. Durante um segundo ela não pôde mover-se absolutamente; então seu corpo lentamente começou a funcionar outra vez.
O primeiro que viu foi o cenho preocupado de Chrissy.
O segundo, foram dois paramédicos sentados ao lado dela. Seu chefe, com vários outros colegas de trabalho, mantinha-se a distancia a um lado, franzindo o cenho para ela. A cara do John lhe disse que o único pensamento em sua mente era quanto trabalho administrativo ele teria que completar por isso.
- O que aconteceu? - perguntou Gina.
- Desmaiou. - disse Chrissy. - Foi como se estivesse congelada ou algo.
Gina cobriu a cara com suas mãos enquanto se enchia de vergonha. Era sua sorte, ter o sonho mais erótico de sua vida, diante de meio escritório.
OH Deus, quero morrer!
- Como se sente? - perguntou o paramédico a sua direita enquanto a ajudava a sentar-se.
- Sinto-me… - Sua voz se desvaneceu. Ela se sentia incrível, em realidade. Melhor do que alguma vez se houvesse sentido antes.
- Senhora? - insistiu o paramédico. - Está você bem?
Gina cabeceou, tentando desesperadamente agarrar-se à imagem de Harry, mas ela se esfumaçou e a deixou sentindo-se extranhamente sozinha.
- Estou bem, sério.
- Não sei. - disse Chrissy. - Ela esteve atuando muito estranho ultimamente. Não tem dormindo. Talvez uma curta estadia em um hospital onde ela possa dormir...
- Chrissy! - interrompeu Gina. - O que tenta fazer?
- Conseguir ajuda. Talvez eles tenham algo que pode faze-la dormir de noite.
- Não preciso dormir. - disse ela, assombrada ante a verdade dessas palavras. - Sinto-me completamente descansada.
O paramédico olhou ao Chrissy.
- Seus sinais vitais estão normais. Se ela disse que está bem, está bem. - Deu a Gina um formulário de liberação. - Assine isto e está por sua conta, mas se eu fosse você, iria a meu médico só para estar seguro.
Chrissy lhe dirigiu um olhar duvidoso.
- Estou bem, Chrissy. - insistiu Gina, assinando a liberação.
Ainda assim, John lhe disse que fosse para casa e tomasse o resto da semana de folga.
Completamente envergonhada, Gina não discutiu enquanto os paramédicos se foram. Ela simplesmente juntou suas coisas e saiu do edifício rumo ao estacionamento.
Chrissy a seguiu ao carro.
- Escuta, o que eu ia dizer antes de que John pegasse o café e você golpeasse o piso é que meu noivo é um psicólogo que se especializou em desordens do sonho.
Gina parou diante de seu Escort verde. Estranho que Chrissy não tivesse mencionado isso antes, mas explicava por que ela tinha estado tão interessada nos sonhos de Gina desde que tudo tinha começado.
- Sério?
- Sim. Seu nome é Rick Sword e lhe estive falando sobre você. Ele pensa que pode ajudar. - Chrissy lhe deu um cartão de visita cinza escuro. - Realmente penso que deveria lhe fazer uma chamada.
Gina estudou o cartão. Até o momento, ela nunca se havia sentido melhor em sua vida, mas talvez deveria chamá-lo no caso dos pesadelos voltarem.
- Obrigado. - disse Gina, entrando em seu carro. - Possivelmente faça.
Chrissy a olhou de fora do carro e articulou a palavra, “Liga”.
Gina assentiu, logo se dirigiu para casa, mas enquanto dirigia entre o tráfego do centro, não teve vontade de voltar para seu apartamento sozinha.
Honestamente, ela se sentia bastante estranha. Quase podia sentir a presença de Harry. Jurava que ainda podia cheirar o masculino aroma de sândalo que se aderiu a sua pele, sentia-o em seus pensamentos.
- Foi só um sonho. - disse em voz alta.
De todos os modos, tinha sido um sonho incrível. Tão verdadeiro. Tão vívido e erótico.
Tão incrivelmente satisfatório.
Ela parou em um sinal vermelho e deu uma olhada para o cartão sobre o banco de passageiros. Antes de mudar de idéia, pegou seu telefone celular e chamou o Doutor Sword.
Sua recepcionista imediatamente se comunicou com ele enquanto ela se dirigia com seu carro para a rodovia.
- Senhorita Weasley. - disse ele com impaciência. - Chrissy tem me falando tanto sobre você. Realmente eu gostaria de falar com você se tiver tempo.
Algo a obrigou para aceitar.
- Bem, certo. Quando?
- O que vai fazer no almoço?
Gina ser riu nervosa.
- Suponho que "me encontrar com você” seria a resposta correta.
Sua própria risada lhe respondeu.
- Direi-lhe, por que não nos encontramos em público pela primeira vez? Isso põe às pessoas mais a vontade. Gosta do Restaurante do Thompson no Five Points?
- Bem. A que hora?
- O que lhe parece agora mesmo? Deve estar aberto durante o dia.
- Soa como um plano. Estarei ali em aproximadamente meia hora.
- Bom. Estarei-a esperando.
Gina entrou na auto-estrada e se dirigiu para sua entrevista.
Uma vez que ela alcançou a alameda, estacionou seu carro fora do pitoresco restaurante que se especializava em música de jazz e comida Boêmia, e entrou.
Havia só um punhado de gente no escuro interior, todos ocupando as mesas. Só então ela compreendeu que tinha esquecido lhe perguntar ao doutor seu aspecto.
- Gina?
Ela se deu volta para ver um homem alto, distinto, no inicio dos quarenta anos entrando pela porta detrás dela.
- Sim?
- Rick Sword. - disse ele, estendendo a mão para ela.
Ela estendeu a sua.
- Encantada de conhecê-lo.
- Sim. - disse ele com um sorriso agradável. - Sim, é.
Ele conseguiu uma mesa ao fundo do restaurante, e uma vez que estiveram sentados e tivessem pedido, ele escutou enquanto lhe explicava seus pesadelos.
Gina se sentiu um pouco nervosa ao princípio, mas, como ao lhe explicar ele não apareceu julgá-la, ela entrou em mais detalhe.
- E logo este tipo, Harry, estava ali e ele chamou o monstro serpente de Skotos. - Ela fez uma pausa enquanto movia suas mãos ao redor de sua Coca Cola. - Você provavelmente pense que estou assobiada agora.
- Não. - disse ele, seus olhos azuis sinceros. - De verdade, a encontro fascinante. Me diga, você alguma vez tinha ouvido o termo Skoti antes?
- Não, nunca.
- Hmmm, interessante.
Ela franziu o cenho enquanto ele fazia umas notas sobre a caderneta que tinha levado com ele.
- Por que?
- Bem, eles são parte da história. Me diga, você alguma vez tomou um curso sobre a antiga civilização grega ou de mitologia na universidade?
- Não, não realmente. Quer dizer, cobrimos o básico panteão grego no colégio e tive que ler a Odisséia e Edipo na universidade, mas isso foi tudo.
- Hmmm. - disse como se ele encontrasse isso interessante, também.
- Por que pergunta?
- Eu só me perguntava como a idéia do Skoti foi implantada em seu subconsciente.
Havia uma nota peculiar de sua voz que a fez extremamente apreensiva.
- O que está você dizendo, que eles são verdadeiros?
Ele riu.
- Isso depende de se você realmente acreditar nos antigos deuses gregos. Por que eles eram parte dessa cultura. Eles eram, a falta de um melhor termo, demônios de pesadelo. Eles, diziam, infiltravam-se nos sonhos das pessoas e então podiam chupar as emoções e a criatividade. Isto os fazia fortes, se o preferir.
- Como vampiros de energia?
- Algo assim. De todos os modos, a lenda diz que eles visitavam uma alma algumas vezes durante sua vida e seguiam adiante. É como os antigos justificavam seus pesadelos. Supostamente, cada tanto um Skotos se concentra sobre uma vítima em particular e volta uma e outra vez até que a pessoa se volta insana pelas visitas.
- Insano como?
Ele tomou um gole de sua bebida.
- A teoria científica por trás da lenda seria que as visitas, sem importar o que realmente eram, interrompem o padrão normal de sonho, fazendo que a vítima nunca descanse realmente ou rejuvenesça durante a noite, causando assim a coerção mental. Se isto seguisse muito tempo, conduziria à instabilidade mental.
Um tremor desceu por sua coluna. Isto soava um pouco ou muito parecido como o que tinha estado lhe acontecendo.
- Então, como pode alguém desfazer-se de um Skotos?
- Segundo a lenda, não pode.
- Posso lutar com eles?
Ele sacudiu sua cabeça.
- Não, mas os Gregos antigos acreditavam no equilíbrio perfeito. Como você tem o demônio Skotos, da mesma maneira você tem um benévolo Oneroi lutando por você.
- Oneroi?
- Acreditava-se que eram os filhos do deus do sonho Morfeo. Eram os campeões da raça e dos deuses igualmente. Incapazes de sentir emoções, eles passam a eternidade protegendo às pessoas em seu sonho. Sempre que um Skoti escolhe a um humano e comece a esgotar muito a aquela pessoa, o Oneroi entra e salva ao humano de suas garras.
- Como fez Harry.
- Isso parece.
- E os Skoti, de onde vêm?
- Eles eram os meninos do Phobetor, o deus das formas animais. Seu nome significa “espantoso”, daí seu domínio sobre os pesadelos.
- Então os Skoti e os Oneroi estão relacionados?
Ele assentiu.
- Fascinante. - disse ela, pesando seus novos conhecimentos enquanto pensava em seus sonhos.
Vagamente recordou as ameaças que o Skoti fazia contra Harry. Era possível que de algum modo estes demônios realmente se infiltraram em seu sonho? Podiam Harry e outros ser reais?
Isso era absurdo e ainda…
Seu rosto ardeu. Se eles eram verdadeiros, então ela acabava de ter uma relação de uma noite com um perfeito estranho.
- Doutor Sword, - perguntou ela seriamente - você acredita que eles existem?
Seu olhar azul claro se fixou nela.
- Jovem, vi coisas em minha vida que faria a alguns evelhecer antes de tempo. Aprendi faz muito tempo a não descontar qualquer possibilidade. Mas pessoalmente, vejo a idéia de deuses gregos infiltrando meus sonhos, extremamente inquietante.
Seu rosto avermelhou ainda mais.
- Asseguro-lhe, não é a metade de inquietante que faço eu.
Ele sorriu.
- Suponho que não. - Ele tirou um pequeno estojo de couro de seu cinturão e tirou um Palm Pilot. - Direi o que faremos. Por que não programamos uma entrevista para a semana que vem para monitorar seus sonhos? Podemos conectá-la a uma de nossas máquinas, induzi-la a um comprido sonho, e controlar suas ondas cerebrais. Talvez isso nos dê uma idéia científica sobre o que está passando.
Ela assentiu agradecida.
- Isso soa muito melhor que deuses gregos e demônios correndo soltos em meus sonhos.
Harry se sentava alto por cima do oceano, pousado sobre uma pequena saliencia que mal acomodava seu grande corpo. Ele tinha vindo a este lugar, o mais longínquo que ele podia recordar, desde que tinha sido um menino, lá... ao começo dos tempos.
Aqui era onde ele tinha vindo depois de suas surras rituais, que tinham sido desenhadas para tirar seus sentimentos e compaixão. Aqui era onde tinha descansado, esperando que a dor de sua existência diminuísse até que outra vez pudesse encontrar o intumescimento para o que tinha jurado viver.
Aqui ele podia ouvir o rugido das ondas e olhar fixamente a imensidão da água e sentir-se, de uma estranha maneira, em paz.
Só que agora a paz se foi. Feita em pedacinhos.
Algo estranho lhe tinha passado quando tinha feito amor com Gina. Foi como se tivesse deixado um pedaço dele com ela.
Ainda agora, podia senti-la. Se fechava seus olhos, até poderia dizer o que ela estava sentindo.
Pior, ele a ansiava, de tal forma, que o consumia. Queria estar com ela outra vez, sentir a suavidade de seu toque sobre a pele. Nunca soube que tal suavidade existisse, e agora que sabia...
- Quebrou uma regra, sabe?
Ele apertou seus dentes para ouvir a voz do Wink em cima dele. Procurando, encontrou dois grandes e inquisitivos olhos de prata que estavam fixos nele com interesse.
Wink era o último deus que queria ver neste momento. O filho de Nyx, a deusa da noite, e Erebus, a encarnação da escuridão primitiva, Wink era tecnicamente o tio avô de Harry e um dos mais velhos dos deuses; entretanto, atuava mais como um humano pre-adolescente. Seu rosto juvenil estava sempre radiante e brilhante e levava seu comprido cabelo castanho trançado caindo por suas costas.
A coisa mais molesta sobre o Wink era que gostava das brincadeiras pesadas e sempre ria dos meninos de Myst.
- Não fiz nada.
- OH, vamos, confessa, V. Ouvi seus irmãos falando sobre ti. Eles disseram que lhes tinha tirado a um humano e desaparecido. Agora, conta-me tudo.
- Vá.
Wink sorriu ante isto.
- Então realmente tem feito algo. Oooh, e deve ser bom, para ser tão reservado.
Harry olhou fixamente o oceano que formava redemoinhos abaixo.
- Não tem algo melhor para fazer? Como atormentar aos deuses que possam estar irritados contigo?
Wink sorriu ainda mais abertamente.
- Sarcasmo. Hmm! Alguém esteve perto dos humanos muito tempo.
Harry não respondeu.
Ele não tinha que fazê-lo. Wink se aproximou de seu ombro e cheirou como um cachorrinho ante um par de meias sujas. Os olhos de Wink se alargaram enquanto se afastava.
- Estas irritado comigo, verdade?
- Não posso sentir irritação e bem sabe.
Isso não funcionou. Wink voltou a flutuar ao lado de Harry, seus olhos maiores que pires. Tomou o queixo de Harry em sua mão e estudou seus olhos.
- Posso ver emoções aí, girando, mescladas. Está assustado.
Harry retirou seu queixo do afeto do Wink e o afastou.
- Asseguro-te que não. Não temo a nada. Nunca tive e nunca terei.
Wink arqueou uma sobrancelha.
- Que veemente negação. Sua classe nunca sente tal paixão quando fala, e entretanto você o faz.
Harry olhou ao longe, seu coração palpitando. Ele sentiu a estranheza do pânico em seu peito. E recordou uma vez, anos atrás, quando tinha sido um menino e se atreveu a fazer a pergunta equivocada.
- Afrodite, por que não posso ter amor?
A deusa se riu dele.
- Você é o menino de Myst, V'Harry. Ela não tem forma, é disforme. Vácua. o melhor que pode esperar é sentir efêmeras, surdas emoções, mas amor… o amor é sólido, eterno, e além de seu entendimento ou capacidade.
- Então por que posso sentir a dor?
- Por que este, como você, é um fantasma efêmero. Como o grande oceano baixa e flui, inchando-se em titânicas proporções, logo dissolvendo-se em um nada. Mas nunca dura muito tempo.
Ao longo dos séculos, tinha aprendido que a deusa estava equivocada sobre a dor. Isso, também, era eterno. Nunca partiu.
Não até que tinha tido a Gina.
Fechando seus olhos ele não o entendia. O que lhe tinha feito ela?
Wink o cravou com o dedo sobre o ombro.
- Vamos, V, me diga por que está neste estado.
Ele elevou o olhar para seu tio avô. A confiança de qualquer tipo era tão alheia a Harry como o amor. De todos os modos ele necessitava a experiência do Wink. Wink tinha vivido mais tempo e sabia mais que ele. Possivelmente pudesse lhe dar uma idéia.
- Se te disser que aconteceu, deve me jurar pelo Rio Styx não dizer-lhe a ninguém. Ninguém.
Wink assentiu.
- Que Hades me encadeie no Tartarus, juro pelo Styx nunca pronunciar uma só palavra do que me diga.
Harry respirou profundamente e se preparou para a traição.
- Eu tive sexo com um mortal.
Wink arqueou uma orgulhosa sobrancelha e sorriu.
- Agradável, verdade?
- Wink!
- Bem, é. Altamente recomendável. - Wink fez uma pausa especulativo. - Era um homem ou uma mulher?
- Uma mulher, é obvio. Que tipo de pergunta é essa?
- Uma muito entremetida e de acordo com minha encantadora personalidade.
Harry pôs seus olhos em branco. Agora entendia o que queriam dizer os outros deuses quando diziam que Wink podia ser uma grande dor no traseiro.
- Então, - continuou Wink - esteve boa?
Uma onda de desejo atravessou a Harry, perfurando sua virilha com excitação ante a só menção dela. De todos os modos ele rechaçou responder aquela pergunta. Era pessoal e ao Wink não tinha que importar.
- Julgando pelo olhar em seu rosto, tomarei como um sim.
Harry grunhiu a seu tio avô e tratou de trocar de tema.
- De todos os modos, algo passou.
- Algo?
- Isso me mudou de algum modo.
Wink soprou.
- Isso é estúpido. Se dormir com um mortal mudaasse para um deus, não queira saber o que eu seria agora. Quanto ao Zeus… morro de só pensá-lo.
Harry não fez caso a suas palavras. A pior parte de tudo era esta necessidade incessante que ele sentia por ver Gina outra vez. Sentir suas mãos sobre ele.
Ansiava sua ternura.
Ansiava seu calor.
Ele tinha que tê-la.
- Harry!
Wink empalideceu ante o som da voz do Hypnos. Hypnos era um deus que tinha sob seu domínio a todos os deuses do sonho. Cedo ou tarde, todos respondiam a ele.
- Uh-OH. - sussurrou Wink. - Parece louco. - Wink se desvaneceu, deixando a Harry só para confrontar a ira do velho deus.
Harry levantou o olhar sobre sua cabeça para ver o cenho zangado do ancião. Mas já que nunca tinha visto nenhuma outra expressão na cara do Hypnos, não podia julgá-la.
- Ele me parece o mesmo.
- V'Harry. - grunhiu Hypnos. - Não me faça ir até onde você está.
Harry soprou em resposta. Se Hypnos pensava assustá-lo, teria que tentar algo novo. Harry tinha aprendido fazia muito tempo a não preocupar-se.
Elevando-se até as rochas de acima, ele foi encontrar ao deus que fazia que Skoti e Oneroi, por igual, tremessem de medo. Só ele podia lhes dar uma emoção verdadeira.
Harry não sentiu nada enquanto se aproximava do ancião.
- Seduziste a um mortal em seu sonho.
A acusação pendurou entre eles enquanto Harry o olhava fixamente.
- O que tem que dizer por ti?
Harry não disse nada. O que podia dizer? Ele tinha cometido um ato proibido. Outros deuses poderiam tomar humanos como quisessem, mas não sua raça.
Ele não era o primeiro de seus parentes em violar esse mandato. Entretanto, não era o suficientemente tolo para pensar durante um minuto que Hypnos seria misericordioso com ele.
Ele não era um filho favorito.
- Você conhece nosso código, - disse Hypnos. - por que o rompeu?
Por que queria ser abraçado. Somente uma vez.
Durante um momento na eternidade, quis fingir que alguém me queria.
A verdade o atravessou. Sem ter em conta o que Hypnos lhe fizesse como castigo, havia valido a pena.
Ele nunca esqueceria que por um precioso momento tinha sustentado ao Gina em seus braços e ela tinha dormido plácidamente em cima dele. Seu fôlego fazendo cócegas seu peito, ela tinha feito algo que nunca ninguém tinha feito antes. Tinha acreditado nele.
Seu calor tinha gotejado nele, e pela primeira vez desde que tinha nascido, se não amor, tinha conhecido a ternura. E isso tinha sido suficiente.
Hypnos o olhou como se ele fosse asqueroso. Vil. Mas claro, Harry estava acostumado a isso, também.
- Peguem-no. - disse o antigo deus, empurrando-o às mãos de seus verdugos. - Tirem a contaminação humana de sua carne e assegurem-se que nunca esqueça a dor disso.
CAPÍTULO 3
Era depois da meia-noite antes de que Gina finalmente encontrasse a coragem de ir dormir. Estava aterrorizada do que poderiam trazer seus sonhos e ainda assim, queria ver Harry outra vez.
Não era algo estúpido?
Ele não era real e não havia nenhuma garantia que ela voltasse alguma vez a ter outro sonho com ele.
De todos os modos, desejava um pequeno milagre.
Rendendo-se ao domínio de Morfeo, deixou que seu esgotamento a vencesse.
Em vez da sensação de queda que tinha aprendido a esperar de seus sonhos, sentiu como se voasse por cima do mundo. Pela primeira vez em semanas, teve um sonho normal, feliz.
Ninguém a perseguiu. Ninguém a assustou.
Foi o céu, exceto pela ausência de um amante fantasma em particular.
Suspirando em seu sonho, Gina se viu vestida com jeans e uma camiseta com finas alças, sentada fora no alpendre, balançando-se como estava acostumado a fazê-lo no pátio da casa de sua Tia Mae. O dia era perfeito, brilhante e agradavelmente quente com uma fragrância mesclada de madressilva e pinheiro. Ela tinha passado tantos juvenis verões aqui, nesta granja nas montanhas da Califórnia.
Como pode esquecê-lo.
- O que é este lugar?
Sobressaltou-se ante a profunda e acentuada voz detrás dela.
Dando a volta, viu Harry apoiado contra o corrimão branco do pórtico, suas mãos seguras a cada lado dele, olhando-a. Seu comprido cabelo negro estava preso atrás em um rabo-de-cavalo e seus claros olhos de prata eram precavidos. Sua negra camisa toda abotoada só acentuava os músculos perfeitos de seu corpo, e seus jeans tinham buracos nos joelhos.
Por alguma razão que ela não podia compreender, ele parecia um pouco pálido e cansado, seus traços apertados. Apesar disso, estava contente de que ele estivesse aqui.
Ele sorriu.
- Este é um de meus lugares favoritos da infância.
- O que fazia aqui?
Ela se levantou e se aproximou, mas ele se afastou rapidamente.
- Passa algo?
Harry sacudiu sua cabeça. Ele não deveria estar aqui. Ele deveria haver ficado longe dela, e ainda assim…
Ele não pôde.
Assim que ela se dormiu, ele havia sentido sua presença calmante chamando-o.
Decidido, ele tinha lutado tanto como pôde.
Mas ao final, tinha sido em vão.
Ele tinha vindo aqui contra sua vontade. Contra seu sentido comum. Seu corpo, ainda que se curasse cem vezes mais rápido que um humano, estava ainda machucado e dolorido por seu castigo. Isto lhe recordou o alto custo que teria que pagar outra vez se alguém chegasse a saber onde estava.
Ela colocou sua mão em seu braço. Harry fechou seus olhos enquanto a dor o atravessava. Seus braços estavam tão incrivelmente doloridos, mas nem sequer a agonia de suas feridas podia ocultar o quente intenso tremor que ele sentiu com seu toque.
- Vem. - Ela deslizou sua mão por seu braço para tomar sua mão na sua. Ele olhou fixamente com assombro seus dedos enlaçados. E tentou não sentir como seu suave toque sentia contra sua pele. Quanto ele queria tirar sua roupa e fazer o amor com ela pelo resto de eternidade.
- Me deixe te mostrar. - disse ela.
Permitiu lhe conduzir, fazer baixar os degraus do alpendre e atravessar o pátio para um velho celeiro. Enquanto eles caminhavam, a imaginação dela o atordoou. Seu sonho era tão vivo e vibrante. Ele nunca tinha visitado ninguém que tivesse criado algo tão maravilhosamente detalhado.
Ela liberou sua mão para abrir as portas bem engorduradas do celeiro e lhe mostrar três cavalos descansado dentro de suas baias.
Harry a olhou retirar uma manta de um baio e logo conduzir para ele. Assombrou-o que o cavalo não relinchasse ao perceber seu aroma. Nunca antes um animal tinha tolerado sua presença em um sonho. Mas o baio marrom e branco parecia completamente a vontade com ele. Isto falava profusamente sobre quanto poder tinha sua mente.
- Alguma vez montaste a cavalo? - perguntou ela.
- Não.
Lhe mostrou como montar o cavalo; depois subiu para cavalgar diante dele. Harry sustentou sua cintura enquanto ela esporeava ao cavalo para um galope e percorreram o campo.
Sentir o animal embaixo dele, com ela em seus braços enquanto montavam a cavalo, encheu-o. Ele se sentiu extranhamente livre e quase humano.
Levou-o a um lago onde desmontaram e o cavalo desapareceu em uma nuvem marrom de fumaça.
Gina se sentou sobre a grama e começou a escolher flores selvagens para tecer uma coroa. Encantado, ele olhou suas mãos mesclar os caules para convertê-los em uma intrincada peça que guardava pouca semelhança a um simples tocado.
Enquanto ela trabalhava, ele apoiou as costas dela contra seu peito para poder sustentá-la.
Só por um momento.
- É tão incrivelmente criativa. - disse ele. - Este lugar é tão… seu. - terminou ele. E era. Brilhante, amistoso, acolhedor. Tudo era bom.
Todo Giona.
Ela riu feliz e o som trouxe um estranho consolo a seu peito.
- Não é certo.
- Sim, é. - Era o que o tinha feito procurá-la o princípio. - Ppor que suprime sua criatividade?
Ela encolheu os ombros.
Harry apoiou sua bochecha sobre seu cabelo castanho e traçou círculos sobre seu estômago com a mão.
- Me conte.
Gina nunca tinha sido o tipo de pessoa que confiasse nos outros, e apesar disso se encontrou contando a Harry coisas que nunca lhe havia dito a outra alma.
- Eu sempre quis ser criativa, mas nunca fui boa nisso.
- É sim.
- Não. Tentei tocar flauta quando era uma menina e lembro a que quando deram audições nos primeiros anos da preparatória eu fui tocar minhas escalas e não pude chegar às notas mais baixas.
- Estava nervosa.
- Não tinha talento.
Ela sentiu o fôlego de Harry sobre seu pescoço enquanto ele a fuçava gentilmente. A excitação correu por ela, esticando seus seios.
O que havia em seu toque que a incendiava? E quanto mais sentia seu toque, mais o desejava.
- Tenho certeza que seria uma grande artista.
Gina lhe sorriu pela confiança que ele tinha em suas capacidades. Era uma agradável mudança.
- Não posso desenhar uma linha reta com uma regua.
Ele a beijou então. Profunda e apaixonadamente. Sua língua esfregando-se contra seus lábios, enviando ondas de desejo movendo-se em espiral por seu corpo. Ela gemeu contra sua boca, embalando sua cabeça enquanto um necessário desejo a percorria.
Ele mordiscou seus lábios.
- Talvez devesse ser escritora.
- Isso é o que menos posso fazer.
- Por que?
- Me doe só de pensar.
Ele franziu o cenho.
- Por que?
Gina olhou à distância enquanto recordava esse dia horrível.
- Eu estava na universidade e desejava tanto ser escritora que quis provar. Para nos especializar em escritura criativa, tivemos que apresentar nossa melhor peça de ficção. Então me apresentei com um conto de ficção que pensei era magnífico e realmente diferente. Trabalhei e o adaptei até que estive segura que era perfeito. Apresentei todo o pacote ao chefe do departamento e logo esperei ouvir a resposta.
Ela tragou ao recordar como se inteirou da decisão da professora.
- O Jornal Literário saiu umas semanas mais tarde, e aí era onde estavam todas as histórias curtas dos estudantes que foram admitidos.
- A sua não estava nele?
Seu estômago se apertou.
- Eu estava, sim. Ela tinha escolhido minha história para destacar que “não” fazer se alguma vez queria ser levado a sério como escritor. Ela ridicularizou cada aspecto de minha história.
Seus braços se apertaram ao redor dela.
- Não pode imaginar quão humilhada estava. Jurei que nunca mais faria nada criativo. Que eu nunca poria tanto de mim em algo para que depois se burlassem.
As lágrimas ardiam em seus olhos e ela teria gritado se Harry não tivesse inclinado sua cabeça para trás e passado sua língua desde seu queixo a sua garganta. O toque de seu corpo afastou a dor e ela gemeu por quão bem ele a fazia sentir. Que seguro fazia ele seus sonhos.
- Por que é tão importante para ti que eu seja criativa? - perguntou ela.
Ele se retirou e lhe dirigiu um duro olhar.
- Porque sua criatividade reprimida é o que atrai ao Skoti. Se você a liberta, eles não teriam nenhuma forragem por seus pesadelos.
Isso soava maravilhoso até que ela pensou nisso.
- E que passa contigo?
- Quanto a mim?
- Se o Skoti se for, você irá também?
Ele olhou ao longe e ela viu a verdade disso. Seu coração doeu ao pensar em não vê-lo nunca mais. Embora eles acabassem de se conhecer, ela o necessitava. Gostava da forma em que a protegia. Tocava-a.
Como uma menina tímida ela tinha vivido toda sua vida com apenas uns poucos amigos e ainda menos namorados. Ela nunca tinha estado realmente perto de ninguém. Mas se sentia unida de algum modo a Harry. Sentia uma conexão, uma necessidade de estar com ele.
- Não quero que me deixe.
O coração de Harry se sacudiu ante as palavras que ninguém nunca lhe havia dito antes. Só estava acostumado a que tentasse afugentá-lo.
Ela se reclinou contra seu ombro para assim poder elevar a vista e tocar seu rosto.
Ela estava tão formosa ali.
- Por que desejas minha companhia? - perguntou ele.
- Por que você é meu campeão.
- Não, não o sou.
- Sim, é. Você me salvou do Skoti.
Ele tragou ante isso.
- Se alguma vez visse como realmente sou, odiaria-me.
- Como poderia?
Ele fechou seus olhos enquanto as lembranças surgiam nele. Este sonho com ela, era uma ilusão. Não havia nada de verdade nele. O que ele ouvia, o que eles sentiam… todas ilusões sem forma.
E entretanto ele queria ser real. Pela primeira vez em sua vida, desejava algo verdadeiro.
Desejava a Gina.
- Nem sequer sabe o que sou eu. - sussurrou ele.
- Sim, sei. É um Oneroi. Defende às pessoas de seus pesadelos.
Harry franziu o cenho. Tinha passado muito tempo sem que ninguém conhecesse esse termo.
- O que é o que conhece sobre o Oneroi?
- Alguém me contou sobre eles mais cedo, hoje e um pouco que investiguei depois de que cheguei a casa. Sei muitas de coisas sobre ti agora.
- Como quais?
- Que não pode sentir nenhuma emoção absolutamente. Mas não acredito isso.
- Não acredita?
- Não. Você é muito bondoso.
Harry estava atordoado por suas palavras. A bondade era algo que ele nunca tinha pensado ouvir aplicado a ele. Hypnos riria até provocar uma hérnia de só pensá-lo.
- Hey! - disse ela de repente. - Vamos fazer algo que eu sempre quis fazer, mas nunca tive guelra.
- O que?
Ela examinou o lago frente a eles.
- Nos banhemos nus. - antes de que ele pudesse responder, ela ficou em pé e tirou sua camiseta.
O fôlego dele ficou parado em sua garganta enquanto olhava fixamente seus seios nus. Seus mamilos estavam duros e ele jurou que já podia saboreá-los. Com seu corpo ardendo, ele deu um passo para ela e parou só ao sentir a dor das feridas de lança que subiam por suas costas. Se ele se despisse, ela veria as feridas. Veria o que eles lhe tinham feito. E ele não queria que ela soubesse.
- Vá você. - disse ele. - Quero te olhar.
Gina não soube onde encontrou a coragem de despir-se enquanto ele a olhava. Nunca tinha sido tão valente na vida real. Entretanto em seu sonho não lhe importou. De verdade gostava do olhar quente, lascivo em seu rosto enquanto ela tirava seus jeans e calcinha e se dirigia à água.
Harry a olhou nadar. Olhou a água lambendo sua pele nua. Seus seios brilhando na luz enquanto flutuava sobre suas costas e ele pôde ver o molhado enredo de cachos entre suas pernas.
Ele ansiava ir a ela e separar suas pernas até que ele pudesse… deu a volta afastando-se.
- Harry?
A preocupação em sua voz o atravessou. Ele tinha que abandoná-la.
Incapaz de suportá-lo, ele correu através do bosque, ignorando a agonia de seu corpo. Não era nada comparado ao que guardava em seu coração.
De repente ele se sentiu trocando. Ele viu suas mãos perder sua forma humana. Sentiu a lhe queimem sensação de sua pele enquanto sua carne se transformava…
- Harry?
Seu coração pulsava enlouquecido, ele sabia que não podia ficar. Não sem que ela averiguasse a verdade.
Fechando seus olhos, ele se teletransportou de seu sonho.
CAPÍTULO 4
Gina despertou ao soar seu telefone. Gemendo em voz alta, ela deu a volta para respondê-lo.
Era Chrissy.
- Tudo bem, pintinho. Como está desfrutando de sua manhã livre?
Ela estaria desfrutando dela muito mais se alguém não tivesse interrompido seu sonho enquanto estava tentando encontrar a Harry para poder despi-lo completamente e arrastá-lo à água com ela.
- Estou bem. - disse Gina, sufocando sua agitação.
- Despertei-te?
- Sim, fez.
- OH, sinto muito. Estava tendo outro pesadelo?
Gina sorriu ante a lembrança.
- Não, não um pesadelo.
- Sério? - perguntou Chrissy sem lhe acreditar. - Nenhum?
- Não. Agora se me perdoa, realmente eu gostaria de voltar a dormir.
- Sim, certo. - disse Chrissy com uma estranha nota em sua voz. - Por que não o faz?
Gina esteve na cama durante uma hora inteira, tentando voltar para sonho para encontrar Harry, mas isto não funcionou.
Ela se sentia tão bem desde seu tempo juntos que não teve mais opção que levantar.
Irritada por não ter mais controle sobre sua capacidade para voltar a dormir, vagou por toda a casa.
A última hora da manhã, encontrou-se diante de seu computador, olhando fixamente seu relatório de comercialização.
Enquanto trabalhava, as palavras de Harry, suas palavras alentadoras lhe davam voltas pela cabeça. E antes de saber o que estava fazendo, fechou sua folha de cálculos e abriu o processador de texto.
Gina se sentou ali durante horas, teclando furiosamente. Não foi até última hora da tarde que parou.
Completamente feliz pela primeira vez em anos, Gina olhou fixamente o que ela tinha feito. Orgulhosa de seu lucro, desejava compartilhá-lo com alguém.
Não, corrigiu-se. Ela desejava compartilhá-lo com Harry.
Imprimiu as páginas, as levou até o sofá. Deitou-se, agarrou os papéis a seu peito e se obrigou a dormir com a esperança de vê-lo outra vez.
Ela o encontrou em pé em um prado. Estava vestido todo de negro até suas botas de motorista de couro. Seus jeans abraçavam suas duras coxas, e sua camiseta negra luzia deliciosa ao esticar-se sobre um peito tão magro e tonificado que só podia ser verdadeiro em seus sonhos.
A brisa fresca movia seu cabelo frouxo, e seus olhos prateados brilhavam à luz do dia.
- Estava te buscando. - disse ela feliz.
Ele pareceu perplexo por suas palavras.
- Sério?
- Sim.
Ela se sentou no meio do prado de verão com formosas mariposas em tons brilhantes a seu redor. Depois de sua discussão a última noite, Gina estava tentando soltar seu artista interior. Ela levava uma ligeira blusa camponesa e uma saia frouxa que subiu por suas coxas quando se sentou.
O melhor de tudo, foi que ela conjurou uma caixa do Nutter Butter Bites.
Harry se aproximou.
- O que está comendo?
- Nutter Butter. Quer umas?
Ele caiu de joelhos a seu lado.
- O que são?
Ela afundou sua mão na caixa vermelha e tirou um punhado para lhe mostrar os círculos dourados.
- Biscoitinhos de manteiga de amendoim. São realmente boas, e a melhor parte de tudo, em sonhos, não têm nenhuma caloria.
Ele riu disso.
- Deixaria-me comer uma?
Mais nervoso que o que ela podia compreender, ela sustentou um biscoitinho para ele. Ele lambeu seu dedo ao tomar o biscoitinho em sua boca.
- É delicioso. Seu dedo, quero dizer.
Ela sorriu e o beijou na bochecha.
Ele pareceu tão atônito que foi cômico.
- Hey! - disse ela, deixando de lado a caixa e agarrando os papéis que havia trazido com ela. - Estará orgulhoso de mim.
Ele arqueou uma sobrancelha.
- Hoje escrevi. Pela primeira vez desde a universidade.
- Sério?
Ela cabeceou.
- Quase tenho dez páginas terminadas. Quer ver?
- É obvio que quero. - Ele tomou as páginas de suas mãos e se sentou frente a ela para as ler.
Gina observou seu olhar varrendo a página. Ansiava estender e passar suas mãos sobre seu corpo glorioso. Ele era musculoso como um atleta. Melhor ainda, seu gosto era mais aditivo que o chocolate.
Quando ele terminou, elevou o olhar e o orgulhoso e alentador olhar em seu rosto lhe tirou o fôlego. Ele era tão devastadoramente formoso, tão quente, que a deixava débil.
- Vampiros? - perguntou ele.
Ela sorriu abertamente.
- Sei que é um tema estranho, mas eu só tento canalizá-lo. O que eu gosto de é que estes são tão diferentes de outras histórias de vampiros.
- Recordam-me de algumas pessoas que conheço.
Gina ficou boquiaberta.
- Vamos! Você conhece vampiros?
- Conheço muitos deles.
- Está fazendo uma brincadeira? - perguntou ela com desconfiança, ainda não segura se ele era sério ou não. - Existe realmente tal coisa?
Ele não respondeu. Pelo contrário voltou as páginas.
- É muito talentosa, Gina. Não deveria deixar que isto se desperdiçasse.
Ouvindo-lhe ela quase podia acreditá-lo.
- Você acredita?
- Sim, acredito.
Ele deixou as páginas de lado e a olhou fixamente.
A blusa de Gina começou a desatar-se. Ela tremeu ante a escura, faminta expressão na cara de Harry enquanto a olhava. Devagar, pouco a pouco, os cordões saíram dos buracos. Seus mamilos se endureceram pela expectativa. Então, a abertura se alargou, despindo um só seio.
- Hey! - protestou ela.
Ele riu sem arrepender-se.
- Minha parte favorita do sonho. A roupa é opcional.
Gina gemeu enquanto ele segurava seu peito em sua mão; então lhe fez seu próprio feitiço.
Ele olhou sua roupa nova com um franzir de cenho.
- O que é isto?
Ela se mordeu o lábio ante seu traje.
- Fica muito bem como pirata.
Ele riu.
- Iujuuu, companheira. - disse ele, deitando-a sobre a erva. - A proa de meu navio necessita um porto.
Ela gemeu quando ele a beijou.
- Meu porto necessita a proa de um navio.
Eles fizeram amor por uma eternidade. Gina teve a Harry de cada maneira que uma mulher podia ter a um homem. Ele a tomou embaixo dela, sobre ela, e atrás dela.
Ela passou horas percorrendo com suas mãos e boca toda sua gloriosa pele escura até que conheceu seu corpo melhor que conhecia o próprio. No final, eles se elevaram ao céu, onde fizeram o amor enquanto as estrelas cintilavam ao redor dos dois.
Gina jazia tranqüilamente em seus braços, simplesmente escutando o batimento do coração de seu coração sob sua bochecha.
- Harry? - perguntou ela, sentando-se para olhá-lo. - Onde vai quando não está em meus sonhos? Visita outras mulheres?
Seu olhar quente a chamuscou.
- Não. Não desejo a nenhuma outra mulher.
- Sério?
- Juro.
Levantou a sua mão e beijou sua palma.
- Então o que faz?
Seus olhos brilharam.
- Penso em modos de fazer amor contigo.
Ela riu em gargalhadas ao pensar.
- Sabe o que quero fazer?
- Depois da noite que tivemos, honestamente não posso imaginar.
- Quero te mostrar um parque de diversões. Estiveste alguma vez em um?
- Não.
Fechando seus olhos, Gina os desejou a uma feira estatal.
Harry estava horrorizado em seu mundo. As luzes brilhantes e música…
Acostumado só a visitar às pessoas em seus pesadelos, ele nunca tinha ouvido música antes. O som era maravilhoso e quente.
Havia só um punhado de gente ao redor e lhe deixou tomar sua mão e alimentá-lo com algodão doce, maçãs carameladas, torta funnel, e corn dogs.
Entre comida e comida, subiram a todo tipo de jogos que fizeram que sua cabeça dessem voltas. Mas não tanto como ela mesma o fazia.
- Hey! - disse ela ao aproximar-se de outro posto. - Vamos fazer uma foto. Sempre quis ter uma foto do Velho Oeste. O que diz?
- O que te faça feliz.
Harry lhe permitiu vesti-lo com roupas do Velho Oeste enquanto ela se vestia como uma moça de saloon, mas sua parte favorita foi quando ela se sentou em seu regaço onde ele pôde abraçá-la.
Melhor ainda, o vestido que ela levava caiu sobre eles, e suas coxas nuas descansavam contra seu baixo ventre. O assombroso foi o rápido seu corpo saltou à vida.
Como podia desejar fazer amor com ela quando ele já tinha passado horas perdido em seu corpo? Ainda assim não havia forma de negar o fogo que sentia. O desejo que tinha de libertar-se de suas calças e pressionar seu quente e molhado corpo embaixo dele.
- Está bem? - perguntou ela, olhando sobre seu ombro.
Ele acenou um sim, mesmo que sua virilha ardesse como o inferno.
Na primeira foto, eles estavam bochecha com bochecha. A segunda foi com ela embalada em seus braços, e para a última ela se inclinou e beijou sua bochecha no último minuto.
Gina tirou as fotos da máquina e franziu o cenho.
- OH, Por Deus! - soprou ela. - Pareço-me com um prêmio do ridículo.
- Perdão?
Com olhos tristes, lhe deu as fotos.
- Você está tão incrivelmente formoso e eu estou gordinha, redonda...
Harry sentiu como se lhe tivesse estapeado.
- Gina. - disse, sua voz forte. - Você não é nada assim. É a pessoa mais formosa que alguma vez conheci.
Ela sorriu fracamente.
- É tão doce.
Harry a deteve e a deu volta para que o olhasse.
- Não, não sou. Quer saber o que eu vejo quando lhe olho?
Gina tragou, seu olhar percorrendo seu rosto.
- Claro.
Harry lhe deu as fotos outra vez.
Olhando, Gina ofegou ante o que via. Seu cabelo vermelho brilhava com toques de luz dourada. Seu rosto tinha uma cútis perfeita e seus olhos marrom escuro eram brilhantes e vivazes. Ela parecia impressionante.
E assim não era ela.
- Isto é o que vê? - perguntou a Harry.
Ele assentiu, seu rosto severo.
- É o que é para mim.
Gina se esticou para abraçá-lo, mas antes que pudesse fazê-lo, houve um estranho zumbido.
Harry desapareceu instantaneamente.
- Não! - gemeu ela enquanto despertava com o som de alguém tocando sua campainha.
Decepcionada ao ponto da violência, levantou-se e abriu a porta.
Ela piscou incrédula. Chrissy estava do outro lado.
- Olá! - disse Chrissy alegremente. - Lamento te incomodar, mas John quis que eu te passasse mais dados para o relatório.
Tentando com força por não ser brusca, Gina abriu a porta e tomou os cds da mão do Chrissy.
- Obrigado. Lamento que tivesse que fazer todo o caminho até aqui.
- Nenhum problema. - Chrissy a olhou com o cenho franzido. - Estava dormindo outra vez?
Gina se ruborizou.
- Sim, estava.
- Estas segura que está bem?
- Positivo.
- Pesadelos?
- Se foram completamente.
- OH. - disse Chrissy, sua voz extranhamente murcha. - Me alegro de ouvi-lo. Então são sonhos normais?
Gina franziu o cenho pelo entrecortada e estranha que era a conversa.
- Sonhos Maravilhosos, em todo caso.
Chrissy assentiu.
- Ah, pois, isso é bom. Vejo-te logo, sim?
- Obrigado outra vez. - disse Gina enquanto fechava a porta.
Ela apoiou sua cabeça contra a porta e amaldiçoou. A quem ou a que ia ter que matar para ter um dia sem interrupções com Harry?
Nos seguintes dias, Gina começou a temer ainda mais por sua saúde mental. Já não devido a seus pesadelos, mas porque não queria estar acordada.
Cada noite Harry vinha a ela. Ela o levou para dançar e lhe mostrou todos lugares e coisas que ele nunca tinha visto antes.
Pior, ela se inteirou que ele tinha algum grau de controle quando ela dormia. Lhe havia dito que ele podia tomar emprestada a névoa de seu Tio Wink e, melhor que o Sandman, a névoa do Wink podia induzir o sonho.
Na sexta-feira pela tarde quando ela sentiu que lhe sobrevinha uma severa onda de cansaço, ela soube o que Harry fazia.
Ele se voltava mais e mais impaciente esperando que ela caísse no sono e no fundo de sua mente ela se perguntava se um dia ele a empurraria a seu reino e não a deixaria ir.
Quando ela abriu seus olhos, encontrou-o deitado a seu lado, seus olhos queimando com sua intensidade.
- Está zangada comigo? - perguntou ele, remontando sua bochecha com a mão.
- Deveria estar. Realmente queria olhar esse filme.
- Sinto muito. - disse ele, mas seu rosto lhe disse que não tinha nenhum pingo de remorso.
- Não, não sente.
Ele sorriu.
- Não, não faço, mas não quero que esteja zangada comigo por isso.
Ela riu dele.
- É mau.
Sua diversão morreu instantaneamente.
- Por que diz isso?
Ela franziu o cenho pelo olhar ferido que não entendeu.
- Estava brincando, Harry.
Sua mandíbula se crispou com ira sob sua mão.
- Nunca quero que pense que sou realmente mau.
- Como poderia?
Harry baixou seus lábios aos seus, provando-a, querendo devorá-la. Ele a necessitava e quanto mais estava com ela, pior se fazia. Ele nunca conheceu nada mais doce que esses lábios. Nada mais precioso que seu rosto pequeno em forma de coração.
Gina estava afligida pela paixão em seus beijos. Cada um parecia ser ainda mais possessivo que o anterior.
Então ele moveu seus lábios mais abaixo, sobre seus seios, onde fez uma pausa para tomar seu tempo saboreando cada mamilo. Enquanto brincava com ela, pétalas de rosa brancas caíram do céu, cobrindo-a.
Gina riu.
- O que é isso?
- Meu presente para você. - disse Harry. - Quero te cobrir de rosas.
- Por que brancas?
- Por que, como você, elas são puras e formosas.
Então ele a beijou mais abaixo seu estômago, seu quadril, descendo por sua perna, e logo subiu pelo interior da coxa até que a beijou onde ela ardia.
Gina gemeu ao sentir sua boca contra ela, sua língua arrastando-se por seu sexo, e depois baixando aonde ela palpitava. Ele grunhiu, e o som vibrou, atravessando-a.
Ele parecia encantado de lhe brindar com seu primeiro prazer. Ele nunca gozava até que ela tivesse culminado ao menos duas vezes antes que ele.
Ela tremeu com as convulsões de sua primeira liberação. Quando ela estava acabando, Harry se retirou com um zombador sorriso diabólico que o fez aparecer infantil.
- Adoro seu sabor. O seu cheiro.
Ela sorriu calidamente.
- Adoro ser tua. Nem sequer desejo voltar a despertar. Só vivo momento a momento, desejando estar dormindo e esperando até poder ver-te outra vez.
Uma sombra escura cruzou suas facções.
Essas palavras o tinham machucado? Ela não podia imaginar-se como ou por que haveriam, mas...
- Harry?
Ele se afastou dela e sua roupa negra imediatamente voltou a cobrir seu corpo.
- Harry, o que é isso?
Harry não respondeu.
O que ele estava fazendo estava errado e não só porque estava proibido. Ele não se preocupava com as regras.
O que o preocupava era Gina.
E cada vez que a empurrava a seu reino de sonho ele a privava dos prazeres de seu próprio mundo. De sua vida.
Isso estava errado e pela primeira vez ele entendeu exatamente como de mau era.
- Harry! - O impressionante grito ressonou através das árvores que os rodeavam.
Ele conhecia esse tom zangado.
- Deve partir. - disse ele, deixando um beijo rápido sobre seus lábios.
- Mas…
Não deu tempo de discutir antes de que a enviasse de volta a seu mundo e desse uma volta sobre suas costas para parecer despreocupado.
Ela mal tinha desaparecido antes que M'Ordant aparecesse parado sobre ele. Vestido na mesma roupa negra, M'Ordant parecia muito similar a V'Harry. O mesmo cabelo negro, os mesmos olhos verdes prateados. O único em que se diferenciavam era a altura. V'Harry media uns dez centímetros mais e tinha o olhar de um predador mortal.
M'Ordant se parecia com uma pessoa que os humanos chamavam Boy Scout.
- O que está fazendo? - perguntou M'Ordant.
- Estou jogado ao sol. - disse Harry, colocando suas mãos detrás de sua cabeça. - Você?
- Isto é uma tentativa de humor?
Harry deu de ombros enquanto levantava o olhar até seu irmão. M'Ordant era um dos mais velhos dos Oneroi e era um dos filhos mais favorecidos do Morfeo.
- Se isto fosse uma tentativa, estaria desperdiçada contigo, não é certo?
- Mais humor?
V'Harry suspirou.
- Por que está aqui?
- Ouvi notícias dolorosas sobre você.
- E pensar que pensei que todas as notícias sobre mim causassem pena.
Isso afligiu a seu irmão e fez que M'Ordant apartasse a vista dele.
- Não aprendeu nada com seu castigo?
Sim; ele tinha aprendido a ser mais cuidadoso ao ir em busca de Gina. A não contar a ninguém o tempo precioso que eles passavam juntos.
- Aborrece-me, M'Ordant. Vá.
- Você não pode estar aborrecido.
- E uma boa coisa, também, já que eu, sem dúvida, faleceria por isso enquanto estou em sua companhia.
M'Ordant o olhou inexpresivamente.
- Estou aqui simplesmente como uma cortesia. A partir deste momento, a mulher está etiquetada. Convoca-a outra vez, e tratará comigo.
- Bem, certamente não seria a primeira vez que você e eu nos cruzamos.
- Verdade, mas tenho permissão do Hypnos para que seja a última vez, se interferir com ela outra vez.
Gina foi dormir aquela noite e esperou que Harry se apresentasse. Ele não o fez.
Quando despertou pela manhã, ela tremeu perdida e preocupada. Teria acontecido algo?
Ele tinha atuado de uma maneira tão estranha ontem. E aquele grito…
O que podia ter acontecido? O Skoti poderia havê-lo encontrado? Feito mal porque a protegeu?
- Harry. - sussurrou ela. - Onde está?
Harry sofria para ouvir a súplica na voz de Gina. Estava em pé a seu lado, tão perto que tudo o que tinha que fazer era mover-se ligeiramente e a tocaria.
- Estou aqui, Gina. - sussurrou. - Estive aqui toda a noite.
Ela não o ouviu.
Ele tinha ficado em sua cama todo o tempo que ela dormiu, olhando-a. Assegurando-se que nenhum dos Skoti a encontrasse. Estava seguro que Krysti'Ana estava por trás da aparição de M'Ordant.
Harry era tudo o que estava entre Gina e Krysti'Ana. Enquanto ele visitasse seus sonhos e eles estivessem juntos, sua irmã não seria capaz de reclamar Gina.
A mente de Gina estava cheia de felicidade e criatividade. Seus sonhos eram vivos e quentes, transbordantes de emoções. Qualquer Skotos seria atraído a ela.
E agora ele não podia nem protegê-la, nem…
Seus pensamentos se dispersaram enquanto ela chorava.
A dor rasgou seu peito ao ver sua tristeza. Ela soluçou como se seu coração estivesse quebrado.
Por que?
Mas pior foi a impotência que ele sentiu. Ele sofria por ela.
- Por favor não chore, akribos. - sussurrou ele, tentando tomá-la em seus braços.
Isso não funcionou.
Ele não era de seu mundo. Nunca poderia ser parte de seu mundo. Apertando seus dentes, amaldiçoou sua existência sem forma.
Gina chorou até que seus olhos ficaram pesados. Até que esteve tão esgotada e tão cansada, que não pôde se mover.
E enquanto ela voltava a dormir, pensou por um instante ter captado um vislumbre de Harry em seu quarto.
Quão seguinte soube, foi que se encontrava no alto de uma montanha, olhando o oceano.
A grama acariciava seus pés nus enquanto as ondas se estrelavam sobre o fluxo ao longe, abaixo. O vento açoitava seu cabelo, grudando seu vestido branco de verão a seu corpo.
Ela aspirou o ar limpo e escutou o grasnido das gaivotas. Que pacífico!
Quando ela pensou que seu sonho não podia melhorar, sentiu dois fortes braços envolver-se a seu redor.
- Você gosta de estar aqui?
Ela tremeu ante o acento profundo da voz de Harry em seu ouvido.
- Sim, eu gosto.
Deu a volta em seus braços para ver seu quente olhar fixo nela. Ela temeu por seu aspecto preocupado, pelas formosas linhas de seu rosto.
- Me diga por que chorava. - exigiu ele.
- Tive medo que algo tivesse acontecido a você.
- E isso a deixa triste?
Ela assentiu.
Harry tremeu ao saber. Ele se inclinou e descansou seu queixo contra seu ombro e inalou o doce aroma de sua pele. Ela se sentiu tão bem em seus braços.
Ela tinha se preocupado por ele. Isso era incrível.
- Onde estava?
- Estava contigo. - suspirou ele. - Só pensei que poderia querer uma noite livre.
Ela riu disso.
- Diz como se estar perto de ti fosse um castigo.
- É?
Ela pareceu horrorizada pela idéia mesma.
- Não. Nunca.
- Por que você gosta de estar perto de mim?
- Você me faz feliz.
Ele franziu o cenho.
- Fiz você chorar.
- Só um pouco.
- E ainda assim quer estar comigo?
- É obvio que quero.
A mulher era a maior idiota da história.
Ele sabia que não tinha muito tempo antes que M'Ordant os encontrasse. Havia lhe trazido para sua terra para ajudar a mascarar o que ele tinha feito, mas isto não os protegeria permanentemente.
Mas antes de devolvê-la, queria compartilhar uma última peça dele com ela antes de que lhe dissesse adeus para sempre.
Harry se afastou e assinalou o horizonte, para onde seu elevado lugar especial olhava.
- Sabia que pode ver o começo do mundo daqui?
- Como diz?
Ele sorriu.
- É verdade. Vê esse ouro cintilando na luz do sol? Isso é onde o mundo humano começa.
- Onde nós estamos?
- Esta é a Ilha Desaparecida. Os marinheiros gregos estavam acostumados a acreditar que viriam aqui quando morressem para poder estar sempre perto do oceano.
- E por que eles a chamam a Ilha Desaparecida? - perguntou ela.
- Por que só pode vê-la durante uns poucos minutos quando o sol sai. Como o pote de ouro no final de um arco íris, você pode tentar alcançá-la, mas nunca conseguirá.
Ela elevou o olhar para ele.
- Você é realmente um deus grego?
- Assustaria-te se fosse?
- Você quer que eu o tema?
Harry vacilou ante sua pergunta. Foi a resposta o que realmente o surpreendeu.
- Não, não quero.
Ela sorriu de uma forma que sacudiu seu coração.
- É onde vive?
- Às vezes.
- Por que só às vezes?
- Há certos momentos do ano que estou proibido de estar aqui.
Suas sobrancelhas se uniram em um preocupado cenho.
- Por que?
- Aos outros deuses não gosta de minha raça. Sou um pária.
- Por que eles sentiriam isso? Você é um campeão.
- Não realmente. Sou um professor do sonho e não o que você vê. Não sou nada mais que a imagem que te tem feito de mim, mas em realidade não tenho nenhuma substância. Nenhum sentimento.
- Não acredito isso. Um homem sem sentimentos nunca teria me ajudado do modo em que o tem feito.
Ele tocou sua bochecha.
- É tão ingênua. São todas as mulheres como você?
- Não. - disse ela com um brilho diabólico em seus olhos. - Dizem-me muitas vezes que sou extremamente insólita.
Harry baixou sua cabeça e tomou posse de sua boca. Gina suspirou enquanto apertava suas mãos nas dobras de sua camisa negra.
- Você tem gosto de céu. - suspirou ela.
Ele precisava deixá-la ir. Era tempo.
Mas…
Ele não podia.
Que Zeus tivesse compaixão dele, não podia envia-la de volta. Não quando tudo o que realmente queria fazer era juntar-se a ela pelo resto da eternidade.
O ar ao redor deles chispou com eletricidade enquanto o céu sobre eles ficava escuro. Gina tremeu em seus braços.
- O que é isso? - sussurrou ela.
Isso era sua morte.
- Não se preocupe, akribos. - disse ele - Protegerei-te. - A emoção por trás das palavras o atordoou mais que tudo. Ele pensava nisso e pela primeira vez ele entendeu.
De repente um dos relâmpagos de Zeus golpeou a terra, separando-os.
Gina caiu a vários metros de Harry.
Harry tentou alcançá-la, mas antes de que pudesse, dez demônios Skoti apareceram e a rodearam.
Em sua forma de serpente, Krysti'Ana riu, uma risada estridente, mais forte que o trovão.
- Me diga, humana. - ceceou ela. - O que teme mais? Morrer ou vê-lo morrer em seu lugar?
- Deixa-a ir. - disse Harry, parando-se. Ele convocou sua negra armadura para protegê-lo e tirou sua espada do ar ao redor deles.
- Nunca. - disse Krysti'Ana rindo. - Necessito suas idéias. Necessito sua mente. Te olhe. Me olhe. Vê o que nos tem feito, Harry? Você não a fez mais fraca por libertar sua criatividade. Fez-a mais forte. Nunca foi tão poderosa.
Isso era certo. A mente de Gina, sua profundidade de espírito, era um tesouro. Um que ele tinha jurado proteger a qualquer preço.
- Liberta-a, ou te matarei. - Ele atravessou a cada um dos Skoti com um olhar assassino. - A todos vocês.
Krysti'Ana riu ainda mais forte disso.
- É proibido a você tomar minha vida.
- Proibido ou não, matarei-te antes de vê-la machucada.
Gina viu com horror como o Skoti atacava a Harry. Ele lutou contra eles com sua espada e braços, mas ele era superado em número. Foi em vão. Eles voaram para ele, rasgando sua pele com suas garras, fazendo migalhas de sua armadura.
A mulher-serpente o agarrou com sua cauda e o jogou contra uma árvore.
O corpo inteiro de Harry palpitou quando tentou empurrar-se sobre seus pés. Em sua forma humana, ele não tinha uma possibilidade contra tantos deles. Ele não podia tele-transportar-se e deixar Gina, e sem tocá-la ele não poderia tele-transportar-se com ela.
- O que acontece, irmãozinho? - burlou-se Krysti'Ana. - Por que não se transforma para lutar comigo?
Harry deu uma olhada para Gina e soube por que. Ele não queria assustá-la. Ele só queria…
Ele só queria seu amor.
O pensamento o atravessou. Ela nunca saberia. Estava fora do alcance. Mas de todos os modos a necessidade estava ali. A dor. O desejo.
Harry lutou por respirar. Ele podia viver e perder a possibilidade de seu amor para sempre ou podia ser o que ela pensava que ele era, e morrer nesta forma humana.
E se ele morria, ela não teria a ninguém para protegê-la…
Perdido e inseguro, fez o que nunca tinha feito antes.
Pediu ajuda.
- Hypnos!
A resposta do deus veio em forma de M'Ordant.
O Skoti se voltou para trás, rodeando Gina e Krysti'Ana em um círculo protetor.
M'Ordant se aproximou dele devagar, seu rosto completamente desprovido de qualquer emoção.
- O que acredita que Hypnos irá fazer, Harry? Te oferecer piedade por seus crimes? Me diga, há alguma regra que não tenha quebrado?
- Eu… - Ele contemplou ao Gina enquanto ela lutava contra o Skotos que a sustentava. Ele sabia profundamente em seu coração qual seria a resposta do Hypnos. Ele não era nada para os deuses. Nada para ninguém.
Mas ao menos desta forma, Gina seria devolvida a seu mundo e ela estaria livre do Skoti para sempre.
- Protege-a por mim.
M'Ordant arqueou uma sobrancelha ante isso.
- Por ti? Meu trabalho é protegê-la de ti. - M'Ordant se voltou para enfrentar ao Skoti. - Ele é teu para fazer com ele o que te dê a vontade. A mulher, entretanto, pertence-me.
Harry sentiu a estranha sensação de lágrimas em seus olhos enquanto olhava a Gina.
Ela estava a salvo.
Quanto a ele…
Ele não queria viver sem ela de todos os modos.
Caindo de joelhos, deixou cair sua espada e esperou que o Skoti realizasse sua sentença.
Gina gritou quando compreendeu que os monstros tinham intenção de matar a Harry. Eles davam voltas ao redor dele como leões famintos espreitando a presa.
- Vamos. - disse o homem desconhecido, tomando-a nos braços.
- Eles vão matá-lo.
- Se eles não o matarem, eu farei.
- Por que?
Ele não respondeu. Gina sentiu o familiar impulso do Oneroi tratando de enviá-la para casa.
Mas ela não iria. Ela não partiria deixando a Harry sozinho para enfrentar aos monstros.
Soltando-se de M'Ordant, correu para o Skoti e fez um espaço entre eles.
Encontrou Harry sobre a terra, coberto de sangue. Com sua armadura feita pedaços a seu redor, ele jazia indefeso.
Harry sentiu que alguém tocava nele. Desesperadas, avaras mãos lhe faziam mal, ainda mais enquanto o faziam girar sobre suas costas. Elevou o olhar, esperando ver o Krysti'Ana, serena terminar com sua vida, mas pelo contrário encontrou os celestiais olhos marrom escuro.
Gina se envolveu ao redor dele, protegendo-o com seu corpo enquanto se forçava a despertar. Ele ouviu seus ruidosos pensamentos gritando em sua cabeça.
Ele quis lhe dizer que se fosse, mas não podia.
Sem forças, Harry não podia fazer nada mais que envolver seus braços ao redor dela e embalá-la docemente. Suas lágrimas faziam arder suas feridas e queria lhe dizer que não chorasse por ele. Que não merecia.
Nunca tinha sido merecedor de nada até que lhe tinha ensinado bondade.
Ele ouviu M'Ordant tratando de passar entre os Skoti para empurrar Gina para trás, mas o Skoti se negou.
- Terei a ambos. - grunhiu Krysti'Ana. -A vida dele e a mente dela.
Fechando seus olhos, Harry convocou o último de seus poderes. Beijou a Gina nos lábios e a enviou a casa.
Enquanto ela cintilava deixando seu mundo, Harry se sentiu baixar deslizando-se para um buraco profundo. O mundo mudou e girou. Muito fraco para resistir, ele se permitiu ir a qualquer parte que isto o levasse, e estava seguro que esse lugar seria o Tartarus.
Não é que isso importasse. Qualquer dia sem Gina em sua vida era o inferno.
Gina despertou de seu pesadelo com um espasmo e um grito obstruído em sua garganta. Ela não podia ter retornado, não sem Harry. Ela tinha se concentrado profundamente dentro dela e agarrou-se a ele com tudo o que possuía.
Seus olhos estavam fortemente apertados. Não queria abri-los ainda.
Não queria saber que o tinha deixado para trás para morrer.
Tinha que haver algum modo de voltar para ele. Algum modo de salvá-lo.
Com seu coração palpitando, sentiu algo mover-se embaixo dela.
Abrindo seus olhos, compreendeu que estava de volta a sua cama… e deitada sobre um nu e sangrento Harry.
CAPÍTULO 5
- Ai. - disse Harry enquanto jazia em atordoada incredulidade. Todo seu ser estava dolorido por suas feridas, mas vamos, ele tinha sofrido surras muito piores que esta.
De todos os modos, este “real” corpo físico doía tanto que não podia fazer nada mais que sacudir-se pelo peso da dor.
A única coisa que o fazia suportável era a presença de Gina. A suavidade de seu corpo sobre o seu.
E rápido, junto com esse pensamento chegou a verdade que ela tinha conseguido trazê-lo aqui, outros os seguiriam para reclamá-lo.
Harry não tinha nenhum medo por ele, só se eles viessem enquanto estivesse muito fraco para protegê-la.
- OH meu Deus! É você. Realmente é você!
Gina se esticou e tocou sua inchada mandíbula onde uma das criaturas o tinha golpeado com força. Afastou-lhe o cabelo de sua testa e a surpreendeu o assustado olhar antes de que ele pudesse escondê-la.
E embora as contusões e cortes danificavam seu rosto, ela nunca tinha visto nada mais espetacular que Harry vivo e em sua cama.
Ele era humano.
Ela não sabia como tinha conseguido. Talvez foi sua determinação combinada com os poderes dele que tinham estado forçando-a para que se afastasse. Possivelmente fossem muitas coisas.
Mas tudo o que importava agora mesmo era que ele estava aqui com ela. Que não era um sonho.
Harry era um verdadeiro-homem-vivo.
- Tenho que sair aqui. - disse ele, tentando levantar-se. - Não pertenço aqui.
Não, ele pertencia a seus sonhos, e ainda assim…
Ele estava em realidade aqui. Com ela.
- Estou sangrando? - perguntou ele, olhando seu braço com incredulidade. - Isto é sangue? Isto é sangue. Estou sangrando.
Ela assentiu, dividida entre o desejo de chorar por suas feridas e rir a gargalhadas por que ela de algum modo tinha conseguido trazê-lo com ela.
- Tenho que te conseguir um médico.
- Não! - Ele se estremeceu. - Não se supõe, que eu esteja aqui. Não sou…
Harry fez uma pausa.
- Não sou humano. - Ele fechou seus olhos para tele-transportar-se para casa. Não funcionou.
Uma e outra vez ele tentou, e uma e outra vez falhou.
Seu coração palpitava. Tinham sido incalculáveis milênios desde que ele tinha andado no reino mortal.
Tinha esquecido como era viver neste mundo. O resplendor das cores e a acuidade dos sons e aromas.
Gina se deslizou da cama e desapareceu enquanto ele tentava pôr tudo em ordem. Como podia estar aqui onde ela podia vê-lo?
Como podia sangrar sangue verdadeiro?
Tinha que ser que sua essência de semi-deus tinha sido drenada dele durante sua surra.
O único modo de matar a um deus era lhe tirar todos os poderes, que era o que o Skoti estava fazendo. A mente de Gina devia ter encontrado algum modo de trazê-lo da soleira nesse último momento antes de que ele morresse.
Ele deveria estar no Tartarus agora, pagando por seus crimes pelo resto da eternidade. Mas de algum modo ela o tinha salvado. De algum modo ela havia o trazido para cá. Não havia nenhuma outra explicação.
O poder de sua mente e espírito era fenomenal.
Gina voltou com um pano úmido. Com cuidado limpou o sangue de seu rosto e corpo.
Harry tremeu ante a suavidade de sua mão e o modo em que o pano se deslizava sobre sua carne. Ela era sempre tão amável. Até ela, ele não tinha entendido aquele conceito. Nunca soube o que era ajudar a alguém.
Antes de compreender o que estava fazendo, ele capturou seus lábios, e logo se estremeceu quando a dor percorreu sua inchada mandíbula.
- Ai. - disse ele outra vez, afastando-se.
Gina deslizou suas mãos sobre seu peito enquanto inspecionava suas feridas. Nos sonhos, seu toque tinha sido intangível, agora possuía um terno calor inimaginável. Deixava-o sem fôlego e em carne viva.
Harry estendido a mão e sustentou seu rosto para poder estudar seus formosos rasgos.
- Por que me ajuda?
- Por que necessita.
Ele não podia compreender uma razão tão desinteressada. Tais coisas não existiam em seu reino.
- Precisa descansar.
- Necessito uma roupa. - disse ele.
- Terei que comprar algo.
- Comprar?
- Adquirir. Não se vai até uma loja e os faz te dar o que necessita.
Harry escutava a paciência de sua voz. Paciência a que ele não estava acostumado. Ele conhecia tão pouco sobre seu mundo humano. Ele tinha sido relegado à visão distorcida de sonhos e pesadelos.
A dor dentro dele era-lhe conhecido. Esta era a única emoção deixada a sua raça. Era por isso que eles invadiam o sonhos humanos. Ali podiam sentir outras coisas. As emoções, mesmo apagadas, eram melhores que nenhuma absolutamente.
- Poderia… por favor, - ele se forçou a dizer a estranha palavra - me conseguir um pouco de roupa?
- Sim.
Incrível. Ela estava tão disposta a ajudá-lo. Estava confuso por isso. Devagar, com cuidado, abandonou a cama e andou ao redor de seu quarto.
O corpo inteiro de Gina se sacudiu enquanto o deixava para trazer uma fita métrica. Podia ser real?
Estava ainda sonhando? Havia algo surrealista nisto que o fazia parecer com a fantasia, e ainda…
Ela amaldiçoou quando golpeou o dedo do pé contra a planta que estava em sua sala de estar.
Não, esta dor era verdadeira.
Isto não era um sonho. Harry estava realmente em seu mundo, e ela havia trazido ele aqui, talvez, só talvez, ela poderia mantê-lo aqui.
Giuna! No que está pensando? Um homem como Harry não pertence aqui. Ele nem sequer é humano.
E entretanto ele era mais humano, mais homem, que qualquer que ela tivesse conhecido.
Ela não queria que ele partisse. E esse pensamento a assustou mais que tudo.
Harry levantou o olhar enquanto Gina voltava uns minutos mais tarde com um estranho rolinho de tecido.
- O que é isso? - perguntou ele enquanto ela se aproximava dele desenrolando-o.
- É uma fita métrica. Preciso saber seu tamanho para comprar suas calças.
Ela envolveu uma parte da fita ao redor de sua cintura, suas mãos enviando calafrios por seu corpo, seu toque levantando outra parte dele também.
- Oitenta e três de cintura. - disse ela, seu fôlego caindo sobre seu peito.
Ela caiu sobre seus joelhos ante ele.
Harry tremeu ao ver seu cabelo castanho entre seus joelhos enquanto ela se inclinava para colocar uma ponta da fita no chão, a seus pés. Ela a arrastou por sobre o interior de sua perna.
Gina tragou ante a força de seu corpo. E quando ela alcançou sua virilha, seu coração galopava. Ele estava rígido e firme, e quando sua mão acariciou ligeiramente seu sexo, ele gemeu bruscamente.
- Noventa e dois. - disse ela distraiamente, seu olhar fixo nele.
O calor ali era intenso, e pela primeira vez, ela teve medo dele. Ele era um homem vivo agora, um que podia possuir força e poderes neste mundo.
E eles estavam sozinhos em sua casa.
Harry tomou sua mão na sua e a levou a sua ereção.
- Necessito que me toque, Gina. - sussurrou ele, arrastando sua mão por toda a longitude de seu membro. Ele tremeu por sua suavidade. - Preciso saber que isto é verdade e não… não um sonho.
Porque profundamente em seu coração ele tinha medo que isto não fosse nada mais que Hades o atormentando. Possivelmente ele estava morto e este era o modo em que eles tinham a intenção de torturá-lo.
Gina tremeu ao sentir sua firme e quente virilidade em sua palma, e sua forte e abusada mão conduzindo suas carícias. Em seus sonhos, ela sempre tinha sido desinibida com ele. Seu amante fantasma nunca tinha sido verdadeiro, só uma invenção de sua imaginação.
Mas era um vivo e quente corpo o que ela tocava agora. Um de carne e osso. Um corpo formoso e masculino que a fazia tremer e arder com algo mais que luxúria.
O olhar em seus olhos a queimava. E ela sabia o que ele desejava. Ele desejava consolo. Precisava saber que ela ainda se preocupava com ele. Inclusive neste mundo que era alheio a ele.
Estava tão assustado de tudo isto como estava ela?
Quanto tempo poderiam eles estar juntos antes de que seus respectivos mundos os separassem?
Harry sabia que deveria libertá-la, e ainda assim, não podia obrigar-se a fazê-lo. Necessitava-a. Necessitava seu toque de uma forma que desafiava a explicação.
Ela se levantou sobre seus joelhos e, para seu completo assombro, colocou sua boca sobre ele. Ele gemeu ao sentir seus lábios contra a ponta de seu membro, sua língua quente acariciando-o. Ela tomou com cuidado com uma mão, acariciando seu testículo ao mesmo tempo que passava rapidamente sua língua contra ele.
Nunca ninguém o havia tocado assim. Sentiu-se fraco ante ela. Impotente contra ela.
E nesse momento, soube que nunca seria capaz de deixá-la ir outra vez.
Querido Zeus, o que devia fazer?
Ela era mortal e ele…
Ele estava maldito.
Gina o acariciou e o acalmou, e quando gozou, ela não se afastou.
Só quando ele esteve esgotado e débil ela se retirou e elevou o olhar para ele. Então lentamente, meticulosamente, beijou-o subindo por seu corpo até que esteve em pé diante dele.
- Tudo estará bem Harry. - sussurrou ela. - Juro.
Não, não estaria. Ele sabia bem. Não havia nenhum modo de ocultar-se dos outros. Cedo ou tarde, eles viriam.
Mas ele não quis assustá-la. De alguma forma, protegeria-a. Sem importar o que lhe custasse.
Tomou em seus braços e a sustentou perto. Se ele pudesse, levaria-a longe daqui. Levaria-a de volta à Ilha Desaparecida e a protegeria para sempre.
E logo sentiu. Sentiu a maligna presença de sua irmã. O cabelo de seu pescoço se levantou. Nestas condições ele nunca seria capaz de parar Krysti'Ana.
O telefone soou.
- Volto em seguida.
Ele a libertou, todo o tempo olhando ao redor tentando encontrar ao Krysti'Ana. Sua malevolência caindo sobre ele. De algum modo ela sabia que ele estava aqui.
Ele estendeu a mão com seus pensamentos, mas debilitado, ferido ele não podia ficar em contato com ela.
Isso não importava.
Conhecia a tácita promessa de sua irmã. Ela viria logo e ele teria que encontrar algum modo de proteger Gina de suas garras.
Gina voltou.
- Lamento. Era um amigo do trabalho. - Ela dirigiu para seu baneiro. - Vou tomar uma ducha rápida, e logo saio para comprar sua roupa, sim?
Ele assentiu, mas não falou. Não podia. Não quando os pensamentos de seus irmãos ocupavam sua mente.
Caminhou ao redor do pequeno apartamento de Gina, tentando encontrar onde poderia estar ocultando sua irmã. Não encontrou nada, e como os minutos foram passando, sua sensação dela se fez mais débil, embora se foi por sua partida ou por seus próprios poderes diminuídos, ele não esteve certo.
Gina deixou o banheiro, seu rosto brilhante e rosado.
- Não posso acreditar que eu te tenha aqui. - Ela se lançou em seus braços e o sustentou apertado. - OH, Harry, me diga que eles não podem te seguir aqui.
Ele abriu sua boca para lhe responder francamente, logo se deteve. Não queria roubar a felicidade de seus brilhantes olhos marrons.
- Estamos seguros. - disse ele, a palavra atravessada em sua garganta.
Ela o beijou então, quente e apaixonadamente, logo o deixou sozinho enquanto ia comprar sua roupa.
Harry voltou a deitar sobre a cama e se tranqüilizou. Se pudesse dormir, ele poderia recuperar sua força muito mais rápido, mas não se permitiu fechar os olhos. Não se permitiu dormir no lugar onde podia entrar de novo em seu mundo.
Eles estariam esperando-o. Com a ajuda de Gina, ele os tinha evitado antes. Mas estava certo que não haveria uma segunda fuga.
Cedo ou tarde, eles tomariam; então Gina estaria sozinha.
Um pouco mais tarde, Harry ouviu entrar Gina no apartamento. Seus sapatos fizeram o mais ligeiro dos ruídos sobre o tapete; ainda assim, ele conhecia seu passo. Conhecia seu aroma, seu som. Sabia coisas sobre ela que nunca tinha sabido sobre ninguém mais.
Deu a volta sobre a cama quando ela entrou no quarto com uma bolsa em suas mãos.
- Não quis despertar você. - disse ela.
- Não estava dormindo.
Ela avançou e pôs a bolsa ao pé da cama, logo foi descansar ao lado dele. Ela colocou sua mão contra sua fronte, logo franziu o cenho.
- Como se sente? - perguntou brandamente.
- Como se tivesse sido golpeado.
Ela pôs seus olhos em branco ante seu tom blasé.
- Tem bastante febre. Talvez deveria...
- Não pode chamar um médico, Gina. Só porque pareço humano, não me faz um de vocês.
- Sei. - Ela se sentou a seu lado e afastou seu cabelo de sua testa úmida. - Então, o que vamos fazer?
Ele tomou sua mão e arrastou seus nódulos ao longo de sua mandíbula, que já tinha começado a curar-se. Seu toque era sublime. Ele nunca soube que tal coisa existia.
- Não sei.
- Estive pensando enquanto estava fora, talvez nós poderíamos achar uma cerimônia ou algo para te fazer humano. Algum tipo de ritual.
Ele sorriu da idéia.
- É uma boa idéia, amor, mas não há semelhante coisa.
Harry a olhou então, e tinha na ponta de sua língua a explicação do que era ele exatamente. Mas não podia obrigar-se a fazer. Não depois de que eles tinham passado portanto...
Tudo o que desejava era desfrutar do pouco tempo que eles tinham, e com esse pensamento, ele se obrigou a levantar.
Gina protestou enquanto ele se vestia.
- Ainda está ferido.
- Estarei bem. - disse ele com desdém. - Minha espécie se cura rápido.
Gina grunhiu baixo em sua garganta enquanto o olhava vestir-se. O homem não escutaria.
Suficientemente machista, rechaçou relaxar-se durante o resto do dia. Nem sequer ficou e descansou enquanto ela foi ao supermercado.
Mas ela teve que admitir realmente que gostou de tê-lo com ela. Tinha vivido sozinha tanto tempo que não tinha compreendido quão divertido podia ser ir com alguém ao supermercado.
- Então, - disse Harry enquanto ela sacudia um melão - o que está escutando?
Ela o sustentou junto a seu ouvido e o sacudiu.
- Este está muito maduro. - Depois sustentou outro e lhe deixou ouvir a diferença. - Este não está.
Ela pôs o melão bom no carrinho, deu volta e o viu sacudindo as bananas. Gina rapidamente tirou de sua mão.
- Estes não golpeamos.
- Por que?
- Por que as arruinaríamos.
- OH. - Ele olhou ao redor, logo fizeram uma pausa. - E esses?
Ela girou para ver as uvas.
- Só as golpeia se quer trasnformá-las em vinho.
Ele a atraiu a seus braços.
- O que acontece se te sacudo?
Ela sorriu.
- Eu provavelmente faria toda classe de ruídos interessantes se o fizesse.
Ele sorriu abertamente e lhe deu um rápido, abrasador beijo que enviou calor por toda parte de seu corpo.
Enquanto eles caminhavam pela loja, Gina não pôde deixar de notar as olhadas que Harry recebia. Ela foi novamente consciente do diferentes que eram os dois. Ele era alto, atrativo, e magnífico e ela era simples e simples.
Ela só tinha tidos uns poucos namorados e a maior parte deles tinham sido tão simples e simples como ela. Mas Harry…
Ele merecia uma mulher formosa.
- Hey? - perguntou ele enquanto eles chegavam à seção de lácteos. - Está bem?
- Estou bem.
- Parece triste.
- Só cansada.
Ela viu a preocupação em seus celestiais olhos.
- Como cansada?
Foi então quando ela se deu conta o que queria dizer.
- Eles estarão atrás de nós outra vez quando dormirmos, verdade?
Ele olhou pra o longe e ela teve sua resposta.
- Se eles não o matarem, eu o farei. - as palavras de M'Ordant se repetiram em sua cabeça.
- Não os deixarei ter você. - disse ela, tomando o braço de Harry. - Tem que haver algum modo em que possamos vencê-los.
Ele passou seu braço sobre seus ombros e a aproximou.
- Você lutaria por mim?
- Sim.
- Então sou o ser mais afortunado no universo.
Harry lhe deu um forte apertão enquanto inalava o aroma de seu cabelo. E se perguntou mordazmente se ela se sentiria assim se conhecesse a verdade sobre seu passado.
Se ela alguma vez soubesse a verdade sobre ele…
Ele queria dizer. Mas não se atrevia.
Harry apertou seus dentes. Ela nunca saberia nada mais, pelo que a machucaria por culpa dele. Ele lutaria esta batalha. Lutaria até que ele ganhasse ou eles o matassem. Mas ele o faria do modo em que tinha vivido desde a alvorada do tempo.
Sozinho.
Ele e Gina terminaram de fazer as compras e estavam guardando suas coisas no carro quando Harry ouviu uma mulher chiando no escuro estacionamento.
Ele viu um homem escapar.
- OH, não. - disse Gina. - Ele roubou sua bolsa.
Sem pensar, Harry saiu atrás do homem. Agarrou-o no beco ao lado do supermercado.
O homem se voltou para ele com uma arma e o apontou diretamente a seu coração.
- Não jogue comigo, homem. Sou seu pior pesadelo.
Harry não pôde menos que rir de suas palavras.
- Você não tem nem idéia.
O homem disparou a arma. Harry não fez caso da bala que entrou em seu peito sem dor ou sangue. Tomou a bolsa do homem agarrou ao ladrão pela garganta e o empurrou contra a parede.
Foi então quando Harry se sentiu deslizar-se. Sentiu sua forma verdadeira aparecer. Sua mão se converteu de humana a...
- Harry?
A voz de Gina o trouxe de volta. Ele se recuperou e olhou fixamente ao ladrão, quem era agora um pálido fantasma por ter sido testemunha das mudanças na cara de Harry.
- A próxima vez que queira roubar a alguém, pensa em mim te esperando sempre que fechar seus olhos.
O ladrão silenciosamente se urinou.
Gina correu para ele com um oficial de segurança. Gina deixou ao ladrão na custódia do oficial, logo lhe estendeu a bolsa da mulher.
- Está bem? - perguntou Gina, seus olhos caindo sobre o buraco na camisa de Harry onde a bala tinha entrado em sua carne. Armas mortais não podiam machucar a um ser imortal.
Harry assentiu. Seus poderes estavam voltando.
- Me leve para a casa, Gina. - disse ele, seu coração atirando ante a palavra. Ele nunca tinha tido uma casa antes. Nunca tinha entendido realmente o significado da palavra e o que implicava.
Até agora.
Ele a seguiu a seu carro e eles conduziram até seu apartamento em silêncio.
De fato, eles falaram muito pouco enquanto Gina fazia o jantar e depois comeram.
Depois, ele a ajudou a limpar e a olhou atentamente. Como seria ficar aqui, assim? Ter a esta mulher a seu lado cada noite? Se ele a tivesse, nunca a faria sofrer. Nunca deixaria de desejá-la. Usaria todo seu poder para mantê-la e consolá-la.
Mas todo o desejo do mundo não podia fazê-lo verdadeiro.
Isto era só um sonho…
Uma vez que eles terminaram de limpar, deitaram entrelaçados sobre o sofá enquanto ela olhava a televisão.
Harry olhava a ela. Sustentou-a embalada em seu peito, sentindo seu fôlego sobre sua pele.
Me ame, Gina.
As palavras pesavam em seu coração e lhe diziam não, enquanto passava sua mão pelo cabelo. Ele não tinha nenhum direito de lhe pedir seu amor. Não tinha nenhum direito de lhe pedir nada.
“É um açoite, moço. Desprezível. Feio e frio. Ninguém nunca lhe dará amor a algo como você. É por isso pelo que tem que te arrastar em seus sonhos. Esse é o único modo em que alguém alguma vez terá algo que ver contigo. “
Ele conhecia muito bem a verdade das palavras de Hypnos.
Ao longo dos séculos, tinha endurecido seu coração ao mundo. A tudo. Ele tinha se isolado completamente, até a noite em quando um par de olhos marrons, cheios de medo, tinham-no olhado com bondade e esperança.
Agora, só desejava um modo de viver sua vida olhando esses olhos. Sentindo suas diminutas mãos sobre sua pele.
Gina escutou o coração de Harry golpeando sob sua bochecha. Ele cheirava a sândalo e especiarias. Ela passou sua mão aonde o ladrão lhe tinha dado um tiro, ainda a assombrava que não ficasse nenhuma cicatriz ou ferida. Isto era um terrível aviso do fato que seu dia com Harry tinha sido uma ilusão.
Ele não era de seu mundo. E sem dúvida esta noite eles seriam separados pela eternidade.
O pensamento rompeu seu coração. Ela não podia suportar pensar em não vê-lo outra vez.
Se esta era sua última noite com ele, então ela queria que durasse.
Arrastando-se lentamente por seu corpo, ela encontrou seu olhar e viu a fome em seus cristalinos olhos prateados. Segurou sua bochecha em sua mão e o beijou.
Harry grunhiu ante o gosto dela enquanto seu corpo rugia à vida. Ele rasgou a camisa dela enquanto girava para pressioná-la contra o sofá.
Gina o ouviu rasgar o tecido de algodão, mas não se preocupou. Ela o desejava com o mesmo desespero. Tirou sua camisa passando-a sobre sua cabeça e se deu de presente a visão de seu peito nu. Só cicatrizes ficavam das feridas tinha sofrido, e lhe havia dito que, pela manhã, se sobrevivesse esta noite, teriam sumido.
Ele tirou a roupa de ambos tão rápido que ela mal pôde seguir seus movimentos. Apoiou-a, levantando-a de costas, contra o braço de sofá e se introduziu profundamente nela.
Ambos gemeram ao uníssono.
Ela desejava poder mantê-lo dentro de si para sempre. Não queria passar nunca mais outro dia sem ele.
Harry lhe fez amor febrilmente, saboreando cada profunda estocada. Acariciou seus seios enquanto a beijava, sentindo-a do topo de sua cabeça até os dedos do pé.
Seu corpo quente o rodeava, aceitando-o à perfeição. E a sensação de suas mãos sobre suas costas…
Isto era felicidade. Felicidade pura. Ele fechou seus olhos e se deleitou sentindo seus seios sobre seu peito, sua língua em sua garganta. OH, sim, ele desejava ficar aqui com ela.
Para sempre.
Gina passou sua mão por seu comprido cabelo, seus dedos se apertaram enquanto o prazer a percorria, cada impulso mais profundo e mais duro que o último. Ela envolveu suas pernas ao redor de sua cintura, levantando seus quadris para ir a seu encontro. Afundando-o em seu corpo ainda mais profundo. Aderiu-se a ele enquanto gozava, gritando seu nome.
Ele beijou seus lábios e acelerou suas investidas até esvaziar-se dentro dela.
Gina ficou imóvel, sentindo sua essência enchendo-a. Ela não queria se mover, não queria sentir que ia abandoná-la.
- Amo-te, Harry. - disse ela antes de poder se conter.
Hary se congelou para ouvir as palavras. Retirando-se, olhou-a fixamente com incredulidade.
- O que?
Suas bochechas se ruborizaram enquanto seu olhar marrom deixava em farrapos seu coração.
- Amo-te.
- Você não pode. Não é possível.
- Possível ou não, faço.
Harry tomou em seus braços e a abraçou com desespero. Ele tremeu pela força de que sentia por ela. Tão poderoso, tão esmagante.
Satisfeito com uma intensidade que nunca tinha conhecido antes, a pôs sobre ele e a escutou respirar enquanto o sono a tomava.
Ele queria despertá-la, mas pensou melhor. A diferença dele, ela tinha que ter seu sono.
- Gina. - sussurrou brandamente enquanto lhe acariciava o cabelo. - Prometo-lhe isso, sempre serei o que pensa que sou.
Resignado ao inevitável, ele fechou seus olhos e esperou que M'Ordant e Krysti'Ana viessem por eles.
CAPÍTULO 6
Harry despertou com um agudo chiado que sentiu como se lhe rompesse os tímpanos.
Gemeu ante o terrível som enquanto Gina se movia em cima dele.
- O que é isso? - perguntou.
- Meu despertador. - disse ela, levantando de cima dele para ir a seu dormitório.
Não foi até que voltou que ambos compreenderam o que tinha passado.
Nada.
- Teve algum sonho? - perguntou ele.
Ela sacudiu sua cabeça.
- Você?
- Não. - disse ele, sorrindo.
- Você acredita…
Seu sorriso se apagou.
- Não. Eles podem nos encontrar. Cedo ou tarde, farão.
Gina fechou seus olhos e amaldiçoou ao pensar nisso.
- Talvez eles não venham. - Ela viu a dúvida nos olhos de Harry.
Querendo animar seu áspero humor, ela saiu de seus braços para que se levantasse.
- Vamos. Tomemos uma ducha e logo chamarei para avisar que estou doente para ir trabalhar.
- Não pode. E se lhe despedem?
Ela deu de ombros.
- Encontrarei outro trabalho.
Ele sacudiu sua cabeça.
- É assombrosa.
Ela sorriu.
Gina chamou o trabalho só para que lhe recordassem que o relatório de comercialização era previsto para na sexta-feira, e que ela se esqueceu ao dormir.
- A reunião é ao meio dia. - lhe disse John.
- Bem, estou indo para lá com ele.
- Algo está mau? - perguntou Harry quando desligou o telefone.
Ela sacudiu sua cabeça.
- Tenho que levar algo ao escritório. Quer vir comigo?
- Claro.
Eles não falaram muito enquanto ela conduzia através da cidade. Harry sustentou sua mão todo o tempo e Gina teve que admitir que gostou da força de sua mão enlaçada à sua.
Uma vez que eles chegaram ao edifício, Gina conduziu a Harry pelo labirinto onde estava seu cubículo. Ele observou a agitação e alvoroço de uma corporação com um olhar desapaixonado.
Gina foi ao escritório de John, só para encontrá-lo vazio.
Com Harry diretamente atrás dela, deixou cair o relatório na bandeja de entrada do escritório de John e girou para partir.
Chrissy estava na entrada com Rick Sword detrás dela. Os dois deram um passo entrando no escritório e fecharam a porta.
Gina ouviu a maldição de Harry.
Que demônios estava passando?
- O que estão fazendo aqui? - perguntou Harry, sua voz cheia de cólera.
- Esperando por ti. - Chrissy deu um passo, rodeando-os e fechou as persianas. - Você não nos desafiará a lutar em um lugar de trabalho, verdade, Harry? Tudo o que temos que fazer é nos fazer invisíveis às pessoas e eles não verão nem ouvirão nada disto exceto a ela. E ela será encerrada em um hospício assim que nós tenhamos ido.
Gina ainda não entendia o que estava passando. Mas tinha o mau pressentimento de que tinha sido enganada desde o começo de tudo isto.
Se Harry podia ser real, então eles também podiam ser.
- O que é isto? - exigiu Gina.
Os olhos de Chrissy ficaram amarelos e foi então quando Gina soube a verdade.
Chrissy era a mulher-serpente de seus pesadelos.
- Não te meta nisto, humana. - disse Rick. - Trataremos contigo depois de que terminemos com ele.
Harry empurrou Gina atrás dele.
- Que doce. - O tom do Chrissy foi de brincadeira. - Eu pensaria que é um Oneroi pelo modo em que a mimas.
- Ele é um Oneroi. - disparou Gina em resposta, seu corpo inteiro tremendo de pânico. Como poderiam ela e Harry lutar aqui? Assim?
Rick riu de suas palavras.
- Essa é a mentira que lhe disse?
Harry conteve o fôlego. Ele não queria que ela soubesse isso.
- Gina, eu… - Suas palavras vacilaram quando ele deu volta para ver a confusão estampada em seu rosto.
Ele não quis lhe dizer a verdade. Não queria ser o que era nunca mais. Ela tinha mostrado algo melhor e ele não queria voltar a ser o que tinha sido.
- O que quis dizer? - perguntou Gina.
- Ele é seu dragão. - disse Krysti'Ana sem piedade. - Com o que lutei a primeira noite que nos encontramos em seus sonhos.
- Não. - Gina sacudiu sua cabeça. - É uma mentira. Harry, me diga que é uma mentira.
Ele queria, mas não pôde. Tinha mentido tantas vezes que não deveria se importar. Mas importava.
- Sou um Skotos, Gina.
Seus olhos se encheram de lágrimas.
- Foi você! Você que me aterrorizava tanto que não podia dormir? Você o que me perseguia e… - Ela nem sequer podia começar a recordar a tortura que lhe tinha feito viver essas poucas primeiras semanas. Ela tinha pensado que estava enlouquecendo. - Por que me fez pensar que era um Oneroi? Só para poder te alimentar de mim?
- Ao princípio, só desejava te afastar de Krysti'Ana. Eu sabia que não iria com o dragão, então me apresentei ante ti como um homem. E logo, mais tarde… - Sua voz se desvaneceu enquanto seus olhos se apagavam.
- Mentiu para mim.
- Sim.
Ela se afastou dele. A agonia em seus olhos o rasgou.
Harry apertou seus dentes enquanto a dor o enchia.
- Necessitava você, Gina. E eu não sabia como mais te manter comigo. - Se esticou para ela.
Ela se encolheu e o gesto o atravessou. Ela não desejava que a tocasse.
Como todos outros, ela também o rechaçava.
A dor da traição sobre seu rosto o fez sentir mais baixo que qualquer dos insultos que outros alguma vez lhe tivessem dirigido.
- Eu deveria saber, - sussurrou ela - alguém como o que você fingiu ser realmente nunca teria desejado a alguém como eu.
Harry estremeceu ante a dor de sua voz.
- Gina, não diga isso. É a pessoa mais maravilhosa que alguma vez existiu.
- Esta é outra de suas mentiras?
Harry fechou seus olhos. Não havia nada que ele pudesse dizer para arrumar isto. Ele tinha se equivocado desde o começo.
Tudo o que podia fazer agora era assegurar-se que nenhum outro de sua classe lhe fizesse mal.
- M'Ordant! - chamou, convocando a seu irmão.
O Oneroi apareceu entre Krysti'Ana e Rick Sword.
HArry suspirou.
- Irei com eles tranqüilamente se você os mantém afastados dela.
- É meu trabalho, não?
Harry assentiu. Esse era o trabalho do Oneroi, ajudar. O trabalho do Skotos era usar e destruir.
Ele deu a volta para olhar Gina, mas ela se negou a encontrar seu olhar. A julgar pelas lágrimas contra as que ela lutava, diria que tinha feito seu trabalho muito bem desta vez.
Sua última visão dela foi quando M'Ordant passou seu braço ao redor dela do modo que ele desejava.
Krysti'Ana e Rick Sword o agarraram para levá-lo a casa.
- Sinto muito, Gina. - sussurrou Harry enquanto eles cintilavam do reino humano ao dele. - Sinto muito.
Gina não se moveu. Sabia que Harry tinha ido. Ela tinha ouvido a sinceridade em sua desculpa quando ele desapareceu. Mas por dentro ela estava em carne viva. Crua traição. Ela seguia vendo o horrível dragão. Sentindo as garras escamosas sobre ela.
Como isso podia ser o mesmo homem que tinha feito amor com ela? O mesmo homem que tinha feito amá-lo?
A traição disso rasgou seu coração. Por que? Por que a tinha feito acreditar nele?
- Não entendo nada disto. - disse ela a M'Ordant.
- Shh. - disse ele, afastando o cabelo de seu rosto. - Krysti'Ana e Rick Sword a queriam para eles, mas Harry a teve primeiro. Quando ela averiguou que ele tinha tirado ficou lívida.
- Mas como ele me encontrou?
- Algo em seu subconsciente chamava por ele. Supunha-se que lhe daria somente um pesadelo e seguiria adiante, mas não o fez.
- E Chrissy?
- Quando ela não pôde te afastar dele, chamou a seu companheiro, a Rick Sword. Fui alertado pouco depois para te proteger. Disse a Harry que te deixasse. Ele se negou.
Sua cabeça flutuava com a informação de M'Ordant e pelo medo e dor dentro dela.
- Por que se negou a me abandonar?
- Não sei. Suponho que pelo que ele é. O Skoti absorve as esperanças e sonhos de outros. Suponho que ele quis jogar de herói contigo. Te fortalecendo, ele podia te fazer mais dano.
Gina se sentiu tão tola. Tão traída. Como podia ter estado tão cega?
Os olhos, pensou com um sobressalto. Ela deveria ter compreendido que os olhos eram da mesma cor.
Estava realmente tão desesperada por um herói que aceitaria a um demônio disfarçado?
De repente, sentiu-se doente.
Aflita, dirigiu-se pra casa, querendo esquecer que alguma vez tinha ouvido falar de Harry.
Gina se sentou sozinha o resto do dia, pensando, recordando.
- Você deveria ser escritora. - A voz amável de Harry se repetia em sua cabeça.
Não era ao demônio que ela recordava enquanto se sentava sobre seu sofá, apertando um travesseiro pelo meio, era ao homem. E enquanto se sentava sozinha em seu apartamento, compreendeu que nunca o veria outra vez.
Nunca poderia compartilhar seu dia ou seus pensamentos.
Mais que nada, já não poderia lhe contar seus sonhos. Harry poderia ter começado por alimentar-se dela, mas no final lhe tinha dado muito mais.
Tinha sido seu amigo tanto como seu amante.
A perda a atravessou.
Mas o que podia fazer? Ele estava de volta em seu mundo e ela estava no seu. Estava terminado.
Não havia nada mais.
Ao final, o Skotos tinha ganho depois de tudo. Harry tinha esgotado toda sua felicidade, todas suas esperanças, todos seus sonhos. O que ficava era uma casca de dor vazia que não queria nada mais deste mundo ou o outro.
Quando os dias foram passando, a dor da traição começou a diminuir e Gina recordou mais de seus sonhos.
Quanto mais recordava, mais queria ver Harry uma última vez. Ela poderia ter sido tão estúpida de deixá-lo fazer dela uma completa idiota?
Ela não acreditava.
Harry não era cruel. Tinha visto coisas nele que desafiava o que sabia que ele era. Suas palavras voltaram para ela. Palavras de amparo. Tinha-lhe ensinado a liberar sua criatividade para manter longe aos Skoti.
E aí no final…
- Irei com eles tranqüilamente se você os mantiver longe dela.
Não, essas não eram as palavras de um monstro. Essas eram as palavras de um homem que se preocupou mais por sua segurança que pela própria. Esse homem, apesar do que M'Ordant lhe havia dito, não era completamente malvado.
Desesperada, Gina foi dormir, tentando encontrar a Harry outra vez. Não funcionou.
Gina despertou em meio da noite, aterrorizada. Onde estava Harry e por que não vinha a ela?
Por mais de uma semana tentou tudo o que podia pensar para alcançar a Harry. Nada funcionou. E com cada dia que passava, ela sofria mais.
Tinha que haver algum modo de ficar em contato com ele.
Desalentada e aflita, Gina se sentou em seu escritório, aturdida. Mal tinha dormido em dias e estava muito fatigada.
- Harry. - sussurrou. - Por que não me fala mais?
- Gina. - disse John da porta. - Em meu escritório. Agora.
Pelo tom de sua voz calculou que estava em um problema sério. Sem dúvida ele ia despedi-la por faltar tanto ao trabalho.
O que lhe importava de todos os modos? Neste ponto, só se deixava levar pela vida. Nada era importante para ela agora. Tinha perdido a única coisa que deu significado a sua vida. Ao único que tinha acreditado nela.
Deprimida, levantou-se e caminhou a curta distância ao escritório do John.
- Fecha a porta. Sente-se.
Ela fez o que ele ordenou.
Ele se sentou aí, durante vários minutos, bebendo goles de seu café, lendo seu correio eletrônico.
Ela perguntou se ele a teria esquecido. Então deu volta, baixou seus óculos para a ponta de seu nariz, e a olhou fixamente.
- É horrível, verdade?
- O que?
- Amar a um imortal.
Gina teve o impulso repentino de limpar a fundo seus ouvidos.
- Perdão?
- OH, vamos, não jogue de inocente comigo. Por que pensa que Chrissy trabalhava aqui? - Ele assinalou a tatuagem de um golfinho sobre seu antebraço esquerdo. - Sou um oráculo para os deuses gregos. Que é pelo que estou tão malditamente cansado e irritante todo o tempo. Eles têm o hábito mais molesto de interromper quando menos se espera. - Ele suspirou com indignação. - Ao menos eles poderiam fazer que me pagassem, mas, OH não, fui o suficientemente afortunado para ter nascido assim. E as vantagens… - ele soprou. - Não durmo, não cobro, nenhuma paz. Tenho que amá-lo.
Ela não fez caso de seu desabafo.
- Então, é como o Oráculo do Delphos? Acreditava que eram todas mulheres.
- Esses oráculos particularmente são, mas não todos somos fêmeas. Obviamente. Somos simplesmente canais humanos a vários deuses.
Totalmente confusa, ela o olhou fixamente, perguntando-se se talvez isto era um sonho também, ou se o Grande Chefe ficou louco. Algo não estava bem, pelo menos.
- Bem, então é um oráculo. Quer me dizer por que empregou ao Chrissy se sabia que ela era um monstro chupa-sonhos?
Ele deu de ombros.
- Ela é um deus e não tenho opção exceto servi-la. Ela queria uma possibilidade de alcançar objetivos humanos. Simplesmente lhe proporcionei uma cobertura segura.
- Me vendeu?
- Não. - disse ele, seu olhar severo voltando-se amável. - Não supunha que eles lhe esgotassem como o fez Harry. Confia em mim. O que ele fez foi mau. E pode descansar segura de que ele está sendo adequadamente castigado por isso.
Seu coração parou ante o ameaçador tom de sua voz.
- Castigado como?
- Do que se preocupa? - perguntou ele, voltando a subir os óculos por seu nariz. - Livraste dele. Correto? Nenhum Skoti em seus sonhos. Tem sua vida outra vez.
- Quero saber. - Não, ela tinha que saber o que lhe tinha passado.
John tomou um gole de café.
- Por que? Eles o enviaram ao Tartarus, é obvio.
Gina não entendeu o termo, e nesse momento desejou ter prestado mais atenção na escola.
- É isso como um cárcere?
- OH, não, querida. É o inferno. Eles o mataram no minuto que o levaram a seu reino.
Gina não podia respirar enquanto as lágrimas enchiam seus olhos. O peso em seu peito era insuportável. Isso não era verdade. Isso não podia ser verdade.
- Eles o mataram?
- Não sabia? - perguntou ele simplesmente. - Ele não te disse o que eles iam fazer com ele? Harry nunca foi dos que jogavam segundo as regras. Já tinham proibido faz séculos que tomasse forma humana e tinha sido banido deste reino.
- Por que?
- Por que ele fingia ser humano. Supõe-se que um Skoti não tem nenhum tipo de criatividade própria. Não se supõe que desejem o amor. Não se supõe que queiram algo mais que uma só noite de passeio pelos sonhos, saltando de uma pessoa a outra. Ele tinha se comportado durante séculos, até que te encontrou. Inclusive depois de que eles lhe tiraram toda a pele de seu corpo imortal, ele não pôde estar longe de ti.
John suspirou.
- Hypnos já tinha proibido seus poderes de transformação, então decidiu que não havia nada mais que fazer com ele. E já que Harry não o obedeceria, eles enviaram ao Tartarus por toda a eternidade.
- Mas ele não me fez mal. Não realmente.
- Não o fez? Você parece horrível daqui. Estiveste chorando por meses. E juro que perdeste ao menos cinco quilos desde que tudo isto começou.
- Isso não é culpa dele.
- Não?
- Não. Não quero que ele sofra por mim.
Com seu olhar procurando o seu, John tirou um envelope de sua gaveta do escritório e o deu.
- O que é isto?
- Abre-o.
Franzindo o cenho, Gina fez o que disse e viu as três fotos dela e Harry na feira. Sua mão tremeu enquanto a pena e a agonia formavam redemoinhos em seu coração.
- Onde conseguiu isto?
- M'Ordant lhe enviou isso. Ele pensou que poderia gostar de ter como lembrança.
Ela olhou fixamente a formosa cara de Harry. O amor em seus olhos.
- Tenho que vê-lo. - insistiu ela.
John sacudiu sua cabeça e suspirou outra vez.
- Bem, temo que é muito tarde agora.
- Não pode ser. Por favor. Tenho que vê-lo outra vez. Por favor, me diga que há algum modo que posso alcançá-lo.
John estreitou os olhos e lhe lançou um intenso olhar.
- Isso depende de se você realmente o amar ou não.
Gina ainda não podia acreditar no que ela estava fazendo. Tinha permitido ao John a teletransportá-la ao Inframundo, onde havia dito que M'Ordant estaria esperando para guiá-la a Harry.
Não é que ela realmente acreditasse no Inframundo, mas neste ponto…
M'Ordant se materializou diante dela.
- Está segura sobre isto?
- Sim.
Assentindo, conduziu-a por uma profunda e escura caverna, que lhe recordou muito a que Harry tinha usado para atormentá-la. Eles andaram pelo que pareceram milhas antes de chegar a uma pequena cova.
Uma luz estava brilhando dentro e ela podia ouvir a voz de um homem falando.
- Está pensando nela outra vez, verdade?
Ela olhou para dentro e viu o que era uma vez um orgulhoso dragão jazendo fracamente sobre o chão de costas para ela. Alguém tinha encadeado seu pescoço a uma grande rocha. Seus ombros estavam caídos, suas asas jaziam quebradas e inúteis sobre o chão de terra. Sua pele avermelhada tinha um aspecto cinzento, desidratado e cada centímetro de seu corpo estava coberto de feridas sangrantes.
Gina tragou ante a visão. Podia ser realmente esse monstro o homem que ela amava?
- Qual é seu nome? - perguntou o homem. - Jane? Juno?
- Gina. - chiou o dragão, sua voz de uma vez familiar e ainda assim, estranha. - Seu nome é Gina.
- Ah, sim, Gina. - O homem sacudiu sua cabeça. - Me diga que tipo de idiota sem valor deixa a imortalidade por uma mulher? Sobre tudo por uma mulher que o lançou tão rapidamente a sua morte?
- Ela valia a pena.
- Valia? M'Ordant me disse que ela estava sonhando com um homem ontem à noite. Um do tipo loiro-dourado. Imagine que se ela sonhar com alguém tão logo, provavelmente já o escolheu e está pronta para dormir com ele. Com certeza está dando alto e duro ainda enquanto estamos falando.
O dragão soltou um grito angustiado que a rasgou.
O homem não pareceu preocupar-se. Ele verteu comida e água em duas vasilhas e as afastou do dragão.
- Faria bem em te apressar. Não acredito que possa te alimentar antes que sua comida se evapore. - Logo, desvaneceu-se.
Gina olhou como o dragão lutava por alcançar a comida e a água. Suas feridas sangraram de novo enquanto coxeava, atirando contra a rocha que só apenas se movia. Ele sustentava algo sobre seu coração, e quando ela viu o que agarrava, seu próprio coração se partiu pela dor.
Era aquela estúpida coroa de flores selvagens que ela tinha feito.
Harry caiu justo diante da água, sua garra estendida, desesperado por alcançá-la.
Com lágrimas correndo por seu rosto, Gina correu aonde ele estava. Ela agarrou a água, notando que a metade já se perdia, e quando tocou a vasilha, soube por que. Estava ao vermelho vivo. Queimava-lhe as mãos, mas não lhe importou.
Harry necessitava a água.
Ajoelhando-se, ela o ajudou a sentá-lo suficiente para que pudesse beber.
Harry ofegou ao sentir que o líquido acalmava sua garganta ressecada. Seus olhos estavam tão inchados por suas surras que ele não podia ver quem o ajudava. Tudo o que ele sabia era que por fim tinha um momento de paz para sua ardente sede.
- Obrigado. - respirou, deixando cair sua cabeça para trás.
- De nada.
Ele se congelou para ouvir a voz que ficou com ele todas estas semanas. A voz que tanto o acalmava como o torturava.
Então sentiu seu suave toque contra sua carne escamosa.
Gina se lamentou pelo que eles lhe tinham feito. Ela passou sua mão ao longo de sua carne débil, incapaz de acreditar que o tivessem reduzido a semelhante estado.
Ele tentou apartar-se dela.
- Vá. Não quero que me veja nesta forma espantosa.
Gina apoiou sua bochecha contra a sua e o aproximou dela. Agora entendia o que ele tinha querido dizer essa noite na feira.
- Não me importa a que te parece, Harry. Amo-te como é.
Essas palavras se derramaram sobre ele.
- Você não é real. - disse ele, sua voz arreganhando-a. - Minha preciosa Gina não pode amar a um monstro. Ninguém pode. Ela é bondade e luz, e eu… eu sou nada.
Ele elevou o olhar e rugiu ao teto.
- Maldito seja Hades! Como se atreve a me torturar tanto assim, bastardo! Não é suficiente para ti que sofra cada minuto de cada hora por ela? Só me deixe sofrer em paz.
Gina se negou a deixá-lo.
- Isto não é uma ilusão, Harry. Quero que vamos pra casa. Juntos.
As lágrimas se derramaram de seus olhos inchados, ardendo sem piedade. Era uma mentira cruel. Ele nunca tinha tido uma casa. Nunca teve amor.
Ele brigou contra a corrente que o sufocava, desejando durante um momento poder estar com Gina outra vez em seus sonhos. Esse tinha sido o único tempo na eternidade que tinha conhecido a felicidade.
- Estou condenado aqui, Gina. Não tenho nenhum poder. Absolutamnete nada para te oferecer. Deve ir. Se ficar aqui muito tempo, eles não lhe deixarão partir.
Gina olhou ao redor para sua fria e escura prisão que fedia e se deslizava. Ela nunca tinha visto um lugar mais inóspito. Seu pior medo tinha sido estar presa nesta cova com o dragão.
Mas se era isto o que custava ter a Harry, então ela estava disposta a fazê-lo.
- Não vou abandonar você outra vez.
Ele levantou sua cabeça e ela entendeu que estava tentando vê-la.
- O que diz?
- Estou dizendo que se não poder ir pra casa comigo, então ficarei aqui contigo. Para sempre.
Harry ficou boquiaberto.
- Não sabe o que estas fazendo. - A empurrou com sua garra. - Vá!
Ela não se moveu.
- Não te abandonarei.
Ele a tomou em seus braços e sustentou perto.
- Se realmente me amar, Gina, não ficará. Eu nunca poderia suportar saber que estas aqui devido a mim. Por favor, amor, por favor vá e nunca olhe para trás.
Gina se sentou indecisa, sustentando sua garra em sua mão. Como podia abandoná-lo aqui, assim, sabendo que ninguém mais o ajudaria, consolaria-o?
M'Ordant avançou e a separou de Harry, logo a levou para a entrada, onde ele a fez esperar.
Durante vários minutos, Harry não se moveu absolutamente. Então ele levantou sua cabeça e tentou olhar ao redor.
- Gina? - perguntou tranqüilamente. - Ainda está aqui?
M'Ordant lhe fez gestos para que guardasse silêncio.
- Ela se está indo agora.
Os lábios de Harry tremeram pela tristeza.
- Leva-a para casa?
- Sim.
- Obrigado. - Ele se deitou como se toda sua força o tivesse abandonado.
- Me diga, - disse M'Ordant. - por que não quiseste que ficasse contigo?
- Você não o entenderia.
- Entender o que?
- Amor.
M'Ordant soprou.
- O que sabe um Skotos do amor?
- Absolutamente nada… - Ele suspirou. - E tudo. Eu não podia lhe pedir que ficasse aqui quando sei quanto a assusta este lugar.
- Mas queria que ela ficasse?
Harry cabeceou fracamente.
- Mais do que quero minha liberdade. Agora, me deixe, irmão.
Gina limpou as lágrimas de seu rosto enquanto olhava fixamente a M'Ordant. Deu um olhar esperançoso.
- Posso ficar ? - sussurrou para que Harry não a ouvisse.
Com cara impassível, M'Ordant sacudiu sua cabeça e a tirou do quarto.
- Isso não posso decidir.
- Então quem?
Ele se negou a responder.
- Tem que partir.
- Não o abandonarei. - disse ela com voz firme. - E ninguém me fará ir.
Gina averiguou que essas eram as famosas últimas palavras quando despertou outra vez em seu escritório. Quando se negocia com deuses gregos, a vontade humana não valia muito.
Aflita, chorou, pensando em Harry, em seu inferno e no fato que ela era a causa disso.
O pior de tudo, era que não havia absolutamente nada que ela pudesse fazer para ajudá-lo. Nada.
- V’Harry.
Harry apertou seus dentes ao ouvir a voz de Hypnos. Ele colocou a coroa de Gina sob uma rocha próxima para impedir que o deus a visse e a tirasse como tinha feito com as fotos.
Isto era tudo o que Harry tinha dela e ele não podia suportar sequer pensar em perdê-la.
Ele se forçou a endireitar-se e lipou sua garganta da pena que o afogava.
- Não me dava conta que era tempo para mais castigo.
Hypnos soprou.
- Não posso te quebrar, verdade?
Ele sentiu ao deus movendo-se a seu redor.
- Você sabe - disse Hypnos com irritação - que tentei desde o começo dos tempos fazer que me temesse. E nunca o tem feito. Por que?
- Não posso sentir emoções, lembra?
- Não. O que é, é desrespeitoso, irreverente, e sarcástico. Nunca cai bem conosco. E o que sempre fazia me pôr mais louco contigo era que você nunca, sequer o tentaste.
Harry riu fracamente.
- Um Skotos mau até os ossos, imagine isso.
- Bom, aí está seu problema. A diferença de outros, você nunca foi. Eu nunca pude matar esse último diminuto pedaço de bondade em ti. Essa última parte que era capaz de honra. Capaz de sacrifício.
Harry franziu o cenho.
- M'Ordant me disse o que fez com Gina. Tanto na Terra como aqui. Por conseguinte, Hades me informou que ele não pode te manter no Tartarus. Só as almas que são completamente incapazes de amar podem ficar aqui.
Uma ardente sensação começou no corpo de Harry, e com cada pulsar do coração que passava, ele sentiu fortalecer-se.
- Parece moço, que tem uma decisão que tomar.
Gina abriu a porta de seu departamento. O familiar buraco em seu coração ardia enquanto ela se imaginava como seria chegar em casa, só uma vez, e ter a Harry aqui.
Ultimamente ela tinha estado fazendo muito disto. Sonhar acordada. Ela nunca tinha sonhado acordada antes. E tinha estado escrevendo. Mas não havia ninguém com quem compartilhar.
Isso machucava mais que tudo.
Tirando os sapatos, deixou as chaves sobre a lareira e viu uma pétala de rosa branca sobre o tapete. Ela franziu o cenho enquanto notava várias mais.
Pareciam formar um caminho que conduzia a seu dormitório. Ela o seguiu.
Quando chegou à entrada, seu coração parou.
Harry estava dormido em sua cama. Seu liso cabelo negro estava estendido sobre os travesseiros, a roupa de cama enredada em seus compridos e escuros membros.
Ele era a coisa mais magnífica que ela jamais vira em sua vida.
Gina riu enquanto as lágrimas se amontoavam em seus olhos. Como? Como podia ele estar aqui?
Precipitando-se a sua cama, caiu sobre seus joelhos e tentou despertá-lo.
Ele não se moveu.
Sem importar quanto o tentasse, ele não despertava.
- Harry? - disse ela, tragando com medo. - Por favor, me olhe.
Nada.
Aterrorizada, ela viu uma pequena nota sobre o criado mudo.
Pegou e leu:
É pelo amor verdadeiro que todos os milagres são realizados. Se você realmente me amar, Gina, beije meus lábios e terei nascido em seu mundo como um homem mortal. Se não, esperarei-te só em seus sonhos.
Tem até a meia-noite para decidir.
V.
Ela não necessitou até a meia-noite para decidir. Tomando seu rosto em suas mãos, ela o beijou com todo o amor em seu coração.
Seu peito se levantou bruscamente enquanto seus braços se envolviam ao redor dela e a mantinham apertada.
Gina riu feliz enquanto Harry aprofundava seu beijo. Sua cabeça flutuando por seu calor, sua paixão, ela nunca deixaria ele ir.
Mordendo seus lábios, ele se afastou para sorrir. O amor em seus olhos verdes prateados a chamuscou.
- Acredito que queira ficar comigo?
- Amigo, você tenta me deixar e te seguirei ao fim do mundo e mais à frente para te encontrar e te trazer para casa.
Harry riu. Ela já tinha provado que faria isso.
Gina tremeu enquanto ele desabotoava sua camisa.
- Acredito que sei que quer fazer primeiro como um homem mortal.
Ele correu a língua sobre sua garganta, subindo até seu ouvido, onde seu fôlego a fez estremecer.
- Acredite, amor, não dormirá esta noite.
EPÍLOGO
Dois anos mais tarde
Harry estava deitado sobre o sofá com sua pequena filha dormindo sobre seu peito. Olhava fixamente o matagal de cachos castanhos, curioso sobre o que ela estaria sonhando.
Ele sentiu que sua esposa estava em pé sobre eles.
Levantando o olhar, viu o magnífico sorriso de Gina.
- Olá. - disse ele, perguntando-se o que trazia entre as mãos. Havia um brilho em seus olhos muito parecido ao que tinha tido o dia que havia dito que estava grávida.
- Adivinha? - disse sua voz cheia de entusiasmo.
- Está grávida outra vez?
Ela pôs seus olhos em branco.
- Só fazem três meses desde que tivemos a Emma.
- Está acostumado acontecer.
Ela fez um muxoxo, logo tirou seu braço de suas costas e pôs um livro em suas mãos.
Harry o olhou inexpresivamente até que viu o nome que estava na capa.
- OH meu Deus, - sussurrou - é sua novela.
- Sim. - disse ela, dando pulos. - Meu editor enviou a primeira cópia! Será enviado às lojas na semana que vem.
Cuidando para não despertar ao bebê, Harry a deixou sobre o sofá para tomar Gina em seus braços.
Gina suspirou ao sentir seus lábios sobre os seus. Mesmo agora, esses lábios podiam incinerá-la. E seu aroma… meu Deus, como gostava do aroma de sua pele.
- Obrigado, Harry. - disse ela, separando-se para olhar fixamente aqueles feiticeiros olhos de prata. - Eu nunca o teria escrito sem você.
- E eu nunca tivesse vivido sem você.
Gina o sustentou perto, encantada com o que sentia por ele e sua filha. Os dois eram o melhor presente que Gina jamais tivesse esperado.
E foi então quando ela compreendeu que até do pesadelo mais escuro, podia vir algo bom. Foi necessário força e coragem, mas no final, tinha valido a pena a batalha.
- Amo você, Gina. - sussurrou ele contra seu cabelo.
- Amo você, Harry, e sempre amarei.
Fim.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!