Capitulo Dez



- Calma, calma... to saindo. - Sai do banheiro com uma toalha amarrada em meu corpo e outra enxugando meus cabelos de lado.
Claire estava de braços cruzados olhando para mim. Ao seu lado tinha uma mesinha de canto com uma escova de cabelo e estojos de maquiagem.
- Desculpe. - Sorri envergonhada e me lançei para a frente do meu guarda-roupa. - Que que você acha? - fiz questão de perguntar.
Me virei, vendo a demora e a Claire me observava como se nada me fizesse ficar bonita. Mas eu ignorei e virei de volta para o meu, antes que ela falasse:
- Um azul cairia bem - observou.
É, azul.
- Tem razão.
Vesti uma básica branca e pus um suéter azul por cima dele. Optei por uma calça. Devia estar frio lá fora. Era uma roupa confortável e quente. Se o Córmaco gostasse de mim a esse ponto, a beleza não iria importar. Porém me maquiei, por questão de vaidade. Agora que peguei o jeito, não conseguia parar. Sair sem maquiagem agora era como sair nua pra mim. Conquistar o Harry estava sendo obsessivo agora e eu estava mudando radicalmente a mim mesma. Naquele momento, eu não estava enchergando as consequências. Não importava nada a não ser meu objetivo central do sexto ano.
Me despedi da Claire, quando pronta e desci as escadas da Sala Comunal.
Córmaco ainda não chegara.
Estava vazia, a não ser por um dos meus melhores amigos. O que estava lá tinha uma cicatriz em forma de raio na testa.
Harry Potter.
Então eu me lembrei de que naquele dia não falara com ele nenhuma vez. Normalmente eu só falava quando tinha aula de Estudo dos Trouxas. E só. Aquele meu ano em Hogwarts estava sendo só com os irmãos McLaggen. Estava esquecendo meus melhores amigos. Seria mesmo por uma causa justa?
Naquele momento pra mim sim, eu queria o Harry de qualquer jeito.
Enfim decidi ir lá e falar com ele.
- Oi Harry - falei quase sussurando. Ele estava em uma mesa virado de costas fazendo uma tarefa.
Harry somente acenou com a cabeça e continuou escrevendo. Urgh! Mal. Muito mal.
- Posso me sentar? - Ergui os olhos para a cadeira ao seu lado.
- Claro. - Havia frieza em sua voz.
Esperei ele falar alguma coisa após alguns minutos. Então ele falou.
- Finalmente decidiu falar comigo. - Não era uma pergunta. Sua voz estava mais fria ainda.
Respirei forte. Não tinha nenhuma desculpa em mente para dar. Mas eu tinha o Córmaco.
- É, o Córma --
- Um mês de namoro. - Finalmente ele me encarou.
- Bem, é. - Sorri de lado. - Não tive opurtidade de falar com você direito.
- Imagino - ele falou e virou de volta para a sua tarefa. - A propósito, meus parabéns.
Mas ainda percebia que ele estava muito, muito mesmo aborrecido comigo.
- Olha Harry, desculpa mesmo... - Eu estava prestes de colocar tudo a perder, mas fui forte.
- Tudo bem, ele é seu namo --
- E você é meu melhor amigo. - Ele virou para mim de volta e sorriu duro. Eu peguei a sua mão. Ele cedeu. - Eu realmente...
- Hermione. - Ouvi a voz de Córmaco vindo das escadas.
- ... sinto muito - completei e soltei a sua mão, levemente, saindo da cadeira e indo de encontro com o Córmaco, que já havia descido das escadas.
Quando eu fui sair pelo retrato Harry ainda estava lá, na mesma posição que eu o deixei. Córmaco me guiou durante o caminho todo, venho que eu estava distraida.
Seria certo mesmo o que eu estava fazendo? Valeria arriscar minha amizade? E o Harry? E o Rony? Como eles deviam estar se sentindo naquele momento? Eu realmente significava muito para eles, e deviam estar sentindo muito mesmo a minha falta.
De repente, pensei em terminar com o Córmaco e pôr um fim naquele passo ali mesmo, naquele mísero jardim que eu não tinha o prazer nenhum de estar. Pelo menos, com aquela pessoa. Era um encontro. E Córmaco era somente um amigo em mim. Mas eu precisava dar a impressão por fora que ele era meu namorado. Seria inconveniente terminar no nosso primeiro mês. Como disse a Claire, não passaria do terceiro. Esperava que ela estivesse certa.
- Então. - Córmaco pegou na minha mão. Me liguei: estávamos sentados sob as matas do jardim.
Eu dei um sorriso duro. Não era sincero. Aliás, nunca era. Mas parecia que bastava para ele.
- Er, eu sei que está muito cedo ainda - (eu morria aos poucos) -, mas eu estava pensando se você gostaria de passar o natal com a minha família...
Eu o fitei surpresa.
- ... É, também tem a Claire - ele completou, pensando pela minha expressão. Mas não sabia o significado ainda.
Como eu iria passar o natal com ele se terminaria com o mesmo em menos de dois meses? Aliás, poderia ser até com menos de um. Estávamos em Outubro. Primeira semana de Outubro. Natal era em Dezembro. Faltava menos de dois meses. Até lá ele não estaria mais namorando comigo.
- Er, se você não quiser, tudo bem - ele falou rapidamente, confuso.
Tive que pensar rápido.
- Não, não é nada disso, Córmaco.
Em vez de inventar uma mentira grande - que eu podia, falando que iria passar com alguns parentes que não via a muito tempo, optei algo mais ou menos verdeiro. Mas não declarei que o motivo era que terminaria com ele a tempo. Claro que não.
- Hm... meu namoro com você está causando uma grande separação... - fui formal primeiramente, mas não consegui.
- Ah, pode mandar. - Ele riu nervoso.
- Eu estou muito longe de Harry e Rony! - desabafei.
Ele levou alguns segundos para absorver essa. Mas acho que não compreendeu.
- Sabe eles são, o eram, sei lá, meus melhores amigos. Cinco anos de Hogwarts com eles completos. Nós éramos três chicletes que não desgrudavam por nada. Nada. Nós passamos muita coisa juntos. Então esse ano como eu estou namorando você, eu estou me distanciando muito deles. Hoje mesmo a primeira vez que falei com o Harry foi naquela hora, na Sala Comunal. - Estremeci com a lembraça.
precipitado.
- Tudo. - Ele ergueu uma sobrancelha, então eu continuei. - Eu queria convidar eles para passarem um natal comigo, seria um jeito de eles me desculparem definitivamente.
Ele pareceu que teve uma idéia.
- Só nós três - completei, antes que ele se convidasse.
- Vocês três... - ele completou, olhando para os lados.
Sim, só nós três, O Trio.
- Ok então - ele disse.
Hm, isso não estava sendo um encontro mesmo. Pensei se aquela conversa o estava incomodando, mas eu continuei:
- Queria te pedir mais uma coisa. - Ele acenou com a cabeça. - Quero ficar mais junto deles esses dias. Eu, você, a Claire, o Harry e o Rony.
- Juntos. - A sua voz foi fria quando repetiu.
- É. O trabalho do Estudo dos Trouxas não foi o bastante. - Ele esperou que eu terminasse a conversa. - Eu preciso deles.
- Ok. Já quer ir? - ele perguntou e eu me perguntei se eu estraguei tudo, nosso primeiro mês.
- Claro que não. - Ele sorriu satisfeito. - Até agora só falei dos meus problemas. Agora vamos falar de você.
- Sim. - Ele esperava uma pergunta.
- Iai, o que planeja fazer quando terminar o último ano?
- Hm... quero jogar pros Tornados.
Abafei um riso.
Harry - apesar de ser excelente - nunca ao terminar o seu primeiro ano, se dedicaria somente ao quadribol. Ele seria um auror. Sim, eu conhecia ele o bastante para afirmar que carreira ele seguiria. Com certeza quadribol seria somente o seu hobbie.
Hm... não. Não estava certo compara-los. Não estava certo comparar o amor da minha vida com um namorado falso. Não mesmo.


- Está pensando no quê? - ele perguntou.
No que o Harry trabalharia.
- No meu futuro também - menti. Não importava o meu futuro agora, exceto se dele o Harry participaria.
- Hmm... então, o que você pretende para o futuro?
Foi fácil.
- Quero ensinar aqui em Hogwarts.
- Professora?
- É, de Transfiguração. - Hesitei. - Daqui pra lá a Minerva pode estar se aposentando... nunca se sabe.
Eu ri e ele riu comigo. Sim, a minha risada era verdadeira naquele momento. Porque estávamos somente conversando, como os amigos fazem.
Ficamos conversando mais um pouco, quando eu espiei meu relógio.
- Está ficando tarde - percebi.
Córmaco ergueu os olhos para o meu relógio de pulso e franziu a testa.
- Eu sou filha de trouxas. - A reação dele foi de surpresa. - Não sabia?
Ele balançou a cabeça e depois eu percebi: "Que tipo de namorada não contaria uma coisa como essas?"
Córmaco levantou e ergueu as mãos para mim. Peguei-as e ele me puxou para si, com as mãos na minha cintura, pressionando meu corpo contra o dele. Foi díficil, mas levei minhas mãos para sua nuca.
- Seria indescente se eu fosse com você para a Sala Comunal - ele sussurou, ainda me apertando.
- É. - Desviei meus olhos do dele, olhando para os lados, quando ele me deu pressionou seus lábios no meu. Devolvi forçada e soltei seus braços de minha cintura. - Boa noite.
- Durma bem.
Soltei sua mão e corri para o castelo.
Quando cheguei na Sala Comunal, encontrei Rony lá. Sozinho, sentado no sofá.
- Rony? - Sentei ao seu lado.
- Oi. - Sua voz estava baixa.
- Por quê não está com o Harry?
- Ele pediu minha opinião sobre o seu namoro... eu acho que falei alguma coisa que não deveria e ele foi para o dormitório, retado comigo.
Hmm.. será que Rony falou que achava bom eu namorar com o Córmaco pro Harry?
- O que você falou? - perguntei.
- Que achava normal... que você poderia namorar quem você quisesse...
- E ele?
- Ele falou algo como 'Você está louco?' de cara feia e subiu as escadas.
- Hm... então você não está zangado comigo? - perguntei.
Ele me encarou, erguendo uma sobrancelha.
- Por quê deveria? - Sim, o Rony falou isso e eu lhe abracei.
- Ah, Rony...! - suspirei, ainda o abraçando. Fazia um tempo que eu precisava daquilo. De um tempo com um dos meus melhores amigos.
Ele retribuiu meu abraço, mesmo se entender.
Quanto soltei ele, sussurei:
- Você me entende por que eu não estou mais andando muito com vocês como os tempos de antes né?
- Claro.. você está namorando. - Ele sorriu. - E além do mais, o próximo ano você vai passar ele inteirinho com a gente.
Mesmo que o resto daquele ano eu iria passar inteirinho com eles, em menos de dois meses, eu assenti e nós dois rimos.

Fim do Capítulo dez

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