Tudo de novo!
Levantar cedo é um martírio para qualquer pessoa normal, eu não seria diferente, afinal depois de ir dormir depois das duas da manhã, levantar antes das 10 horas é praticamente impossível, mas minha mãe insiste que um Malfoy não pode ficar na cama depois das dez. Ah! Se ele soubesse quanto minha noite foi movimentada ela não me acordaria antes das três da tarde. Mas como a vida não é perfeita eu levanto, com muito sono e com aquela voz gritando enquanto abre as cortinas do meu quarto.
-Vamos Draco, levante-se agora, eu não vou te esperar o dia todo, assim vou mandar retirar a mesa e você terá que esperar pelo almoço!
Ela tem uma voz tão doce e impactante normalmente, mas quando esta enfezada é praticamente o cão, não é porque é minha mãe não, mas sério, não mexa com Narcisa Malfoy, depois que meu pai morreu ela se tornou a senhora de negócios mais temida do mundo bruxo, porque não seria diferente em casa?
Me levanto dando-me por vencido, ninguém merece aqueles gritos ecoando pela casa logo de manhã cedo, meus olhos ainda pesados de tanto sono correm pelo quarto e caem sobre o relógio de prata postado na parede central, bem não é tão cedo assim, já passam das dez, e eu me assusto dela não ter me rebocado da cama antes. Saio bocejando sentindo o frio de Londres assolar meu corpo. Mania de dormir só de calça é prejudicial às vezes.
-O Zabini ligou, disse que o investimento esta lucrando 92,4% coisa que ele não esperava, então vocês fizeram uma tacada de mestre meu filho!
Ela diz sorridente enquanto jogava o roupão para mim, mas eu estava desavisado e levei o grosso e quente tecido bem no meio do rosto. Saio meio cambaleante para o banheiro e lá quase durmo de novo na banheira, por sorte não sou tão fã assim de água quente, então acabo passando nada mais que meia hora e depois já estou postado à mesa de café da manhã perfeitamente preenchida dos Malfoy.
Eu comi umas torradas e o suco de abóboras estava quente, me arrependi no primeiro gole, mas antes mesmo de sair de casa Zabini aparatou na minha frente, ou melhor na frente dela, o que ocasionou um esbarrão não muito conveniente. Eu cambaleei uns três passos para trás, mas recuperei o equilíbrio perfeito em segundos, não digo o mesmo do Zabini que deu de cara na porta quando pendeu para o lado.
-Aê ‘cara’, sua mãe lhe deu o recado?
Falou massageando o nariz que provavelmente deveria esta doendo, dei um risinho de lado e o encarei por alguns segundos, logo sacudi a cabeça afirmando que sim, minha mãe é eficiente.
–Bom, e ai alguma coisa de bom para mim? A queria falar com você lembra-se daquela loira de ontem? Nossa ela é perfeita, maravilhosa, pena que não dormi com ela, sabe... Ela é das difíceis.
Eu ignorei o comentário, Zabini havia passado a noite inteira com uma jovem loira de cabelos encaracolados e olhos azuis, ela era realmente bonita, mas nada tão fantástico assim, porém parece que meu amigo estava sendo fisgado. Eu dei as costas para dele enquanto pegava meu casaco pronto para ganhar as ruas, mas ele continuava a citar as qualidades daquela garota incansavelmente.
-Zabini, você por acaso sabe o nome dela?
Perguntei estafado, ele repetia as palavras “minha loira” a cada cinco segundos, o que indicava que não lembrava o nome da mulher em questão ou não se dera ao trabalho de perguntar. BINGO! Ele não havia perguntado e não sei porquê eu não me surpreendi com isso.
-Mas eu vou encontrá-la daqui a pouco para almoçarmos no caldeirão furado.
Me respondera todo animado voltando a citar as medidas e gostos da mulher e eu bufei encarando o céu, que estava acinzentado como sempre, estávamos no outono então eu não me assustei com o frio já esperado.
-Céus Zabini! Onde você chegou? Caldeirão Furado? Aquele lugar é deprimente, como leva uma mulher para um encontro lá?
Falei levantando uma sobrancelha demonstrando meu desagrado, um encontro deve ser único e inesquecível, para a mulher é claro, afinal não me lembro nem da metade dos que já tivera. Porém sempre tive a certeza que levei as mulheres para restaurantes conceituados e caros, um Malfoy jamais erra nisso.
-Ela que escolheu, disse que era uma folga do trabalho e para encontrá-la lá.
Ele falou pensativo, o que me deixou intrigado, era verdade, Zabini não era pirangueiro e acho que só não era tão disputado como eu, nos rankings elaborados pelas revistas idiotas ele era o segundo mais disputado, ou melhor, terceiro, mas eu me recuso a acreditar que ele perdeu para o testa rachada. Ainda bem que elas são sensatas e vêem que meu potencial é melhor do que o do quatro olhos herói bonzinho.
-Vocês vão dividir a conta e ela vai dizer que o sorvete você paga?! –Retruquei irônico encarando a cara de desagrado do outro. -Brincadeira meu caro, só estou resultando que esta se envolvendo com uma mulher responsável e que trabalha coisa que você não faz.
Terminei a conversa por ali, o cumprimentei com um aceno de cabeça e aparatei no Beco Diagonal. Aquela fumaça e barulho me atacaram assim que cheguei o lugar, o maior centro bruxo de toda Londres. Dei alguns passos e entrei na minha mais nova aquisição, “Artigos de Qualidade para Quadribol” eu me lembro de ficar olhando aquelas prateleiras por horas quando era pequeno, de quase matar o vendedor quando meu pai disse que queria sete nimbus 2001 e tantas outras coisas, agora aquele lugar era meu. Adorei o acordo de venda e adorei o quanto aquele lugar me fazia lucrar.
Naquele dia assim que entrei pela porta da frente a minha secretaria falou sorridente que tínhamos assinado mais um contrato com a seleção inglesa de Quadribol, forneceríamos as vassouras e os materiais de segurança. O que era ótimo. E a propaganda dobraria nossas vendas. Eu subi as escadas para meu escritório que mantenho sempre arrumado, mantinha minha base ali, naquela loja, apesar de administrar muitos outros lugares e a empresa Malfoy junto com a minha mãe. Ela apenas me informava o que queria e eu organizava no meu próprio lugar. Mas é claro que no fim do mês minha conta aumentava de tamanho, provavelmente em breve terei que providenciar seu terceiro cofre.
Não trabalhei muito, logo deu a hora do almoço, ou melhor, a minha hora do almoço já que já passavam das quatorze horas, eu levantei peguei meu casaco e ganhei as ruas mais uma vez. Não demorei e cheguei no caldeirão furado e antes de sair para a rua trouxa, eu vi ali num canto meu amigo conversando animadamente com a loira na noite anterior. Eles tinham sorrisos nos lábios e tudo o mais, sim o Zabini deveria esta ficando maluco.
Não me importei em cumprimentá-los, sai do lugar que fedia a poeira e fui para a Londres trouxa, pode parecer estranho, mas eu adoro os restaurantes trouxas, a comida é melhor e me poupa da quantidade absurda de abobora que os bruxos tem mania de consumir. Entrei em um restaurante italiano situado no centro de Londres. E lá me fartei de uma massa à putanesca maravilhosa.
Sai de lá depois de meia garrafa de vinho e um prato muito bom, e voltei para a Londres bruxa, comer em um lugar infestado de trouxas já era o suficiente para mim, eles tinham o talento da cozinha, mas sua vida se resumia a isso, o resto era escória. Andei distraído pelo lugar e quando entrei no meu escritório vi meu amigo parado em frente à chaminé me esperando. Ele se virou e me deu um sorriso descrente para mim e eu notei que havia alguma coisa errada.
- Então a sua loira te deu um fora?
Falei voltando para minha cadeira e pondo meus pés cruzados sobre a mesa de mogno, ele sorrio e se sentou na minha frente alegando que eles se encontrariam no dia seguinte e que ela estava longe de lhe dar um fora, então eu não entendi o problema.
-Então homem qual o problema?
-O nome dela é o problema Draco! Ela é nada menos que Luna Lovegood.
Ele falou embasbacado, como se não acreditasse nas próprias palavras e eu quase engasguei com a afirmação, o olhei incrédulo afirmando segundos depois que aquilo era impossível, ele tentou me acalmar e disse que a Di-lua havia mudado muito desde Hogwarts. Eu devo ter empalidecido, porque aquela loira era linda e... não, definitivamente ela não lembra a doida Corvinal.
-Você é quem sabe!
Terminei a conversa enquanto nos despedíamos e ele seguia para qualquer lugar, afinal Zabini vivia de nossos investimentos, apesar de ganharmos bastante com isso eu ainda preferia trabalhar, pouco, mais ainda assim trabalhava. Depois de ser deixado por ali sozinho como na maior parte do tempo, me afundei nos papel de negócios e quando voltei a mim já passavam das dez da noite. Respirei cansado e decidir ir mais uma vez na Londres trouxa, mas dessa vez para uma boate bruxa que ficava por lá.
Sai do lugar levando apenas minha carteira e varinha, andei pelas ruas bruxas e aparatei para uma ruela próxima a boate. A rua estava deserta e eu caminhei devagar, surgindo na avenida escura... Andei por alguns metros ate que meus olhos viram algo que eu realmente não esperava. Uma ruiva. Uma ruiva de longos cabelos ondulados, olhos brilhantes roupas comportadas e completamente distraída.
Ela estava mexendo em sua bolsa enquanto começava a travessa a rua, eu achei aquilo estranho, mas ignorei e voltei a caminhar, então tudo aconteceu mais rápido do que eu imaginava, ouvi um freio alto, então um grito e um barulho muito forte, quando me virei vi o estrago. um carro havia rodopiado e se chocado com o poste, e aquela bela ruiva estava estendida no chão ensangüentada, as pessoas começavam a cercá-la e eu pude ouvir um homem que estava agachado ao lado da mulher gritar que estava morta.
–Ela esta morta!
O mesmo homem pegou a carteira dela que estava jogada ao lado do seu corpo e eu pude ver que ele arrancou de lá a indenidade bruxa, o homem provavelmente trouxa ignorou o documento estranho, mas anunciou.
-Seu nome era Ginevra Molly Weasley.
Eu empalideci, de tantas ruivas, aquela tinha que resolveu morrer na minha frente? Eu deixei seu corpo lá estirado e acelerei o passo para a boate, quando cheguei à boate o lugar estava movimentado e demasiado agitado, provavelmente a noticia já estava correndo e eu havia perdido minha noite, o que foi uma lastima. Eu aparantei lá mesmo, e voltei para casa cedo o que minha mãe estranhou, mas não respondi suas perguntas e voltei ao meu quarto, depois de um longo banho só minha cama me esperava. E eu dormi, afinal o dia foi bastante cheio.
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O sol mesmo que frio é algo incrivelmente estressante e os gritos da minha mãe somados a isso são ainda piores, ela estava no meu quarto, enquanto eu estava completamente sonolento com a cabeça enfiada embaixo do travesseiro, mas a voz dela atravessava qualquer coisa. Mulheres. Elas possuem o dom de nos tirar do sério.
-Vamos Draco levante-se agora, eu não vou te esperar o dia todo, assim vou mandar retirar a mesa e você terá que esperar pelo almoço!
Ela disse abrindo as cortinas do meu quarto, e aquilo me pareceu bastante estranho, eu tinha dormido de mais de novo? Meus olhos correram pelo quarto e eu quase pulei da cama ao notar que já eram dez e quinze, e aquilo foi extremamente estranho, mas eu ignorei enquanto fui para meu banho matinal tão conhecido ainda a ouvindo tagarelar.
-Zabini ligou, ele disse que o investimento esta lucrando 92,4% coisa que ele não esperava, então vocês fizeram uma tacada de mestre meu filho!
Eu já sabia daquilo, mas fiquei feliz em saber que as porcentagens haviam se mantido e que minha conta fica mais preenchida a casa segundo, definitivamente eu riria preconizar de um novo cobre. Eu sorri para mim enquanto eu me vestia com um terno negro e penteava os cabelos antes de descer as escadas para me deparar com a mesa preenchida pelo café da manha. Minha mãe sempre ameaçava, mas nunca deixaria seu filhinho com fome.
Eu não comi muito, na verdade não estava com fome, estava mais preocupado em ganhar as ruas e ignorar os fatos na noite anterior, uma Weasley havia morrido na minha frente e, eu estranhamente não estava feliz com isso, mas vai saber... Terminei meu café e fui para a entrada da casa apanhando meu sobretudo e abrindo a porta para me chocar com Zabini que aparatou na minha frente sem aviso prévio, eu cambaleei para trás e ele se chocou com a porta em uma cena ridícula.
-Aê cara, sua mãe lhe deu o recado?
Ele perguntou massageando o nariz pela pancada na porta, eu concordei falando um “sim” rápido achando aquela cena muito estranha, mas ignorei quando ele voltou a falar.
–Bom, e ai alguma coisa de bom para mim? A queria falar com você lembra-se daquela loira de ontem? Nossa ela é perfeita, maravilhosa, pena que não dormi com ela, sabe... Ela é das difíceis.
Eu quase caí para trás em ouvir aquelas palavras, ele estava mesmo amarrado em Luna Lovegood ? Muito estranho... tudo bem que a loira do bar era magnífica e tudo o mais, mas ainda assim era a Di-lua, ele não podia se envolver com a Di-lua.
-Zabini você esta maluco?
Ele me encarou de forma estranha e depois voltou a falar das curvas de sua loira e tudo o mais, como se não lembrasse do dia anterior, nossa ele estava tão apaixonado assim? Ou teve uma noite daquelas com muitos compôs de vodka e dançarias?
-Mas eu vou encontrá-la daqui a pouco para almoçarmos no caldeirão furado.
Ele falava todo sonhador e eu não sabia mais o que fazer, ele estava ficando maluco.
-Lá de novo Zabini, você esta caindo no meu conceito.
Falei erguendo uma sobrancelha, mas ele me olhou como se visse um fantasma.
-Draco eu nunca levei mulher nenhuma ao Caldeirão Furado. Foi ela que escolheu, numa folga do trabalho que vai ter à tarde!
O que? Ele não lembrava? Então a noite foi muito boa mesmo. Dei tchau ao Zabini e aparentei diretamente na entrada da minha loja, e entrei no lugar sem muita cerimônia, a minha secretaria veio toda serelepe em minha direção.
-Senhor! Assinamos com a seleção inglesa por mais uma temporada!
Ela falou com um sorriso de orelha a orelha, o que me fez olhá-la como um animal. Ela estava ficando maluca ou o quê? Essa noticia já havia me agradado, não era necessário ficar me lembrando todas as manhãs. Eu a ignorei e subi as escadas para meu escritório. E lá quase despenquei no chão a ver minha mesa repleta de papéis.
Depois de sentar e encarar a pilha de trabalho e responder alguns formulários, eu achei estranho, tinha a impressão de ter respondido tudo aquilo no dia anterior, mas deveria ser apenas impressão. Fui terminar a primeira remessa após quatro horas de trabalho árduo, e resolvi que já estava mais que na hora de comer alguma coisa
Eu sai da Londres bruxa pelo caldeirão furado, vendo Zabini e Luna conversarem em um canto afastado do Caldeirão furado, como no dia anterior e, procurei um bom restaurante . Achei um Japonês na esquina seguinte e resolvi comer por lá. Depois de alguns empanados de camarão e outras iguarias típicas daquele país nipônico.
O restaurante era bem aconchegante a não ser por ter que comer sentados em almofadas no chão. Eu odiei aquilo, era tão... Pobre! Mas não vem ao caso, comi tudo e depois voltei para meu escritório sem nenhuma parada. Quando entrei no meu escritório depois de uma caminha rápida e joguei meu sobretudo sobre o sofá no canto da parede esquerda eu vi Zabini encostado próximo a lareira.
-O que foi Zabini, dessa vez levou um fora?
Falei desinteressado, prevendo a ladainhas que viriam por ai, mas o que aconteceu o assustou.
-Não Draco, Vamos sair amanha... O problema é o nome dela! Ela é a Luna Draco, você acredita? A Di-lua da escola, céus como ela mudou.
Ele descarregou tudo enquanto passava as mãos sobre os cabelos negros. Ele falou tudo muito assustado. Eu fiquei perdido, mas era como se ele não soubesse. Mas como? Ele tinha me dito no dia anterior, naquele escritório mesmo, com aquela mesma roupa. Opa. Zabini não costuma repetir roupas.
Ele não estava bem, provavelmente em choque ainda, essa era a única alternativa, ele estava maluco.
Eu o ajudei por alguns instantes depois o mandei para casa pela lareira, eu não sei qual droga aquele idiota andou consumindo, mas provavelmente foi muito, mas MUITO forte. Depois de trabalhar por algumas horas nas coisas que eu realmente acho que já tinha feito, resolvi passar um tempo numa boate, afinal na noite anterior foram coisas de mais.
Andei pelas ruas trouxas lentamente, o lugar estava meio deserto, as luzes fraquejavam com os ventos fortes do outono, mas eu não ligava, trazia minhas mãos bem guardadas nos bolsos do sobretudo, então meu mundo girou, quando displicente olhei para o outro lado da rua e vi uma ruiva atravessar a rua sem presta atenção. A cena parecia se repetir, mas não dei muita atenção, até que vi um carro vir em alta velocidade na direção da mulher e meu coração pulou uma batida.
-O que?!
Mas não tive nem tempo de raciocinar a mulher gritou quando o carro se chocou com seu corpo frágil e ela foi jogada para metros à frente, ensangüentada e desfalecida. Segundos depois uma multidão cercava o corpo jovem e um homem ajoelhou-se próximo da ruiva para dizer as palavras mais assustadoras da minha vida.
–Ela está morta! Seu nome era Ginevra Molly Weasley...
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