n. james potter.



ESPECIAL "O Vencedor Leva Tudo" - baile de formatura
narrador onisciente à(ao) personagem: James P.


 
I'll wait here forever just to, to see you smile
'Cause it's true: I am nothing without you


 James apertou a gravata borboleta novamente na frente do espelho, firmando-a bem no pescoço. Deu uma ligeira cutucada na parte de trás do cabelo, mantendo-o daquele jeito inconfundível. Depois pegou o perfume no armário e espirrou nos pulsos.

 - Sirius, eu estou descendo! Você não vem? – ele chamou.

 - Ahm, não agora. Estou tentando decidir o que eu faço com o cabelo – ele respondeu do banheiro, e depois pigarreou.

 James revirou os olhos. Sirius parecia uma moça quando se tratava de seus fios negros.

 - Porque não faz um coque? Ou uns cachos, ficaria sexy – riu James.

 Sirius encenou uma risada de dentro do banheiro, algo como “há há há”, e depois xingou baixinho.

 - Quer... alguma ajuda? – James perguntou de novo.

 - Cara, isso seria tão gay! Vai logo, Pontas, eu me viro aqui sozinho.

 O olhar de James parou um instante na porta do banheiro, hesitante entre arrombar a porta e pôr as cartas na mesa com Sirius de novo – ele não estava suportando aquela briga dos dois, aquela coisa estúpida que eles arrumaram como motivo para sair gritando um com o outro – ou simplesmente sair pela porta para encontrar quem quer que fosse do lado de fora.

 Decidiu pela última opção. Não ia adiantar nada começar uma discussão com Almofadinhas agora. Ele era tão teimoso quanto Marlene. E eles voltariam de qualquer maneira, como sempre.

 - Bem, se mate com o seu cabelo. – desejou antes de sair.

 James tentou não passar a mão pelo cabelo enquanto descia as escadas – aquilo era um costume que estava tão enfiado em suas entranhas que talvez até a sua décima geração passasse a mão pelos cabelos daquela maneira. Pelos cabelos ruivos, é claro. Não conseguiu evitar um sorrisinho torto pensando nisso.

 O salão comunal estava apinhado de estudantes bem arrumados. Uma garota loira, Samantha Richards, que James conhecia de outros tempos, pensou que o sorriso fosse para ela e respondeu-o com todos os dentes. Ele conseguiu desviar dela antes das perguntas de praxe: “Você ainda está com a Evans? Ahm, garota de sorte, não? Mas sinceramente, você não acha que merece alguém melhor? Quando vai voltar à ativa, hein, Jay? Não esquece que eu estou esperando?”. James podia imaginar as bochechas rosadas de raiva de Lil se ela imaginasse o quão cara de pau algumas garotas conseguiam ser. Tentou não sorrir de novo, porque estava passando por outro corredor apinhado de garotas.

 Ah, sinceramente. O que elas ainda estavam fazendo ali? Deviam todas estar com seus pares indo para o baile, porque na verdade ele já havia começado há meia hora. Ele mesmo estaria com seu par se ela não estivesse ocupada demais trabalhando como funcionária da escola. Talvez algum dia conseguisse convencê-la que ser Monitor-Chefe significa abrir mão de metade da própria vida. Tudo bem, era um exagero, mas Lily tinha passado mais da metade do tempo trabalhando por aquele baile naquela semana! Qual era o problema de Minerva? Sempre desconfiara que ela tivesse uma queda por garotas. Nada contra a sexualidade dos outros, é claro, mas que não mexesse com a sua namorada, por Deus, logo agora que a conseguira.

 Mal percebeu quando já estava chegando no salão de festas. Havia mergulhado em pensamentos enquanto se desviava dos casais e dos grupinhos de garotas, sem se concentrar em nada.

 Mas quando a viu parada na frente da escada, seu coração deu um pulo estranho e ele preferiu ter discutido com Sirius aquela hora, no dormitório. Odiava vê-la daquela maneira. Marlene estava com a mão pousada no corrimão bronzeado da escada, com um olhar distante, em outro mundo.

 - Priminha – ele chamou, segurando-a pelo braço.

 Lene estava com aquele olhar triste que vinha tentando esconder dele a semana toda. Ele sorriu abertamente para ela, pensando em como diabos entraria naquele assunto sem que ela o olhasse daquela forma. Ouviu-a suspirar e beijar sua bochecha, cumprimentando-o, e então perguntou por Lily.

 - Eu é que pergunto. Ela disse que estaria ocupada até as nove e meia, então eu tenho que me virar agora, não é?

 Ela sorriu: - Quer fingir que é meu par?

 James fez um galanteio, oferecendo-lhe o braço.

 - Eu adoraria. – respondeu.

 Lene segurou a barra do vestido e inclinou-se para frente, fazendo uma mesura. “Pelo menos ela está fazendo gracinhas”, ele pensou enquanto ria e segurava os dedos dela entre os seus. Os dela estavam frios e gelados e agarraram-se ao dele como se precisassem de ajuda.

 Ah, ele odiava Sirius por aquilo.

 O salão estava cheio de estudantes bem trajados, e James constatou que o trabalho de Lily valera a pena, porque a decoração estava incrível e a música era ótima.

 Ele arrastou Marlene até a mesa de Alice – era impressão dele ou ela estava tentando evitar a amiga? – e eles cumprimentaram ela e Frank. Ele entendeu a deixa de Marlene quando Alice a chamou de “garota solitária” e ela lançou-lhe um olhar furioso. Alice e Lílian estavam tentando falar sobre a briga de Marlene e Sirius com ela há tempos, e pelo que ele sabia, os progressos eram muito baixos. Ele próprio murmurou no ouvido de Alice quando se abaixou para cumprimentá-la:

 - Segura as pontas, Lice. De hoje eles não nos passam.

 A morena deu uma risadinha e James se afastou antes que o olhar de Frank se tornasse mais feroz. Foi aí que sentiu umas mãozinhas em seu braço, e quando se virou, encontrou Diana Smicht e Daiana Weling sorrindo com todos os dentes gigantes que elas tinham. Elas pareciam irmãs, ambas astuciosas e perseguidoras. James sorriu para elas.

 - Então, é verdade, Jay? – Diana quis saber.

 Como diabos ele poderia saber do que ela estava falando? James conhecia o jogo delas. Uma lançava a pergunta, e a outra respondia a pergunta que o questionado faria. Tão patéticas.

 - O quê é verdade, Diana?

 - Que você e a Evans finalmente... er, quer dizer... que vocês dois terminaram.

 James sorriu com os lábios para elas e mexeu nos cabelos. Ouviu Daiana suspirar e vangloriou-se um pouquinho ante aquilo; nada como antes, é claro, quando o passar de mãos nos cabelos era seguido de um convite para sair. Não que ele sentisse falta, sinceramente...

 - A mais deslavada mentira, Dai – ele respondeu, e enfiou as mãos nos bolsos.

 James teve a impressão de ver Lílian passar entre os alunos do outro lado do salão, e o sorriso foi se desfazendo aos poucos de seu rosto, tentando achá-la na multidão bem arrumada.

 - Ah, foi o que me disseram – a garota estava respondendo.

 - É, que viram vocês dois chegando separados no baile... – Diana completou, insistindo.

 - Nós chegamos mesmo. – ele falou, meio avoado, o olhar nas outras pessoas.

 - Então?! – quis saber uma esperançosa Daiana.

 James suspirou e parou os olhos nas duas. Será que elas não se cansavam nunca? Ele havia saído com Diana pelo menos umas três vezes. E com Daiana uma vez, e ela insistia. Como era possível?

 - Nós estamos bem juntos... – ele piscou um olho para ela, se inclinando levemente para frente.

 Então sentiu outra mão em seu braço, vindo de baixo, e virou-se para encontrar o olhar recriminador de Marlene. James despediu-se das duas rapidamente e sentou-se, ajeitando os cabelos com as mãos enquanto a prima falava:

 - Tente galinhar menos. Você tem namorada.

 James percebeu que Alice o encarava da mesma maneira que Marlene. Como um gatinho furioso, pronto para proteger seu parceiro.

 - Eu sei perfeitamente disso – ele falou no mesmo tom baixo que a prima, e em seguida sorriu – como se você não soubesse que eu estou nas mãos dela. Elas vieram até mim, Lene, você queria que eu...

 - Arght, ok, ok.

 James ficou surpreso com a irritação dela. Diabos, se Sirius não tomasse logo as providências que tinha dito que iria tomar...

 - Hey, nervosinha – ele a chamou, mexeu em seu cabelo e em seguida puxou-a pelo queixo, para que seus olhos se encontrassem e ela não pudesse mentir – o que você tem?

 Mais irritada do que ele poderia imaginar, ela retirou delicadamente o queixo de seus dedos e desviou o olhar, dizendo que estava ótima, e levantou-se. Saiu andando entre os alunos sob o olhar preocupado de James.

 - Ela vai ficar bem – Alice falou de repente, com a voz um pouco baixa – eu espero.

 - É o que todos nós esperamos. – James respondeu – eles não querem falar com ninguém sobre nada.

 - Tão orgulhosos! – ela concordou – e o pior é que se falar isso para ela, Marlene vira uma fera e sai soltando fogo e some por algumas horas, pra depois voltar como se nada tivesse acontecido.

 - Sirius me disse que tinha um plano – James ergueu uma sobrancelha, coçando a barba rala na bochecha – tomara que seja um bom.

 Alice sorriu com o canto dos lábios e arqueou as duas sobrancelhas finas sobre os olhos claros.

 - Como assim, ele não te disse qual era o plano?

 - Ele é estranho às vezes. – ele falou, um pouco afetado pelo “ele não te contou”.

 - Eu diria cuidadoso – Frank finalmente abriu a boca – afinal, você contaria para ela.

 James revirou os olhos, mas depois estreitou-os, pensativo. Depois, riu.

 - Você está certo. Sirius é um gênio!

 Os três sorriram. James segurou o guarda-chuvinha colorido da bebida nos dedos, brincando com a bebida, e depois deu um gole, avaliando ao redor. Alice e Frank estavam conversando daquele jeito que os casais apaixonados conversavam, mas James não se importava em ficar na mesma mesa que eles, desde que não tivesse que prestar atenção.

 Ele pensou que todos os estudantes que iriam ao baile já deviam estar no salão, pois este estava realmente lotado. Se bem que se tivesse que achar alguém ali, não seria realmente difícil. Algumas cores de cabelo eram únicas...

 James suspirou e deu outro gole na bebida. Não a havia visto o dia todo, só trocaram umas palavras pelo corredor quando se esbarraram à tarde. Era exagerado dizer, mas estava com saudades de agarrá-la em algum corredor à noite e ouvi-la suspirar enquanto beijava seu pescoço. Ela sempre soltava uma reclamação baixinha, dizendo que tinha que terminar a ronda e... e o agarrava no instante seguinte. Há dias não tinham tempo de se encontrar à noite – não que seus encontros fossem combinados, mas ela havia passado 90% do tempo com a comissão organizadora do baile de formatura. E passaria ainda mais tempo organizando a formatura.

 Ele já a estava procurando com os olhos pelo salão, instintivamente. Talvez se andasse entre os alunos tivesse mais chances, e foi isso que decidiu. Disse ao casal à sua frente o que faria e deu uma piscadela travessa para eles, sorrindo.

 James foi desviando de uns e acenando para outros, parando aqui e ali para beijar o rosto de alguma garota que o puxava ou para apertar a mão de algum jogador da Grifinória. Estava com um objetivo fixo, por isso não enrolou muito nas conversinhas sobre o seu estado civil ou sobre o seu futuro no quadribol depois de Hogwarts.

 “Onde o organizador estaria em sua própria festa?”, era o que ele pensava ao pegar um drink no bar, e encostar-se no balcão para vasculhar a multidão minuciosamente. Viu Lene conversando com Pedro e com aquela garota estranha da Sonserina que ele havia gloriosamente conseguido convidar. Depois continuou seguindo-a com os olhos, até a hora em que o professor Slugh beijou-a no rosto e falou algo que não a agradou, e ele viu a professora Minerva intervir com uma expressão de pêsames. James deu uma risadinha, sem se conter.

 Marlene pareceu meio sem rumo, então ele desviou os olhos para a professora. Ela foi até a porta de saída do salão de festas, parecendo constar se o professor havia mesmo ido embora, e depois voltou-se apressada para os alunos, andando entre eles e fazendo ocasionais comentários sobre a noite com sorrisos gélidos. Aquilo estava tão entediante...

 Então ele a viu, indo apressada em direção à professora com as bochechas coradas e um sorriso contido nos lábios. As duas conversaram rapidamente e foram em direção às escadarias. Com um sorriso malicioso, ele passou as mãos pelos cabelos e as seguiu com passos calmos.

 James não prestou muita atenção em Remo, que estava conversando com Dorcas daquele jeito sério e preocupado, quando passou pelos dois perto da escada. Ele havia dito que terminaria com ela por questões de segurança – e embora James achasse aquilo totalmente ridículo, o apoiou.

 Subiu os degraus quase correndo, com medo que as duas tivessem desaparecido pelos corredores, mas suspirou de alívio ao perceber a ruiva de costas para ele, ao lado de Minerva e um outro estudante da organização, que dava uma risada alta para algo que estavam conversando. James segurou o cotovelo de Lily e girou-a.

 Ela sorriu quando o viu, e seus grandes olhos verdes brilharam. Sem se conter, James inclinou-se para tomar seus lábios carnudos e sugou-os devagar, apreciando a reação das mãos dela em seu pescoço e sentindo um calor gostoso subir na espinha. A ruiva suspirou e baixou uma mão para dentro do seu blaser, arranhando as suas costelas e o fazendo arfar. Ele quase pôde ter certeza que só existiam os dois no castelo todo.

 Mas Lily se afastou com as bochechas coradas e levantou os olhos para ele com um sorriso constrangido.

 - James, a gente não deveria...

 - Ah, sim, Lils, a gente provavelmente deveria. – ele murmurou, rouco, e inclinou-se um pouco mais para beijar suavemente seu pescoço.

 Ele passou as mãos pela cintura dela e para as costas, puxando-a mais para si enquanto a beijava.

 - Jay... – ela suspirou.

 James espiou o seu rosto com o canto dos olhos e notou ao mesmo tempo as sobrancelhas franzidas de satisfação e as unhas encravadas em sua costela, por dentro do paletó. Deixou um beijo atrás da orelha dela e então se afastou, temendo fazer além do que devia na frente da professora McGonagall. Se bem que pouco importava para ele – mas para Lily sim, então...

 A professora tirou-os da troca de olhares rápida e conversou um pouco rispidamente com James. Ele aproveitou uma oportunidade para chamar Lily para aproveitar um pouco o baile. Sem esperar realmente a resposta da professora, ele entrelaçou os dedos nos de Lil e puxou-a para a escada.

 - Ela estava no meio da frase – ela disse, risonha – vai me fazer limpar esse salão depois do baile se eu não terminar algumas coisinhas daqui a pouco.

 - Você não vai – ele sorriu, passando o braço pelo ombro dela – sabe porque? Você está resolvendo coisinhas desde a semana passada. Vamos aproveitar agora, vai... – ele beijou sua bochecha, e ela abraçou-o.

 - Ok. Você limpa o corredor e o palco e eu fico com o resto. – Lily riu.

 - Como quiser, meu anjo.

 Ela sorriu e eles foram até a pista, meio que instintivamente. Desviaram da aglomeração animada de alunos que dançavam as músicas agitadas na pista até chegarem mais ou menos no meio dela, onde encontraram Alice e Frank. Os quatro dançaram algumas músicas, umas loucas e outras calmas. James entendia perfeitamente porque as mais calmas faziam um silêncio íntimo surgir na pista.

 Corpos colados. As mãos na cintura de Lily, firmes, e o suspiro dela em seu pescoço. O calor e o cheiro dela, que formavam um conjunto irresistível. James inclinou-se para roçar a bochecha macia na sua, sentindo a pele quente e os dedos dela brincarem com o cabelo na sua nuca.

 - Eu já disse que você é de longe a garota mais linda do salão? – James sussurrou ao pé do ouvido da ruiva.

 - De perto eu devo parecer ridícula – ela riu pelo nariz.

 - De perto você é a garota mais linda do universo.

 - Não precisa tentar me enganar, meu amor.

 - Nem em mil vidas – ele riu – eu sou o especialista aqui, por favor, nada de duvidar.

 Lily parou de acompanhar a dança dele com os pés, e suas mãos saíram do pescoço dele para que se afastasse o suficiente para olhá-lo. James parou de dançar e segurou a cintura dela com mais firmeza, ligeiramente confuso.

 - Você não precisa me lembrar que é o garoto mais galinha do mundo a cada segundo, James.

 Ele ergueu as sobrancelhas de uma maneira surpresa.

 - O que?

 - É isso aí, você ouviu.

 - Lil, amor, eu estava te elogiando.

 - Especialista em belezas do universo, que elogio.


 - Não. Especialista em saber o tamanho da sua beleza.


 - James, sinceramente...


 - Não faz isso. – James puxou-a para mais perto, para que ficassem com o rosto a apenas centímetros de distancia – não vamos brigar por causa de uma besteira, pelo amor de Merlin. Eu sou louco por você, Lily, e estou me segurando pra não te agarrar aqui mesmo ou pra te arrastar pra alguma sala.


 Ela riu pelo nariz, e seus olhos verdes brilharam.


 - Ok, não vamos brigar, senhor tentação.


 - Isso mesmo. Nada de brigas.


 - Sim, senhor.


 James estreitou os olhos por um instante, e no outro agarrou-a de brincadeira, fungando em seu pescoço e fazendo-a rir gostosamente. Ah, o som daquela risada...


 - Vamos sentar, eu preciso de um ar. – Alice estava passando atrás deles.


 James olhou para Lily, que segurou os dedos dele entre os seus e o arrastou de volta para a mesa. Ele e Frank foram buscar uns drinks no bar, e James ficou um pouco preocupado por não ter visto Marlene em nenhum lugar, mas pensou que logo Sirius a acharia e eles ficariam bem.


 A sua preocupação voltou lentamente quando voltaram para a mesa e viram Sirius em pé, ao lado de uma garota que não era a Lene. Bertha Jorkins usava um vestido rosa-choque apertado nas pernas, nas quais ele demorou um pouco os olhos, e um decote gigantesco. Lílian fuzilou-o com os olhos quando percebeu seu olhar no corpo dela e James apressou-se em entregar-lhe o drink com um sorriso de todos os dentes brancos, e enfim perguntar:


 - Almofadinhas! Por onde andou?


 - Ahm, eu estava... resolvendo umas coisas. – o outro respondeu um pouco indeciso, com uma careta engraçada.


 James ergueu uma sobrancelha:


 - Huh... suponho que não seja o tipo de coisa que eu tenha pensado.


 - Não. Foram coisas... imprevistas.


 James franziu a testa para Sirius, confuso. O que o maroto estava querendo dizer? Ele havia dito que não tinha chamado nenhuma garota para o baile, certeza que não, estava se roendo por causa de Marlene e iria resolver todos os seus problemas naquela noite, com um plano. O plano envolvia Bertha e vestidos apertados? Aquilo não funcionava com a Lene, Sirius devia saber.


 - Hum... – ele fez, ainda confuso.


 - Porque não se sentam? – perguntou Lílian em um tom divertido.


 Sirius e James se sentaram, ainda trocando olhares. Quando Bertha ia sentar-se ao lado do primeiro, Alice a fez parar:


 - Porque não vai até o bar buscar uns drinks pra vocês?


 A garota olhou para ela um pouco irritada primeiro, mas depois suavizou a expressão e saiu rebolando com seus saltos na direção do bar.


 - Você é mesmo um idiota, sabe – Alice começou a ralhar com Sirius quando a outra já estava a uma distância considerável – e eu estava te defendendo para a Lene, e você todo fanfarrão, trazendo garotas semi-nuas para o baile!


 - Argh, dá pra me esc... – ele tentou começar, mas foi interrompido por Lílian.


 - Black, de todos os namorados da Marlene, você é o mais insensível!


 Ele a olhou um pouco divertido.


 - Quantos namorados ela tem?


 - Ah, você me entendeu! – a ruiva continuou, brava – o que tem na cabeça?


 - Garotas... eu não a trouxe. – ele respondeu com uma voz calma e persuasiva que James já havia o ouvido usar muitas vezes para convencer. Por mais incrível que parecesse para James, aquela voz funcionava, porque Sirius conseguia o que queria, embora às vezes ele tinha que ser mais esperto com Marlene, mas isso é um detalhe.


 - Então porque ela está saltitando envolta de você como se fossem um... casal? – quis saber Alice, indignada.


 James se sentiu um pouco estranho. Havia pensado o melhor de Sirius na primeira hipótese, sem questionar qualquer fato. Lily e Alice estavam debatendo fielmente, defendendo Marlene.


 - Acontece que eu estava vindo para cá, sozinho... – ele ergueu uma sobrancelha, olhando de uma para outra – e ouvi uma discussãozinha meio feia em um corredor. Bem, o namorado da Bertha estava prestes a estrangulá-la quando eu cheguei, então eu meio que salvei a vida dela. Mas daí ela... bem. Veio pra cima de mim chorando e querendo carinho e eu...


 - E você deu? – Alice quase berrou, ainda indignada.


 - É obvio que não. Você tem uma péssima imagem de mim, Alice, querida.


 - Não é por menos. – ela respondeu, e olhou para Lily, que concordou.


 - Ela me beijou, mas eu me afastei delicadamente, como um cavalheiro...


 Frank e James reviraram os olhos no mesmo instante.


 - ...e ela começou a enlouquecer, achando que é minha acompanhante e tudo. Eu só não quis ser grosso no momento em que ela estava triste e... bem, vou ter que ser agora.


 As meninas concordaram prontamente. Frank convidou Alice para dançar e ela se derreteu sobre o olhar dele, levantando-se para acompanhá-lo para a pista.


 - Não seja exageradamente grosso, Sirius – Lílian falou devagar, observando a amiga – garotas que terminam com namorados são mais sensíveis nos primeiros dias. A Lene, mesmo, faltou arrancar nossas cabeças com as mãos e pendurá-las nas masmorras.


 Sirius riu baixinho.


 - Ah, sim, Marlene é realmente ameaçadora.


 - Lene, sobrenome Perigo – James brincou.


 - Sim, principalmente quando ela inspira fundo e diz que a gente tem que discutir o relacionamento.


 James e Lílian riram juntos.  O primeiro parou de rir devagar, quando viu que o dono da piada desfazia o sorriso lentamente, o olhar perdido atrás deles. Ele nem precisou se virar para adivinhar que o assunto havia chegado, ou estava bem próximo de fazê-lo.


 Então, como se adivinhasse, Bertha Jorkins apareceu, sorrindo imensamente, e James estancou o pensamento com um palavrão. Merda. Uma grande merda. Logo agora...


 - Merda. – Sirius xingou baixinho quando desviou os olhos do ponto fixo atrás deles, e olhou para Bertha impacientemente. Ele se levantou, arrastando a cadeira para trás.


 - Aqui está, sem muito álcool pra voc... – a garota ia começar a dizer.


 - Er, Bertha, a gente tem que conversar. – Sirius interrompeu imediatamente.


 Ela o olhou, confusa.


 Uma música começou bem baixinha no ar, e Sirius olhou desesperado para James, que entendeu na mesma fração de segundo. Era tango. Aquilo faria Marlene chorar. James fez um gesto incentivando o fora mais rápido que ele conseguisse, e virou-se para olhar a escada: a silhueta da prima se desenhava entre os outros, conversando com um garoto loiro. James dominou a vontade de ir até lá dar um soco na cara de Amos e confiou que Marlene sabia o que estava fazendo.


 - O que foi isso? – Lílian perguntou baixinho para ele, quando Sirius arrastou Bertha alguns metros longe deles.


 - Marlene viu a Bertha chegando, ela estava bem atrás da gente. – James respondeu, sentindo a tensão se dissipar de seus ombros pelo tom macio da voz de Lily.


 - Como diabos você sabe disso, James?


 - Coisas de maroto – ele piscou um olho, e segurou o queixo dela, puxando seu rosto para colar seus lábios rapidamente.


 - Oh, droga. Ela deve estar péssima! Ouça a música!


 - Sim, eu... Lil, relaxa. – James aproximou-se mais uma vez, beijando seus lábios devagar – vamos deixar que o Sirius resolva isso de uma vez por todas, e vamos curtir o baile que é nosso por direito...


 Ela sorriu bem perto da boca dele. James inspirou o seu hálito, e seus lábios se tocaram quando ela estava dizendo:


 - Hmm... eu acho que a gente deveria aproveitar fazendo o que se tem de melhor para fazer.


 James mordeu o lábio inferior dela devagar.


 - Isso me dá umas idéias ótimas. – falou com a voz rouca e maliciosa.


 - Eu vou adorar saber quais são elas – Lil respondeu, e o beijou docemente, acariciando a língua dele com a sua devagar.


 A mão de James que estava na mesa voou suavemente para a bochecha macia de Lily, e a outra foi segurar a dela em seu colo. Quando ela se afastou, seus lábios estavam um pouco inchados e as bochechas coradas, e seus olhos verdes brilhavam muito. Ele pensou que nunca pararia de prestar atenção naqueles detalhes que a deixavam imensamente mais linda, se é que isto era possível.


 - Depois do baile, é claro. – ela completou prontamente.


 James riu baixinho, e inclinou a cabeça para o pescoço dela. Lílian arfou ao sentir seus beijos suaves e ousados, uma mordida leve que a fez estremecer e fechar os olhos, sentindo um calor delicioso.


 - Vai me fazer esperar? – ele quis saber com a voz macia em um sussurro.


 - Vou.


 - Ah, Lils... não seja tão dura. – ele lamentou-se, e arrastou os dentes pela orelha dela – foi você quem deu a idéia de aproveitar da melhor maneira...


 - Na verdade, eu estava me referindo à dança.


 James riu de novo, arrepiando a pele do pescoço dela. Pressionou os lábios ali antes de continuar:


 - Ah, qual é... você nem gosta de dançar tanto assim.


 - Você se surpreenderia, Jay.


 - Você pode dançar... pra mim – ele falou, com a boca em seu ouvido – é uma idéia perfeita.


 - Vamos dançar agora, pra todo mundo. Vem. – Lily riu e afastou-se dos beijos dele em seu pescoço, deixando-o um pouco desorientado, e depois puxou-o pela mão a fim de voltarem para a pista.


 A contragosto, ele seguiu a ruiva e dançou algumas músicas com ela na pista, e escapou quando Frank fez um sinal para ele. James puxou Lily pela cintura e a beijou, dizendo que estaria na mesa, enquanto Frank fazia o mesmo com Alice.


 Quando os dois voltaram, tiraram os paletós e ajeitaram no encosto das cadeiras. Ele e Frank conversaram um pouco sobre os rumos dos times de Quadribol das respectivas Casas e logo o último foi buscar mais drinks.


 James suspirou, afrouxando o laço da gravata no pescoço. Estava calor, e a fumacinha já impregnava o ar, dando um efeito especial para as músicas agitadas que começavam a tocar. Ele estava se perguntando como Lily tinha tanto fogo para dançar, quando Remo sentou-se apressado na cadeira ao lado da dele, e fitou-o em silêncio. James franziu a sobrancelha e inclinou-se na mesa:


 - Cara, você está bem?


 - Terminei com ela.


 James deu uma palmadinha amistosa nas costas de Aluado, e ele passou as mãos pelos cabelos curtos, parecendo cansado.


 - Argh... foi horrível. Pior do que eu pensei.


 - Bem, eu te avisei. Vocês estavam juntos há um tempão, velho, as pessoas não terminam assim de uma hora pra outra facilmente.


 - Eu sei...


 Remo suspirou e ergueu os olhos para James de novo.


 - Mas eu acho que ela entendeu. Sabe, a Dorcas sempre foi o tipo de garota que... confiava cegamente. Tanto que confiou em mim.


 - Você é tão ridículo. – James ralhou – vocês tinham ótimas condições de continuar juntos.


 - Não tinha não, James.


 - Rem...


 - James, não era mais uma questão... lupina. – ele sussurrou essa última parte, olhando para os lados – a mãe de Dorcas vai mandá-la para a França. Parece que... a Beauxbatons tem um ótimo ensino para garotas do último ano que...


 - ... tem namorados. – completou o outro – a mãe de Dorcas não sabia que você não estaria aqui ano que vem?


 - Isto não está importando muito agora.


 Com um silêncio significativo, James deu um soco leve no ombro de Remo. Ele crispou os lábios e apertou a mão de James.


 - Vai ficar tudo bem.


 - Claro que vai, você é Remo Lupin, o cara que suporta as coisas.


 - Larga de ser besta. Eu estou falando, nós fomos muito... maduros, eu acho.


 - Eu também estou falando sério. Não sei o que seria de mim se eu tivesse que terminar com a Lily, Aluado.


 Arght, ele não suportava nem pensar na idéia. Nem pensar.


 - Você... com certeza suporta as coisas muito melhor.


 - Bem, é o jeito – Remo riu – aliás, eu não ia falar, porque eu sei que você vai pirar um pouco mas... tem um cara idiota falando com a Lily.


 James ergueu as duas sobrancelhas e, calmamente, virou a cadeira de frente para a pista. Rindo, Remo arrastou a cadeira para o lado dele, ficando de frente para as pessoas também.


 James os viu logo que correu os olhos pela primeira vez. Era Trevor Wazalski, o ex-namorado da Lílian, um cara da Corvinal que o olhava torto até o último segundo que podia em qualquer lugar em que o encontrava. Ele estava meio inclinado para falar no ouvido da ruiva – e James não soube se era apenas para ela ouvir ou se era para provocá-la – e ela deu risada, afastando ligeiramente o corpo dele.


 Sentindo o rosto arder, James bufou e cruzou os braços.


 - Veadinho, relaxa. Ele está se comportando. – Remo murmurou para ele depois de rir.


 - Eu estou vendo, mesmo.


 Furioso, James viu Trevor segurar a mão de Lily e acariciá-la, e quando a ruiva a puxou para si ele aproximou-se perigosamente perto do rosto dela. Em dois segundos, James estava encima dele, empurrando-o pelo ombro. Ele sabia que não podia arrumar uma briga, afinal, aquilo traria vários pontos negativos ao baile que a Lily organizou. Mas o seu nariz estava inflando de raiva quando encarou de perto o sorriso malicioso de Trevor.


 - Oras, Potter, não confia no seu taco?


 - Você deveria tomar muito cuidado, Wazalski, amanhã não vai ser o dia de ir embora o seu papai não vai estar aqui pra te proteger. – ele murmurou, ainda furioso.


 James sentiu a mão de Lily em seu ombro.


 - Isto é uma ameaça? – o outro perguntou.


 - Espere pra ver.


 - Porque não me pega agora, então, hein, chifrudinho?


 Se Remo não tivesse segurado seu braço, James teria desferido um soco bem no nariz de Travor que o quebraria. Lílian olhou, chocada, enquanto Remo puxava James e Ramones arrastava Trevor para lados opostos da pista, até que foi até a mesa onde o namorado estava.


 James a olhou por cima dos fios negros bagunçados, e ajeitou o próprio óculos enquanto sentia a raiva atravessar seu corpo em ondas. Lily aproximou-se, passando os dedos dentro de seus cabelos para tentar ajeitá-los, sem dizer uma só palavra e com uma expressão indefinida. Remo estava quieto ao lado dos dois e ofereceu o drink para James se acalmar.


 Mas os dedos de Lily já haviam conseguido fazer com que ele relaxasse o suficiente, então negou-o. Depois levantou-se e ficou bem perto da ruiva, que continuava tentando não encontrar seus olhos, mexendo no cabelo dele.


 - Lils? – ele chamou, baixinho.


 - Ah, qual é o seu problema, James? – ela ralhou com a voz sussurrante – porque não confia em mim?


 - Hey – ele segurou os pulsos dela, que se movimentaram ameaçadoramente no peito dele, e ergueu as sobrancelhas, falando com a voz doce – hey, olha aqui, não tem como não pirar, ok? Ele estava dando em cima de você descaradamente.


 Lily meneou a cabeça devagar, amolecendo sob os olhos dele.


 - Eu fico louco por causa de você, Lil... – ele murmurou baixinho, inclinando a cabeça para beijá-la.


 Por um segundo, Lílian correspondeu, e então afastou-se, dizendo que ia voltar para a pista pois Alice estava lá e ela ainda queria se divertir. Atônito, James largou-se na cadeira.


 - Ótimo – falou para Remo – agora eu sou xingado de chifrudo e ela é que fica brava!


 - Pontas, aquele cara é um idiota. Nem acredito que ligou pras coisas que ele disse.


 - Ah, Remo, você também?


 James levantou-se e foi para o bar. A bebida na mesa não era forte o suficiente para ele relaxar. Depois de servir-se de whisky de fogo, ele virou-se e viu Remo e Lílian conversando na mesa, ela em pé, trocando palavras rápidas com ele. “Ah, maravilha, agora os dois estão de segredinhos...”, bufando, ele refez o caminho para a mesa.


 Remo disse que iria atrás de alguém no momento em que ele sentou, e James apenas deu de ombros, desinteressado, recebendo um tapa atrás da cabeça. Ele ficou alguns minutos sozinho, observando Lily, Alice, e as outras pessoas se divertindo na pista, sentindo cada vez mais a bebida fazer efeito em seu cérebro.


 Então, percebeu Sirius e Lene vindo de algum lugar misterioso – ele deu uma risada baixinha com o próprio pensamento idiota –, abraçados, com expressões felizes. Pelo menos aquilo para melhorar o baile.


 - Huum, exatamente como eu imaginava... – ele riu quando os dois chegaram perto.


 A prima riu e foi até as amigas. James percebeu um laço vermelho balançando em seus dedos quando ela começou a dançar, e virou lentamente a cabeça em direção à Sirius.


 - Posso saber...?


 - Morar juntos.


 - Ahm... vocês vão... o quê? – James franziu a sobrancelha.


 - Cala a boca, Pontas.


 - É sério. Vocês vão morar juntos? Quer dizer que vão casar ou...


 - Não! Não a pedi em casamento. – Sirius respondeu prontamente – a gente tem dezoito anos. Vamos morar juntos, apenas.


 - Hum.


 Sirius sorriu abertamente.


 - Larga de ser ciumento, Pontas! A Lene não vai morrer ou coisa parecida, vai apenas morar comigo!


 - Quer pior do que isso?


 - Vai se ferrar... – o outro estava rindo quando Alice apareceu.


 - Ah, Sirius – ela estava com uma expressão um pouco urgente – ela está brava de novo, a gente contou da Bertha.


 Sirius praguejou enquanto corria até a Lene na pista.


 James revirou os olhos, pensando nos casos daquele baile e tentando imaginar se a noite se tornaria realmente boa depois que as luzes se apagassem. Ele encostou o cotovelo na mesa e descansou a cabeça na mão, invocando a imagem em seu pensamento.


 Eles se enfiariam em algum lugar escuro, pra variar. O cheiro dela estaria por todo lugar quando os beijos se tornassem mais ferozes, e... bem, o perfume dela estava bem presente agora. Ele inspirou fundo, podendo jurar que ela estava a centímetros dele, bem ali. Abrindo os olhos, ele a viu, realmente perto, e seus narizes se tocaram. Ela estava sentada onde Remo estivera há minutos, inclinada na mesa.


 Sorrindo, James ergueu a mão para a nuca dela e a puxou, fechando os olhos novamente para sugar seus lábios devagar, experimentando aquela sensação gostosa de beijar os lábios macios que a Lily tinha. Ela suspirou antes de corresponder, e mordiscou o lábio inferior dele com uma força contida.


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 - Ah, me desculpem, galera, ordens superiores! – a voz dela enchia todo o salão com aquele megafone, aumentando a ansiedade de James.


 Ele estava ao lado do palco, encostado na madeira com os braços cruzados. Remo havia sumido desde a hora me que dera a desculpa de buscar alguns drinks para sair do castelo para pensar em Dorcas. Será que eles tinham voltado? Argh, era o mais longe que ele conseguia chegar para se distrair um pouco. Marlene e Sirius haviam sumido um pouco antes de Lily anunciar o fim. Não quis pensar muito no que eles com certeza estavam fazendo. Nem Marlene e nem Sirius eram santos. “Arght, James, pare de pensar nisso...” ele ordenou a si mesmo, carrancudo.


 Lílian estava falando mais alguma coisa lá encima do palco, mas ele não prestou atenção. Ele percebeu que Diana estava ali perto, na aglomeração de estudantes que estava voltada para o palco, soltando exclamações chateadas, e, sem perceber, encarou-a de volta enquanto as imagens dele e de Lil do que estavam prestes a fazer voltavam à sua cabeça. Quando Diana sorriu abertamente e piscou para ele, James cumprimentou-a brevemente com um aceno, constrangido. Que diabos...


 - Então – as pernas de Lily apareceram ao lado de sua cabeça, e ele virou-se com um sorriso enorme para olhar a namorada sentada na beira do palco – o esfregão e a vassoura estão ali atrás, se quiser me ajudar a pegar...


 James ergueu uma sobrancelha.


 - Às suas ordens, princesa.


 - Ok, eu estou falando sério – ela riu, ajeitando o cabelo ruivo atrás da orelha – realmente sério...


 - Tão sério que é quase caso de vida ou morte.


 Ela o olhou como se ele finalmente tivesse entendido.


 - É. James, você sabe como se expressar.


 - Ah, vem cá, ruivinha... – ele esticou os braços para pegá-la e colocá-la no chão.


 Lílian riu e o abraçou pela cintura, colando o queixo no dele para observá-lo com os olhos calmos e brilhantes. James acariciou suas costas, sorrindo torto, desprevenido pela profundidade do olhar dela.


 Ficaram assim alguns minutos até que o salão se esvaziou um pouco e a banda estava guardando o equipamento de som em grandes caixas. Lílian ficou na ponta dos pés para pressionar seus lábios nos de James, e então ele perguntou, com um sussurro:


 - A gente está autorizado a sair?


 A ruiva riu e pegou a mão dele, entrelaçando seus dedos. Ela estava puxando-os para a multidão de alunos que saía pela grande porta quando ele começou a puxá-la para o lado contrário.


 - James, o que você está fazendo?


 - Confia em mim. – ele piscou um olho para ela.


 Lílian foi arrastada até uma parte perto do bar, onde as paredes estavam forradas. James afastou um pouco o forro na vertical e puxou-o de uma vez, formando uma cortina para nenhuma janela. Ele riu baixinho quando Lily ralhou com ele, mas ela entrou pela cortina e passou pela passagem secreta que tinha atrás de um enorme quadro de uma macieira que tivera na beila do Lago Negro em tempos passados. No escuro, Lily tropeçou umas três vezes, rindo baixinho, e sussurrava perguntas que ele não cansava de ouvir dos lábios dela, como a maneira que eles descobriram aquilo e etc. Quando ela perguntou se ele já tinha levado alguma garota praquele lugar e feito alguma coisa safada, ele parou de repente e a agarrou pela cintura, puxando-a com força contra si, ouvindo a respiração dela falhar. James prensou-a na parede para beijá-la com o desejo que havia segurado toda a semana e deixou as mãos passearem pelo corpo dela enquanto Lily agarrava seus cabelos com uma mão e enfiava a outra por dentro de sua camisa.


 Ela arfou quando ele abaixou a cabeça para o seu pescoço, quente e urgente, e esticou o lugar para ele explorar com mais volúpia. Uma mão dele estava descendo pelas suas costelas, passou pelo seu quadril, foi parar no seu joelho, e o puxou para cima até que tocasse o quadril dele. Ela arfou ainda mais quando ele pressionou o quadril contra o dela e passeou os dedos pela meia fina em sua coxa, entrando a mão pelo vestido, e sentiu os beijos dele ficarem mais urgentes quando passava os dedos nas cordinhas das presilhas que prendiam a meia ao espartilho. Ele puxou-as como se quisesse tirá-las. Ele queria, mesmo.


 James estava sorrindo quando parou de beijar o pescoço de Lily para voltar aos seus lábios, mais devagar, fazendo-a gemer baixinho e enterrar as unhas em seu ombro ao descer a mão para a parte de trás da sua coxa e ir até mais para trás, apertando. Ele sorriu de novo no meio do beijo quando ela mordeu com força seu lábio inferior, puxando seus cabelos.


 Ele já estava com a mão dentro do vestido dela de novo, tentando agora realmente desprender a presilha, quando ela o afastou bruscamente, surpreendendo-o.


 - Aqui não é um bom lugar, James.


 Ele podia perceber que ela sorria no escuro pela maneira que saiu a sua voz macia. Ah, ela o deixava...


 - Nós precisamos de algo com mais... espaço.


 ... louco.


 Lílian já estava perto de novo, apertando a camisa dele entre os dedos, colando seus corpos e roçando o nariz no de James.


 - É bom... a gente achar este lugar bem rápido. – ele conseguiu murmurar.


 - É, sim.


 


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 Lílian entrou na ponta dos pés na sala que James havia encontrado enquanto ela estava fechando a porta para Marlene e Sirius. Ainda tinha uma sombra de riso no rosto dela ao abraçar o namorado por trás, colando o busto em suas costas largas, sentindo o calor do corpo dele em ondas.


 - Esquentadinho, você... – ela sussurrou em seu ouvido, e beijou a sua orelha devagar antes de dizer: - a gente achou o lugar bem rápido, como você queria.


 - Não sem antes ter uma surpresa – ele murmurou.


 - Ah, James... – Lily começou a desabotoar a camisa dele de costas, mesmo – você ainda está com isso na cabeça? Já esqueceu porque viemos parar aqui?


 James suspirou e esticou o pescoço para trás enquanto Lílian o beijava, ao mesmo tempo em que se livrava da camisa dele. Ele estava se lembrando do toque em sua coxa, as presilhas na meia fina. Seus ombros começaram a relaxar devagar...


 - É claro que não.


 Lílian riu baixinho enquanto James se virava para ela, as mãos subindo quentes pela sua cintura até pararem nas costelas. Ela arfou quando ouviu:


 - Como eu poderia esquecer?






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n.a: huum, James e Lily, hein, quem diria! hahaha. bem, eu sei que essa não ficou boa como a outra (não que a outra tenha ficado um porre de boa), sabe, até porque não tem nenhum rolo que a envolva e tal, mas eu prometo que a proxima vai ter algo a mais pra dar um tchã! ;D nham, não sei quando vem o próximo, mas estou com algumas idéias. obrigada por todos os comentários, eu realmente os a.d.o.r.e.i e tomara que gostem deste tanto quanto do SM! e, por favor, comentem new and old readers! beijo beijo! :*
Nah Black.

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