Pedidos



Cap. 01 - Pedidos


Era uma manhã de sol em meio ao verão londrino, porém tudo o que ela via pelas janelas encantadas espalhadas por todo o Ministério eram nuvens carregadas de chuva. Os projetos em discussão há mais de duas semanas eram polêmicos e estavam gerando uma infinidade de reuniões entre os altos cargos do Ministério, membros das mais tradicionais famílias bruxas e, portanto, pessoas com a mente completamente fechada a qualquer tipo de mudança. E Hermione Granger era a responsável por grande parte delas.


A mulher de cabelos castanhos presos em um coque apertado andava apressada pelos corredores da seção onde trabalhava, com os braços carregados de livros sobre as leis mágicas e suas execuções, repassando mentalmente todos os argumentos que havia exposto na última reunião com a Suprema Corte dos Bruxos em favor do seu projeto de lei. Apenas um início de tudo o que ela queria implementar pelos elfos domésticos, pensava ela, mas aparentemente os bruxos achavam que eles não tinham direito nem menos a um dia de folga por semana.


“Bruxo velhos e prepotentes!” era o que Hermione pensava enfurecida enquanto abria a porta de seu escritório usando um de seus pés, já que seus braços estavam completamente ocupados com livros e pergaminhos.


Quando a porta aberta bateu com certa força na parede e Hermione largou a pilha de livros em sua mesa, foi que ela descobriu-se olhando para um par de olhos castanhos assustados à sua frente. Ela sorriu quase de imediato.


- Gina! Não tinha visto que estava aqui. – ela disse, se desculpando.


- Pelo jeito a reunião com os velhos caducos saiu como você imaginava! – ironizou a ruiva, sorrindo inclinado.


- Aqueles... – Hermione suspirou, parecendo incapaz de encontrar um adjetivo à altura dos “velhos caducos”. Sentou em sua cadeira frustrada. - ...é melhor não pensar nisso. Já estou preparando para recorrer da decisão tomada pela corte.


- Como se Hermione Granger fosse de desistir de alguma coisa... – Gina comentou com o mesmo sorriso inclinado, deixando Hermione com uma expressão curiosa.


- Ginevra Molly Weasley... o que aconteceu? – Hermione tinha as sobrancelhas juntas, analisando a amiga.


- Ora essa, uma amiga não pode visitar a outra sem que seja vítima de um interrogatório? – Gina cruzou os braços em uma péssima imitação de expressão ofendida.


- Não quando elas haviam combinado de jantar juntas na mesma noite para colocar as novidades em dia. – Hermione respondeu com seu tom usual de sabe-tudo. – E não tente esconder nada de mim senhorita Weasley, nós duas sabemos que você está morrendo para me contar o que quer que seja.


- Eu vim aqui, não é mesmo? – Gina respondeu num misto de indignação e riso. – Além do mais, quero que seja a primeira a ver. – completou com um sorriso digno dos gêmeos.


- Ver? – Hermione perguntou confusa. Gina abriu um sorriso largo e mostrou sua mão esquerda à amiga, onde estava um anel de noivado que Hermione mesmo havia ajudado Harry a comprar alguns dias atrás. A morena forçou uma expressão surpresa. – Oh Gina! É maravilhoso! Então, o Harry finalmente te pediu em casamento?!


- Não seja cínica Hermione Granger! Harry me disse que você o ajudou a escolher o anel e as alianças. – Gina comentou, sorrindo mais ao ver a amiga corando. – Mas eu não vim para te contar sobre o noivado, e sim para te fazer um pedido.


- Um pedido? – a expressão curiosa de Hermione era inconfundível. – Pode falar.


- Você seria minha dama de honra? – Gina perguntou com uma expressão de dúvida. – Olha, eu sei que é bem chato ter que ficar organizando chás de panela e usar um vestido horrível no dia do casamento, mas é que se não for você tenho certeza que mamãe vai sugerir a Fleuma e eu... – Gina foi interrompida por um abraço de quebrar as costelas de Hermione, que havia saído de sua cadeira e dado a volta para chegar à amiga. As duas ficaram abraçadas por um momento, até que Hermione falou, com a voz meio embargada pelo choro.


- Obrigada, Gin. Você não sabe como isso é importante para mim.


- Não diga bobagens, Hermione. Você é minha melhor amiga, e do Harry também. – disse a ruiva confortando a morena. – Além do mais, é como se você fosse da família, mesmo que...


- Eu não sou da família... – Hermione protestou baixo, se remexendo desconfortável no lugar.


- ...Mesmo que você o legume do meu irmão não tenham dado certo. – Gina completou, ignorando o comentário da morena.


- Certo. – Hermione concordou, meio à contragosto.


- Então, hoje não poderemos jantar. – Gina disse mudando o assunto. – Eu e Harry vamos lá em casa contar a novidade para mamãe e papai.


- Oh, sua mãe vai chorar de tanta felicidade! – Hermione comentou, imaginando a Sra. Weasley dando um de seus abraços de quebrar as costelas em Harry e Gina.


- E com certeza vai querer fazer um banquete para comemorar. – Gina completou, com um tom divertido. – Afinal, não é todo dia que se consegue fisgar “o menino que sobreviveu”...


Hermione riu do comentário da amiga, mesmo tentando colocar uma expressão de reprovação em seu rosto. Depois do final da guerra contra Voldemort, o principal assunto no Profeta Diário durante muitos meses foi apenas a história do “menino que sobreviveu”, dando detalhes sórdidos (e inexistentes) da batalha final entre Harry e Voldemort. Quando o assunto “batalha final” já estava por demasiado cansativo, fizeram uma série de reportagens sobre a vida de Gina Weasley, a futura artilheira das Harpias que havia fisgado o coração do grande Harry Potter. Gina sempre se divertia com os comentários, mesmo que ofensivos de jornalistas como Rita Skeeter.


- Marcamos outro dia para jantarmos então? – sugeriu Hermione depois que os risos e os comentários sobre as reportagens do Profeta Diário acabaram. O sorriso maroto de Gina fez com que o estômago de Hermione revirasse.


- Que tal nos vermos domingo n’A Toca? – Gina perguntou com um olhar quase suplicante. – Jorge, Percy e Gui vão estar lá dessa vez e contaremos a todos do casamento. Vai ter tantos Weasleys na casa e todos vão fazer tanto barulho que você nem vai notar a presença dele. – Hermione abriu a boca para protestar, mas Gina continuou falando. – Vamos, Hermione, você é minha dama de honra, tem que me salvar dos interrogatórios e dos ciúmes dos meus irmãos!


Hermione suspirou pesadamente. Mesmo que a casa estivesse abarrotada de ruivos barulhentos, ela jamais deixaria de notar a presença de Rony Wesley entre eles. O ruivo que ela havia conhecido com onze anos, o mesmo ruivo que ela havia descoberto estar apaixonada com apenas doze anos, o ruivo que foi um de seus melhores amigos durante sete longos anos dentro de Hogwarts, o ruivo que ela beijou na Sala Precisa em meio a uma guerra... o mesmo ruivo alto e desengonçado que tinha se tornado um homem completamente atraente. Um homem que ela havia namorado durante dois anos e que hoje mal se falavam.


- Gin, francamente... – Hermione tentou argumentar, mas Gina foi mais rápida outra vez.


- Francamente digo eu, Hermione Granger! – ela parecia irritada com a reação da morena. – Você e meu irmão não se olham mais nos olhos, mal trocam duas frases um com o outro, mal se vêem! Vocês foram amigos durante tanto tempo e estão jogando tudo fora por causa de um namoro que não deu certo! Acredite, eu sei o que você está passando, mas não é motivo para você se afastar de mim, de Harry e da minha família! – Hermione parecia envergonhada diante da expressão de fúria da ruiva.


- Você tem toda a razão. – a morena respondeu. – Eu não quero nem devo me afastar mais de vocês. – e com um brilho de determinação nos olhos, Hermione completou. – Te vejo domingo, n’A Toca.


***


A noite estava dando os primeiros sinais sobre o céu londrino, com estrelas começando a brilhar em um céu que escurecia aos poucos. Pelas ruas podiam-se ver muitos homens e mulheres andando apressados pelas ruas, se esbarrando e fazendo filas nas entradas dos metrôs e dos pontos de taxi para retornarem aos seus lares depois de uma sexta-feira cansativa de trabalho. Muitos pubs já estavam abertos, à espera dos trabalhadores exaustos que decidiam esticar um pouco a jornada fora de casa, comemorar notícias boas ou se afogar em bebida pelas notícias ruins.


Em um pub ainda pouco movimentado, dois homens conversavam animadamente no balcão, cada um saboreado sua própria cerveja, e pareciam alheios ao mundo em sua volta. Após um longo gole de sua cerveja, o homem alto e ruivo finalmente se pronunciou enquanto o outro, moreno de cabelos bagunçados, apenas o observava.


- Então você e Gina vão se casar? – Rony disse, parecendo ainda estar processando a informação.


- Bom, vamos. – respondeu Harry, antes de dar o último gole de sua cerveja. – Daqui a algum tempo, um ano talvez. Mas queríamos oficializar tudo. – Rony assentiu, e tomou o último gole de sua cerveja, ainda pensativo.


- Mais duas, por favor. – Rony se dirigiu primeiro ao balconista. – E quando vocês vão contar pra todo mundo?


- Daqui a algumas horas, Gina e eu vamos contar aos seus pais. – Harry respondeu, pegando a nova garrafa do balconista e pagando a rodada de bebidas. – No almoço de domingo, contaremos aos outros.


- Vamos ter que organizar uma festa de noivado não é? – perguntou Rony, sorrindo. – E, claro, tenho que preparar toda a sua despedida de solteiro... vou perguntar ao Lock como ele contrata aquelas dançarinas...


- Ei, vai com calma cara. – Harry parecia assustado. – Gina vai azarar nós dois se você chamar dançarinas trouxas!


Tony Lock era um companheiro de trabalho de Rony e Harry no Ministério. Assim como Rony, ele era um auror jovem e solteiro, completamente desimpedido e com tendências a namoros curtos e sem grandes compromissos. Suas festas eram famosas em todo o setor, mas Harry preferia não freqüentá-las, já que normalmente eram animadas por dançarinas trouxas seminuas e muito whisky de fogo. Rony, por outro lado, era o freqüentador mais assíduo das festas de Lock.


- Isso quer dizer que sou mesmo seu padrinho? – Rony perguntou num misto de orgulho e surpresa.


- E quem mais seria? – Harry respondeu rindo. – Draco Malfoy? – os dois amigos riram por alguns momentos juntos, até que o ruivo com pouco jeito levantou-se e abraçou o amigo, com direito a tapinha nas costas.


- ‘Brigado cara.


- Não agradeça tão cedo. – o outro respondeu, parecendo escolher as próprias palavras. – Você sabe muito bem quem vai ser a dama de honra.


- É... – Rony passou a mão pelos cabelos. – ...A sabe-tudo. – Tomou um longo gole de cerveja e passou a observar as pessoas que estavam por ali, sabendo que era observado pelo amigo.


- Ela me ajudou a escolher as alianças. – Harry disse num tom de confissão. – Sabe, ela ficou me explicando o significado de cada pedra que pode ser colocado em um anel de noivado... – Rony soltou uma risada pelo comentário.


- Como só ela faria, não é mesmo? – o ruivo respondeu em um tom que misturava nostalgia e incredibilidade.


- Vocês ainda não estão se falando, não é? – Harry perguntou, apesar de já saber a resposta. Rony negou com a cabeça e o moreno suspirou.


Na verdade, eles estavam se falando, Rony pensou. Muito pouco, mas se falavam. Depois de alguns meses com Hermione fingindo que ele não existia, falar pouco já era um grande progresso. Mas a conversa nunca passava de duas frases para cada um. E, quando passava, tendia a se tornar uma discussão entre eles. Rony, que queria tudo menos discutir com Hermione, preferia assim, que não conversassem direito. E ele imaginava que ela também pensava assim, já que fazia um bom tempo que ela estava ausente nos jantares e almoços d’A Toca. A relação de amizade deles tinha acabado junto com o namoro, e ele não tinha certeza se havia alguma forma de retomarem uma convivência pelo menos amistosa.


- Tem certeza que quer se casar? – perguntou Rony, em um tom de deboche, depois de algum tempo. – Bom, eu sei que estamos falando da minha irmãzinha, mas cara, você poderia ter uma vida de solteiro tão interessante... – terminou com um pouco de malícia.


- Você sabe que só me interesso por Ginny... – respondeu Harry, também rindo.


- Porque Merlin não fez de MIM o “menino que sobreviveu”?! – Rony disse com os braços para o alto, fingindo indignação. – Só ele sabe o quanto eu poderia me aproveitar de toda essa fama...


Os amigos riram enquanto conversavam assuntos mais amenos. Rony Weasley era um nome muito cotado entre as bruxas, em parte pela súbita fama de herói integrante do “Trio de Ouro”, em parte pelo seu porte alto e músculos bem definidos de goleiro. Desde que ele e Hermione haviam terminado o ruivo não conseguiu manter um relacionamento por mais de um mês, e parecia completamente satisfeito com isso. Segundo ele, casamento era uma coisa terrível que Morgana inventou para tirar a alegria da vida de Merlin e todos os bruxos. Apenas bruxos babacas, como Harry, seriam capazes de se casar com apenas vinte e dois anos. Ele era novo demais para isso!


Não que ele não aprovasse o que Harry estava fazendo. Muito pelo contrário. Harry estava certo em querer Ginny por perto para sempre, para formarem a família que ele nunca teve. Gina era a mulher da vida de Harry, segundo ele mesmo dizia. Então o mais certo era se casarem logo e irem viver sua vidinha juntos. Ele próprio havia pensando em coisas semelhantes, quando ainda namorava Mione. Mas o caso deles era completamente diferente. Harry e Gina foram feitos um para o outro, se é que isso realmente existia, e ele e Hermione foi apenas um engano de dois adolescentes que achavam que sabiam como era a vida. Apenas um erro.


Ao final da segunda cerveja, Harry olhou assustado para seu relógio de pulso (que ele usava desde seus dezessete anos) e percebeu que estava atrasado para o jantar com o Sr. e a Sra. Weasley n’A Toca. Despediu-se correndo do padrinho e saiu apressado do pub para um ponto de aparatação. O ruivo ainda pediu mais uma cerveja e ficou observando o movimento no bar, bebendo vagarosamente a cerveja. Uma mulher loira e esguia chamou a sua atenção e ele estava quase se levantando para começar sua rotina de conquista. Por um motivo que ele não soube explicar, a vontade de flertá-la desapareceu tão rápido como veio, e ele, ao invés de sentar ao lado da linda mulher, rumou direto para fora do bar, pronto para aparatar em seu apartamento e ter uma noite digna de sono. Eu estou perdendo o jeito – foi a única coisa que lhe ocorreu.


***


Em uma cozinha anormalmente silenciosa n’A Toca, quatro pessoas saboreavam um delicioso jantar preparado por Molly Weasley. Enquanto a ruiva mais nova e seu pai devoravam a comida como se fossem mortos de fome, o rapaz moreno de óculos mal conseguia engolir uma garfada atrás da outra, sentindo-se oprimido pelo olhar questionador da senhora ruiva à sua frente. Harry Potter, o menino que enfrentou a morte mais vezes que a maioria dos bruxos, nunca se sentiu tão nervoso como naquela hora.


- Que bom que veio jantar conosco hoje, Harry. – Arthur Weasley falava entre uma garfada e outra. – Molly e eu temos sentido falta da casa cheia.


- É sempre um prazer, senhor Weasley. – Harry respondeu, grato por poder olhar para o olhar bondoso do seu futuro sogro ao invés de encarar a curiosa futura sogra.


- E Ronald? – Molly Weasley perguntou em um tom mal humorado. Rony era ainda o único filho solteiro, além de Gina, e mesmo assim tinha decidido sair de casa para morar sozinho. Ela sabia que o principal motivo da mudança do filho mais jovem eram pares de pernas dentro de saias, mas ela sempre exigia que o filho fizesse algumas visitas por semana à Toca. Normalmente, aos fins de semana, ele só aparecia para os almoços de Domingo.


- Eu fui até o escritório dele hoje, mamãe. – Gina respondeu no lugar de Harry, que parecia estar prestes a sair correndo sob o olhar de sua mãe. – Ele me disse que tinha compromissos inadiáveis hoje. - Isso era uma completa mentira. Gina não tinha visto Ron no Ministério, mas sabia que seria melhor que seus pais soubessem do noivado apenas com ela e Harry presentes. Gina Weasley tinha aprendido com o tempo que era sempre melhor dar notícias aos poucos aos Weasleys, ou então muita confusão poderia acontecer. Quando ela e Harry decidiram contar à família que estavam namorando, após a guerra, a sua mãe quase acabou no St. Mungus com a emoção e os seus irmãos soltaram tantos feitiços pelas varinhas que ela achou que a casa explodiria. Sorte que eram feitiços de alegria e não azarações direcionadas a Harry.


- Ronald e seus compromissos inadiáveis... – bufou a matriarca. Ela parecia pronta a começar um de seus grandes sermões sobre como Rony tinha se tornado um jovem irresponsável e sem conseqüências, mas Gina queria acabar com aquela tensão de uma vez. Ou então Harry logo vomitaria.


- Na verdade, mamãe... – ela disse, lançando um olhar significativo para o moreno ao seu lado. – Harry veio jantar aqui hoje porque tem algo a dizer, não é Harry?


Os olhares de Arthur e Molly agora estavam direcionados a Harry e a expressão de curiosidade estampada neles o deixava mais nervoso ainda. Respirando fundo e tentando se lembrar de um discurso que havia decorado mais cedo, Harry se levantou. Percebendo que não se lembraria de nada que havia preparado, resolveu ir direto ao assunto. Respirou fundo mais uma vez,


- B-bom... Sr. e Sra. Weasley... – sua voz oscilava às vezes, mas quando ele sentiu a mão pequena de Gina segurando a sua em apoio, achou que conseguiria continuar. - ... eu vim aqui porque queria pedir a permissão de vocês. Eu quero me casar com Gina.

N/A: Tcharam! Aí está o primeiro capítulo da minha nova fic R/H. Essa história tem rondando a minha cabeça a algum tempo, então resolvi começar a escrever. Quero publicar um capítulo por semana e aproveitar o meu tempo de férias para escrever o máximo possível...
Eu não tenho beta então me perdoem pelos erros que existirem... eu mesmo leio cada capítulo umas 200 vezes, mas sempre passa alguma coisa certo?!

Espero comentários!!!!!!!

Até semana que vem!

Ass.: Carol Pimenta

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Ameiii o capitulo *-* Ahhh eu sou totalmente louca por R/Hr awwww amei esse capitulo loucamente amei a historia da fic!

    2011-12-12
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