Concurso para o Congresso
Mesmo a contragosto, Tio Valter concordou em levar Harry até a estação de trem. Duda, que tremia dos pés a cabeça cada vez que via Harry, chorou para que a tia Petúnia deixasse-o ir na frente do carro, assim Harry ficou com o banco traseiro só para ele enquanto os três se amassavam na frente.
Os tios não quiseram descer do carro para acompanha-lo até a barreira, mas Harry não fez muita questão. Desceu em silencio e encaminou-se para a plataforma nove e meia. Ao ver o expresso de Hogwarts uma sensação de calor esquentou seu coração. Finalmente estava de volta ao lugar que pertencia.
Harry entrou no trem sem avistar Hermione ou Rony. Ele passara por um grupo pertencente ao AD (Armada de Dumbledore). Eles o cumprimentaram muito felizes. Todos comentavam seus desempenhos nos NOMs. Parecia que todos haviam alcançado E-Excelente em Defesa das Artes das Trevas o que deu a Harry muito orgulho, afinal ele fora o lider e professor da AD.
Harry não ficou muito tempo com eles e continuou para procurar uma cabine vazia. Passou por uma cabine repleta de alunos da Sonserina. Draco estava lá, também, mas Harry passou interceptivel. Entrou na penúltima cabine: A única que estava vazia.
Harry sentou-se na janela e tentou procurar Hermione e Rony entre os outros alunos que ainda estavam na plataforma. Alguém de cabelos ruivos lhe chamou a atenção, mas era Gina. Ela vinha de mãos dados com Dino. Neville vinha logo atrás junto com Luna que tinha na mão, uma cópia do Pasquim.
Harry estava tão empenhado em achar seus amigos que nem notou que a a porta da cabine se abrira.
- Harry! – ele escutou às suas costas uma voz conhecida. Se virou rápido para contemplar os rostos de Hermione e Rony. Hermione se jogou sobre ele e o abraçou. Harry quase sufocou com o abraço forte da amiga, mas não quis impedi-la. Fazia dois meses que não se viam.
- Calma, aí, Hermione! – Rony reclamou, retirando a amiga de cima de Harry. Depois disso, os dois se abraçaram. – E aí, como foi as suas férias.
- Mais ou menos, mas não quero falar disso. – Harry respondeu.
Enquanto abraçava a Rony, Harry olhou para Hermione. Ela tinha os olhos marejados de Lágrimas.
Os três se sentaram. Hermione defronte aos dois.
- Como se saíram nos NOMs? – Harry perguntou rapidamente para não lhes dar tempo de pergutarem sobre seus sentimentos em relação a Sirius.
- Ah! – Rony começou. – Eu consegui todos os NOMs que queria para ser auror. Mas bombei em Astronomia, Advinhação, Trato das Criaturas e História da Magia.
- Também não me dei bem em Adivinhação e Astronomia. – Harry respondeu. Também pudera. O teste de Astronomia foi na noite em que Dolores atacara a Hagrid e a professora Minerva. – E você, Hermione?
- A Hermione quase se suicidou nestas férias quando descobriu que só tirou O de Ótimo em Trato das Criaturas Mágicas. Ela conseguiu todos os NOMs. Acho que foi a única aluna que conseguiu.
- Rony! – Hermione reclamou – Eu estudei muito antes que vocês. Era óbvio que me desse bem nas matérias não?
Os três seguiram durante todo o percurso até Hogwarts conversando sobre os exames e sobre que carreira seguiriam. Rony e Harry decidiram seguir a carreira de Auror. Hermione alertou que para isto teriam que melhorar em Poções, uma das matérias requisitadas. Isto era o pior para Harry: ainda ter que conviver com o professor Snape mais um ano. Mas já estava contente por se livrar da professora Trelawney.
Quando finalmente chegaram a Hogwarts o peso que havia no coração de Harry e que o atormentara durante toda o período de férias havia finalmente lhe dado trégua. Ela sorria e agradecia a Deus por seus amigos.
Depois da seleção dos primeiranistas pelo Chapéu Seletor, Dumbledore deu as boas vindas e iniciou o banquete e só recomeçou a falar quando todos estavam saciados.
- Bem vindos a Hogwarts. Não é preciso dizer o que o profeta diário tem divulgado, mas é preciso focar que este ano devemos levar muito em consideração a segurança, uma vez que os comensais da morte estão à espreita. Por esta razão, os fins de semana em Hogsmeade estão cancelados.
Todos os alunos resmungaram em resposta.
Harry e Hermione se entreolharam. Sabiam que o ano seria muito mais difícil agora que todos sabiam que Lord Voldemort enfim voltara.
- No entanto – continuou o professor – teremos um outro evento que os distraíra enquanto isto.
Os alunos silenciaram em suspense.
- Este ano teremos um concurso. Não é o tornei tribruxo, já tivemos péssimas experiências com isto – o diretor olhou em direção a Harry – Este concurso é para eleger o melhor aluno de Hogwarts. O melhor aluno, junto com o diretor da casa a qual pertencer irão participar de um congresso para os melhores aprendizes mágicos do mundo que se realizará no Brasil. Para isto haverá uma prova que será aplicada pelo Ministério da Magia. Todos os alunos poderão se inscrever, independente da idade. E a casa do aluno ganhará quinhentos pontos. A lista para se inscreverem ficara sobre a mesa dos professores durante toda a noite e todo o dia. Vocês terão vinte e quatro horas para se inscreverem. A prova se realizará no final de setembro.
Muitos alunos olharam para Hermione que ficou corada. Todos sabiam que ela era a melhor aluna e ganharia qualquer teste. Harry e Rony estufaram o peito, orgulhosos da amiga.
- Que legal, Hermione! – Rony disse, cochichando para a amiga – Você vai conhecer o Brasil. Dizem que é um país belíssimo. Tem as praias mais lindas do mundo e muitas paisagens.
- E você vai poder conhecer outros alunos igual a você! – Harry a animou. Hermione sorriu. Harry sentiu uma grande emoção por Hermione. Sabia que isto era o tipo de coisa que a fazia feliz.
- Calma, rapazes, eu ainda não passei certo? E nem sei mesmo se vou me inscrever – ela disse constrangida.
- É claro que vai se inscrever! – Rony advertiu.
- E vai passar! – Harry a incentivou.
Para Harry, importava muito que sua amiga ficasse feliz.
Quase todos os alunos da Grifinória vieram cumprimentar e animar Hermione no final do banquete e também alguns da Lufa-lufa e Corvinal. Os alunos da grifinoria estavam animados em ganhar os quinhentos pontos. Isto garantiria mais facilmente a taça das casas, uma vez que no ano passado, Sonserina ganhara. Mas Harry sabia que muitos alunos da Sonserina, inclusive Draco e seus amigos fariam qualquer coisa para estragar a alegria de Hermione.
No outro dia, quando Harry e Rony desceram para tomar o café da manhã, Hermione já estava sentada na mesa, comendo uma torrada com uma mão e lendo um livro com a outra. Os meninos resolveram dar uma olhada na lista só para se certificarem dos inscritos. Da Grifinória, apenas Gina e os irmãos Creevey se inscreveram. A maioria conhecia Hermione e sabiam que ela sairia vencedora, por isto nem perderam o tempo em se inscreverem. Mas havia bastantes nomes inscritos pela Lufa-lufa e Corvinal, mas nada parecido com a Sonserina. Pelo tamanho da lista, Harry supunha que todos os alunos da Sonserina haviam assinado. Mas Harry não encontrou a assinatura de Hermione em nenhum lugar.
Enquanto analisavam a lista, Harry e Rony prestaram a atenção no que o professor Snape falava.
- Por que não dão o prêmio para a senhorita Granger. Ela que vai ganhar mesmo. Isto pouparia tempo! - disse o professor de poções, com uma expressão de mau-humor.
- Ora, Severo! - a professora Minerva brincou, piscando para Harry e Rony - não está com ciúmes da Grifinória, está?
- É claro que não! - o professor advertiu, irritado - Quem é que quer ir para um país tão esdrúxulo quanto o Brasil?
- É verdade. Uma praia quente e maravilhosa não fariam bem a sua pele nem ao seu cabelo - a professora brincou.
Harry fez esforço para não rir. Mas antes que pudesse explodir numa gargalhada achou melhor acompanhar as meninas no café.
- Por que você ainda não se inscreveu – perguntou Harry a amiga, sentando-se do lado dela para o café da manhã.
- Não estou certa! – a amiga respondeu, timidamente. Parecia que havia algo errado com ela.
- Por que, Hermione? Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou, preocupado.
Hermione o encarou. Harry percebeu alguma coisa em seu olhar. Era o mesmo olhar que ela lhe dera quando estavam naquela sala do archote de véus no departamento de Magia. Era medo.
- Eu tenho um pressentimento. – ela disse, sinceramente – de que algo vai dar muito errado. Não sei se quero ir para o Brasil. Não sei se eu quero me afastar de você, Harry. Algo me diz que não é para deixá-lo. Algo me diz que é para ficar do seu lado.
- Ai que bobagem, Hermione! – Rony caçoou. Hermione e Harry não pararam de se olhar enquanto o amigo falava. – Você falando uma bobagem dessa! Justo você que sempre zombou da professora Trelawney. É o teu olho interior que está te dizendo isto, Hermione? Há, há! Pra mim você está com medo de bombar no teste.
- Ah, Rony, não fala besteira! – disse Hermione, desviando o olhar de Harry. – Não estou com medo de reprovar. Se reprovar, reprovei e para provar isto eu vou me inscrever, ta!
Hermione retornou a ler o livro sem olhar para Harry, mas ele ficou com uma dúvida. Será que Hermione estava com medo de reprovar no teste mesmo ou era verdade que ela tivera um pressentimento ruim. De qualquer forma, resolveu não dar sua opinião. No fundo, Harry gostaria que Hermione ficasse do seu lado, mas não poderia ser egoísta, sabia que era uma grande oportunidade para Hermione ser reconhecida no mundo mágico.
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