Prólogo
Disclaimer: Harry Potter não me pretence (com grande pena minha), mas a J.K.Rowling, uma das escritoras mais geniais que tive o prazer de ler.
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Prólogo
Passos… a floresta escura apenas ecoava passos perto de si. O seu predador parecia cheirá-la e, mesmo a presa estando em silêncio e escondida, ele aproximava-se perigosamente daquele lugar. Mas Calliope estava invisível aos olhos daquele homem e não poderia haver a mínima hipótese de ser descoberta. O seu manto da invisibilidade garantiria isso.
Os passos afastaram-se e Calliope permitiu-se soltar todo o ar que tinha retido nos seus pulmões, mas a dor do lado impediu-a de voltar a respirar fundo, aspirando pequenas e rápidas golfadas de ar. A bruxa sabia que estava a perder muito sangue e que provavelmente não sobreviria muito tempo. No entanto, aquela missão precisava de ser completa. Era urgente que a Ordem fosse avisada dos perigos que vinham.
Quando garantiu que o seu perseguidor estava longe, ergueu-se sobre as pernas dormentes e lutou para não desfalecer, devido ao cansaço e à perda de sangue. Inicialmente em pequenos passos silenciosos, depressa começou a correr, o máximo que os seus membros aguentaram, mas não demorou para que os joelhos cedessem e Calliope caísse de bruços no chão, deixando escorregar a capa da invisibilidade.
– Ora, ora, ora! – a voz veio do nada, uma forte voz masculina, carregada de uma profunda maldade. Foi nesse momento que Calliope soube que estava perdida. Com os olhos turvos pela escuridão da floresta e pela dificuldade em manter a consciência, conseguiu ver a sombra de um homem parado mesmo ao seu lado. – Parece que encontrei a nossa fugitiva.
– Por favor… – suplicou Calliope com voz rouca. As forças faltavam-lhe até para falar. – Vocês não podem fazer isso! São apenas crianças!
O outro soltou uma risada pelo nariz e aproximou-se mais, permitindo-lhe a Calliope ver as suas feições duras e frias.
– Crianças um dia crescem. – disse ele simplesmente, começando a erguer a varinha na direcção dela. – E tu devias ter ficado quietinha no teu lugar.
– Não… por favor!
Mas o outro ignorou-a e os seus lábios começaram a mover-se no feitiço que Calliope sabia ser o ponto final.
– Avada Kedabr…
Calliope fechou os olhos quando uma luz verde a ofuscou. A morte viria de uma forma aterradora e solitária mas os segundos passaram-se e ela continuava a ouvir os sons da floresta. Apenas quando ouviu um baque surdo de algo grande e pesado a embater no chão teve coragem de voltar a abrir os olhos.
A sua visão estava toldada por pontos brancos e a sua glote parecia subitamente a fechar-se, mas embora não conseguisse ver o que acontecera, sentiu dois fortes braços abraçarem-na num gesto que lhe trouxe paz. Ela sabia que tinha chegado a sua hora, mas morreria nos braços de alguém que amava.
– Calliope, fala comigo! – sussurrou-lhe o recém-chegado ao ouvido, num misto de desespero e tristeza. – Por favor.
– Liam… – Calliope reuniu todas as suas forças restantes, para lhe transmitir a mensagem. – Encontra Namir e diz-lhe… diz-lhe que o que eles procuram está em Hogwarts… que… que…
As palavras faltaram a Calliope e os pensamentos começaram a desvanecer-se. Apesar da visão cada vez pior, podia ver as lágrimas de desespero de Liam e sentiu o abraço ficar mais forte quando a sua consciência começou a apagar-se e Calliope se deixou embarcar na sua próxima aventura.
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A muitos quilómetros dali, Namir não tinha sido o único a pressentir a morte de Calliope. Qualquer um dos membros da Irmandade a que pertencia sabia que a auror grega, que tanto se sacrificara pela organização, tinha feito um último sacrifício com a sua própria vida, numa última missão.
Namir cobriu o rosto com as mãos e inspirou fundo, lutando contra o cansaço, e encostou a cabeça na cadeira onde se sentara. Era urgente tomar uma decisão e a morte de Calliope apenas reforçava o que Namir vinha a defender havia muito tempo.
Depois de alguns minutos, levantou-se finalmente e foi até à estante, retirando alguns livros e abrindo o pequeno esconderijo mágico por detrás deles. A caixa de madeira que procurava continuava ali intacta, no mesmo lugar onde a deixara. Com o polegar, Namir limpou os pequenos resquícios de pó, na figura de um homem em alto-relevo, a tocar uma corneta, símbolo da Irmandade.
Os seus dedos desceram para o fecho da caixa que se abriu com um estalido, revelando, no seu interior, uma pena branca comprida. Sem tocar nela, Namir foi até à secretária e sentou-se, pegando num pergaminho. Só aí segurou a pena e inspirou fundo antes de escrever. Quando terminou, as primeiras palavras já tinham começado a desaparecer e não demorou nem vinte segundos para que o pergaminho estivesse, novamente, intacto.
Mas a mensagem não ficaria esquecida. Naquele mesmo momento, centenas de membros da irmandade milenar ouviriam a sua voz e atenderiam ao seu chamado.
– Chegou a hora da Irmandade de Heimdall assumir o controlo. – repetiu para si mesmo, antes de guardar a pena e aguardar até que o seu apelo fosse atendido.
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Nota de Autora: Olá a todos!
Espero que tenham gostado do prólogo. Estou apenas a fazer um teste, para ver se vocês gostam ou não. Se quiserem mais, por favor, peço-vos que me dêem a vossa opinião. Ficarei à espera do feedback. Se vocês não gostarem, ficarei mesmo por aqui.
Saudações a todos, que a magia vos acompanhe.
PS: Perdoem-me, por favor, eventuais erros, mas infelizmente isto não foi betado.
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