CAPITULO IV
Estava ali a mais de hora e mesmo assim não se cansava de passar e repassar quantas vezes fosse necessário. Não saberia explicar a emoção que estava sentindo em poder pela primeira vez apresentar-se para um público que não fosse apenas seus amigos e conhecidos, pretendia esforçar-se ao máximo para que tudo pudesse sair perfeito.
Ainda sentada no palco vendo a banda passar o som, não pode deixar de pensar em como estava perto das audições para seu curso de música. Às vezes sentia que não conseguiria, em momentos de angústia e conflitos pensava em desistir de tudo e sair correndo para um lugar longe de tudo que lhe afligia e tirava sua alegria de viver.
Mas sabia que aquilo que a fortalecia era o que enfraquecia Harry, eram naqueles momentos de recaídas em que ela sentia sua força crescer, jamais poderia fraquejar quando ele precisava dela. Não poderia estar mais alegre naquele momento, não quando toda aquela última semana tinha sido calma e tranqüila, Harry se manteve sempre perto da garota, eram raros os momentos em que ficaram longe um do outro e desde aquele acontecimento no boliche sentia que seu peito se enchia quando o via.
Sempre tiveram uma relação extremamente forte e leal, e era grata por em nenhum momento ele esconder dela como se sentia, mas temia que aquilo saísse do controle e acabasse que todo aquele amor virasse em uma paixão desenfreada pelo melhor amigo.
- Estamos tão felizes por você ter nos deixado arrumar toda decoração, minha querida. - Emocionou-se Lilian chegando perto da morena.
- Espero não me arrepender. - Disse soltando uma gargalhada.
- Você vai se surpreender, amiga, quando chegar aqui. - Declarou Pansy convicta.
- Não tenho dúvidas. - Falou afinando o violão. - Agora não minta para mim, Lilian, quantas pessoas Harry convidou? - Indagou ansiosa.
- E você acha que ele iria me contar, sabendo que não escondo nada de você, querida? - Afirmou Lilian.
- Isso tudo foi tão rápido, ele me contou no começo da semana, e agora estou para ter um ataque de pânico em pensar que vou cantar para pessoas que nem conheço. - Bufou tentando manter a calma.
- Sabe que irá se sair bem, não tem o porquê preocupar-se. - Afirmou Pansy abraçando a amiga de lado.
- Fora que ele chamou todo pessoal da faculdade e ainda por cima meus professores. - Praguejou irritada.
- Por que esta tão nervosa? - Perguntou Pansy. - Ainda tem muito tempo até a noite, vocês já repassaram não sei quantas vezes as musicas e estão lindas, não vejo a hora de poder ouvir mais uma vez. - Animou-se empolgada. - Todas as mesas na frente estão reservadas para nós, então você terá a visão de todos seus conhecidos perto de você.
- Não sei se devo considerar isso um bom sinal. - Sussurrou começando a tocar.
- Vamos deixá-la ensaiando, minha filha, temos muito a ser feito. - Disse Lilian puxando Pansy pelo braço.
Havia forçado bastante sua voz para um dia de ensaio, ficaria apenas tocando até o tempo passar e quem sabe se acalmar. Deixou um sorriso acanhado sair dos lábios ao ver seus colegas despedindo-se dela enquanto saiam para os reverem apenas à noite.
Deixou por conta de Luna o buffet e as bebidas que seriam servidas, ainda não entendeu o porquê de tudo aquilo, mas sabia que quando se tratava de Harry, o melhor para ela ainda era pouco para ele, era exagerado em tudo aquilo que fazia, mais ainda quando se tratava dela.
“Aquilo só poderia ser de família.” - Pensou divertida.
Pansy aproximou-se sorrateiramente para perto da morena e disse: - Chame a Luna e pergunte quem ela convidou para vir aqui hoje. - Disse contendo o riso.
- Você não presta mesmo. - Rebateu divertida enquanto gritava a amiga que estava do outro lado próximo ao bar. - Como estamos?
- Acho que está tudo exagerado como a família Potter gosta. - Falou fazendo careta.
- Não se esqueçam que nós temos que sair mais cedo para nos arrumarmos. - Disse Pansy seria. - Temos que estar impecáveis.
- Meus pais disseram que infelizmente não vão poder vir, Mione. - Desculpou-se a loira.
- Sem problemas, já que teremos alguém filmando e fotografando, com certeza eles não perderam nada. - Intrometeu-se Pansy arrancando risos das meninas.
- E ai Luna, vai trazer alguém com você? - Indagou a morena se fazendo de desentendida.
- Não banquem as engraçadinhas, acha que não vi essa falsa da Pansy cochichar com você não é? - Brigou seria.
- Sem ofensas, meninas. - Pediu a garota rindo das amigas. - Agora me conta, já que a Pansy sabe de tudo.
- Ela só sabe de tudo por que fica futricando a vida alheia. - Curtiu a loira. – Rony! Chamei o Rony. – Confessou envergonhada.
- Oh. – Espantou-se a morena. – Bem, acho que isso é bom. – Falou confusa.
- Isso é ótimo, Mione, a nossa amiga loira vai desencalhar. – Gargalhou Pansy protegendo-se da loira.
- Engraçadinha. – Apontou a língua. – Ele me parece ser legal.
- Infelizmente não podemos dizer o mesmo da irmã dele. – Murmurou Mione magoada.
- É! Eu sei, Pansy já me contou tudo. - Assentiu Luna.
- Mas ele é diferente, e isso é bom amiga. - Tentou não piorar a situação. - Quem sabe você não o mude por completo, ele me parece ser muito determinado, só precisa de alguém.
- Assim como o Harry precisa de você não é, Mi? - Perguntou à loira vendo a tristeza da amiga.
- Irá chegar um dia em que ele não precisará mais. - Afirmou mexendo no violão e tentando não fitar as amigas.
- Quando esse dia chegar eu vou ser a Madona, amiga. - Declarou Pansy irritando-se com o olhar da amiga. - Entenda de uma vez por todas, Mione, e não banque a desentendida. - Esbravejou vendo o olhar que a morena direcionava para ela. - Primeiro vocês não ficam, namoram, ou casam, sei lá o que querem da vida, por causa de você, e sabe muito bem que meu irmão é louco por você. Segundo, nunca conseguimos em vinte e tantos anos fazer com ele o que você conseguiu apenas em alguns anos de amizade, e não me deixe enumerar outros milhões de razões por que tomaria todo o resto do seu dia. - Terminou deixando as outras duas estáticas.
- Concordo em gênero, numero e grau. - Assentiu Luna.
- Quero vê-la linda e deslumbrante essa noite, e se não me prometer isso farei de tudo para aprontá-la da cabeça aos pés começando por agora. - Ameaçou.
- Você sabe como me espantar. - Confessou Mione com um sorriso acanhado.
- Ainda bem.
- Agora vamos, deixe tudo para os ajudantes, já repassamos todos os detalhes a serem feitos, temos muito a fazer até a noite. - Disse a loira tirando o violão do colo da morena. - Às compras, meninas, ainda não tenho roupa para hoje a noite.
- Chegou de Paris e não tem roupas, Luna, duvido. - Provocou Mione rindo.
- Disse que não tenho para essa noite. - Rebateu divertida esperando suas amigas seguirem-na até o carro.
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Ele gostava de olhar cuidadosamente e ter tempo para escolher sem ser pressionado. As vendedoras conheciam bem o moreno que era um cliente assíduo, sabiam bem que naquele momento era melhor manterem-se afastadas enquanto ele decidia o que levaria. Mesmo que levasse horas, ainda sim, a sua escolha lhes renderiam muitos mil, já que se tratando da família Potter, dinheiro não era problema.
- Quero algo diferente. - Disse ele com sua voz arrastada sem tirar os olhos das vitrines.
- Temos algo que o senhor irá gostar, chegou para nós ontem e é uma raridade sem igual. - Disse o gerente tomando frente à negociação.
- Nada extravagante. - Pediu sério.
- Com certeza, algo que combinara perfeitamente com a dama. - Assentiu saindo.
Distraiu quando sentiu seu celular começar a tocar, olhou para o visor e pode ver que era o número do seu padrinho. Pensou se atenderia ou não, já que poderia ser seu pai ligando de outro celular. - Pronto.
- Acaso não sabe ler? - Indagou um homem serio do outro lado da linha.
- Não comece.
- Então por que demorou tanto para atender, pensei que estivesse tentando decifrar as letras no visor do seu celular. - Provocou o homem.
- Não era para você estar trabalhando, Sirius? - Indagou sem conter o riso.
- E estou já que você ainda não se decidiu, ou trabalha na campanha do seu pai ou vem para a empresa. - Brigou do outro lado da linha.
- Estou confuso, são tantas opções chatas que esta difícil de escolher. - Rebateu.
- Pensa que porque o carinho vai se apresentar hoje você também tem folga, garotão? - Continuou provocando o afilhado sem perder o riso alto.
- Tenho certeza de que se você estivesse no mesmo lugar que eu, fazendo o que estou fazendo agora, Tonks não lhe colocaria tanto para dormir no sofá como faz.
- Seu atrevido, anda precisando de umas correções... Mas irei desmascará-lo mais tarde, pode ter certeza.
- Não vejo a hora Sirius, agora fale o que você quer. - Pediu vendo o gerente chegar com algumas amostras.
- Estamos com um problema em uma das nossas filiais na Suíça, preciso mandar alguém para lá. - Explicou um tanto que preocupado.
- Está liberado, padrinho, pode ir. - Falou acenando para o senhor esperar um pouco.
- Outra viagem e vou ter que morar em um sofá, Harry. - Disse rindo baixo. - Preciso que vá até lá e veja algumas coisas para mim.
- Quando?
- O mais rápido possível, se for preciso leve o carinho com você, mas preciso que vá. - Falou agora serio.
- Verei o que posso fazer, agilizo tudo o mais rápido possível e lhe dou a resposta amanhã. - Explicou desligando.
- Tudo da melhor qualidade. - Mostrou o gerente espalhando pelo balcão. - Se me permite um conselho, esse ficará perfeito.
Empurrou para perto do moreno um estojo contendo um conjunto deslumbrante de jóias composto por uma pulseira e um par de brincos, já que a morena não gostava de colares, exceto o único que não tirava do pescoço. Não era preciso fechar os olhos para imaginar quão perfeito ficariam as jóias nela, o quanto o brilho das esmeraldas reluziria o brilho do olhar que ela tinha.
- Para presente. - Disse apenas tirando o talão de cheque da carteira e começando a preencher.
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Havia se rendido naquele dia em um salão de beleza, estava tão cansada que não teria condições dela mesmo fazer uma maquiagem e um cabelo descente, mas bateu o pé no momento em que começaram a mexer em seu cabelo, aceitaria apenas prender um pouco seus fios deixando os cachos modelados soltos caindo pelos ombros.
O fim do dia havia chegado, as horas voaram e com ela seu coração parecia correr para fora do peito, em alguns instantes estaria rodeada de pessoas e isso fazia sua respiração oscilar e não ajudava muito o seu nervosismo. Poderia ter se contido durante a tarde por estar perto de tantas pessoas, pela distração das compras com as amigas, mas não havia o visto naquele dia e isso a deixava apreensiva, ele nem ao menos ligara para conversar ou perguntar como estava se saindo.
“Não, ele não poderia se distanciar, não nesse dia.” - Isso martelava na cabeça da morena. “Será que ele havia se arrependido do que dissera dias atrás?”, pensava tentando não entrar em pânico.
Chamou um taxi e no momento em que subiu no mesmo pegou seu celular e estampou o sorriso ao ver a chamada: - Olá meu amor.
- Mamãe, que saudades. - Disse emocionada. - Cadê vocês?
- Oh querida, estamos tão tristes por não podermos vê-la de perto, queríamos estar ao seu lado o dia todo. - Falou Mel com o coração apertado.
- Eu entendo, fico feliz que tenha me ligado, precisava mesmo me acalmar, e ouvi sua voz é tudo que preciso. - Confessou contendo as lágrimas.
- Não chore meu amor, estamos orgulhosos como sempre, você merece e não fique nervosa, você estará cercada por pessoas queridas. - Tranqüilizou.
- Como vocês estão?
- Animadíssimos para poder vê-la cantando.
- Me ver? - Perguntou sem entender.
- Oh, esqueci de lhe contar, Harry preparou tudo para podermos assistir a apresentação ao vivo, é como se estivéssemos aí, meu amor, não perderemos nada. - Explicou animada.
- Mas como...
- Não entendo isso muito bem, mas é digital, aquelas coisas via satélite, você sabe como aquele menino é, pensa em tudo. - Disse toda sonhadora.
- É eu sei. - Concordou sentindo as lágrimas se acumularem em seus olhos.
- Nós veremos em breve, meu anjinho, então se anime que tudo dará certo.
- Te amo e obrigada pode ter ligado, mande um beijo para o papai. - Pediu limpando o rosto.
- Também amamos você, e tenha o beijo dele em você agora, ele esta trabalhando.
- Tchau.
- Tchau, meu amor. - Disse desligando.
A garota achava que tudo aquilo era demais para um dia só, seu peito não cabia dentro de si e era tudo tão novo que achava que a qualquer momento acordaria. Entregou o dinheiro ao motorista: - Fique com o troco. - Falou saindo e subindo as pressas para seu apartamento, tinha um tempo até começar a se arrumar, e queria ficar sozinha sem importa-se se todo o trabalho que tiveram em lhe maquiar iriam por água baixo com as lagrimas que teimavam em cair do seu rosto.
Destrancou a porta de qualquer jeito e teve um baque quando viu o moreno sentado de qualquer jeito em seu sofá, virando o rosto para fitá-la no momento em que deu um passo para dentro da sala. Olhou para os lados e destampou a chorar quando viu flores de diversas cores espalhadas pela sala.
Harry levantou-se apressado, preocupado ao ver o estado da amiga e aproximando perguntou: - Ei, o que aconteceu? - Vendo que ela não o responderia a puxou para um abraço e ergueu-a para sentar em seu colo enquanto sentava no sofá. - Aconteceu alguma coisa? - Perguntou segurando o rosto entre as mãos.
- Por que você fez isso comigo? - Respondeu com outra pergunta.
- Isso o quê? - Indagou limpando o rosto da morena.
- Você não apareceu o dia todo, não me ligou e nem se importou em perguntar como eu estava. - Acusou desviando o olhar.
- Esta chorando por isso, carinho? - Perguntou deixando um riso disfarçado surgir nos lábios.
- Você aparece do nada e enche meu apartamento de rosas. - Falou escondendo-se entre seu pescoço.
- Não gostou? - Indagou acariciando suas costas.
- Eu amei. - Disse apertando-o forte.
- Que bom, porém não apareci o dia todo apenas para lhe dar a liberdade de preparar-se sozinha, não queria ficar em cima para deixá-la mais nervosa. - Explicou beijando seu ombro.
- Mamãe me ligou. - Começou acalmando-se. - Disse o que você fez, obrigada. - Agradeceu apertando-a mais.
- Como você está? - Perguntou tentando não prolongar aquela conversa, não gostava de como ela lhe agradecia pelas coisas que fazia por ela, tudo aquilo era pouco diante de tudo que ela significava para ele.
- Feliz, nervosa, ansiosa e com o coração apertado. - Disse encarando-o finalmente. - Amei as flores e estou feliz por estar aqui. - Falou corando totalmente.
- E eu por vê-la, carinho. - Sussurrou acariciando seu rosto. - Não fique nervosa, vai dar tudo certo, agora que tal me mostrar o que irá vestir hoje. - Pediu erguendo-se, deixando uma perna dela de cada lado do seu corpo.
- Não senhor, surpresa. - Riu divertida.
- Da ultima vez em que você me fez uma surpresa dessas, seu vestido deixava praticamente seu corpo todo exposto. - Brigou ciumento.
- Pensei que gostasse. - Disse brincando com a gola da camisa dele.
- Gosto quando é só pra mim, carinho. - Provocou puxando o corpo dela para perto do seu. - Agora seja uma boa garota e me mostre o que ira usar, tenho algo para lhe dar. - Disse descendo-a para o chão e a seguindo até o quarto.
- Outro presente, Harry. - Fitou-o séria. - Não precisa achar desculpar entre datas ou acontecimento para me presentear não fique gastando seu dinheiro com isso. - Brigou fitando-o.
- Não se preocupe não gasto meu dinheiro, é do meu pai. - Rebateu com um sorriso maroto.
- Mas...
- Sabia que recusar um presente é deselegante. - Declarou pegando seu casaco e tirando um embrulho de dentro. - Use hoje. - Pediu a fitando.
- O meu Deus, é uma jóia. - Constatou antes mesmo de abrir. - Não faça isso Harry, é extremamente caro que eu sei.
- Não, você não sabe. - Disse seriamente. - Valor não importa e você sabe disso, não gosto quando fala assim, não vamos brigar logo hoje, apenas peço que aceite.
- Minha maquiagem deve ter ido para o buraco. - Constatou vendo as lágrimas voltarem. - Acho que estou sensível hoje. - Terminou mordendo os lábios enquanto abria com cuidado o embrulho. - Oh Deus, não posso andar na rua com uma jóia dessas. - Constatou ao ver o quão valioso era, seus olhos brilharam quando viram a jóia reluzir em sua direção.
- Ninguém estará mais bela que você nessa noite, carinho. - Sussurrou em seu ouvido. - Agora tenho que ir, virei daqui uma hora lhe buscar. - Disse beijando seu rosto
- Obrigada. - Disse apertando os fortes braços que estavam ao redor do seu corpo. - Amo você. - Disse virando o corpo para fita-lo.
Harry sempre era pego de surpresa quando ela pronuncia essas palavras, não que ele não gostasse, muito pelo contrário, soavam sempre tão sinceras que entravam com tudo em seu peito.
- E eu a você, carinho. - Sussurrou tocando de leve os lábios da morena que fechou os olhos. Sabia que naquele momento deveria parar, não queria que a mesma cena se repetisse como na outra vez, não queria forçá-la ou assustá-la, daria tempo ao tempo e tudo se resolveria. Afastou-se um pouco e a viu ainda com os olhos fechados, beijou sua testa segurando seu rosto. - Volto logo. - Despediu-se saindo do apartamento.
Hermione ficou ali ainda parada como se pudesse senti-lo na sua frente, não pode deixar de sorrir ao sentir o gosto dos lábios dele nos seus, tocou de leve sua boca e suspirou abrindo os olhos vendo-se sozinha novamente. Sorriu de leve e olhou ao seu redor tentando situar-se e começar a retocar a maquiagem e se vestir, sabia que aquela noite seria longa e agradeceu por poder tê-lo ao seu lado.
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O ambiente estava com uma decoração impecável, mesas espalhadas por todo salão do restaurante, cadeiras em torno do bar e um espaço ao fundo com sofás e pufes, um lugar para todos os tipos de gostos e aconchegante para uma confortável apresentação, os garçons circulavam livremente entre as mesas que se encontravam devidamente ocupadas.
A morena estava sentada sozinha em uma sala atrás do palco, respirava fundo e torcia um pequeno lenço em estava em seu colo, já apresentara tantas outras vezes e não entendia o porquê do aperto que sentia no peito. Havia passado pelo salão e cumprimentado todos seus amigos e conhecidos, seus professores haviam lhe desejado sorte e estavam torcendo por ela, então se tudo estava ao seu favor, o porquê de sentir-se tão estranha?
Desde quando chegou, Harry havia ficado ao seu lado, não há deixara um minuto sequer sozinha, e quando a sentia apreensiva lhe assegurava que estaria sempre ao seu lado, então o porque se toda aquela fadiga estar surgindo? Estava deslumbrante, seu vestido vermelho realçava o corar em seu rosto e radiava as jóias em sua pele, o escarpam alto preto dava um charme maior na morena que desde quando chegou atraiu olhares curiosos e interessados.
Não pode conter o riso quando viram os pais do Harry chegar, uma aglomeração de jornalistas se formou na porta do restaurante que foi preciso de seguranças para conter a bagunça, o moreno como sempre se irritou e pediu aos seguranças para expulsarem qualquer pessoa que tivesse a cara de um repórter. Olhou para o lado quando ouvir a porta ser aberta, respirou fundo e soube que o momento havia chegado. - Pensei que estivesse fugido pela janela. - Disse o moreno rindo.
- Estragaria meu vestido. - Confessou levantando-se. - E depois, acho que não passo naquele buraco, está sentado pertinho de mim? - Perguntou ficando da cor do vestido.
- Poderia até cantar no palco de tanto que estou perto de você. - Riu da vergonha que ela estava sentindo.
- Ok! Sentado com seus pais? - Perguntou vendo-a cara de desgosto dele.
- Hermione...
- Hoje é o meu dia não é? Prometeu que ficaria perto da sua mãe, mesmo que seu pai esteja ao lado dela. - Disse segurando as mãos dele.
- Não torne as coisas mais difíceis, sabe que não estou conversando com ele. - Pediu irritando-se.
- Não torne você, não vai resolver nada ficarem ignorando um ao outro, não estou pedindo para morrer de amores por ele, ou então ficarem trocando risos como se estivessem felizes, apenas tente conviver com ele, afinal vocês moram juntos. - Pediu mirando os olhos verdes do moreno.
- Você é impossível, agora temos que ir. - Desconversou puxando-a pela mão. - Preparada?
- Não, mas não tenho outra saída. - Confessou respirando fundo.
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Não pode conter o riso tímido e o corar no rosto ao cantar o ultima refrão da música e ver todos se levantando e a aplaudindo entusiasmados. Colocou a mão no peito e respirou fundo sentindo como se cada aplauso estivesse ali bem ao lado do seu ouvido, nunca pensara em como poderia ser difícil e ao mesmo tempo emocionante sentir que todos ao seu redor realmente interessados no talento dela.
Mas de tudo que poderia ter acontecido naquela noite, de todos os contras que haveriam de deixá-la nervosa, o que mais lhe tirou o ar e ao mesmo tempo lhe deu forças foi ver o rosto de Harry fitando-a sem piscar os olhos um segundo que fosse.
Ele demonstrava toda fascinação que sentia pela morena, seu olhar percorria todos os movimentos dela e lhe passava toda confiança e apoio para que ela não desistisse. Harry até esqueceu que estava sentado ao lado do seu pai, e mesmo que ele tentasse manter alguma conversa civilizada ele lhe respondia apenas com palavras monossílabas ou assentia com a cabeça.
Descansou as mãos no colo apreciando-a cumprimentar todos que lhe parabenizavam e esperando calmamente até que pudesse ter seu momento único com ela.
Harry tinha a certeza e mesmo não sabendo o porquê disso, mas quando tinha a presença dela perto de si não conseguia se lembrar de nada que pudesse lhe afligir, nenhuma ansiedade e desejo de saciar suas necessidades mais repulsivas.
Olhou do celular que continuava a tocar para seu amigo que estava sentado do outro lado da mesa com Luna. Ainda não entendia como dois irmãos podiam ser tão diferentes, personalidades e caráter totalmente opostos.
Não precisava usá-la como desculpa para que se afundasse em drogas, ninguém lhe induzia e raramente ouvia qualquer tipo de indicação de alguém quando lhe diziam para experimentar algo diferente.
Normalmente sempre as pessoas aproveitavam-se do consumo do moreno para se unirem e aproveitarem um pouco da boca livre, ainda não havia conseguido encontrar algo que lhe proporcionasse um prazer maior, diferente e mais excitante do que tudo aquilo em que estava envolvido. Tinha sã consciência de que quando tivesse a oportunidade e o momento certo em que pudesse ter a morena totalmente para si, todos os seus vícios seriam pequenos para tamanha vontade que sentia em tê-la.
Olhou para seu derredor vendo as pessoas movimentarem-se pelo salão se espalhando pelo bar, mesas de frios e uma pista de dança do outro lado.
Viu-a de costas passando a mão pelos cabelos e respirando fundo acenando para alguns amigos da faculdade. Aproximou-se sorrateiramente da morena e lhe sussurrou no ouvido. - Depois que acabou todo o show você ainda continua nervosa? - Indagou envolvendo-a em seus braços.
- Vou sobreviver. - Murmurou sentindo o calor do corpo dele encostado ao seu.
- Espero por isso, ainda terei a oportunidade de poder ouvi-la cantando muitas outras noites para mim. - Cantarolou sensualmente.
- E espera também que eu o ponha para dormir? - Provocou girando o corpo e fitando-o.
- Ao menos poderá tentar, mas não garanto que terá êxito nessa tarefa. - Brincou acariciando seu rosto corado. - Você foi incrível está noite, deixou todos encantados e estou orgulhoso de você, carinho. - Afirmou beijando seu rosto.
- Eu realmente cheguei a pensar que não conseguiria continuar, senti um aperto tão grande no peito que chegava a me deixar sem ar. - Confessou confusa.
- Não está se sentindo bem? - Perguntou preocupado.
- Estou melhor agora, acho que não estou acostumar a tanta pressão. - Explicou olhando ao seu redor. - Sua mãe e Pansy fizeram um excelente trabalho por aqui, ficou tudo encantador.
- Não se esqueça de dizer isso para elas.
- Já disse e tenho certeza de que elas esperam que eu ressalte isso muita outras vezes. - Disse rindo. - Sirius não pára de lhe olhar. - Falou juntando-se a ele em dos pufes espalhados pelo salão.
- Eu sei. - Concordou rindo de lado.
- O que está aprontando? - Perguntou vendo-o colocar sua braço ao redor do ombro dela e a puxar para mais perto.
- Ele está com medo de que Tonks o coloque para dormir no sofá novamente. - Explicou rindo ainda mais.
- E o que você tem haver com isso? - Indagou curiosa.
- Não tenho nada haver com isso, mas ele pretende me incluir. - Disse calmo.
- Continue. - Pediu ainda mais curiosa.
- Ele quer que eu vá para Suíça.
- SUIÇA? - Indagou vendo que sua voz saiu um pouco mais alto do que pretendia.
- Alguns problemas na nossa empresa lá. - Contou remexendo nos cabelos. - Esperava que você pudesse esperar só alguns dias a mais para podermos ir a casa dos seus pais. - Começou fitando-a. - E também é uma oportunidade que você terá em conhecer o país.
- É verdade. - Confirmou brincando com os dedos.
- Não vamos ficar lá muito tempo, prometo que será rápido, mas continuo mantendo minha palavra sobre os dias que poderemos ficar na casa dos seus pais. - Explicou segurando seu queixo.
- Ligarei para mamãe amanhã. - Falou mais calma. - Quer realmente que eu vá com você? - Indagou fitando suas esmeraldas.
- Não só quero como também preciso que vá. - Afirmou fitando os lábios entreabertos da garota.
- Lá é frio. - Murmurou consigo mesma.
- E nessa época lhe asseguro que é bem mais, mas isso não será problema quando temos um ao outro para nos aquecermos. - Provocou fitando-a marotamente.
- Quem sabe você não seja realmente bom o bastante para me aquecer. - Rebateu sentindo seu rosto queimar ao ver o que acabará que saiu da sua boca.
- Caramba, essa doeu. - Afirmou batendo no peito. - Isso foi jogo baixo, carinho, você nunca me deu a oportunidade de lhe provar.
- Não sabia que você era do tipo que esperava uma garota lhe dar permissão para continuar. - Brincou pulando do pufe e o fitando marotamente.
- Não me provoque. - Pediu apoiando as mãos nas pernas e lhe fitando com um olhar perigoso.
- Oh, me desculpe se toquei o ponto fraco da sua masculinidade. - Começou fitando-o com graça.
- Espero que já tenha calculado a distancia entre aqui e a saída, por que tenho que lhe informar que irei lhe pegar antes de dar o primeiro passo para trás. - Ameaçou sorrindo maldosamente.
- Não faria isso na frente de todo mundo. - Disse sem acreditar nele.
- Não me subestime, Hermione. - Continuou vendo-a finalmente desconfiada que ele pudesse fazer isso.
- O que irei fazer quando estiver fora? - Indagou tentando mudar de assunto.
- Como vem se comportando muito mal, a deixarei trancada em casa. - Sorriu maldosamente.
- Em casa?
- Isso, uma casa perto das montanhas e próximo a estação de esqui. - Explicou mostrando que iria se levantar e a vendo andar suavemente para trás.
- Sirius não irá? - Perguntou sentindo suas mãos suarem ao vê-lo chegando perto.
- Não, ele pretende tentar consertar o casamento ficando em casa com sua querida esposa. - Disse ainda mais empolgado ao ver o quanto os dois estavam distantes de todos. - Com medo de ficar sozinha comigo?
- É claro que não. - Afirmou convicta tentando não se mostrar nervosa com a proximidade dele. - Ou se esqueceu que já dormimos na mesma cama?
- Como poderia me esquecer? - Indagou pendendo sua cabeça para perto dela. - De todas as vezes que me portei como um cavalheiro tentando não seduzi-la todas as vezes que a tenho perto de mim.
- Não me prenda na parede. - Pediu se lembrando do que acontecerá da ultima vez.
- Preferiria poder prendê-la em meus braços. - Murmurou brincando com os fios dos cabelos dela.
- Harry...
- Por que sempre me provoca e nunca agüenta quando lhe falo algumas verdades? - Perguntou ouvindo uma voz o chamando.
- Você é muito abusado. - Brigou vendo-o rir mais ainda dela.
- Decida-se, ou me chama de covarde ou de abusado. - Falou girando o rosto para ver Sirius lhe olhar suplicante como se esperasse pela resposta de vida ou morte. - Interessante como um homem se desespera quando tem uma mulher envolvida na historia.
- Sirius sempre deixa tudo chegar ao limite para tentar concertar. - Disse a morena acenando para o homem.
- Pense em como estaremos ajudá-lo. - Disse se fazendo de inocente.
- Duvido que esteja preocupado com isso. - Falou Hermione vendo-o divertir-se com o sofrimento do padrinho.
- Ele bem que merece.
- E...eu nã...não vou viajar com você. - Disse tentando manter sua voz estável.
- É claro que vai carinho, não irei deixá-la aqui. - Disse firmemente segurando seu rosto com ccuidado. - Vou tentar não levar em conta suas provocações quanto a minha masculinidade. - Brincou deslizando seu dedo nos lábios dela. - E não pense que irei atacá-la quando virar as costas mesmo que eu queira, sabe por quê?
- Por quê? - Perguntou zonza com o ar quente que saia da boca dele de encontro ao seu rosto.
- Por que irei esperar o momento em que você virá até mim á procura de algo que quero lhe dar sem esperar em receber nada em troca. - Disse deslizando sua mão pelas suas costas, cintura e parando em seu quadril.
- Você quer que eu me arraste por você como suas fãs? - Indagou com um olhar curioso.
- Arrastar? Acho que está exagerando. - Falou puxando possessivamente seu corpo. - Você não terá que pedir, quando apenas precisa dizer com sua boca o que quer e acatarei sem pestanejar.
- Ainda sim isso é apenas para seu ego. - Acusou sentindo suas bochechas arderem.
- Tenho que confessar que meu ego anda muito baixo. - Disse rindo do jeito que ela falava. - Amanha irá comprar roupas para nossa viagem.
- Você não vai também?
- Terei que ficar o dia todo com Sirius para ele me repassar tudo que preciso. - Puxou-a pela mão andando pelo salão. - Vamos aproveitar a festa antes que você fuja correndo.
- Não zombe de mim. - Praguejou a morena.
- Não estou zombando, Hermione. - Assentiu sem conter a gargalhada. - Não seja mal humorada.
- Pensei que não tivesse deixado os repórteres entrarem.
- E não deixei.
- Então o que são aquela muvuca de fotógrafos ali? - Perguntou confusa.
- São apenas para registrar seu momento. - Disse vendo Lilian chamá-los. - Hora das fotos. - Avisou olhando-a de lado e rindo. O restante da noite havia sido incrível, o relógio avisava que a madrugada havia chegado e com ela a animação da pista de dança, dançaram, beberam, riram e se divertiram o máximo que puderam.
Hermione estava dançando com Pansy deixando que Luna e Rony continuassem atracados no canto da pista de dança, havia sido um custo total fazer com que a loira tomasse a iniciativa, já que Rony parecia tremer só de pensar em chegar perto da garota. Mas tinham certeza de que valera a pena, pois não se desgrudaram mais desde aquele momento.
Draco e Harry bebiam frente ao bar enquanto os pais deles estavam sentados do outro lado do salão conversando animadamente.
- Eu quero que faça algo pra mim. - Pediu Harry para o loiro.
- Já to preparado amigão, manda. - Disse Draco levando a cerveja até a boca.
- Você irá depositar essa quantia nessa conta pra mim. - Entregou o cheque e o papel com alguns dados. - Mas apenas quando eu tiver ido viajar.
- Aposto que não sabem quem você é.
- Não. - Afirmou seriamente. - Ligarei cancelando o pedido.
- Mas irá pagar mesmo assim? - Perguntou o loiro confuso.
- Cumpro com meus acordos Draco, pagarei pelo que pedi, mas no momento não vou usufruir. - Falou pedindo outra cerveja. - Vou ficar alguns dias fora, não vou levar nada comigo, muito menos com Hermione perto de mim.
- Agüentará? - Indagou o loiro.
- Sempre agüento meu caro, ainda não me tornei um viciado compulsivo. - Riu brincando com a tampinha na mão.
- Quantos dias na Suiça? – Perguntou o loiro.
- Poucos, ficarei sabendo melhor amanhã quando me reunir com Sirius. – Falou abrindo outra cerveja.
- Seus pais também irão para a casa dos pais da Hermione?
- Não duvido disso, com certeza no momento em que chegar lá irei dar de cara com eles. – Disse dando de ombros.
- Não irei perder por nada essa reunião de família. – Ironizou Draco rindo.
Harry apenas riu de lado tentando não pensar tanto no que poderia vir a acontecer naqueles dias em que toda a família deles estaria reunida.
Jogou sua cabeça para trás e passou a mão desalinhando seus fios negros, consultou seu relógio e viu que a noite estava apenas começando, ainda podia sentir os sinais visíveis do seu ultimo exagero cometido que mesmo para alguém como ele que estava acostumado.
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N/A: Mais um capitulo para vocês, desculpe a demora o/ Espero que gostem =~] Prometo voltar o mais rapido possivel - FELIZ ANO NOVO A TODOS
Obrigado a minha beta linda Mah e por sua pacieêeencia hihi o/
BEIJOS
:D
Obrigado pelos comentarios e por toda paciencia =)
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