Quatro campeões



  Na mesa do café-da-manhã, Harry encontrou Fred e Jorge atacando Kath, querendo saber quem seria o juiz que escolheria os campeões do Torneio Tribruxo.


  - Anda, a gente sabe que você sabe! – Fred pediu.


  - Não adianta. Além do mais, mesmo que conseguissem burlar o juiz, nenhum dos dois vai ser escolhido campeão! – Kath falou, decidida.


  - Então você já sabe quem vão escolher? – Jorge perguntou, estreitando os olhos. – Quem é? É da Grifinória?


  - Eu já disse que não adianta, eu não vou estragar a surpresa pra vocês! – ela disse.


  - Você ta parecendo a Hermione! – Fred falou, como se aquilo fosse um insulto.


  Harry já começava a comer, rindo da raiva dos gêmeos. Não queria estar por perto quando descobrissem que Cedrico seria o campeão da escola.


  Os primeiros dias de aulas passaram voando. Explosivins, adivinhação, venenos, mais explosivins, maldições imperdoáveis. Os alunos do quarto ano andavam com a cabeça cheia.


  Uma noite, quando todos já haviam ido dormir, apenas Hermione ficou na sala comunal e estava dormindo sobre o livro quando Kath a encontrou.


  - Acorda dorminhoca! – ela falou, cutucando levemente o ombro da outra, que acordou assustada.


  - Eu dormi? Que horas são? – Mione perguntou, assustada.


  - Dormiu sim. São duas e meia da madrugada.


  - O que você está fazendo acordada? – Hermione perguntou.


  - Eu não estava conseguindo dormir. – Kath falou, preocupada.


  - Alguma coisa te incomodando?


  - Cedrico. Ele não está me dando bola, mas aquela visão que eu tive me deixou com um mau pressentimento. – ela disse, olhando pela janela escura.


  - Talvez você esteja se preocupando à toa por que gosta muito dele? – Hermione falou, em tom de dúvida.


  - Talvez.


  - Você está muito dividida, Kath. Dá pra ver no seu rosto. Talvez seja isso que esteja te preocupando de verdade. – Mione chutou.


  - Eu não sei. Eu amo o Harry desde sempre, você sabe, eu sonhava com ele. Mas o Ced é diferente, ele está sempre lá pra mim e não tem medo de dizer que me ama, mesmo achando que eu não sinto o mesmo. – Kath mordeu o lábio.


  - Achando? Você sente o mesmo?


  - Eu não sei bem, mas eu sei que eu não consigo imaginá-lo fora da minha vida. Eu quero estar com ele quase o tempo inteiro e só o que impede que eu fique é que eu quero estar com o Harry também.


  - Você tem que deixar acontecer Kath. Eu amo você e amo o Harry também e eu adoraria ver os dois juntos, mas talvez não tenha que ser assim. Você veio pra cá e já tinha tudo definitivo na sua cabeça, você ficaria com o Harry e ponto final, mas nem sempre as coisas são como imaginamos. – Mione falou. – Sabe, você esteve sempre lá para o Harry, e agora está na hora de ter alguém por você. Além disso, faria bem pro Harry sentir um pouco a sua falta.


  - Você sempre sabe o que dizer, menos quando se trata de você mesma!


  - O que disse?


  - Nada, ta na hora de irmos dormir. Amanhã chega o pessoal de Beauxbatons e Durmstrang e vamos estar cheias de olheiras. – Kath falou, fingindo-se de inocente.


  Elas subiram para o dormitório e dormiram rapidamente. Os estrangeiros causaram um grande rebuliço na escola, principalmente Vítor Krum, o super-astro do quadribol, que deixou Rony babando. Quando descobriram quem escolheria os campeões das escolas os garotos começaram imediatamente a bolar meios de enganar o Cálice de Fogo. Fred, Jorge e Lino Jordan estavam de cabeças juntas bolando todo tipo de idéias mirabolantes.


  Dino, Simas e Neville estavam discutindo sobre quem seria escolhido para representar Hogwarts.


  - O pessoal da Lufa-Lufa está falando em Diggory... – Neville falou.


  - Eca! Ele não! – Dino falou, fazendo careta.


  - Por que não? – Kath perguntou, levantando as sobrancelhas.


  - Aquele bonitinho, capitão do time de quadribol e monitor? – Simas respondeu, fazendo careta.


  - E daí? – Kath quis saber.


  - A Kath é amiguinha dele! – Rony falou em tom de acusação. Como para confirmar, Cedrico acenou para ela fez um gesto para que ela fosse para junto dele na mesa da Lufa-Lufa, ao que ela foi imediatamente, sem dizer mais nada.


  Enquanto eles eram dispensados pra irem dormir, Harry ficou olhando para Kath com Cedrico. Ele sabia que ela era bonita, mas nunca tinha percebido o quanto. Não era apenas Cedrico que a cercava, vários garotos olhavam para ela admirados, até mesmo alguns da Sonserina. Como ele não percebera isso durante todos esses anos? Enquanto ele olhava, Cho Chang passou e sorriu para ele e seu rosto esquentou imediatamente.


   Naquela noite Kath não conseguiu dormir, como acontecia com freqüência ultimamente. Ela era constantemente perturbada por pesadelos onde via relâmpagos de luz verde e cemitérios. Tinha raiva porque não conseguir tirar nenhuma conclusão deles, apenas uma sensação ruim, que a deixava sufocada e não a permitia dormir. Essa sensação voltou com tudo quando o nome de Cedrico saiu do Cálice de Fogo no dia seguinte e mais ainda quando o nome de Harry também. Quando todos os alunos foram dormir, Kath se escondeu no Salão Principal para esperar que Harry saísse.


  - E então? – ela perguntou, quando Harry saiu com Cedrico, algum tempo depois.


  - Não tem jeito, eu vou ter que participar do torneio. – Harry falou sem saber se ria ou não. – Você sabe que não fui eu que pus meu nome lá, não sabe?


  - Claro Harry! Além do mais, você não é esperto o suficiente pra enganar um feitiço que o próprio Dumbledore pôs e muito menos um objeto mágico poderoso como o Cálice!


  - Obrigado! – Harry falou, sarcástico, mas grato por isso.


  - Então você não colocou seu nome mesmo? – Cedrico perguntou.


  - Não.


  - Ao contrário do que as pessoas pensam, Harry não gosta de viver por um fio. – Kath falou, decidida.


  - Tudo bem então. Boa noite. – Cedrico falou, beijando Kath e descendo as escadas para a cozinha.


  - Ele não acreditou. – Harry disse, quando ele e Kath estavam subindo para a torre da Grifinória.


  - Pouca gente vai acreditar em você. – Kath falou daquele jeito misterioso que ela falava às vezes e que costumava dar calafrios em Harry. A garota segurou a mão dele. – Você vai se dar bem Harry, você sempre se dá.


  - Obrigado.


  No dia seguinte, Harry ia descendo para o café-da-manhã sem querer ver ninguém. Já estava de mau-humor por ter brigado com Rony. Ele encontrou Kath discutindo acaloradamente com alguns garotos do quinto ano e ficou exasperado. Kath nunca brigava com ninguém, as únicas vezes em que ela se descontrolou foram no segundo ano quando acusaram Harry de abrir a Câmara secreta.


  - Se vocês puderem guardar suas opiniões pra vocês eu agradeço, afinal, ninguém lhes perguntou nada. E antes de falarem do que não sabem, procurem fatos concretos ao invés de fofocas. – ela ia dizendo, quando viu Harry e se dirigiu para ele, deixando os garotos tão chocados quanto o próprio Harry.


  - O que houve? – ele perguntou, já imaginando a resposta.


  - Eles estavam falando bobagens sobre você. – Kath falou ainda vermelha de raiva.


  - Eu não quero que você brigue com as pessoas por minha causa de novo.


  - Você não me conhece? Há poucas coisas que me fazem perder o controle e uma delas é que mexam com as pessoas que eu amo. Você acha mesmo que eu iria ficar calada?


  - Eu acho que não. – Harry riu, internamente contente pela parte “pessoas que eu amo”.


 

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