Capítulo 1



Insone(s)




Friendship / Romance


Shipper: Harry e Hermione


N/a: Harry Potter e companhia limitada não me pertencem.


Observação: Uma pós-hogwarts, eu não tenho idéia se há spoiler além das do primeiro livro.


Aviso: Fic não betada.




Sinopse: A verdadeira razão de Hermione dormir sempre com Harry...


Sinopse²: “Não consigo dizer se é bom ou mal; assim como o ar, me parece vital” (Fogo - Capital Inicial)


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Por favor não vá ainda
Espera anoitecer
A noite é linda
Me espera adormecer
Não vá ainda
Não, não vá ainda...


(Zélia Ducan – Não vá ainda)


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“(...) Mas notara que dormir, realmente dormir com alguém, dava aquela sensação de intimidade, como se seus sonhos fluíssem de você para se misturar com os dele e envolvessem a ambos em um manto de conhecimento inconsciente.”


A Viajante do Tempo - Diana Gabaldon.


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-Li em algum lugar – ele começou zombeteiro. – Que “bons amigos quase nunca dividem o mesmo travesseiro. Ou a mesma cama”.


-Isso não se adequa à gente. Somos melhores amigos – murmurou sonolenta, apertando o rosto nas costas dele. Sua mão gelada deslizando ao encontro do peito despido dele, brincando distraidamente com os pelos que se encontravam ali.


Harry sorriu e fechou os olhos – a resposta lhe parecendo cabível -, se deixando ninar pela respiração cadente de Hermione às suas costas.


-- x --


O primeiro dia (que dormira na cama dele)


Nunca tivera necessidade alguma de dividir uma cama com Harry. Então, a primeira vez que ela dormira no quarto dele fora um acidente, um “fato isolado”, melhor dito; ou algo que se pode considerar assim...


Eles haviam bebido tanto (culpa total e exclusiva de Jorge; este que garantira por sua vida que as gemadas não continham álcool) que era de se espantar que, no dia seguinte, recordassem os nomes um do outro. E otras cositas más.


Não costumavam falar sobre esse incidente, no entanto.


Não parecia certo, ou agradável, comentar o quanto ficaram profundamente abalados pela descoberta de já ter “conhecido” de maneira íntima o melhor amigo. E da frustrante sensação de não lembrarem praticamente de nada.


A única sensação que ficara fora a de conforto.


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A segunda vez


Talvez por isso, dois dias depois, nervosamente, Hermione batera na porta de Harry.


Mordendo o lábio inferior.


Ela simplesmente tinha de resolver aquilo, para o bem de sua sanidade mental e da amizade que mantinha com Harry. Prometeu que esqueceria o assunto assim que esclarecesse as coisas.


Harry abriu a porta instantes depois, sorrindo ao observar a amiga.


-Posso falar um instante com você?


Harry franziu o cenho, e deu espaço à morena, estranhado por ela não ter simplesmente entrado no quarto depois de bater a porta.


-Eu queria pedir desculpas... por aquele dia – ela desviou o olhar.


O homem riu. – Ora, Mione! Não há problema algum, não havíamos combinado assim? Não nos lembramos de muito mesmo.


-É só que... ah Harry, parece tão estranho. Eu não quero que as coisas fiquem... distintas entre nós.


Harry sorriu com carinho para a morena, - Venha aqui – ele tomou a sua mão e a dirigiu até sua cama. Se sentou e a fez fazer o mesmo.


-Harry...?


-Você dormirá comigo aqui, hoje – explicou, quando a mulher insistiu.


-Perdão?


-Hermione, nós somos amigos há muito tempo. E, agora, não estamos bêbedos – ela deu uma risada nervosa. - Vou lhe mostrar que não precisa ter medo de mudanças, somos os mesmos melhores amigos que éramos antes do natal nos Weasley.


Ela o fitou. Era como se estivesse lhe passando a mensagem: “você enlouqueceu”


Aquele plano era o mais estúpido que Harry já proclamara, e ele já tivera sua cota de planos absurdos... Parecia totalmente fadado ao fracasso, como todos os outros “brilhantes planos” que o moreno criara.


Hermione era esperta o suficiente para saber que as chances de sucesso não estavam boas para eles (sobre provar que ainda podiam ser os melhores amigos de sempre, esquecer o incidente e blábláblá). Ela sabia sinceramente que não estava o suficientemente desconfortável perto de Harry para não apreciar uma recaída, ainda mais se isso significasse ter, no dia seguinte, a memória intacta.


Deus misericordioso!, ela pensou envergonhada consigo mesma, seus olhos desviando do amigo, ao qual fitava sem se dar conta.


Não, definitivamente uma noite na cama de Harry – com Harry – estava fora de cogitação.


Por que diabos tivera a sensacional idéia de discutir sobre “conheci a anatomia do meu melhor amigo” na hora de dormir?


Mas quando Hermione tornou a falar, era como se todas as razões para não estar ali tivessem desaparecido:


-Está bem – foi o que ela disse.


“Garota, você enlouqueceu”


Provavelmente. E, tenho certeza, foi em algum momento entre o natal e... aquele dia no trem, quando conheci o Harry.


--


O quinto dia


Dera tão certo aquela coisa de provar que eram melhores amigos sem intenções sexuais latentes um para com o outro que era a quinta vez que Hermione dormia naquele quarto, naquela cama, com seu melhor amigo. E não acontecera nada.


Era a quarta vez consecutiva que dormia ali com Harry para comprovar a “tese” dele.


Sinceramente? Já estava mais que comprovado, todo o incidente já fora esquecido.


E, no entanto, ela relutava em deixar a fase da “comprovação da tese” passar.


Havia alguma coisa errada com ela. Algo completamente distorcido.


O que quer que fosse, a impelia para Harry. Fazia ela relaxar ao seu lado, bem mais do que era aconselhável.


E por mais que ela não se permitisse pensar. Não era como se houvesse esquecido do “incidente”. Depois do que acontecera no natal... era como se não fizesse sentido dormir sozinha. Dormir sem Harry.


Chegada a esta conclusão, o que mais poderia fazer senão ponderar sobre isto? Hermione dispensou uma noite com Harry para pensar em suas possibilidades, por assim dizer.


--


Sexto dia


E ela voltou ao quarto do amigo mais três dias depois. Com uma desculpa capenga, mas muito eficiente: trabalho.


Nem foi difícil fazê-lo lhe oferecer ajuda. Ela tinha tantos afazeres...!


Harry recolheu o material espalhado sobre o chão quando a amiga cochilou.


Ela estava incrivelmente adorável com os cachos deslizando mansamente por seu rosto conforme sua respiração. Era quase um pecado movê-la da posição e do lugar que se encontrava, corria o risco de acordá-la, mas ele não podia deixá-la tão desconfortável, sobre o tapete...


Postando todo o material em sua escrivaninha e depois de retirar a colcha que forrava a cama, se voltou para a amiga. A moveria com cuidado.


Quando Harry a depositou em sua cama, o mais cuidadosamente que pôde, Hermione despertou. Ela pareceu confusa por um instante, até sentir a mão dele acariciando seu cabelo.


-Tudo bem? – ele indagou baixinho.


Ela assentiu preguiçosamente, fechando os olhos ao aproximar mais o rosto da mão dele, como se pedisse por mais carinho.


Então a morena abriu os olhos, como se apenas agora houvesse lembrado de algo importante. – Oh Harry, você deveria ter me acordado.


O homem riu suavemente. – Claro meu amor. Eu tentarei lembrar da próxima vez – retrucou ao lhe cobrir e dispensar lhe um curto beijo.


-O que está fazendo?


-Lhe dando um beijo de boa noite?


Ela virou os olhos – Não quanto a isso. Está tarde, você também deveria estar na cama.


-Estarei com você em instantes. Preciso apenas organizar melhor a papelada que coloquei na escrivaninha. E nem pense em se mover.


A morena ficou de lado na cama, observando-o, sua mão apoiando a cabeça, ela sorria suavemente.


--


E ela passara diversas noites na cama com Harry. Aquecendo-se com ele. Inocentemente dormindo – independente de seu mais novo vicio ter algo que ver com a necessidade de dormir com seu melhor amigo, em sua cama, quantas noites fossem possíveis.


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Um dia sem Harry


Já é tarde, ela lembrou distraidamente. E Harry está de serviço, passará toda noite fora.


Então por que você ainda o está esperando? Sentada ao sofá, Hermione observou mais uma vez a casa silenciosa e suspirou pesadamente.


Não era difícil entender o porquê.


Era desconcertante perceber que estava sentindo horrivelmente a falta de Harry. E não estava lidando da melhor forma com isso.


Estava tudo tão silencioso, que era impossível não sentir sua falta. Das conversas até tarde, de estar a sua cama, sentindo-o abraçá-la. Ou acordar consigo mesma prendendo-o num abraço aquecido.


Ela estava plenamente consciente que aquela sua atitude beirava o patético e que agir daquela forma não traria o amigo para compartilhar a cama. Mas permanecia insatisfeita.


Decidiu por fim ir se deitar.


Naquele dia, ela descobriu um tanto chocante: Hermione notou que, dormir na cama de Harry não produzia o mesmo efeito que dormir na cama de Harry com Harry. Independentemente de que, ao amanhecer, ela estivesse impregnada do cheiro dele...


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-O aquecedor do meu quarto pifou...


Sorrindo, Harry cedeu espaço para que ela deitasse ao seu lado e Hermione retribuiu o sorriso, aproximando-se o máximo que pode dele, odiando o instante de frio que passara até chegar à cama dele.


Ambos sabiam que ela mentira descaradamente, (sequer havia aquecedor nos quartos!, a temperatura neles, assim como na sala, eram controladas por feitiços) nenhum deles se importava realmente.


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Quando chegara ao segundo mês, ela resolveu dar um chega.


2º mês


Hermione decidiu que deveria parar de inventar desculpas para dormir na cama do amigo, ainda mais depois da última que inventara... Estava se tornando uma mentirosa compulsiva só para dormir naquela cama. E, francamente, mentia muito mal.


Sentia seu rosto queimar ao lembrar da noite anterior, não se incomodara naquele momento porque estava certamente mais preocupada em cair nos braços de Morfeu. Agora, porém, que não estava sob o efeito tranqüilizante que o colchão de Harry tinha sobre si... sentia-se muito envergonhada.


Talvez já estivesse o incomodando e ela conhecia bem o suficiente Harry para saber que ele não iria se queixar.


Então, a primeira noite que dormira sozinha depois de muito tempo, fora apenas um modo de falar. “Dormir” fora o que ela não fizera. A frase certa seria, mais ou menos assim: “a primeira vez que virara a noite (acordada) depois de muito tempo, foi porque estava sozinha”.


Não foi uma noite agradável. Ela sentia falta do corpo de Harry perto do seu, do cheiro dele impregnado nos lençóis e travesseiros. Sentia falta da respiração dele em sua pele e até mesmo de seus movimentos na cama... Ela passou a noite inteira desejando ir para o quarto ao lado, mas permanecera de olhos fechados procurando um sono que não vinha.


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A segunda noite dormindo sozinha fora tão ruim quando a primeira. Ela apenas mudara o foco: observou o dia nascer pela janela.


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E a terceira, foi ainda pior. Ficou deitada de lado em sua cama, enquanto observava o tempo passar lentamente por um antiquado despertador trouxa revestido em madeira, que sua avó lhe dera.


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Ela iria desistir, qual era a importância de preservar o orgulho e ser plausível em suas pequenas mentiras quando estava indo, provavelmente, para a quarta noite sem dormir?


Aquilo já estava atrapalhando seu trabalho, a convivência com as pessoas – estava de um mau-humor tão explosivo que ninguém se atrevia a lhe desejar um “boa dia” sequer -, ela precisava dormir! Mesmo que para isso tivesse de pedir emprestada a cama de Harry... e o seu corpo.


A morena já estava resoluta a ir ao quarto ao lado, procurando uma desculpa, por mais fraca que fosse... Disposta a, até mesmo, pedir “por favor”, quando o inconfundível ranger de sua porta abrindo a assustou.


Ela se voltou a tempo de ver seu melhor amigo atravessar com dois largos passos a distancia entre a porta e sua cama e, sem cerimônia alguma, deslizar para debaixo da colcha com os olhos semi-cerrados, como se estivesse no piloto automático - Hermione se considerou uma tola por sentir uma alegria absurda por conta da cena que via...


Então os braços dele a puxaram bruscamente para si e ela sentiu que seu coração parara por um segundo enquanto ele inalava seu cheiro; o rosto de Harry escondido em seu pescoço. Ela deixou que ele o fizesse por incontáveis minutos, sentindo-se, no momento, desperta demais para desejar fechar os olhos.


Eles não falaram àquela noite.


Logo, Hermione lhe deu as costas, encostando seu corpo ao do amigo e Harry se moldou a ela, lhe abraçando por trás. Sua respiração na nuca dela e finalmente Hermione conseguiu fechar os olhos e dormir.


Desde então ela já não arrumava desculpas para dormir ao seu lado...


-- x --


Hermione observou seus olhos fechados enquanto seu queixo estava apoiado no peito dele.


-O que foi? – ele perguntou, ainda de olhos fechados.


-Você quer que eu volte para minha cama?


As mãos de Harry pousaram na cintura dela. – Não quero.


Ela ergueu o corpo a ponto de ficar com o rosto acima do dele, e lhe dispensou um beijinho nos lábios, antes de se recostar novamente sobre o homem.


-Durma bem, Harry.


-Eu vou – retrucou ele, apertando levemente os braços em torno dela.


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N/a²: A primeira parte e essa parte do final, só pra constar, são dias diferentes, viu?


Não tenho idéia se esta fic está terminada. Provavelmente não. Mas meu objetivo com ela era mostrar a amizade de Harry e Hermione. Então... Por agora imagino que seja isso.


Espero ainda assim, tenham se divertido, como eu me diverti a escrevendo; desculpem meus erros.

OBS: Esta fic tem mais um cap. que logo postarei.


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