DCAV
Harry acordou pela tarde no dia seguinte. Suas malas já arrumadas indicavam que no próximo dia, haveria a partida para Hogwarts. A saudade da velha escola, batia no seu peito, contando até mesmo os infortúnios que ela produzia, como Draco Malfoy. Ele se perguntava o que o Malfoy deveria achar do último encontro deles, afinal não é todo o dia que se depara com um vampiro esfomeado. Enquanto pensava, descia as escadas pesadamente, quase carregando seus pés. Ouvia a conversa lá da cozinha da Sra. Weasley e Tonks, pareciam animadas. Olhou ao redor, a sala estava vazia, onde estavam seus amigos? Surgiu lentamente no campo de visão das duas mulheres que o fofocavam intensamente, ambas calaram-se como mágica.
- Bom dia... – Cumprimentou um tanto constrangido.
- Bom dia, Harry! – Exclamou Moly, tentando disfarçar.
- ‘Dia. – Sorriu Tonks
- Venha querido, eu preparei algo para você comer. – Falou a Sra.Wealey maternamente como sempre fazia.
Abriu a geladeira e colocou na mesinha duas torradas. Lambusou-as com a geléia de morango com menta preferia de Harry. O garoto cicatriz agradeceu e sentou-se a mesa, olhando para os lados, desconfiado. A sua barriga roncava não de fome vampírica, mas de bruxa mesmo. Ainda era um, e não poderia negar. As duas mulheres voltaram a fofocarem sussurrantes.
- Sra.Weasley, sem querer incomodar, mas onde estão Rony e Mione? – Perguntou, interrompendo novamente a conversa das duas.
- Estão junto com o Lupin e o Arthur pegar algumas coisas que faltavam de comida e também passar nos Gringotes. Não se preocupe, eu pedi para o Remo pegar uma quantia de dinheiro para você também. Eu ia acordar você, mas sequer se mexeu! Tive que mexer em suas coisas. Desculpe... – Desculpou-se Moly, sorrindo e gesticulando com as mãos.
- Ahn, OK. Não se preocupe. – Disse Harry, terminando as suas torradas, um pouco irritado por não ter acordado e perdido o passeio.
Quando ele se levantou, acabou caindo na cadeira de susto. Um tufo grande e escuro de penas marrom adentrou a cozinha do Grimmauld Place, batendo em várias coisas e derrubando utensílios. Tonks xingou baixinho, mudando a cor rosa pink de seus cabelos para vermelho sangue, despertando algo no interior de Harry. Este balançou a cabeça negativamente, se levantando e pegando no ar a coruja velha. Segurou-a até que se acalmasse e percebeu que carregava um pequeno jornal. “Profeta diário” pensou. A Sra.Weasley vasculhou no bolso de seu avental com a mão e retirou algumas moedas. Entregou a Harry que depositou na pequena bolsinha de couro que o animal carregava. Pegou o jornal e soltou-a, deixando que saísse pela janela e sumisse, voando entre as casas.
- Demorou, eihn!? – Comentou Tonks, arqueando as sobrancelhas e fazendo o seu cabelo voltar à cor anterior, rosa.
- Pois é, o Profeta sempre chega logo pela manhã. – Comentou a Sra.Weasley, recolhendo o prato de Harry e o lavando. Em seguida, entregou um copo de achocolatado para o mesmo, que estava na geladeira.
- Hum...
Harry desenrolou o jornal e deixou cair um papel vermelho no chão. Estranhou e se abaixou, pegando-o. Leu em voz alta para as duas, que morriam de curiosidade, assustadas com o acontecimento. Não era normal o Profeta mandar avisos.
- “Caros leitores, sentimos muito pela demora da entrega. Ocorreu um pequeno imprevisto, mas não se preocupem. Há muitas pessoas pedindo o exemplar de hoje e estamos com um pouco de atraso nas entregas. Qualquer dúvida ou crítica mande-nos uma carta. Obrigado pela atenção. Ass: O Profeta Diário.”
- Atraso nos pedidos? Abre logo e lê de uma vez Harry, eu quero saber qual é as novas. Cara, que curiosidade! – Exclamou Tonks, com um sorriso crispando entre seus lábios.
Harry arqueou as sobrancelhas, e para que não fosse metralhado pelos olhares alheios, foi para a sala. Sentou-se no sofá escuro e abriu o jornal. Intrigado de mais, queria saber o que acontecia. Até agora, sempre lia os jornais para saber sobre alguma notícia dos vampiros. Será que finalmente o ministério liberou as informações? Indagou para si mesmo.
Folheou curioso, lendo notícias como: “O time dos Baskers vence a partida!”, “Rosa Antonieta promete passar uma receita de musgos floridos”, “O ministério das poções adverte: Tomar a poção da verdade muitas vezes, causa contra indicações graves, você nunca mais poderá mentir!”, “Jonny, o bruxo que descobriu o Tetranol, uma criatura nova.”. Já havia folheado metade do jornal de trás para frente, quando seus olhos se esbugalharam e sua boca entreabriu.
Praticamente tendo mais de sete páginas, informações sobre o que o garoto tanto esperava, vampiros. Harry engoliu em seco, atordoado. Começou a ler e os que mais lhe chamaram a atenção foram:
“Vampiros: Novas ameaças”
(...) Noite retrasada, o ministério da magia recebeu cartas, avisos e berradores de vários covis da região. Segundo o novo ministro da magia, Rufus Scrimgeour, os avisos podem ser reconhecidos como apenas uma brincadeira ou trapaça, mas parece que há uma enorme preocupação. (...)
“Ataque mútuo de vampiros mata vinte bruxos”
(...) Nesta última sexta feira, um clã de vampiros atacou um restaurante conhecido, o McMágia. O massacre foi considerado um dos piores de todos os tempos, no qual os vampiros ousaram fazer. Vinte pessoas foram mortas, mutiladas e seus corpos deixados sem uma única gota de sangue. Incluindo velhos, crianças e mulheres. Segundo o ministério, serão tomadas previdências. (...)
“Vampiros vs Bruxos – Nova guerra.”
(...) Parece que uma nova guerra está se formando. Com a proibição das notícias sobre os assassinatos pelo ministério, as pessoas estão se assustando. “Os vampiros, estão declarando guerra” Argumenta um bruxo aflito pela novidade um tanto, grotesca. (...)
A última foi a que mais lhe chamou a atenção. As outras, eram apenas boatos e histórias mal esclarecidas. Harry suava frio, receoso. Não acreditava que os vampiros estivem jogando tão baixo, vinte pessoas!
“Ministério Adverte: Nova matéria será ensinada nas escolas”
(...) Exatamente, uma nova matéria será ensinada nas escolas bruxas. O material será dado e os períodos encurtados. Não haverá oportunidades ou chances, o ministério está preocupado com a vida de seus eleitores. O nome será Defesa Contra as Artes Vampíricas (DCAV). (...) Dumbledore confirma, Hogwarts terá esta matéria. (...)
- O que!? Nova matéria? – Exclamou Harry, chamando a atenção de Moly e Tonks.
O garoto cicatriz estava pálido, os lábios secos. Seus olhos escuros pareciam vagos com as notícias. Tonks foi a pulinhos na direção dele, pegou seu jornal com força, porque ele não queria largar, e voltou junto da ruivona. Nesse mesmo instante, a porta da frente se abriu. Cabisbaixos adentraram Remo, Arthur, Rony, Hermione e Gina. O garoto se perguntava o porquê do desanimo, mas logo descobriu pelo jornal que sua amiga de cabelos castanhos carregava.
Os dois homens atordoados foram até a cozinha, já recepcionado por perguntas e medo estampados nas faces. Rony, Hermione e Gina sentaram-se na sala junto a Harry, em silêncio. O clima obscuro que era criado ali parecia um velório.
- Leu o jornal? – Perguntou Hermione, com a voz quase apagada.
- Sim. – confirmou Harry, crispando os lábios.
- O ministério teve coragem de esconder isso desde o começo! – Falou Rony, indignado.
- Mas e o seu pai, porque não contou antes? – Indagou Harry, receoso.
- Ele soube ontem de madrugada, quando foi chamado para o trabalho. Chegou essa manhã terrível, estava mau mesmo. – Responde o ruivo, encarando a irmã Gina, que estava em silêncio. – Ei garota, vai procurar o que fazer.
- Não, eu vou ficar aqui. Não tenho nada pra fazer e quero participar da conversa. – Irritou-se Gina, falando de supetão surpreendendo até Harry que era acostumado ao silêncio e a obediência dela.
- Eu quero conversar com meus amigos! – Retrucou Rony, cruzando os braços.
- Deixa ela ficar aqui, Rony. – Defendeu Harry. Sempre tivera um carisma pela garota e achava que ela já tinha idade para participar das conversas deles, ou melhor, certas conversas.
- É Rony, deixa de ser idiota. – Meteu-se Hermione, empurrando de leve o ruivinho.
- Ei! Argh... Está bem.
- Assim está melhor. Vocês viram, DCAV!? – Falou Harry, ainda espantado com as revelações.
- Vimos eu já ouvi falar dessa matéria. É ensinada individualmente mais tarde para alunos que seguem estudos sobre vampiros. – Informou Mione, lembrando-se dos livros de história. – A última vez que foi ensinada em público, foi a 500 anos, na primeita confronta entre Vampiros e Bruxos.
- ...
- Fale mais. – Pediu harry, interessando-se pela primeira vez nas histórias da amiga que sempre tinha as informações necessárias.
Sentindo-se contente por estar sendo útil e finalmente ouvida, continuou.
- Há 500 anos, uma guerra foi iniciada. Chamou-se a Guerra Vermelha, travada entre Bruxos e Vampiros. Ela não durou muito, apenas alguns meses, em que protestos e mortes decorreram. Os vampiros lutavam pela liberdade de expressão e o direito de serem considerados criaturas racionais, porque até aquele tempo, eram apenas conhecidos pelas mortes, falta de pensamentos e como criaturas grotescas. Irracionais, melhor classificando.
- Então os bruxos achavam que os vampiros eram burros, como o que eu tenho lá no porão de casa? – Perguntou Rony, interrompendo.
- Sim. – Respondeu Mione. – Os vampiros são considerados por várias raças. Os não-pensantes(lóditus) e os pensantes(pólidus), como nós.
- Então já houve outra guerra. – Comentou Gina, com um dos dedos da mão direita entre os lábios.
- Sim, mas ela foi curta. Os bruxos decretaram que os vampiros da raça Pólidus tinham direitos. E o ministério resolveu mudar essas regras recentemente. – E finalizando, Hermione umedeceu a garganta. – Os vampiros não gostaram disso. E com os avanços tanto tecnológicos como mentais, aumentou o poder entre eles. Ou seja, fortificou as uniões pelo mundo todo.
- Isso quer dizer que não é só aqui? – Perguntou Harry, preocupando-se.
- Exatamente! Hoje quando eu acordei, vi o Sr.Weasley conversar com o Remo e o Romulos. Ele disse que recebeu uma ameaça de que havia diversas organizações aguardando o comando de ataque alfa.
- Alberon. – Balbuciou Harry.
- Exatamente! – Confirmou Mione.
- Mione, você tem uma cabeça! Acho que deveria trabalhar para o ministério como a cabeça pensante! – Falou Rony, impressionado. Hermione corou.
Gina parecia boiando no assunto. Ela apenas tentava capturar um ponto aqui e outro ali, já sabia que Harry era um vampiro. Desde o dia da Floreios e Borrões desconfiava e ontem, comprovou. Viu Snape trazer alguns sacos de sangue do bando de sangue. Apenas encolheu-se no sofá, pensando.
- E o novo ministro. – Comentou Rony.
- Rufus Scrimgeour. – Disse Harry, lembrando-se do artigo.
- Sim, trocou de lugar com o Cornélio, graças a deus. Ele parece ser uma boa pessoa.
- Hum.
A conversa se seguiu, trocando pensamentos e histórias. A noite passou rápida e o amanhecer foi tumultuado. Havia dois carros do ministério aguardando lá fora e sete pessoas para serem carregadas. Um presente de Rufus, dizia Arthur o tempo todo, emocionado. Para Harry foi uma tortura acordar, e conseguiu faze-lo, agonizante, é claro.
- Hogwarts, que saudade. – Disse Rony, carregando a sua mochila e Pichitinho em sua gaiola.
- Quero ver como vamos nos virar com essa história de guerra. – Emendou Harry. – Não vai ir ninguém.
- Acho que a escola vai encher. Hogwarts é seguro, mais seguro que as próprias casas. – Disse Mione, com Bichento entre seus braços, espichada no sofá da sala.
Gina bocejou, irritada. Não tinha nada pra fazer então resolveu cuidar de Harry, iria segui-lo e descobrir mais coisas.
- Vamos garotos e garotas! – Gritou o Sr.Weasley animado, descendo as escadas que davam para o segundo andar.
- Ele está mais animado que nós. – Sussurrou Rony, sorrindo de canto.
Todos seguiram para a rua. No primeiro carro, Rony, Hermione, Gina e Tonks. Harry foi obrigado a ir no outro com Remo, Romulus e o senhor Weasley. Ele mal sabia, mas iria se encontrar e conhecer o novo ministro. A última coisa que Harry viu antes de partir foi a Sra.Weasley abanando para todos. Suspirou, lembrando vagamente de Sirius, que saudades... Queria que ele estivesse lá para ajudá-lo a tomar a decisão certa. O tempo corria, e o perigo aumentava a cada segundo.
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