O Ataque
Quinta-feira, 9:15. Harry estava com tudo pronto. Os Dursleys, haviam ido para um jantar com os vizinhos e obviamente o deixara sozinho.
Harry estava pegando um pouco de comida pra levar, quando alguém, bateu na porta da frente.
- Acho que eles devem ter chegado...mas eu achei que eles vinham de modo mágico...bom...deixa para lá...
Ele foi em direção a porta, novamente bateram. Abriu. Não havia ninguém. “Mas como!! Bateram agora mesmo!! Será que eu estou realmente tendo alucinações!? Depois de ontem, não duvido...” pensou.
Seguiu alguns passos para fora. Ninguém.
- Devo estar começando a ficar maluco...
Harry vai até a calçada, com as suas malas e a Edwiges. Um Erro fatal. Um raio verde acertou-o nas costas, fazendo tombar. Harry levantou-se aos poucos e ao se dar conta, estava cercado por comensais, ali mesmo na rua dos alfeneiros. “Mas como!?!? Todos estavam rindo, como alguém não percebera isso antes!?”. Seus pensamentos foram interrompidos, quando um dos comensais se destacou da roda.
- Então Harry, a quanto tempo!? – Disse uma voz feminina.
Aquela voz...
- Se lembra de mim, ou vou ter que dar um toque!?
O Vulto negro tirou o capuz. “Não pode ser!!!” pensou Harry.
- B.. Bellatrix?
- Feliz em me ver bebê Potter?
O Sangue de Harry começou a correr mais rápido em suas veias, sua respiração começou a ficar ofegante e seu coração batia de forma descompassada.
“Como essa desgraçada tem coragem de aparecer na minha frente depois do que ela fez”, pensou Harry.
Harry estava furioso. A assassina de Sirius estava ali na sua frente. Ele queria machuca-la. Ele queria....MATA-LA!
Os acontecimentos no Departamento de Mistérios ainda estavam frescos em sua memória. Só havia passado 3 semanas desde que voltara de Hogwarts. Desde que chegou na rua dos Alfeneiros, praticamente todos os dias, os fatos passavam na sua cabeça, desde o momento onde deu de cara com os comensais até a morte de Sirius. Essa era a pior parte. A cena parecia passar em câmera lenta, torturando-o . Ele via o corpo de Sirius tombando para trás em forma de arco, poderia dizer que era gracioso, se não fosse tão triste, para logo sumir ao passar pelo véu. Harry se sentia mal toda vez que lembrava isso, que teimava a acontecer normalmente antes de dormir. Sentia-se culpado pelo perigo de vida que tinha colocado nos ombros de seus amigos. Sentia-se culpado pela morte de Sirius. Tentava praticar oclumancia para não ver mais essas imagens, mas não adiantava. Ou não conseguia ou lá no fundo ele não queria que funcionasse, para assim se punir.
- O que aconteceu bebê? Perdeu a língua? Ou ta com medinho porque seu querido padrinho não está mais aqui para te proteger? - Disse Bellatrix rindo, sendo seguida pelos outros comensais que ali estavam. Isso fez Harry despertar de seu transe e furioso gritou:
- CALA A BOCA! LAVE SUA BOCA ANTES DE FALAR DE SIRIUS! VOCÊ VAI ME PAGAR SUA DESGRAÇADA!!!
- Tsc, tsc. Que boca suja Potterzinho, seus pais não te deram educação??
Ops, desculpe, eles também morreram. - Disse Bellatrix rindo novamente.
Harry sabia que não tinha como acabar com todos aqueles comensais. Eles eram sete e ele apenas um e ainda nem tinha pegado sua varinha. “Lupin disse 9:30, eu sai às 9:15. Talvez se eu enrolar um pouquinho eles cheguem” Pensou Harry. “Mas,....ela tá ali, tão perto. Eu quero...” continuou Harry em seus pensamentos, tentando se controlar ao máximo.
- Bem Potterzinho, tá na hora! O Lorde disse que podíamos nos divertir. Só precisamos levar o corpo no final, para a confirmação dele. Acho que ele vai mandar os seus pedacinhos para o Dumbledore depois.
Disse Bellatrix, com um sorriso sádico na face.
“Droga” Pensou o Harry. “Se esse é o meu fim, pelo menos lutarei até o meu limite. Quero pelo menos acertar minhas contas com a Bellatrix”
Quando Harry sacou a varinha e preparava para lançar um feitiço na Srª Lestrange, um Expelliarmus, vindo de um comensal à sua direita, fez com que sua varinha voasse longe.
- Muito corajoso de sua parte Potter. Pena que foi inútil.
Disse a voz que lhe acertou o feitiço, era uma voz de homem, mas Harry não a reconheceu.
Harry se sentiu sem ação, mas não ia se dar por vencido. Correu em direção a Lestrange pronto para dar-lhe um soco, quando ela levantou a varinha e murmurou:
- Crucio.
O feitiço bateu no peito do menino-que-sobreviveu e ele caiu no chão, se debatendo, sentindo como se milhares de agulhas em brasas penetrassem em sua carne. Mas não gritou, não daria esse gostinho a eles.
- Hahahahaha, doeu?
Perguntou Bellatrix, rindo escandalosamente e parando o feitiço depois de um tempo.
Harry se sentia fraco, o feitiço dela era realmente forte. Mas mesmo assim se levantou, com alguma dificuldade e perguntou de um modo desafiador:
- Isso é tudo que Voldemort te ensinou Bella?
- NÃO FALE O NOME DO LORDE COM ESSA BOCA IMUNDA, SEU MESTIÇO FILHOTE DE UMA SANGUE-RUIM!!!
- Mestiço? - Falou Harry com desdém. - Me chama de mestiço, sendo que o seu lordezinho também é um. Vocês sabiam não é? Ou ele vem contando que é sangue-puro?
- VOCÊ VAI PAGAR PELO QUE DISSE!!!
Disse Bellatrix erguendo novamente a varinha, mas foi interrompida pelo comensal que estava ao seu lado:
- Espere Lestrange, nós também queremos nos divertir. - Disse o comensal maliciosamente.
- Que seja, mas sou eu que vou mata-lo.
O comensal que Harry também não sabia quem era por causa da máscara, levantou a varinha e gritou fortemente:
- CRUCIO.
Mas uma vez Harry estava no chão. O feitiço desse comensal era tão poderoso quanto o de Bellatrix.
- Ei, vai com calma! Eu também quero participar! - Exclamou o comensal que havia desarmado o Harry.
- Está bem, mas eu quero ir de novo.
Disse o comensal cessando o feitiço.
Harry estava no chão, não tinha mais forças para se levantar. Ficou no chão, sentindo a sua dor e seu sangue escorrendo. Sentia que seu fim estava próximo. “ Pai, mãe e Sirius, eu estou chegando” pensou Harry.
- CRUCIO!
Gritou mais um dos comensais. Desta vez Harry não agüentou e urrou de dor. Isso pareceu mais prazeroso para o comensal.
Nenhum deles percebeu, mas um vulto vestido de negro, com olhos vermelho-sangue, que brilhavam intensamente, apareceu numa árvore perto deles. Quem olhasse poderia perceber que sua face estava com uma expressão dura e raivosa.
O comensal que estava torturando Harry parou subitamente, quando sentiu um frio percorrer sua espinha.
- O que foi? Cansou?
Perguntou um dos comensais.
- É melhor acabar logo com ele. Estou com um mau pressentimento.
Respondeu o comensal, olhando ao seu redor, quando seus olhos cravaram numa árvore e congelou. Aqueles olhos vermelhos o observava diretamente, como se estivesse enxergando através dele, através de sua alma.
- Deixa que eu o mato. Diga um oi por mim ao meu priminho, bebê Potter. - Disse Bella.
“Então acabou” pensou Harry. “To chegando”, continuou em seus pensamentos enquanto as imagens de seus pais e de Sirius passavam em sua cabeça. Mas não foram apenas essas que passaram. As de Rony, Mione, Remo, Gina, Sr. e Srª. Weasley, os gêmeos e outras pessoas que faziam parte da vida de Harry também passaram. “Que egoísta eu sou.” se recriminou. “Vou deixa-los para morrer em uma guerra perdida, já que somente eu posso acabar com ela. Que egoísmo. Vou deixar meus amigos sofrerem, enquanto eu vou atrás de uma realização egocêntrica. Eu tenho que viver.”
- Avada...
Começou Bellatrix a proferir o feitiço, quando...
- B..B..Be... Bellatrix, o que é aqu..... ‘creck’
O comensal não teve tempo de terminar a frase, pois aquela criatura de olhos vermelhos já havia pulado em cima dele, apertando seu pescoço com tanta força, que quebrou quase que instantaneamente.
Os outros tentaram alguma reação, mais não foram rápidos o suficiente. Ela, com uma incrível habilidade e graciosidade, girou com um chute alto na cara de dois deles, fazendo-os cair totalmente tontos. Depois parou com a mão direita sobre o peito de Bellatrix, murmurando algo que fez sua mão brilhar e lançar a comensal longe. Logo depois deu uma cotovelada na cara de outro comensal. Ela parou e olhou nos olhos dos dois que sobraram. Eles tremiam e quando ela deu um passo em suas direções, eles aparataram.
Ela então olhou para o corpo de Harry caído no chão. Seus olhos vermelhos começaram a mudar para um verde vivo. O vento balançava seus cabelos castanhos e ondulados suavemente enquanto caminhava em direção ao Harry.
Ela sentou em cima das pernas perto do corpo do garoto e o apoiou em seu colo. Harry então observou uma das mulheres mais lindas que já viu. Aparentava ter uns 20 anos, sua pele alva realçava seus incríveis olhos verdes e seus lábios vermelhos e convidativos(“gostaria de beija-la”, pensou Harry), seus cabelos balançavam com o vento e tampavam parcialmente seus olhos misteriosos, que nesse momento também estavam triste. Harry percebeu que ela era aquela criatura que estava na janela de seu quarto no dia anterior.
- Desculpe,...... não cheguei a tempo.
Disse ela baixinho. Sua voz era melodiosa e doce, mas também firme e determinada.
- Vou te tirar daqui. Pode chegar mais deles. Te levarei até minha casa, tudo bem?
Harry não sabia porque, mas aceitou. Nunca a tinha visto, mas algo em seu olhar transmitia-lhe confiança. Ela observou a sua volta e viu que só tinha mais uma pessoa além deles ali: o comensal que ela havia matado. Então ela fechou os olhos em concentração e antes de sumirem junto com as coisas que o Harry havia deixado na calçada em um crack, ela disse:
- Já faz tempo que não faço isso.
Isso ocorreu exatamente às 9:29. Um minuto depois, às 9:30 em ponto, um grupo de pessoas desaparatam ali. Esse grupo era formado por: Remo, Tonks, Moody, Arthur Weasley, Quim e mais um homem muito parecido com Remo, só que era mais jovem. Assim que olharam ao redor, seus olhos se abriram em choque, já que a primeira coisa que viram foi o corpo do comensal no chão. Moody se aproximou do corpo e toco para ver se ainda está vivo.
- E aí? - Perguntou tons.
- Morto. – rosnou Moody- Pescoço quebrado.
Eles ficaram mudos por um tempo um encarando o outro, quando Remo, que já tinha voltado um pouco mais ao normal, abre novamente os olhos em assombro e girando o pescoço em direção a uma casa ele diz baixo, mas o suficiente para que todos ali o ouvissem:
- Harry!
E corre em dispara em direção ao Nº4 da rua dos Alfeneiros a procura do filho de seu grande amigo, sendo seguidos pelos outros.
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