Capitulo Único



- Uma dose dupla de Whisky – pedi ao barman enquanto me sentava. Girei ficando de frente para a pista de dança encostando meus cotovelos na bancada atrás de mim.

Brasil é um país maravilhoso em todos os aspectos, mas meu ponto turístico preferido são as curvas de uma boa brasileira. E como são boas.


Duas morenas na pista de dança me chamaram a atenção - uma usava um vestido verde e a outra um na cor prata. O jeito como dançavam juntas e sensualmente, quase me levava a crer que elas tinham alguma coisa a mais, mas não foi isso que prendeu o meu olhar.


Havia muitas mulheres naquela festa – belas mulheres, para ser sincero – mas nenhuma delas emanava o poder que eu jurava poder sentir vindo daquelas que eu observava. Essa sensação era reconfortante, sempre sentia essas ondas de poder quando estava na escola, no salão comunal da Sonserina.


Bebi meu Whisky em um só gole, joguei uma nota qualquer daquele dinheiro trouxa no balcão e, sem esperar troco, caminhei em direção dos meus dois novos e deliciosos alvos.


Me aproximei devagar, balançando o corpo conforme o ritmo da música e olhando fixamente para as duas. Afrouxei a gravata e sorri torto quando elas me olharam. O duplo sorriso que recebi de volta era a resposta que eu esperava: elas também me desejavam... Isso seria divertido.


Após uma rápida e eficaz aproximação, descobri que minhas suspeitas – mesmo que inconscientes – estavam certas. Flavia e Tatiana eram mesmo bruxas e, coincidentemente ou não, sonserinas. Como se não bastasse, elas haviam sido nomeadas monitoras no ano seguinte em que terminei a escola – a primeira vez que não era escolhido um casal e sim duas garotas. Agora elas eram representantes do ministério da magia aqui no Brasil, o que mais uma vez confirmava a minha consciente sensação de poder.


Poder sempre me interessava e mulheres no poder me deixavam excitado. Pelo modo como olhavam-me, elas pareciam ter uma opinião muito parecida sobre mim.


De perto, elas eram ainda mais belas e rebolavam sensualmente na minha frente. Agradeci a Salazar por Blaise ter sumido assim que entramos nessa festa. Eu queria as duas, e ele é o único capaz de estragar meus planos.


Não que Blaise fosse roubar uma delas de mim, eu ainda era o Malfoy da história, mas Thaty fazia exatamente o tipo de mulher que meu amigo gosta. Seria difícil convencê-lo a não tentar nada.


Afastei esses pensamentos quando percebi Flavia se aproximando... Mais... de mim. Pousou as mãos nos meus ombros e as desceu pelos braços. Agarrei-a pela cintura e colei meu corpo no dela enquanto suas mãos passeavam para as minhas costas.


Totalmente sonserina. Se eu ainda precisasse de uma prova, ali estava ela. Seu corpo era de tirar o fôlego e ela comandou a situação quando virou de costas, rebolou até o chão e subiu lentamente, se esfregando em mim. Um de seus braços subiu e sua mão alcançou a minha nuca. Suas unhas me arranhavam ali enquanto ela encostou a cabeça no meu peito. Somente uma sonserina teria a confiança de que seria provocante... E ela era totalmente.


Estávamos nos movendo conforme as batidas da música eletrônica que tocava, a pista estava totalmente escura e haviam luzes coloridas que piscavam dando a pouca luminosidade necessária e fazendo com que nossos movimentos parecessem em câmera lenta. Só parecia, pois minhas mãos percorriam aquele corpo com uma velocidade incrível.


Segurei-a firme pelo braço que estava abaixado e puxei-a com força, virando-a para mim. Colei minha boca naqueles lábios carnudos quando seu corpo se chocou com o meu. As mãos dela foram tão rápidas quanto as minhas, mas pararam nas minhas costas quando passaram por debaixo da minha camisa. Ela me arranhava enquanto meus beijos passaram para o seu pescoço.


Foi nessa hora que abri meus olhos e vi Blaise se aproximando. Parei de beijar a Fla e procurei meu outro alvo com os olhos. Ela estava uns dois metros longe de nós e dançava sozinha. Olhei de volta para Blaise e mesmo com a pouca iluminação, pude perceber que ele caminhava decidido para onde minha outra morena estava.


“Droga, droga, droga” – pensei. Tirei as mãos de Flavia das minhas costas e puxei-a para perto de sua amiga.


Eu tentei ser mais rápido, mas quando ele percebeu que me movimentei em direção a ela, deu passos mais largos e chegou primeiro.


A música mudou e algumas luzes foram acesas, iluminando a pista o suficiente para que Blaise visse a cara de descontente que eu fiz. Ele me conhece o suficiente para saber que eu a queria também, e eu o conheço o suficiente para saber que isso o deixou com ainda mais vontade de tê-la. Ele sorriu de lado e se virou para Thaty.


- Não vai me apresentar as amigas, Draco? – eu tive vontade de socá-lo.


- Blaise Zabini? – Thaty perguntou. Ótimo, eu não era o único sonserino famoso aqui.


- Bruxa!? – ele constatou, olhando espantado para ela, pelo fato de saber seu nome.


- Sonserina, na verdade – respondeu. – Bruxa é uma resposta muito vaga, visto que somos melhores que isso – sorriu para ele e estendeu a mão. – Thaty, muito prazer.


Ela era realmente muito boa com respostas. Ele segurou a mão dela e puxou-a para perto beijando seu rosto e lhe sussurrando no ouvido:


- Sou Blaise, mas isso você já sabe – ela sorriu gostando da atitude dele. Mulheres, principalmente as sonserinas, gostam de homens com atitude ou... Como elas costumam falar, “com pegada”.


- Essa é minha amiga, Flavia.


Senti minha morena dar um passo para frente. Talvez ela esperasse receber um beijo também – não a culpo, Blaise sempre foi sedutor – mas lancei um olhar mortal para o meu amigo, de modo que ele apenas lhe apertou a mão.


-Prazer – disseram os dois.


Blaise voltou sua atenção para a morena de cabelos mais curtos, que sorria maliciosamente para ele nesse momento. Incrível, foi preciso apenas mais meia dúzia de palavras para os dois começarem a se engolir. Ok, eu estava sendo meio infantil, mas odiava perder alguma coisa para Blaise. Decidi que era hora de dar atenção para Flavia, antes que ela se irritasse e meu amigo acabasse levando as duas.


Puxei Flavia pela mão em direção à saída pensando se Blaise ficaria chateado se eu investisse na outra morena amanhã.


Quando saímos uma corrente de ar frio passou por nós. Flávia se arrepiou e seu corpo tremeu.


- Você está com frio, não é? – constatei enquanto estendia meu paletó para ela vestir.


- Obrigada – ela disse. – Vamos para onde agora? – perguntou enquanto caminhávamos pela rua.


- O que acha de ir para o meu hotel? – dei meu melhor sorriso torto enquanto me aproximava e enlaçava sua cintura.


- Acho uma ótima idéia – a morena falou enquanto uma de suas mãos agarrava os meus cabelos e puxavam meu rosto para mais perto.


Alcancei seus lábios, enquanto minhas mãos alcançaram a sua bunda. Ela puxou os cabelos da minha nuca com força e eu a levantei, fazendo-a passar suas pernas ao redor da minha cintura, dei uns passos até que as costas dela batessem na parede gelada e passei a beijar o seu pescoço.


Ela gemeu quando acariciei suas coxas. Subi as mãos por baixo do vestido dela até alcançar a sua bunda. Meu membro pulsou de excitação ao descobrir que a minha morena não usava calcinha. Segurei-a firme com uma das mãos enquanto passei a acariciar seu sexo molhado com a outra. Seu gemido foi mais alto, me deixando louco de desejo.


Parei de beijar seu pescoço e analisei as ruas desertas. Mais uns dois passos e eu alcançaria um beco, onde eu poderia aparatar sem problemas. Andei com ela ainda enlaçada na minha cintura e aparatei para o quarto de hotel, onde eu estava hospedado.


Era uma suíte ampla, com móveis de bom gosto e decorada em tons pastéis. Um pouco simples para um Malfoy, mas eu não estava me preocupando com isso nesse momento.


Joguei-a sem muita delicadeza na cama e subi em cima dela beijando-a com desejo. Suas mãos foram direto para minha camisa e puxou-a com força, fazendo botões voarem pra todos os cantos. Num impulso rápido, girei na cama e a fiz ficar por cima. Ela sorriu para mim e levantou os braços, num convite para me livrar da única peça de roupa que ainda cobria aquele corpo maravilhoso. Não hesitei em fazê-lo, deixando-a nua em cima de mim.


As mãos dela lutavam com o botão da minha calça e eu resolvi ajudá-la com isso. Girei ficando por cima de novo e tirei a calça em um movimento rápido, penetrando-a logo em seguida.


Foi uma noite intensa de prazer. Flavia adormeceu nos meus braços, seu corpo nu colado ao meu.


Eu jurava que ainda podia ouvir gemidos vindos do quarto ao lado – quarto de Blaise por sinal – e adormeci imaginando se meu amigo havia finalmente encontrado uma mulher com apetite sexual, que se igualasse ao dele.


Meu café naquela manhã, foi sexo. O mais gostoso e prazeroso sexo. Flavia era quente e nossos corpos imploravam um pelo outro. Nunca havia sentido tanta atração por uma mulher antes, muito menos sentido essa estranha vontade de agradar. Para falar a verdade, nunca trazia mulheres para o meu quarto, geralmente as levava para um motel, ou ia para a casa delas e sempre sumia assim que elas pegavam no sono. Só que Flavia era diferente, disso eu tinha certeza, e agora me peguei lamentando o meu retorno para Londres – que seria essa tarde.


Minha morena levantou e foi tomar um banho, arrumei minhas malas e fui até o quarto de Blaise. Tive que bater cinco vezes, até ele vir – só de cueca – abrir a porta.


- Blás, você não tem vergonha? – perguntei – Ah, claro que não, você nem sabe o que é isso – emendei antes de dar chances dele responder. Ele riu, claro, era mesmo um desavergonhado.


- O que você quer, Draco? – perguntou ele sem muita paciência – Sabe, você está me atrapalhando - falou ele enquanto se apoiava com a mão no batente da porta.


Tentei espiar pra dentro do apartamento, sabia que Thaty estava lá e, se eu estava atrapalhando alguma coisa, ela estava nua. Minhas tentativas foram impedidas, pois meu amigo me empurrou e fechou a porta atrás de si.


- Fale logo o que quer, estou perdendo a paciência.


- Só queria saber se está com tudo pronto para voltarmos.


- Temos mesmo que ir? – ele perguntou desanimado – Logo agora que encontrei uma mulher...


- Insaciável? – completei rindo.


- Mais ou menos isso - ele riu também.


- Infelizmente sim - eu disse – Arrume-se, passo aqui às duas horas. – falei me virando – E não se atrase. – berrei enquanto entrava na porta ao lado.


As horas passaram rápido demais. Almoçamos todos juntos e as meninas se ofereceram para nos levar ao aeroporto. O recepcionista do hotel ligou para uma empresa de táxi e chegamos lá quinze minutos antes do vôo decolar.


Mesmo quando eu já estava sentado na minha poltrona, com Blás ao meu lado, eu ainda podia sentir o perfume maravilhoso que Flavia usava. Era bom lembrar da noite que passei com ela, ao mesmo tempo em que sentir aquilo era estranho demais para um Malfoy. Eu gostei daquela noite, gostei dela e isso era totalmente novo e inesperado para mim. Tinha certeza que a quietude do meu amigo significava que ele também lamentava muito estar partindo, deixando a morena dele – que ainda não me conformo de ter perdido – para trás.


Pensar em tudo aquilo me deu uma certeza:


- Acho que vamos voltar ao Brasil com uma frequência assustadora, Blás – falei para o meu amigo.


- Eu tenho certeza disso – ele disse enquanto encostava a cabeça no assento e fechava os olhos, sorrindo.

Ter essa certeza aprovada pelo meu melhor amigo, fez-me sentir aliviado. Eu veria Flavia... E seria mais em breve do que ela imaginava.


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N/A: Ok, sou péssima para escrever NC, então tentei o máximo não deixar a parte do rala e rola vulgar (Espero que a Fla não tenha se importado com essa parte).

Fla, tomara que você tenha gostado do presente. Mesmo que a fic não tenha ficado tudo aquilo que eu queria, escrevi com todo carinho pra você, e tentei dar o melhor de mim (que não é muito, quando o assunto é escrever :roll:).

Comentem, ok? Sempre é bom saber a opinião de quem leu - mesmo que seja uma crítica.

Agradecimento - mais que especial - para a Morg, que revisou, e para a Nana, que me ajudou com o nome.

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