Repetindo a História



Quando Rony e Hermione entraram juntos no restaurante Gina e Harry entreolharam-se confusos, mas nada do que ocorrera do lado de fora, foi mencionado por nenhum dos dois.


As devidas apresentações foram feitas e em questão de minutos os quatro conversavam como velhos amigos. Mas havia algo de tenso no ar.


Rony e Hermione se encaravam de tempos em tempos, como se estudassem suas posturas.


Nenhum dos dois deslizou, Ronald não parecia mais tão galante e nem Hermione tão interessada.


No fundo, ambos estavam travando uma luta consigo mesmos, haviam criticado tanto os amigos pelo arroubo de paixão que jamais dariam o braço a torcer neste sentido.


Quando o almoço acabou eles despediram-se no estacionamento. Hermione não acompanhou Harry e Gina, pois precisava fazer compras, antes Gina sempre se ocupava desta tarefa, mas agora a morena morava sozinha e precisava acostumar – se com isso.


Harry e Gina foram os primeiros a deixar o restaurante, Hermione saiu pela entrada principal e fora em direção a rua, pretendia chamar um táxi. Estava parada no sinal, esperando para atravessar quando sentiu uma mão forte em seu ombro.


Virou-se e deu de cara com Viktor Krum de novo.


- Você de novo? Não cansa?


- Eu vi, eu vi você lá dentro. – ele tinha fogo nos olhos – Está feliz não é? Desfilando com o playboy? Pensa mesmo que eu vou aceitar ser largado por uma vadiazinha como você Hermione?


El segurou o pulso dela com força.


- Viktor, eu já falei...


- Não, eu que vou falar. – Com a outra mão ele puxou um canivete – E você vai ouvir quietinha.


- Viktor, o que vai fazer?


- Já ouviu a frase: se não é minha não será de mais ninguém? Ela se aplica aqui Hermione. – ele riu debochado – Cadê seu príncipe pra te salvar agora?


- Viktor, por favor...


Ele fechou mais a força em seu pulso machucando-a.


- Ultima chance Hermione. Vai voltar pra mim, ou terei que lhe matar...?


Mas a resposta não veio, por que da entrada do restaurante, Ronald que vinha saindo largou a moto no chão e correu atravessando rápido a rua. Ignorou o movimento da avenida e causou um belo tumulto. Mas infelizmente não chegou a tempo de alcançar Viktor. Com o barulho dos carros, o búlgaro teve tempo de vê-lo se aproximar e correr.


Rony alcançou Hermione.


- Você está bem? Hermione, ele te machucou?


Ele perguntou preocupado.


- Não... quer dizer sim... Quero dizer, eu estou bem... ele me machucou um pouco, mas...


- Desgraçado! Filho da puta! – Rony esbravejou.


Ela apenas tremia.


- Ouça, pra onde está indo?


- Eu ia... eu ia fazer compras, mas agora, acho que é melhor ir pra casa.


- Não, não vamos deixar este imbecil tomar conta de seus passos. Eu vou acompanhar você.


- Ah Ronald, não precisa, mesmo.


- Não vou deixar você sozinha, ele pode voltar, pode ainda estar a espreita.


- Harry me disse que você é bruxa.


Ela assentiu.


- Eu também sou – ele disse – e Este Viktor, ele é?


Ela assentiu novamente.


- Somos todos bruxos, mas não podemos usar magia aqui, fomos todos rastreados pelo ministério por que escolhemos viver como trouxas, só podemos usar magia em território devidamente bruxo.


- Também sou rastreado. Hermione você está tremendo. O que ele lhe disse.


Ela suspirou.


- Disse-me que nos viu no restaurante e que se eu não fosse dele, não seria de mais ninguém.


Rony maneou a cabeça.


- Venha, vou acompanhar você.


Ele não lhe deu chances de negar, pegou sua mão e a guiou até a moto caída do outro lado. Estendeu a ela o capacete do carona e a levou consigo.


 


Hermione poderia concluir que fora uma tarde agradável. Rony era muito engraçado, educado, gentil, encantador... Eram muitos adjetivos para um estranho, mas ela não conseguia conter sua própria mente, assim como não conseguia passar muito tempo sem olhar a beleza daqueles olhos azuis.


Apesar de não terem se tocado de novo, quem os via de longe, apostaria o que tinha que eram um casal apaixonado.


Ela fez compras, passearam um pouco, tomaram sorvete e Hermione achou que nunca sentira tanto prazer em realizar atividades banais como estas.


Ao fim da tarde, ele a levou em casa.


Rony encostou a moto e tirou o capacete. Ela não pôde deixar de notar o quão sexy ele ficava com os cabelos revoltos, bagunçados pela peça de proteção.


- Não sei como agradecer Ronald. Você foi muito gentil e atencioso.


Ele sorriu, com aquele sorriso que desbanca qualquer um.


- Não precisa, foi um prazer, você é surpreendentemente incrível.


Ela corou, há quanto tempo não corava com um homem?


- Bom, acho melhor eu ir não é?


Ela o encarou sem saber ao certo o que dizer, mas sentia que precisava compensá-lo de alguma forma.


- Ah Ronald. – ele parou o capacete no ar – Você não gostaria de entrar e... tomar alguma coisa?


Ele sorriu.


- Eu adoraria Hermione.


Ela retribuiu o sorriso.


Ele desligou a moto e levou os capacetes consigo.


Pegaram o elevador até o quinto andar, no caminho eles não disseram absolutamente nada. Hermione sentia a pulsação acelerar.


Ela rodou a chave e abriu a porta, no mesmo instante o sangue sumiu de seu rosto.


Ronald estava um pouco afastado da porta, mas viu a expressão de terror nos olhos da morena.


- Hermione...


Ela não se movera, nem dissera uma palavra.


Ele adiantou-se e viu o que a espantava.


O apartamento de Hermione estava completamente revirado, coisas quebradas e espalhadas pelo chão. Moveis revirados, aparelhos destruídos, tudo um caos.


- Mas... o que...


Ela balbuciou enquanto entrava lentamente no local.


Ronald segurou seu braço.


- Eu vou primeiro. – ele disse serio. – Ainda pode ter alguém ai dentro.


Ronald entrou devagar cm Hermione atrás dele, indicando-lhe os cômodos da casa, todos estavam em completa desordem. Ao chegarem no banheiro o espelho indicava o agressor.


Letras garrafais escritas com batom diziam:


Não é minha, não é de mais ninguém, não vai estar sempre acompanhada, uma hora estará em minhas mãos e eu farei você lembrar do meu gosto antes de cortar sua garganta vadia


Ela engoliu seco.


- Viktor... – Murmurou.


- Deus! – Ronald exclamou. – Aquele... Isso já aconteceu antes Hermione?


Ela negou.


- Há quanto tempo este cara te persegue?


- Faz um ano e meio que terminamos, desde então ele me aborda sempre que pode, mas nunca havia me ameaçado, só me cercava, ligava, dizia coisas, mas agora...


- Por que você acha que ele está agindo deste jeito?


- Acho que é por que é a primeira vez que ele me vê com alguém.


Ela disse semi paralisada.


Rony passou a mão no rosto.


- Você não pode ficar aqui. – ele disse esperando que ela negasse, mas foi o contrário.


- Não, não posso.


- precisa ir a policia também.


Ela ficou calada.


- Onde você vai ficar Hermione? Vai ligar pra Gina?


- Não! A Gina acabou de casar, não farei isso com ela. Acho... Vou para um hotel até...


- Não pode ficar sozinha. O cara é completamente louco.


- Eu sei, mas não tenho família além da Gina e me recuso a estragar a lua de mel dela.


- Bom, você e ela viajam amanhã certo?


- certo. Como sabe?


- Harry me disse.


- como vê, preciso apenas de um lugar seguro para passar a noite, posso arranjar um hotel por hoje e...


- Venha comigo.


- O que? – ela perguntou assustada.


- venha comigo, fique na minha casa hoje. Pegue o que precisa, amanhã vai de lá para encontrar Gina. Estará mais segura com alguém do seu lado.


- Ronald não me leve a mal, mas nós nem nos conhecemos.


- Nos conhecemos o suficiente, partilhamos um almoço e uma briga juntos, portanto, você é minha amiga intima.


Ela sentiu uma ambigüidade clara no “amiga intima”.


- Não sei se isso é certo Ronald. Eu...


- Acho que sabe que pode confiar em mim Hermione. – ele disse serio.


- Não se trata disso, é só que...


- Olha – ele interrompeu – O cara é maluco, ele pode estar a espreita e como ele disse, quer pegar você sozinha, não pode dar chances a ele. Estando comigo, eu posso protegê-la, pelo menos até amanhã.


Ela ouviu e em seu intimo concordou.


- Mas... Se Viktor ficou assim por que acha que temos algo, se ele nos vir juntos em sua casa...


- Bom, ai ele terá certeza que sou seu namorado, talvez isso ajude, talvez ajude ele acreditar que não está sozinha.


- É, acho que tem razão Ronald. Talvez eu deva aceitar sua ajuda eu... Não quero dar trabalho.


- Não será trabalho nenhum, Harry saiu do apartamento, tem um quarto vago, você pode dormir nele. Podemos pedir uma pizza e ver um filme o que acha?


Ela riu.


- Acho ótimo. Maravilhoso.


Ele sorriu também.


- Ok, então pegue o que precisa e vamos embora daqui.


 


...


 


Chegaram ao apartamento de Rony e para a surpresa de Hermione,  não era um lugar sujo ou bagunçado, não era exatamente o lugar onde se espera que morem dois homens solteiros.


O lugar eram amplo, arejado e bem iluminado, a decoração muito simples e arrojada, bem masculina, mas muito elegante e aconchegante também. O cômodo todo da sala era muito bem arrumado e organizado.


Ronald falava, mas ela não ouvia, apenas o seguia conhecendo os espaços da casa e enquanto o fazia, divagava para si própria o quanto da personalidade dele havia naquele lugar, ou seria só a de Harry?


Ele mostrou-lhe tudo e a ultima parada foi no quarto que ela ocuparia esta noite.


- Bom, eu espero que não se incomode, ainda tem muita coisa do Harry aqui. Mas eu vou trocar os lençóis e também te trazer toalhas novas ok? O quarto é uma suíte então poderá ficar a vontade. – ele a olhou e sorriu – E se tiver medo que eu dê uma de psicopata pode trancar a porta.


Ele disse sorrindo.


Ela sorriu de volta.


- Você seria um psicopata muito sexy.


Ela só entendeu as próprias palavras quando as disse, e depois disso corou fortemente.


Ele riu.


- Venha, estou faminto e você também deve estar.


Pegou-a pela mão conduzindo até a cozinha.


- Ah, este aqui – ele apontou para uma porta a 30 metros de distancia da dela – é o meu quarto.


Hermione sentiu um arrepio.


 


- Você cozinha Ronald?


Ele riu pelo nariz.


- Talvez arranhe algo, mas sou melhor em cafés da manhã.


Outro baque. Hermione mal tinha acabado de pensar em como era seu quarto, sua cama, agora se pegava imaginando dividir o desjejum com ele, lá dentro.


- O que prefere?


Ela tornou à realidade.


- O que?


- A Pizza, de que prefere?


- Ah... Não sei, alguma sugestão?


- Bom, se você não tiver paranóia de dieta, quatro queijos é uma delicia.


Ela riu.


- Ah não, não tenho paranóia de dietas, resolvo meus problemas de outra forma.


- Ótimo, até por que como essa perfeição, você não deve precisar fazer muito esforço.


Ela corou de novo.


Ele riu e se concentrou na pizza.


A noite foi divertida, pela primeira vez na vida Hermione parou e viu televisão por mais de meia hora.


Assistiam Everybody hates Chris e ela gargalhava muito. Sentia-se leve.


Não sabia explicar se Ronald conseguia este efeito nela ou fora apenas o vinho.


Não, definitivamente não estava bêbada. Não tomou mais que uma taça, mas sentia uma euforia tão grande que estava começando a achar que aquele vinho era mais forte que os demais. Sentia-se energizada, seu coração e pulso batiam mais rápido que o normal.


Ronald havia contado uma piada de loira e ela estava rindo muito, ele era realmente cômico.


- Você é sempre assim?


- Assim como?


- preconceituoso?


Ele riu;


- AH não sou preconceituoso, sei que existem muitas loiras inteligentes, mas o mito...


- Ora Rony, não seja tão mal. Aposto que adora loiras.


Ele sorriu enviesado.


- Prefiro morenas.


O tom dele na resposta foi tão sério que ela parou de rir e sentiu o ar faltar.


- Principalmente morenas inteligentes – Rony chegou mais perto dela, tão perto que podia sentir sua respiração descompassada – Corajosas e extremamente lindas.


Hermione apenas fechou os olhos, não tinha pelo que lutar contra, ela também queria.


Sentiu sua cabeça girar quando os lábios do ruivo encostaram nos seus como uma caricia leve.


Rony pressionou com cuidado seus lábios nos dela, mas bastou que a morena não mostrasse resistência e tudo mudou.


Um beijo que pela previsão seria terno, tornou-se urgente, forte, carregado de paixão.


No mesmo instante Hermione rodeou-o com os braços e pressionou-se contra ele.


Rony embrenhou as mãos em seus cabelos e a beijou com mais intensidade.


Ambos estavam prontos para aquilo e para o que mais viesse a acontecer. Tinham se provocado o dia inteiro e mesmo que não houvessem percebido, no fim o intuito era esse.


Ele a pressionou contra a parede e ela instintivamente enlaçou-o com as pernas.


Rony enlouqueceu com o ato.


A beijou mais forte antes de soltar sua boca em buscar de ar.


- Estou indo rápido demais? – ele perguntou respirando forte.


- Sim está. – ela disse entrecortada – Mas não quero que pare.


Ele sorriu antes de puxá-la para mais um beijo e guiá-la em seus braços escada acima.

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