Amor a primeira vista?
Amor a primeira vista?
Eles cessaram o beijo e ela baixou os olhos. Sentia-se vazia.
Harry tocou seu rosto de maneira delicada e a fez olha-lo.
- Foi a melhor noite da minha vida. – ele disse sorrindo.
Gina não respondeu e não conseguiu sorrir do que ele disse. Deveria receber isso como um elogio. Afinal Harry portou-se como um perfeito cavalheiro. Não lhe forçou e não lhe abandonou no meio da noite, mas pra ela, esta frase antecedia um “Mas preciso ir. Foi bom te conhecer” ou “Adeus, quem sabe nos vemos por ai.”. Mas Harry continuou falando e nada do que saiu da boca dele correspondeu ao que ela esperava.
- Quando eu lhe disse que nunca havia sentido nada assim por ninguém na minha vida, eu falava muito, muito serio. Você mexeu demais comigo ruiva.
Ela apenas o encarou, sem saber o que dizer. Ele continuou.
- Eu deveria estar agora mesmo em um avião para a França, mas não posso nem cogitar a idéia de sair por aquela porta sabendo que nunca mais vou ver estes lindos olhos azuis.
- Harry o que...
- Shhh, deixe-me falar, por favor.
Ele a interrompeu delicadamente.
- Sempre achei que a mulher certa era um mito. Que nunca a encontraria, que ela simplesmente não existia, mas eu mudo de idéia a cada segundo que olho seus olhos, que sinto seu cheiro. Ontem quando você saiu do meu quarto, eu senti algo que não soube explicar. Hoje depois de estar com você eu posso afirmar que estou apaixonado Gina.
- Harry...
- Eu sei que não nos conhecemos. Eu sei – ele tomou de novo a palavra. – Mas isso não impede meu coração de bater loucamente quando eu te olho, não impede meu corpo de reagir quando te toco, não impede que eu me desespere ao simplesmente lembrar que posso não te ver de novo. Como eu posso continuar sozinho depois de me viciar em você Gina?
Ela não conseguia mais falar.
- Eu não lhe conheço, mas estou disposto a conhecer. Gostaria de pedi-la em casamento agora, mas eu sei que se o fizer você vai achar que sou louco e terminar me deixando em algum sanatório.
Gina riu, apesar de realmente estar assustada com as palavras que o moreno lhe dirigia. Assustada não só com isso, como também com o fato de seu corpo e coração reagirem com alegria a cada uma delas.
- Então Gina – ele continuou – Estou pedindo apenas para me conhecer e se depois ainda quiser ficar comigo, poderemos pensar nesta proposta. Venha comigo para a França Gina, fique comigo. Por favor.
Ela o olhava cada vez mais surpresa. Ele a estava convidando para viajar com ele, para ficar com ele. E sim, ela não podia negar para si própria que queria isso, que isso a deixava extremamente feliz.
- Harry, você... Não acha que estamos... – ela começou tentando ser racional.
- Rápidos demais? – ele completou – Pode ser, mas eu pelo menos não me arrependerei de não ter tentado. Como eu já lhe disse eu nunca senti isso na vida. Não vou desperdiçar a chance agora que sinto. Vem comigo Gina. Você pode avisar a todos que quiser, amigos, família, policia, - ela gargalhou. – Pegue meus documentos, faça uma busca. O que quiser. Eu não sou um louco Gina.
- Tem certeza de que não é louco?
Ele riu.
- Harry... eu mentiria se te dissesse que já senti isso por outra pessoa também, mas.. eu não posso ir com você para a França...
Ele que até então a olhava como uma criança na expectativa baixou os olhos com tristeza aparente.
- Não posso ir com você, por que preciso retornar ao trabalho, mas...
Ele a olhou rapidamente ao ouvir a pronuncia do “mas”.
- Estarei livre em cinco dias, poderemos trocar telefone e nada me impede de te encontrar lá.
Harry abriu aquele lindo sorriso.
- Verdade? Você fala serio.
- Sim Harry, eu quero muito ver você de novo.
- Gina...
Ele não disse mais nada, apenas jogou longe a bandeja que estava ao seu lado e a cobriu, com seu corpo e seus beijos...
Fizeram como combinaram, trocaram telefones, e-mails, perfis em sites de relacionamento, este ultimo por muita insistência de Harry que deixou bem claro para Gina que não a perderia de vista.
- Você tem Twitter?
- O que? – Ela disse rindo.
- Twitter, é um...
- Eu sei o que é Harry? Mas pra que?
- Oras, para garantir. – ele disse simplesmente.
- É a décima terceira vez que me diz isso Potter.
- estou apenas me precavendo Weasley. – ele devolveu o mesmo tom debochado que ela usara.
Ela não conteve o riso.
- Preciso ir Harry. – Ela disse baixo.
- Eu sei. – Ele e a abraçou e encostou a testa na dela. – Se você permitisse Ginevra, eu nunca te deixaria ir. Não deixaria você se afastar de mim.
Ela deu um beijo leve em seu rosto.
- Voltaremos a nos ver.
- Promete? – ele pediu ansioso. Parecia uma criança.
- Sim eu prometo. E creio que você estando agora de posse de 4 números de telefone, 3 e-mails, meus perfis no Orkut, Myspace, incluindo fakes, minha caixa postal particular e meu msn, entre outros, vai ser meio difícil me perder de vista não acha?
Ele riu alto.
- Não vou me permitir perde-la de vista Gina. Estou até pensando em pôr um rastreador em você.
Ela fez careta.
- Você não quer o numero do meu seguro Harry?
- Você tem um?
- Não.
Ele franziu o cenho.
- Mas acho que posso te dar o endereço da minha lápide particular, eu tenho uma sabia?
Ele deu língua.
- Não, este eu dispenso ok? Você tem um humor sombrio Gina...
Ela riu.
- Tenho mesmo que ir Harry.
- deixe-me leva-la.
- Não! – ela foi enfática – se me acompanhar e ficar me olhando deste jeito, eu não embarco Harry. Vou perder aquele avião. Vou perder meu emprego e isso está fora de cogitação.
Ela sorriu, com aquele sorriso lindo que tirou o moreno dos eixos. Ele perdeu a razão venho aquela luz e a tomou nos braços para um beijo. Um beijo exigente, já saudoso, tenso, renovador.
- Não demora pra me ligar Gina. Por favor.
- Juro que não. Eu ligo assim que o avião pousar. Eu prometo. Agora eu realmente tenho que ir.
Ela lhe deu um selinho e se afastou com pressa. Antes que aquela urgência a consumisse de novo.
- Até logo estranho. – ela disse sensual.
- Até logo linda.
Gina deixou o hotel com pressa, pegou o primeiro Táxi que viu. Não queria olhar para trás, não podia olhar pra trás. Não podia se permitir agir como uma adolescente boba e inconseqüente. Havia muito mais envolvido. Haviam muitas coisas a serem levadas em conta na vida dela, ela precisa pensar.
Respirou fundo para não encarar a janela do hotel. Se o fizesse não iria embora. Perderia a razão e iria com Harry para a França.
“Meu Deus que loucura! Estou apaixonada por um homem que nem conheço”.
Ela sussurrou para si própria enquanto recostava-se no banco do carro e fechava os olhos, deixando-se perder no doce encanto de suas lembranças, a doce lembrança de ser amada por ele.
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