Bônus








 


Bônus: (Especial dia 12/06)


Quando tudo estava em seu lugar...


 




Nós sabíamos que o que sentíamos ultrapassava o ‘amor comum’.


Éramos dois, unidos em um só. Havíamos decido ficar juntos... Havíamos prometido tantas coisas...


Mais do que isso sabíamos que tínhamos escolhido a pessoa certa tanto para as alegrias como para o sofrimento.


Estávamos em sintonia, mesmo que às vezes os desentendimentos aparecessem apenas tornávamos mais fortes.


Lembranças de dias bons...


Lembranças de dias ruins...


 


Mesmo que a chuva caísse repentinamente fazíamos dela uma comemoração, pois nada importava a não ser estarmos vivos... juntos... vivendo plenamente cada momento.


 


 


 [...]


  


Ela sentiu mãos bem conhecidas naquela manhã chuvosa de término de verão cobrindo os olhos e sorriu docemente.


 


- Quem é? – Ele perguntou em um sussurro fazendo-a então rir, impossível não adivinhar.


 


- Você. – Foi a vez de ele rir, virando-a delicadamente e fazendo cócegas na cintura da mesma, o terrível ponto fraco que a fez rir mais que antes, encolhendo-se e então desviando dele.


 


- Pronta para mais um dia de aula? – Ele perguntou abraçando-a com um sorriso gentil.


 


- Acho que sim... Tirando física, claro... – Ela suspirou e ele riu.


 


- Não é tão difícil, vamos... – Tentou anima-la, mas só conseguiu um olhar desconfiado.


 


- Diz isso por que entende aquelas fórmulas malucas... – Ela aconchegou-se no abraço, querendo senti-lo mais perto.


 


Sentia-se tão bem ali dentre os braços dele, protegida de uma forma que nunca fora, mas percebia os olhares de inveja, os comentários. Desde que os dois haviam admitido que a amizade ultrapassara as barreiras e evoluiu à  um namoro tinha ouvido muito. Tanto bom quanto ruim, o que a confundia completamente...


 


- Hei...  Poderia ajudar você hoje à tarde a entender as “fórmulas malucas”. – Ele sorriu e ela olhou-o outra vez, acenando a cabeça.


 


- Seria bom... – Ele a desabraçou e seguiram juntos para a sala de aula já que o sinal anunciava o início do primeiro período.


 


Os dias estavam mais calmos para ela, mais alegres. Poucos assuntos a preocupava, ela só queria cumprir o que haviam decidido a poucos dias... Só queria aproveitar enquanto havia tempo.


 


[...]


 


Ele a esperava naquele lugar há pouco tempo. Sentado levemente encostado na árvore que dava sinais de que o verão estava no auge, mas o outono não demoraria a chegar.


 


Ficava perdido ao contemplar as folhas, os raios de sol batendo nestas e ao longe e pouco visível as nuvens, sentia-se bem perdendo os pensamentos não vendo o tempo passar, Mas ela chegou para interromper, ou talvez para melhorar.


Não foi preciso cumprimento, ela apenas sentou-se do lado dele e olhou para o mesmo lugar, ele então olhou para o rosto dela e pareceu sorrir, voltando a contemplar a copa da árvore.


 


- Falta ainda algum tempo... – O sorriso pareceu não deixar os lábios dela e ela murmurou afirmativamente. – E então?


 


- Foi você que chamou a minha pessoa aqui, Senhor – Ela riu.


 


- Mas você também tinha algo a dizer. – Ele a encarou, via cada detalhe daqueles olhos tão perfeitos, pode entender o que ela ia falar... Era o mesmo que ele queria falar a dias. Mas agora as palavras não eram mais necessárias.


 


Os rostos aproximaram-se e os lábios colaram-se em um beijo carinhoso. Ali estavam às palavras, as confissões e os desejos dos dois, ele sabia, apenas com aquele ato deixaria os corações falarem mais alto, nada a mais.


 


Fora a melhor tarde que já tinha vivenciado. Poucas palavras foram ditas, mas haviam chegado num acordo...


Viver plenamente...


Amar verdadeiramente...


Ser sincero...


Pequenos valores que os dois cativariam, agora juntos...


 


[...]


 


Um grito, mais nada.


Os passos e as lágrimas, em seguida a corrida desesperada.


Fora cair em algum canto, chorando compulsivamente.


 


Aquilo marcava a sua alma como nunca. A dor superava a que sentia diariamente, podia ouvir em algum canto perdido da sua mente a sua alma gritando, debatendo-se, não aceitava... Não aceitava...


 


Como ele podia ser tão cabeça dura para não entender?


Como ele conseguia estragar tudo?


Como ela fora tão boba a chegar a aquele ponto?


 


A certeza abandonava os seus sentidos dando lugar ao tão conhecido vazio...


Vazio que sentia quando ele não estava por perto...


Vazio que a corroia quando ela percebia a sua vida...


 


Sabia que a discussão fora por um motivo tão bobo. Mas sentia algo maior naquilo... Sentia e aquilo só a machucava cada vez mais, mas não conseguia parar, tentava, mas não conseguia.


 


Por que ele não percebia que era importante para ela?


 


Foi a última coisa que pensara antes de perder os sentidos.


 


[...]


 


Ele gelou ao vê-la ali sozinha desacordada. Tentou afastar os pensamentos ruins e tomar uma atitude rápida.


Pegou-a no colo e levou-a para casa.


 


Sua mente implorava para que estivesse bem...


Ela tinha que estar bem...


Não agüentaria...


 


Abriu a porta com um chute certeiro assustando a própria mãe, correu até o próprio quarto, acompanhado da mesma ao perceber a situação. Ela tirou de qualquer jeito a bagunça de cima da cama e ele então depositou calmamente o corpo desacordado ali.


 


Só então as lágrimas teimaram a cair, ficando ajoelhado ao lado dela segurando a mão gelada. Sentiu a mão quente da própria mãe no ombro, murmurando que tudo ficaria bem, que ela iria cuidar dela, mas que ele precisava sair para deixar examina-la.


 


Por um momento ele pode agradecer por ter uma mãe da área da saúde. Por um momento desejou poder ficar ali ao lado dela, mas sabia que teimar em continuar ali traria apenas mais problemas... mais do que já havia causado.


 


Levantou-se e foi para fora do quarto, sob um olhar preocupado. Sabia que ela iria questioná-lo o que ocorrera, mas agora não era a hora.


 


A preocupação lhe ocupava a mente...


Não iria se perdoar se algo grave acontecesse...


Era culpa dele...


Culpa dele...


 


[...]


 


{All of the things that I want to say


Just aren't coming out right


I'm tripping in words


You got my head spinning


I don't know where to go from here}


You and Me - Lifehouse


 


 


Ao abrir os olhos ela assustou-se de ver aquele teto. Não estava em sua casa era...


 


- Você nos assustou querida. – Sentiu alguém sentar na cama macia junto a ela e sorriu ao perceber a mãe dele.


 


Olhou para o lado e o viu ali ajoelhado, com um pequeno sorriso, mas a face transparecendo preocupação.


 


- Vou deixá-los a sós. – A Senhora levantou-se e fechou a porta do quarto sorrindo.


 


Ele pegou novamente a mãe dela, sentindo-a mais quente, ela esboçou um leve sorriso.


Como no início e em muitas outras vezes não havia necessidade das palavras.


Ele sabia que estava errado e aquele fora seu pedido de desculpas.


Ela sabia que fora boba, mas aquele era o seu pedido de desculpas.


- Nunca mais me assuste desse jeito. – Foi o único murmúrio gaguejado que ele conseguiu tirar dos lábios.


 Ela pode sentir novamente aquele abraço que a fazia tão bem, fazendo-o tambéo bem, fazendo-o também aconchegar-se nos braços dela sorrindo levemente, sentindo ainda um pouco da dor intensa na cabeça.


Não importava para onde ela iria depois, não importava o que fariam depois, o que importava realmente era estar ali...


 




N/A:


Bônus especial...
Alguns acontecimentos antes de começar a verdadeira história dos dois...


Espero muuito que tenham gostado.


Façam uma autora feliz e comentem \õ/

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