Capítulo Um




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Capítulo Um:

Suspiros...





O tempo é contínuo...
Por mais que queira, ele não vai parar para recuperar-se de seu ferimento, de sua mágoa ou a dor da separação. Por mais injusto que seja, terá que continuar a vida do jeito que ela está...
O destino é obra de arte... Onde nós mesmos construimos como a matéria bruta a nossa vida, utilizando para modelar essa as escolhas, mesmo que muitas vezes façamos algo errado e a obra de arte fique defeituosa, aprendemos e temos algumas oportunidades de reaver ou concertar esses erros.

Foi num início de outono que tudo terminara...
E por isso...
Foi num início de outono que a história começara...



[...]




Se ela pudesse contar quantas folhas haviam caído, ela teria contado...
Se ao menos ela pudesse contar quantas lágrimas haviam caído, ela teria o feito...
Não podia dizer que a vida dela não continuava, que parara e deixara de viver. Como nunca estava continuando, havia milhares de motivos para sorrir, mas um só, apenas aquele motivo que não estava mais presente fazia aquele aquele imenso vazio estar presente cada vez mais...
Ela aceitara o fim...
Ela fizera o fim...
Por que, então, aquilo a tormentava?


Outra vez estava sentada ali, olhando o nada perdida em pensamentos obscuros e com a face numa expressão séria, realmente não demonstrando o que se passava no interior de sua mente...

Quantas vezes estivera ali naquela semana?


Já havia perdido a conta e nem se interessava por tal...

Sabia bem que agora era aquele o refúgio para tudo... Sentia-se bem ali... Mas aquele local só aumentava o vazio que sentia e relembrava cada vez mais as poucas palavras e os passos...

"Não tem como voltar atrás..." Ficava lembrando-se cada vez mais para não chorar e então suspirou. Estava na hora de parar com aquilo, tinha que continuar com ou sem ele... Tinha que se livrar do vazio.

Alguns passos fizeram-se presentes, e sentiu alguém sentar ao lado dela.


- Ainda falta tempo... - A voz dele ecoou tranquila, olhava dela para o horizonte, por algum motivo os dois pareciam conservar os velhos hábitos e aquilo causava um leve sorriso nos lábios.


Ela recusou-se a encara-lo, entendendo então o que queria dizer...


- Falta... - Disse com outro suspiro, olhando agora para o chão.


O silêncio entre os dois voltava, agora atormentando-os com palavras que queriam ser ditas, mas não poderiam percorrer o caminho normal pelo vento e espalhar-se pela imensidão... Tanto havia mudado em pouco tempo, mudara sem ser percebido. Como chegaram a tal ponto?


Várias perguntas... Para eles sem resposta. Talvez um dia as respostas apareceriam... Talvez...


- Acho melhor ir... - Ela murmurou e levantou-se, foam os únicos sons junto após com o sons dos passos que quebraram aquele silêncio doloroso.


[...]



Sobrara apenas ele ali... Ele e o frio que se espalhava cada vez mais.

Sabia bem que sem ela era assim, frio... Vazio... Sem sentido... O maior desejo agora era parar a dor, mas não conseguia ela apenas ficava mais intensa e vê-la partir...

O ódio invadiu a corrente de sentimentos e o chão ficou marcado levemente pelas juntas dos dedos dele. Tudo poderia ter acabado, mas ele continuava sentindo... e sentia que continuaria por um bom tempo amando a única que fora capaz de ultrapassar a barreira.

"Será que ela..." O interior perguntava-se e algo dentro do mesmo negava... O fato de ter ido assim comprovava...

Suspiro...

Restava tentar entender...

Tentar esquecer...

Tentar aceitar...

Levantava com outro suspiro e caminhava sem direção, perdido nos pensamentos obscuros...

[...]



{I cant believe i said i'd lay our love on the ground

But it doesnt matter cause i've made it up forgive me now

Everyday i spend away my souls inside out

Gotta be someway that i can make it up to you now, somehow.}

Nickelback - I'd Come For You / Dark Horse




Lábios murmuravam numa leve melodia...

As folhas continuavam a cair...

As lágrimas voltariam... Mas agora os suspiros permaneciam...

"Não tem como voltar..."

"Por quê?..."


Agora tão distantes, por motivos que eles mesmos não sabiam mais comentar...

Talvez fosse culpa das folhas...

Talvez, ironicamente culpa do outono que chegara...

Ou ainda... Culpa do silêncio...

Presos um ao outro, ainda... Pelo sentimento...

Suspiros





Sem comentário sem Capítulo Dois >P<

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