Ouvindo a Inteligência

N/A: Maldiçãããão! Aceitam um conselho: Não caiam de escadas. Não machuquem os braços. Meu braço direito coça e eu não posso coçar por que dói! Graças a Merlin, minha amada prima digita pra mim. Então, Luna Cristina Alexandre, obrigada! A propósito... Eu preciso urgentemente de uma beta reader ¬¬'. Alguém aí tá a fim? Falando do capítulo... Esse ficou bem melhor que o outro. E quando a Lily chama o Tiago de troglodita... É que a anta da autora esqueceu a palavra e levou um tempão pra lembrar. Mas poliglota também soa legal. Beijo pra todo mundo XD~
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Remo desceu as escadas pensativo. Era domingo e não passavam de sete horas da manhã. O castelo estava deserto e ele se surpreendeu ao ver que um grupo de dez pessoas já tomava o café. Lílian, Tiago, Sirius, Ashley, três garotas da corvinal, um menino da sonseria e duas garotas da lufa-lufa. Remo sentou ao lado de Ashley, que por algum motivo desconhecido estava sentada à mesa da grifinória, conversando animadamente com Lílian.

- Oi, Remie. - Lílian sorriu

- Oi, Lils.

Poucos segundos depois, uma coruja trouxe um jornal para Lilian. As vozes estavam em sua cabeça, desta vez falando de Remo.

A amizade entre vocês dois é linda. É gratificante saber que somos nós quem causamos esse sentimento. Falou Amor, satisfeita.

É, mas eu estou cansada de ser ignorada. Façam a coisa certa. Vocês dois. Remo e Lílian. Vocês dois sabem muito bem que seguir a emoção ao invés da razão não dá certo. Grunhia Inteligência

Eles vão decidir se vale a pena seguir a razão ou a emoção. Só eles. Façam valer a pena.

- Sabe, Remo... - falou Lílian - Eu acho que alguém anda ouvindo muito NX zero.

Ao ouvir isso, Remo esgasgou com o suco, quando começou a rir. Ashley, Tiago e Sirius ficaram olhando pros dois, atônitos.

- Então vocês dois esatavam falando sério sobre uma epidemia de loucura? - perguntou Tiago - Estão lendo a mente um do outro? Eu odeio quando eu perco alguma piada...

- Aaah, que coisa horrível! - Falou Lilian apontando para o jornal, tantando distrair os outros.

- O que houve? - perguntou Sirius, nervoso

- Ataque de lobisomem. -Repondeu Lílian sombriamente - Ao que parece, um homem de vinte e dois anos passou a tarde com a esposa e não viu o tempo passar. Os dois cochilaram, ele se transformou e matou a mulher enquanto ela dormia. Que coisa horrível!

Lílian ergueu os olhos pros amigos. Ashley, Tiago e Sirius pareciam peturbados. Mas "perturbado" era pouco pra descrever a expressão de Remo. O rosto dele demonstrava dor intensa, como se estivesse sendo amaldiçoado pela maldição cruciatus. "Não viu o tempo passar". Não era assim que Remo se sentia com Ashley? Ele perdia a noção do tempo, do mundo. Ele poderia não ver o tempo passar. Assim como o lobisomem do jornal.

- O que aconteceu com ele? O imbecil que matou a esposa? - A voz dele estava dura

- Não fale assim, Remo! - falou Lílian, chocada - Ele não teve culpa. Ouvi dizer que quando você vira lobisomem, você não lembra mais quem é e fica completamente selvagem. O homem não teve culpa. Mas mesmo assim, foi demais para que ele suportasse. Quando ele voltou à forma humana, se suicidou. É uma história muito trágica.

- Bom, ele devia ter sido mais cauteloso, Lils. Um lobisomem cochilar ao lado de uma pessoa na lua cheia...!

É. Ele não devia nem ter se casado, pra começar. Ele não devia ter metido a mulher nos seus problemas.

Lílian estranhou ao ouvir a voz. Agora as vozes davam palpite na vida deles em tudo? Não só nos assuntos amorosos? Bom, desde que as vozes a ajudassem nos exames, ela não se importaria, é claro. Ficou surpresa ao ver Remo se levantar de repente, deixando o café da manhã intocado.

- O que deu nele? - perguntou Lílian

- Vai saber. - respondeu Tiago, mas trocando um olhar significativo com Sirius.

**

Ashley acabou de almoçar e levantou da cadeira, sentindo-se cheia e sonolenta. Ela queria procurar Remo. Não o via desde o café da manhã... Seus olhos varreram toda a mesa da grifinória, em busca dos cabelos castanho-dourados. Nada. Ele não tinha ido almoçar. Que estranho.

Ashley saiu do salão principal e seguiu para a torre da corvinal. Talvez achasse Remo no caminho. Com um suspiro, Ashley recriminou-se por pensar tanto nele. Foram só alguns beijos. Só alguns beijos. Estavam começando agora, ela não queria fazer pressão. Mas... se ela estivesse dando uma volta por todo o castelo e o encontrasse... hm... por acaso... Não estaria colocando pressão. Foi só o acaso. Ótima idéia.

- Ash? - chamou uma voz - a dele - às suas costas.

Ashley virou-se, um sorriso se formando automaticamente no rosto. Ele não sorriu de volta. Apenas falou, tristemente:

- Quer dar uma caminhada?

Ela assentiu. Nunca vira Remo tão... Arrasado. Ele segurou a mão dela e a guiou em silêncio pelo castelo. Estava chovendo e todos os alunos, ou estavam almoçando, ou nas suas salas comunais, se aquecendo. O castelo inteiro estava sombrio e Ashley sentiu arrepios de frio. Mas o frio da chuva não era nada comparado a Remo. Ele parecia uma pedra de gelo: Rígido, gelado e distante. Ele parou em um corredor do primeiro andar. E voirou-se pra encará-la. Eles estavam muito perto. Ele virou tão subitamente que Ashley colidiu com seu peito. Um beijo foi inevitável.

Ashley esperou que o beijo dele fosse tão frio quanto ele. Mas não foi. E tampouco se parecia com os beijos que eles trocaram na biblioteca. Ela perdeu todo o fôlego. Havia um quê de desespero nesse beijo. Os braços dele a apertavam com força. Ela não se incomodava em ficar mais perto dele, mas a urgência dele a deixou ansiosa. Que estranho.
Ashley sempre achava que os beijos de língua eram todos iguais. Pra ela não existia essa história de "beijar bem, ou beijar mal" que as amigas dela falavam. Desde a primeira vez que beijou Remo, ela descobriu que todos os caras que já beijara na vida beijavam muito mal. Só Remo fazia direito.

- Ash... - ele sussurrou - Espera... Pára, isso não está certo...

Ashley recuou, de olhos arregalados. Ela seria capaz de jurar que fora Remo quem a beijara, e não o contrário. "Isso não está certo". O que essas palavras querem dizer? Remo não ia... Ou ia?

- Ash, eu queria conversar com você sobre nós dois, eu... Foi... Foi um erro ficar com você. Eu não devia me envolver com ninguém, eu gosto de... - Ele gaguejava. Ainda bem. Se ele tivesse falado mais claramente, o cérebro dela não conseguiria assimilar. - Ash, adoro você. Mas entre nós dois... Não daria certo. Tudo bem sermos só amigos?

Amigos. Amigos não se beijam. Amigos não pensam nos amigos o tempo todo. Amigos não sonham com os amigos toda noite. Amigos. Impossível. Amor falou, um tanto amargurada. Remo a ingnorou.

Cale a boca, ele está fazendo a coisa certa.

- Tu-t-tudo bem. Eu acho que... Entendo seu lado, Remo. Podemos ser... A-a-mig-gos.- a voz de Ashley quebrou e ela saiu de lá, o mais rápido que pode, sem correr.

Remo sentiu algo ser arrancado de dentro dele quando a viu se afastando depressa. Num instante ele a beijava tentando encontrar motivos pra ficar com ela. Estar profundamente apaixonado não era suficiente. Não pra arriscar a vida dela.

**

Vai falar com ele, Li. Amor gemeu

- Não vou. Ele é um poliglota.

Você quer dizer "troglodita"? perguntou Inteligência

- A mesma merda. Odeio ele.

Lílian agora estava trancada no seu quarto de monitora chefe, falando com as vozes na sua cabeça. Ela realmente odiava estar louca. Odiava falar sozinha. Desde pequena, ela sempre tinha medo de pessoas que andavam na rua falando sozinhas. Agora ela estava falando sozinha. Ela era o pior pesadelo dela mesma. Mas estava com muita raiva mesmo.

- GAROTOS! - gritou pras vozes - Num instante, eles estão ao seu lado dizendo que você é linda e que gostam de você de verdade! No instante seguinte, estão se esfregando em grifinórias peitudas no meio do salão comunal. Bom, a Carrie era que estava se esfregando nele, mas ele não fazia nada pra impedir, não é? Foi nauseante! Não que eu me importe, é claro. Só estou comentando o mau-gosto dele. Não ligo nem que ele saia com vinte garotas.

Você mente tão mal... E está me decepcionando. Mais ainda que o Remo. Ele me deixou muito chateada quando terminou com a Ashley.

- O Remo fez o que?

Ele terminou com a Ashley. confirmou Amor inocentemente. Agorinha. E depois foi se enclausurar naquela biblioteca.

- Ah, mas por que ele fez isso?

Por que ele acha que não é bom o suficiente pra ela. Falou Inteligência. Ele acha que vai prejudicá-la, por causa de um problema que ele tem.

Lílian não esperou ouvir mais nada. Calçou os sapatos de disparou pra fora do quarto, decidida a matar Remo Lupin. Qual era a desse garoto?

Ela entrou na biblioteca e precisou andar muito pra localizá-lo, no fundo das estantes mais escondidas, sentado à uma mesa, rabiscando num pergaminho. Ele parecia muito chateado.

- Me explica essa história de não ser bom suficiente. - ordenou a ruiva, sentando ao lado dele.

- Explico se você me explicar do que diabos está falando. - ele respondeu apaticamente. Não tinha paciência para as estranhices de Lílian. Estava dilacerado.

- Você terminou com a Ashley. Por que acha que não é bom o suficiente pra ela.

- Já deu tempo de te contar?

- Não foi a Ash que me contou. Eu não vejo ela desde o café da manhã.

- Então como você sabe?

- Por que eu sei.

- Como?

- Eu sou vidente, não sabia?

- Quem te contou, Lily?

- Mas que droga! Foi a voz.

- O que?

- Elas estavam na minha cabeça, discutindo! Aí ela disse que você a decepcionou e que deu um fora na Ash.

- Você percebe que está falando com duas vozes na sua cabeça? Não quer procurar um curandeiro do St. Mungus?

- REMO! - Lílian quase gritou, mas se controlou por estarem na maldita biblioteca - Você também ouve vozes.

- Mas não as respondo.

- Não mude de assunto! Por que você não é bom pra Ash?

- Lils, você já deve ter reparado que eu... Sumo. Todo mês. - Remo falou, sombriamente,

- Sei, o que tem isso?

- Li, eu sou... Tenho um problema, está bem? Não devia ter me envolvido com ela, pra começar.

- Foi isso o que a voz disse do lobisomem e da esposa, hoje de manhã. Que problema é esse afinal?

- Não posso dizer. Estou falando demais.

- Remo, você sabe que pode confiar em mim, você...

Mas ela foi interrompida pela chegada de Tiago Potter, que acabara de entrar na biblioteca. Ele sentou ao lado deles.

- Estão brigando? - perguntou ele, parecendo surpreso

- Tiago, me ajude! - implorou Lílian em tom trágico - O Remo acaba de fazer a maior caca da vida dele! Ele terminou com a Ashley.

- Eu achei que ele fosse fazer isso. - Tiago suspirou, para a surpresa de Lílian. - Está sendo idiota, Aluado. Aquele... Probleminha peludo... Aquilo não é motivo pra...

- Espere ai! - bufou Lílian - Não acredito que o Tiago sabe e eu não! Você confia mais nele do que em mim, Remo? Eu, que guardo seu maior segredo com a minha própria vida! - ela falou, referindo-se às vozes

- Segundo maior segredo. Você guarda o segredo com a própria vida por que o segredo também é seu. - ele bufou

- Que segredo? - perguntou Tiago, curioso.

- Eu não vou contar, é segredo! - falou Lílian, indignada

- Sabe, Li... - começou Remo tentando distrair a ruiva - Você não devia mesmo contar a ele, ele vai parar de querer sair com você.

- Sério? Ah, Tiago, eu ouço vozes. - Lílian falou na mesma hora. Ela não queria realmente que Tiago parasse de querer sair com ela. Estava apenas sendo espirituosa. Tiago não acreditaria mesmo - E o Remo também. Esse é o nosso segredo, nós enlouquecemos. Você não quer mais sair comigo?

- Quero, sim, Lil. Eu gosto de você, esteja você louca ou não. E eu também tenho um segredo. - ele se aproximou dela e sussurou num tom conspirativo: - Eu vejo gente morta. Todo o tempo.

- Droga, você não acredita em mim. E você é feio. - ela mentiu

- Lily, de tudo o que você me disse, nada me magoou como essa frase. Vou chorar até dormir hoje. - Tiago falou, num tom falsamente triste.

- Estamos nos desviando do assunto! - grunhiu Lílian - Remo, levanta a bunda dessa cadeira e vai pedir desculpas pra Ash, agora. De joelhos!

- Não.

- Tiago, se você o fizer ir pedir desculpas pra ela, eu te dou um beijo. De língua.

- Aluado!!! Pelo amor de Merlin, vai pedir desculpas pra Ashley! Por mim! Pense em tudo o que eu fiz por você... Eu quebrei a lei por você! E estou pedindo pra fazer uma coisa que vai te deixar feliz e me deixar feliz. Duas felicidades de uma vez só! E ainda vai deixar a Ash feliz... TRÊS FELICIDADES! Aluado! Por favooor!

- NÃO! Entre mim e a Ashley acabou, Pontas. E não pedi a você pra quebrar a lei. Você quebrou por vontade própria.

- Eu sei, cara. - Tiago suspirou - Não estou falando sério. Você sabe que eu faria tudo de novo. Mas... Cara, eu sou teu amigo! Eu nunca vi você assim com uma garota. Você gosta dela, Aluado. Não faz isso.

- Você não entende, Pontas... - Remo pareceu por um instante muito desamparado.

- Entendo, sim. E você sabe que eu entendo.

Sem dizer mais uma palavra, Remo se ergueu da cadeira e saiu com passos firmes pro salão comunal. Lílian o observou marchar até a porta da biblioteca antes de levantar também.

- Onde você vai? - perguntou Tiago

- Porcurar a Ash. Vejo você mais tarde no salão comunal dos monitores.

E dizendo isso, saiu. Tiago sabia que devia se sentir mal por Remo. E ele se sentiu. Mas outro sentimento ofuscou isso: Lílian queria vê-lo mais tarde. Não ia evitá-lo. Ela queria vê-lo. Fabuloso.

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