Inesperadamente Esperado
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Segunda Temporada, Capítulo Seis – Inesperadamente Esperado ######################################################################
Harry demorou um pouco para recobrar os sentidos. Sentiu fortes dores no corpo. Vagarosamente lembrou-se do que havia acontecido.
A primeira coisa que fez foi abrir os olhos e se levantar. Estava meio atordoado pelo choque que sofrera logo antes, e as dores não cessavam.
Levou certo tempo para organizar seus pensamentos, e ficou feliz ao constatar que Apocalypse não estava mais dentro de si. Mas infelizmente, ele estava livre agora. Ainda não compreendia toda a verdade.
Pensou um pouco e concluiu que ele havia feito outra viagem temporal, e vendo que uma das caixas de Galanodel se abrira, isso era um fato incontestável. Pois bem, mas para que lugar Galanodel o havia enviado? “Quem sabe de onde veio, sabe para onde vai.”
Analizou a estranha frase de Galanodel mas não compreendeu-a, no contexto em que estava.
Olhou ao redor e viu que estava numa planície encoberta por uma relva baixa, e à sua frente havia uma floresta, bem ao fundo. Nos outros sentidos via-se apenas a extensão da planície, mas alguns metros à sua esquerda havia uma estrada.
Checou o que tinha consigo: basicamente nada, além da roupa do corpo. Ele não carregava nada consigo quando induziu o próprio coma, e aparentemente assim ele ficou. A única coisa que ele sentia falta era de sua espada. Ele sentia-se nu sem ela, indefeso.
Sem Galanodel ou mesmo Nemesis, Harry percebeu que seus poderes ficaram bastante limitados, se comparados à sua extensão anterior. É claro que ele mais poderoso do que qualquer Mago que já conhecera, mas agora seus poderes se resumiam ao que ele conseguiu “honestamente”, ou seja, com trabalho duro, muito estudo e treino. Na verdade o que realmente havia mudado era a sua magia total, ou seja, a quantidade de magia que ele tinha disponível para usar. Galanodel já era forte, mas Nemesis continha uma fonte quase infinita de magia.
Foi então que percebeu horrorizado o destino de seus amigos: eles iriam todos morrer nas mãos de Nemesis. Ele era o único que podia salvá-los, e ele havia falhado.
Mas como todo bom soldado, resolveu dar ênfase no agora e deixar o depois para depois.
Logo ouviu alguns gritos de mulheres e crianças, e risadas perversas de alguns homens. Resolveu ver o que estava acontecendo.
Quando conseguiu ver a cena, ficou pasmado.
Vários homens montados a cavalo, armados com arco-e-flecha e outros com espadas estavam perseguindo um grupo formado por duas mulheres e algumas crianças. E então os homens a cavalo disseram:
-Há! Malditas bruxas e suas crias bruxinhas! Nós vamos levar vocês para o padre e ele vai adorar queimar todos vocês na fogueira. – Disse um deles, que parecia ser o líder.
-Tendem piedade, por favor! Somos apenas mulheres e crianças comuns, não somos bruxas. – Respondeu uma das mulheres.
-Vocês acham que somos idiotas? Sabemos o que vocês são, suas aberrações! E agora vocês vão para pelas suas heresias! – Retrucou o líder.
-A é? – Provocou a outra mulher, mudando o tom da conversa. – Se vocês não nos deixarem ir, nós vamos transformar vocês todos em sapos gordos e feios que vocês são.
-Nós sabemos que vocês não podem fazer sua maldita bruxaria herética sem estes pecaminosos gravetos que roubamos de vocês! – Disse o líder. – Chega de conversa. Rendam-se ou morram!
-Nós não vamos queimar em fogueira nenhuma. – Disse uma das mulheres. – Vai ter de nos matar agora.
-Que assim seja! – Riu o líder dos homens. – Arqueiros!
-Esperem! – Interferiu Harry, agora perto o bastante para ser avistado por todos.
-E quem é você? – Indagou o líder dos homens irritado.
-Meu nome não importa. Vou dar uma chance de vocês deixarem estas mulheres e crianças irem embora, sem machucar vocês. Caso resistam, irei matar vocês impiedosamente, com o fogo de mil infernos!
-Você é mais um bruxo herege? – Indagou o líder desdenhoso.
-Sim, eu sou, e adivinhem? Vocês não podem lutar contra mim. Serão mortos e antes disso serão torturados, exatamente como sua tão preciosa Igreja faz com seus hereges. VOU FAZER VOCÊS ADMITIREM ATÉ QUE CUSPIRAM NA IMAGEM DE JESUS CRISTO E URINARAM NA CRUZ! – Ameaçou Harry com uma voz tão fria que os fez tremerem em seus cavalos. – Escolham agora!
O líder dos homens prontamente respondeu:
-Nós somos em sete, você está só em um. Homens, ataquem!
-Foi o que eu pensei... – Disse Harry conformado.
Os quatro arqueiros que estavam com eles já puxaram suas flechas nas cordas de seus arcos, e os outros três (inclusive o líder), sacaram espadas longas. Estavam prontos para estraçalhá-lo.
Harry apenas apontou uma mão para a frente e usou uma de suas magias mais poderosas:
-Expecto, Guardius! (Expelir o Guardião)
Seu lobo irradiou de sua mão, mas desta vez ele estava diferente, bem diferente. Estava um pouco menor do que o normal, e sua cor não era mais negra com olhos dourados: ele era todo feito de uma energia dourada que irradiava cor, e seus olhos eram verdes e vibrantes.
O Guardião de Harry não titubeou, e antes de os apavorados “homens de Deus” conseguirem ter qualquer ação diante dele, avançou sobre o mais perto com um único pulo, seguido por uma mordida fatal no homem. Alguns dos outros foram derrubados pelos seus cavalos, os que não caíram tentaram fugir do jeito que podiam.
-Ah, não vão não! – Gritou Harry, e apontou sua mão para os fugitivos (que estavam de costas), e usou outro feitiço. – Bombarda Máxima!
Harry ficou com pena de matar os cavalos, mas não tinha outra opção. Só haveria um inimigo sobrevivente, como sempre. Apenas um, para que este depois de ser torturado possa contar a verdade aos seus superiores. Harry Potter poderia ter se livrado de Nemesis, mas ainda tinha a frieza e a crueldade de um guerrilheiro.
A explosão foi enorme e ressonou pelas planícies. No fim das contas, não dava para saber quais os pedaços eram de cavalo e quais eram de ser humano.
Harry se aproximou dos dois sobreviventes. O líder havia sido morto na explosão, como Harry identificou ao notar sua falta. Ambos estavam encurralados pelo lobo dourado e feroz de Harry.
-Muito bem, meu Guardião, agora pode voltar. – E dizendo isso absorveu seu Guardião de volta. – Eu dei a vocês a chance de irem embora sem nenhum dano. Vocês a jogaram fora, e agora vão morrer. Mas adivinhem só: eu vou precisar de um prisioneiro. Bem, é claro que um de vocês irá morrer, mas o outro será só torturado e depois será libertado. Qual será qual.
Nenhum dos dois respondeu. Vendo isso, Harry disse:
-Tudo bem, eu escolho. – E apontou a mão para um deles. – Avada Kedavra!
Um raio de luz verde matou o homem que caiu inerte no chão. Harry olhou para o sobrevivente e disse:
-Você vai desejar ter sido morto agora, como ele. – E depois o estoporou e prendeu com um feitiço.
Então depois dirigiu-se às estarrecidas mulheres e crianças.
-Vocês são realmente bruxas? – Perguntou com um sorriso.
-Si... Sim... – Gaguejou uma delas, que Harry percebeu não ter mais de dezesseis anos.
-Bem, meu nome é Harry Potter, e o de vocês, como é?
-Sou Mary Blindefort, e estes são meus irmão Gilbert e Faust. – Disse a mais jovem apontando duas das crianças.
-E eu sou Joanne de Voix. Esta é minha filha Sophie. – Disse a outra apontando a terceira e última criança.
Ambas, Harry notou, eram muito bonitas, cada uma a sua forma. Mary era loira e tinha olhos extremamente azuis, um rosto muito jovem e inocente, que com certeza fazia muitos homens terem fantasias indecentes. Joanne era diferente: cabelo castanho levemente ondulado, olhos verdes como esmeraldas e corpo de mulher adulta. Sua postura e expressão passavam um ar de aristocracia. Sophie tinha aparentemente doze ou treze anos, e era visto que herdara a beleza e a postura elegante de sua mãe. Não fossem os longos cabelos negros lisos, diria-se que era a cópia mais jovem da mãe. As duas crianças irmãs de Mary eram jovens demais (entre sete e nove anos) para terem alguma característica marcante.
-Como vocês acabaram sendo perseguidas por estes homens? – Indagou Harry.
-Nós estávamos indo para a nova aldeia bruxa, que dizem que fica perto de um castelo que é uma escola de magia. Queremos educar Sophie e os irmãos de Mary. Eu conhecia seus pais, pois fui vizinha deles quando me mudei da França com meu marido, que foi morto junto com os pais de Mary por estes malditos covardes da Inquisição. – Disse Joanne.
-É, e então ouvimos falar desta tal escola de magia, e resolvemos procurá-la, e quando ficamos sabendo que estava se formando uma vila de bruxos ali perto, não houve dúvidas, e estávamos indo para lá. – Continuou Mary, e depois completou. – Só que então no caminho encontramos estes homens e bem... Você os matou. Você é desta nova escola, não é?
Era evidente para Harry que elas falavam de Hogwarts e Hogsmeade. Então ele estava na Idade Média. Foi o que pensou ao ver os homens falando sobre heresia. Só podia ser. Então ele fora enviado ao período onde Hogwarts fora recém construída, o que implicaria que os fundadores ainda estavam por lá. Provavelmente ele deveria falar com eles.
Ainda faltava algo na história das mulheres.
-Me digam, aonde estão suas coisas? – Nos tempos de Harry, isso era desnecessário perguntar, mas todos diziam que antes das escolas de magia existirem, as pessoas tinham poucos conhecimentos de magia.
-Transfiguração, é claro. – Respondeu Joanne pomposa. – É tradição no meu clã termos os mais poderosos transfiguradores da França.
Claro. Harry se esquecera que antigamente os conhecimentos eram passados por clãs, ou o que em seu tempo se conhecia por famílias. Assim com o tempo as famílias ganhavam características específicas. Normalmente cada clã continha seu grimório, ou seja, livro de conhecimentos em relação à magia. Assim nada era perdido, e a cada geração os bruxos ali anotavam suas criações que eram dignas de constar no grimório. Normalmente o patriarca do clã carregava o grimório e era encarregado de recolher os conhecimentos e passá-los aos demais membros de seu clã.
-Certo. Mary, qual sua especialidade? – Indagou Harry curioso.
-Meu clã é um clã de curandeiros. – Respondeu ela meio ruborizada.
-Certo. Respondendo à sua pergunta, Mary, eu meio que sou de lá, sim. Vocês sabem o que é Aparatação?
-O que é o que? – Retorquiu Joanne confusa.
Harry não sabia se podia mostrar a elas técnicas que ele não sabiam se eram do futuro. Existem várias teorias de viagem temporal, mas nenhuma nunca foi comprovada (N/A: dããã, é óbvio né? Ninguém nunca viajou no tempo). Mas ele não tinha tempo para perder.
-É assim, vocês todos cheguem perto de mim, e eu vou transportar a gente para aquela vila que vocês falam, que se chama Hogsmeade. A escola tem o nome de Hogwarts. – Sentenciou Harry.
-Mas... Como vamos confiar em você? E se você for nos levar para algum lugar e nos matar? – Perguntou Mary assustada.
-Por que motivo eu iria salvar a vida de vocês para logo em seguida as matar? – Retorquiu Harry, e isso foi o suficiente para convencer a ambas.
Como visto, na Idade Média o QI das pessoas era deplorável (por isso havia a nota “Trasgo” nos NOMS e NIEMS).
Então Harry usou sua aparatação sem giros, e mirou Hogsmeade.
N/A: Nesta parte, eu alterei algumas coisas no mundo bruxo. O professor Bins nunca disse quando foram as guerras entre bruxos e duendes, e aqui na fic, uma delas será agora, logo após a fundação de Hogwarts. Motivos? Os duendes não achavam correto os bruxos terem escolas de magia e eles estarem proibidos de usá-la, e assim se rebelaram, e obviamente, seu principal alvo era Hogwarts.
Quando chegaram, Harry teve vontade de voltar. Uma terrível batalha se travava no lugar aonde era o centro de Hogsmeade (naturalmente, a vila era muito menor do que Harry conhecia, basicamente só havia o centro da vila).
Duendes e bruxos se chacinavam em uma batalha cheia de magia e sangue. Os bruxos estavam em maior número, mas os duendes eram muito mais poderosos. Muito mesmo. Cada feitiço dos duendes valia por três dos humanos, e isso estava pesando na batalha.
Harry viu a necessidade de parar a batalha, e para fazer isso sem ter que exterminar um dos lados – que obviamente seria o dos duendes, ele teria de usar uma ferramenta útil contra qualquer ser vivo: o medo.
Aparatou para bem alto de onde todos estavam, e usou sua aura, para moldar um dragão à sua volta. Como aconteceu com seu lobo, Harry notou que sua aura estava dourada, intensa. Com o dragão formado à sua volta (Harry estava posicionado dentro do que seria seu tronco), Harry desceu, e colocou-se no meio do campo de batalha, virado de frente para os duendes, seu dragão aterrorizava a todos, mas principalmente aqueles que ele estava defrontando. Harry alterou sua voz para que ela ressonasse em todo o campo de batalha, e além ainda.
-Vão embora duendes. Contra mim vocês não podem lutar. A guerra acabou. Eu cheguei, e se vocês tentarem me enfrentar, perecerão em combate. Se vocês querem sua liberdade para usar magia, usem a diplomacia, caso contrário vocês apenas serão exterminados. Agora vocês tem a chance de irem embora sem nenhum dano, e se forem, serão perdoados. Mas se alguma outra vez nos encontrarmos em uma batalha, vocês serão eliminados impiedosamente, por mim e pelo meu poder. – E ao final da frase seu dragão cuspiu uma labareda de energia para cima, para confirmar a sua supremacia sobre qualquer outra criatura do mundo.
Aterrorizados e com as palavras de Harry pesando em suas mentes, os duendes bateram em retirada. Sorte dos bruxos.
Todos o fitavam estarrecidos. Até que um bruxo se destacou no meio dos “soldados” bruxos.
Ele era alto, tinha o cabelo ruivo curto e rosto imponente, um rosto de rei: sua expressão era severa, e suas feições só afirmavam isso. Seu maxilar era ‘quadrado’, sua barba era bem feita, porém grossa, o que deixava sempre uma ‘sombra’. Seus olhos eram azuis claros e ele carregava uma espada. Uma espada que Harry já empunhara. Ou empunharia, dependendo do ponto de vista de cada um. Vestia uma túnica medieval, com alguns pedaços de uma armadura dourada, e em suas costas vestia uma capa vermelha com um símbolo dourado no centro, um leão medieval.
Aquele homem era Godric Gryffindor.
-Quem é você, estranho? – Indagou ele com um tom cordial mas imperioso na voz.
-Sou o salvador de suas vidas. Podem me chamar de anjo, se quiserem. – Respondeu Harry, optando por ficar incógnito neste momento. E se alguém registrasse seu nome como salvador de Godric Gryffindor de uma batalha perdida contra duendes? Ele não poderia correr o risco. E com certeza Mary e Joanne não o trairiam, pois o sentimento de honra era muito forte na Idade Média. – A propósito, é uma honra conhecê-lo pessoalmente, Gryffindor.
Godric ficou desconfiado em primeiro momento, e depois sorriu.
-Poderia me acompanhar por um momento, Anjo? – Sua voz agora era suave.
-Claro. Aonde iremos? – Respondeu Harry em tom também suave.
-Preciso lhe apresentar para outras pessoas. –Respondeu ele vagamente.
Godric o levou pelo caminho que levava à Hogwarts, ambos foram a pé, e nenhuma palavra foi proferida por ambos até que chegaram em frente ao portão da escola.
-Nossa... Igualzinha como me lembro. – Murmurou Harry ao olhar para o amplo castelo que era sua escola. Ele parecia exatamente o mesmo de centenas de anos afrente. A única diferença é que não haviam alunos do lado de fora.
-Disse algo? – Indagou Godric.
-Aonde estão os alunos? – Respondeu Harry.
-Estudando. O que mais haveriam de estar fazendo? – Retorquiu Godric parecendo confuso.
-Realmente...
Entraram na escola e logo foram para a sala do diretor. Ou melhor, dos diretores. A sala que para ele sempre fora de Dumbledore, agora era dos verdadeiros donos dela. A sala era mais ou menos como ele se lembrava: as únicas mudanças aparentes eram a ausência de quadros de antigos diretores (N/A: por que será?), e é claro uma mesa maior do que a usual, para comportar todos os quatro fundadores.
N/A: Alguns dizem, e eu não sei se a autora JK também, que embora fossem quatro fundadores, Godric fora o primeiro diretor desde o princípio. Bem, ignorem isso. Aqui todos os quatro representam um poder igualmente dividido.
Harry ficou estarrecido ao ver a imagem à sua frente. Todos os quatro fundadores de Hogwarts, os lendários, sentados à sua frente, e o fitando.
Rowena era realmente a representante da mais pura beleza do universo. Seus longos cabelos negros ondulados lhe caíam pelas costas, com um rosto que as feições lembrariam muito Eva, embora sua pele fosse branca como a neve, e seus olhos serem tão verdes quanto os seus. Seu corpo, embora por baixo de vestes bruxas com as cores de sua casa, deixava sinais de uma perfeição inimaginável. Ela o fitava com um olhar desconfiado, obviamente pensando em como proceder com a inesperada situação.
Salazar não era muito diferente do que ele imaginara. Seu rosto era ferino, o que lembraria um elfo (se Harry conhecesse um). Seu cabelo era levemente comprido: era negro liso e tocava seus ombros. Sua barba era rala, mas ele conseguiu deixar um pequeno chumaço no queixo. Seus olhos eram negros e astutos como o de uma cobra, e era um olhar assim que ele dirigia a Harry, e este por sua vez o fitava, sem saber o que pensar do futuro “traidor” de Hogwarts.
Helga, por sua vez, era algo que Harry não conseguia descrever. O primeiro sentimento dele ao vê-la foi o de abraçá-la com força. Ela era radiante, estava sempre sorrindo. Seu cabelo era castanho claro e era ondulado como os de Rowena. Seus olhos eram também castanho claros, combinando com o cabelo, e seu rosto era de uma beleza incomparável. Não era nada como a beleza de Rowena. Era algo como o oposto. Ambas eram muito bonitas, mas cada uma à sua forma. Ela era a mais baixa de todos os fundadores, o que não lhe tirava o respeito que merecia. Helga irradiava fraternidade. E agora ela fitava ele com um ollhar curioso e acolhedor.
O único que não sabia o que pensar era Harry. Todos pareciam lhe conhecer, e ele de fato conhecia os fundadores, mas algo estava muito estranho ali, e o silêncio estava predominando na sala.
-E então, Anjo, o que você tem a nos dizer? – Indagou Godric, quebrando o gelo.
-Como assim? – Retorquiu Harry confuso.
-Você deve estar aqui por um motivo, não é? – Sugeriu Salazar o fitando matreiramente.
-Eu... Não sei o que dizer. – Respondeu Harry sincero. – Estou aqui por um motivo sim, mas ainda não sei qual.
-O que quer dizer com isso? Você deve saber o motivo de estar aqui, senão não estaria... – Disse Rowena confusa.
-Acreditem, eu não sei. A única coisa que eu sei e que posso lhes dizer é que eu fui jogado neste lugar sem ninguém me dizer o que eu deveria fazer, só me dizendo que eu deveria fazer algo: “quem sabe de onde veio, sabe para onde vai.” – Respondeu Harry citando a frase de Galanodel.
-De onde você veio, Anjo? – Indagou Salazar, usando a frase como meio de mostrar a Harry que ele deveria saber aonde iria.
-De um lugar que será destruído, caso eu não volte e faça algo. Mas eu preciso passar por esta... Peregrinação, se preferem chamar assim, e com isso saberei o que fazer para salvar a todos quando voltar para o lugar de onde vim. – Respondeu Harry com sinceridade.
-Sabe, Anjo, sua vinda foi profetizada... E quem a profetizou acertou com profunda exatidão. – Disse Helga. – Alguma vez já ouviu falar de Merlin, meu garoto?
-Bem, se vocês falam do Merlin, o maior bruxo de todos os tempos, sim...
-Pois bem, um de seu enorme leque de talentos, era a clarividência. Merlin era um Profeta. Em toda a sua vida ele profetizou três coisas: a encarnação do mal, a chegada do anjo salvador e a descoberta da Arma Final. – Respondeu Salazar.
Harry agora entendeu. Ele provavelmente era o tal anjo da profecia, e a “encarnação do mal” era o que acontecera de certa forma com ele antes de ele vir parar aqui.
-Estamos começando a nos entender. – Disse Harry. – Vejam bem, a sua encarnação do mal, se chama Apocalypse. Meu objetivo de vida, infelizmente graças ao maldito destino, é impedir ele de destruir a humanidade. Vocês entendem, que eu preciso encontrar a Arma Final, não é?
-É exatamente o que pensávamos que iria dizer, se algum dia chegássemos a nos conhecer. – Respondeu Rowena. – Nós viemos há gerações guardando o segredo das Profecias de Merlin, para que um dia se você realmente aparecesse, nós poderíamos lhe mostrar o caminho da Arma Final, para que possamos vencer.
-Quando você fala “nós”, você se refere a quem? – Indagou Harry.
-Boa pergunta, rapaz. – Elogiou Godric. – Quando os bruxos da época viram o quão alarmante as Profecias de Merlin eram, eles viram a necessidade de impedir a destruição do mundo, e assim criaram uma sociedade secreta com o intuito de proteger o segredo das profecias. Durante séculos, os mais poderosos bruxos de todo o mundo conhecido foram selecionados para guardar o segredo de Merlin, e tentar fazer de tudo para impedir a destruição da humanidade. Nós quatro fomos selecionados para entrar para este grupo, e nele estamos desde nossa maioridade.
Agora Harry entendia. Então havia uma organização.
-Só estamos lhe contando isso pois você querendo ou não faz parte de tudo isso. – Disse Helga.
-Me diga uma coisa, Anjo: o nosso inimigo é realmente poderoso? – Indagou Salazar fitando Harry com seu olhar de cobra.
-Muito mais do que qualquer ser humano sonharia em ser. – Disse Harry, e viu o temor no olhar de alguns fundadores. – Mas não se assustem: eu já o combati, e ganhei. No nosso último embate, fui derrotado e vim parar aqui, o que significa que eu devo ganhar dele, pois se fosse para mim perder, já teria morrido sem vocês nem me conhecerem.
Seu argumento era vago, e fraco, mas pareceu acalmar os fundadores.
-E então, vão me mostrar as profecias? – Indagou Harry.
-Ah... não. – Disse Godric.
-O quê? – Exasperou-se Harry se levantando.
-Você ainda não está pronto. – Respondeu Rowena calmamente.
-E quando estarei? – Indagou Harry.
-Você precisa mostrar que é mesmo o anjo das profecias. – Falou Salazar.
-E o que devo fazer? – Indagou Harry.
-Você deve nos derrotar. Se conseguir, e estará pronto para saber nosso maior segredo. – Respondeu Salazar sorrindo diabolicamente.
OFF: Fim de capítulo.
O que? Harry Vs Fundadores? Deu a louca no autor?
Haha, admita que seria uma batalha interessante.
Bem, eu não descrevi muito bem a tal Seita, mas foi de propósito. No final da “visita” de Harry ele irá entender tudo.
Confira tudo e muito mais no próximo capítulo: O Teste dos Fundadores.
Pra quem não entendeu o título do capítulo, me avise que eu explico.
Aguardo seus coments. ^^
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