CAPITULO NOVE
CAPITULO NOVE
Uma vez só foi pouco, pensou Harry, tamborilando com os dedos a borda de sua escrivaninha. Estava dando tudo errado. Há três horas estava sentado à escrivaninha e não fizera absolutamente nada. Apenas se lembrava de Gina e de seu perfume. Nem mesmo uma ducha de água fria o tinha feito concentrar-se. Nem mesmo uma xícara de café forte. Se telefonasse agora, ela pensaria que ele estava apaixonado. E, se não telefonasse, não conseguiria fazer absolutamente nada e estragaria o resto do dia.
Aflito consigo mesmo por deixar seu coração ignorar sua mente, ele ligou para o celular.
- Alô, Gina.
- Harry.
Ela soava cautelosa como uma gata. Não a culpava, afinal ele mesmo se sentia assim. E agora? Perguntar se ela havia dormido? Ele odiava sentir-se como um adolescente desajeitado. Estava com trinta e dois anos! Não deveria ter tanta importância se ela não o quisesse. Mas tinha. E isso o aborrecia, pois demonstrava que ele não estava no controle. E Harry Potter sempre estava no controle.
- Está ocupada esta noite? - perguntou afinal.
- Não tenho certeza.
Isso queria dizer que sim, ela estava, mas será que também ela não queria parecer ansiosa?
- Se estiver livre, talvez queira jantar comigo, no meu apartamento.
Pausa.
Só quando ela respondeu foi que Harry percebeu que sua respiração estava suspensa.
- A que horas?
- Posso apanhá-la às oito?
- Ok. Espero então.
Não era um relacionamento. Não era um caso de uma noite. Gina não tinha a menor idéia no que ia dar. Se pudesse ser um pouco sensata, teria dito não.
Mas ele falou em jantar. E no apartamento dele. Ele cozinhava bem. Depois de um dia de trabalho ainda ir para a cozinha, bagunçar tudo... e depois, ela estava curiosa para saber como seria o espaço particular de Harry. Daria alguma pista sobre a sua personalidade?
A quem ela estava tentando enganar? Ela queria vê-lo. O jantar não seria só um jantar. E mesmo que sua mente estivesse lhe dizendo que aquilo era uma estupidez, seu coração sapateava a dança da vitória.
Às oito em ponto, Harry apertou o interfone.
- Já estou descendo.
Ela quase esquecera como ele era bem-apessoado. Olhos verdes cor de jade, boca que prometia paixão.
Seu homem. A esse pensamento, sentiu um nó no estômago. A cabeça lembrou-lhe: temporariamente.
Desse modo, ela o cumprimentou fria e formalmente.
- Obrigada por me convidar para jantar.
- É um prazer. - A resposta fora igualmente fria e formal.
O prédio de apartamentos era moderno, mas combinava com os prédios antigos à volta. Gina pôde entender por que Harry comprara um apartamento ali. E não ficou surpresa por ser a cobertura. Ele tinha de ser o dono do melhor apartamento.
Ao entrarem, ele a apresentou:
- Cozinha. - Era um cômodo separado. Imaculada, cada superfície brilhava. Desenhos de Daisy estavam pregados na porta da geladeira.
- O banheiro.
Simples e funcional. Masculino.
Ele pulou uma porta. Ela presumiu que ali fosse o quarto de dormir.
Um lugar que ela poderia ver mais tarde. Só de pensar isso, a pulsação bateu mais forte.
- Sala de estar.
Linda. Não a decoração, completamente neutra, mas a vista enorme da cidade. E mais interessante: duas portas. Por que uma cobertura teria duas portas envidraçadas na sala?
- Balcão. - ele disse apontando para uma delas. - E terraço. - apontou outra.
- Posso ver?
- Claro.
Ele destrancou a porta que levava ao terraço. Surpresa e maravilhada, Gina viu vasos de flores por toda a parte. Vasos grandes de barro abrigavam a trepadeira de ervilha-de-cheiro que subia por uma estrutura aramada em forma de pirâmide. As flores perfumavam o ar. Uma gamela de barro com ervas, onde ela reconheceu manjericão, norteia, alecrim e salsinha lisa. E vários vasos esmaltados de azul com gerânios.
Ela não esperava nada parecido.
- Uau!
Ele sorriu.
- Que vantagem há em ter um terraço se não fizer um bom uso dele?
Ele fazia. Além de as plantas estarem todas muito bem cuidadas, havia uma cadeira e uma mesa no meio do terraço.
- Você se senta aqui depois do trabalho?
- E durante também, - ele admitiu - no verão.
Ah, sim. O equipamento de computador dele não necessitava de fios, tomadas ou linha telefônica.
- Vou lhe arranjar uma bebida. Prefere vinho?
- Branco, por favor.
Falavam como estranhos. Quem diria que a noite passada tinham esfregado seus corpos nus?
- Vou trazer. - E desapareceu.
Ela vagou pela sala de estar. Não havia nada que mostrasse sua personalidade a não ser os retratos sobre a lareira. Um de Daisy em um gramado, segurando uma flor; um dos pais dele; um de Luna rindo e outro de Luna com os três irmãos.
Em um canto, havia uma mesa com o laptop. Uma estante ao lado continha livros jurídicos, como ela esperava, mas também abrigava uma mistura de literatura clássica e romances históricos. Um aparelho de som caríssimo e uma televisão de tela de plasma.
- Os meninos e seus brinquedos, heim? – disse Harry, retornando com dois copos de vinho.
Ela provou o vinho. Para começar, a temperatura estava exata. E excelente. Provavelmente era de uma safra antiga, pois Harry estava claramente acostumado ao que havia de melhor. Mas ele não apreciava estar ostentando ou sendo exibicionista. Embora o apartamento fosse caro e a decoração um luxo, o jardim no terraço provava isso. Era o espaço particular dele. Seu pequeno pedaço de verde na cidade. E ele a convidara aquela noite. Para o seu mundo particular. De algum modo, ela adivinhava que ele não costumava convidar pessoas com freqüência.
O jantar foi fabuloso. Uma sopa fria de verão com pãezinhos integrais crocantes. Uma salada de inspiração mexicana com abacate, feijão-roxinho, arroz e pimentões, com um molho frio de limão. E framboesas servidas com creme brülée. Café saboroso e escuro; e os mais diferentes chocolates que ela já provara.
- Não me diga que foi você mesmo quem fez esses chocolates!
Ele deu um daqueles sorrisos peculiares.
- Não. Nem o pão. Tem uma excelente delicatessen aqui pertinho.
Imediatamente ela observou que noventa por cento da refeição estava de fora.
- Você preparou todo o resto para mim?
- Eu também tenho de comer.
Mas ele não era vegetariano. E aquela refeição era. Ele deve ter tido um bocado de trabalho para deixá-la satisfeita.
- Obrigada.
Ele inclinou a cabeça em reconhecimento.
Ela sentiu uma necessidade urgente de se levantar, caminhar até ele, sentar-se em seu colo e beijá-lo.
Mas, em vez disso, tomou um gole de café. Que desceu pelo caminho errado.
Em um segundo, Harry já estava a seu lado, dando tapinhas em suas costas. O que ele faria com qualquer pessoa... exceto que era a ela que segurava. Contato físico. Dali, o passo natural foi Gina escorregar seus braços em volta dele e erguer sua boca enquanto ele descia a dele para um beijo.
Ela precisava retomar o controle. De si mesma. E teria feito isso se ele tivesse parado de beijá-la...
Ohhh, ela se recostou nos travesseiros macios.
Na cama de Harry.
Eles estavam no quarto de dormir de Harry.
- Como chegamos até aqui? - perguntou ela. Não conseguia sequer lembrar de ter deixado a sala.
- Andando, eu acho.
- Isso não devia acontecer. Nós não estamos tendo um relacionamento.
Ele riu.
- Eu também não queria um relacionamento, mas agora está fora do nosso controle.
Nosso controle, observou ela. Então, ele também estava completamente alucinado.
Lençóis macios contra a pele nua e o corpo quente de Harry pressionado contra o dela. Tão perto, porém não o suficiente. Ela queria mais. Queria sentir-se tão bem como ele a fizera sentir-se na noite anterior. Queria a emoção de saber que aquele homem, orgulhoso e competente, podia perder o controle em seus braços.
E finalmente ele a penetrou. Como era bom! A cada impulso, ele a deixava mais e mais próxima do clímax. Ao gozar, ela chamou ofegante por ele e sentiu que o corpo dele estremeceu em resposta.
Harry deitou-se de costas e trouxe a cabeça de Gina para deitar em seu peito. Era engraçado como simplesmente estar deitada com ele a fazia sentir-se bem. Segura e protegida.
Mas pertenciam a mundos diversos. O estilo de vida de Harry não era o dela. Precisavam parar naquele momento, enquanto ainda seria fácil. Mas a verdade é que Gina tinha a sensação de que já era tarde.
Agradecimentos especiais:
Bianca: Realmente a relação vai ser um pouco difícil por causa do cargo que o Harry está pretendendo... muita coisa ainda vai rolar... ainda não terminou, para a alegria de voces, muita coisa ainda vai rolar. Beijos.
Ginny M. W. Potter: que bom que gostou do capitulo anterior, espero que esse esteja bom pelo menos eu acho que está quente... bem, quanto ao passado da Gina e o que aconteceu com o Malfoy, garanto que vai ser revelado em breve, espere e verá, sinto muito. Beijos.
Juh Sparrow: capitulo anterior foi bastante quente e esse também teve seus momentos, espero que tenha gostado... a relação deles vai ser um pouco complicada, principalmente por causa do cargo que o Harry quer, muita coisa ainda vai rolar. Desculpe, mas eu ainda não arranjei um tempo para dar uma olhada em sua fic, pois as provas semestrais da facul me tomaram todo o tempo que eu tive nas duas ultimas semanas e somente agora me livrei um pouco, então assim que der eu dou uma lida. Quanto ao gosto intelectual do Harry, bem.. duvido muito que eu seja tanto como ele, mas eu sempre gostei de estudar, pelo menos a maioria das materiasbdo colégio, então acho quepelo menos uma ponta de mim tem sim. Beijos.
issis: postei garota, espero que tenha gostado desse tanto como gostou do anterior. Com eu falei pra Ginny, o passado da Gina vem em breve. Beijos.
Silvia Cecil: realmente uma caixa de bombons pode ser um combustível altamente inflamável, principalmente para esses dois. Beijos.
Feh Potter: capitulo postado e desculpe por ter parado naquele momento, espero que os outros dois capítulos tenham compensado. Abraços.
Carol Moony: que bom que gostou do capitulo. Beijos.
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