Capítulo 3



Hermione Malfoy


 


Capítulo 3


 


 


Enquanto seus amigos o cumprimentavam, Draco manteve-se semi-consciente do que Hermione estava fazendo.


 


Nem morto ele abriria mão da reação do Potter. Mas as chances do Rony atacá-lo por trás eram grandes demais para ele ficar.


 


Crabble e Goyle estavam falando sobre as férias de verão deles, como se Draco se importasse com algum dos dois.


 


-E aí o que você fez?


 


Ele deu de ombros com a pergunta de Goyle.


 


-Vocês não acreditariam se eu contasse.


 


Disse sorrindo afetado


 


-Experimente.


 


Crable disse cruzando os braços desafiadoramente.


 


Draco abriu a boca prestes a chocá-los quando um grito de “Parabéns!” atrás dele capturou a atenção de todos na área.


 


Umedecendo os lábios, ele virou para encarar sua esposa.


 


É hora do show.


 


Hermione mordeu os lábios quando o braço de Draco deslizou ao redor dela. O cabelo atrás de seu pescoço se eriçou ao toque dele e ela lutou contra o impulso de se livrar de certas sensações desconcertantes.


 


Relaxe, ela falou pra si mesma, contorcendo-se para dizer alguma coisa. Qualquer coisa serviria naquele momento.


 


-Vocês… ahh… ahh?


 


Ron fez a pergunta que parecia querer sair da boca de todo mundo, ainda com menos sucesso.


 


-Nós. Hmm...


 


Hermione olhou pra Draco desesperada.


 


-Conheça a mais nova Sra. Malfoy.


 


Draco deu um enorme sorriso, apertando Hermione bem firme ao seu corpo.


 


Não havia palavras para receber esse anúncio e Hermione notou que até Crabble e Goyle olharam para eles em completo choque.


 


Hermione riu nervosamente, olhando para Harry e Rony suplicando para que dissessem alguma coisa, qualquer coisa.


 


-Você está <i>grávida</i>?


 


Rony perguntou asperamente.


 


Talvez qualquer coisa exceto isso, Hermione pensou olhando para ele quando o Draco irrompeu em risadas de choque e seus amigos lançavam olhares paralisantes para ele.


 


-Não, eu não estou <i>grávida</i>.


 


Hermione respondeu tentando tirar a atenção de Draco e provavelmente prevenindo algum futuro derramamento de sangue.


 


Depois que saiu da boca de Rony Draco não conseguiu evitar sua reação.


 


Grávida. Por que <i>ele</i> não tinha pensado nisso?


 


Não que ele pensasse que isto teria sido encarado de uma forma melhor se ela estivesse grávida, mas, apenas por inventar isso e ver os olhos dela se iluminar com a fúria que eles estão agora teria valido qualquer insulto que ela tivesse dito a ele.


 


<i>Grávida</i>.


 


Ele foi obrigado a parar de rir quando sua esposa gritou para o amigo dela. Impagável.


-Weasley, Estou chocado.


 


Draco balançou sua cabeça.


 


-Com certeza você conhece Hermione melhor do que isso.


 


-Eu achava que sim.


 


-É uma piada, não é?


 


Harry perguntou fracamente, olhando esperançoso de Hermione para Draco.


 


Draco revirou os olhos segurou e examinou a mão esquerda de Hermione.


 


-Isso realmente parece uma piada pra você?


 


Ele podia ver as expressões de dúvida deles quando nem Draco nem Hermione disseram que era uma piada.


 


-Acho que devíamos ter trazido a certidão com a gente, docinho.


 


Draco virou-se para Hermione a tempo de ver seus olhos flamejarem de raiva com o apelido ridículo que ele a chamou.


 


-Bem, eu estava prestes a sugerir isso, mas então você quis ler aquele lindo poema pra mim antes da gente sair, querido.


 


Ela disse piscando os olhos pra ele.


 


As sobrancelhas do Potter e do Weasley subiram até a região dos cabelos e Draco quase podia sentir a reação de Crabbe e Goyle atrás dele.


 


Draco deu um sorriso cerrado para sua esposa. Meu Deus, era para ela o fazer parecer ser casado, não... GAY!


 


-Eu não acho que devemos contar a seus amigos sobre esse tipo de <i>poesia</i>, amorzinho.


 


Ele abaixou a voz sugestivamente e continuou.


 


-Não tenho certeza se eles têm idade suficiente.


 


Dando uma olhada rápida no menino-que-simplesmente-não morreu e seu bichinho de estimação ruivo Weasel, Draco podia ver que eles eram velhos o suficiente para entender suas insinuações e então sorriu pra si mesmo.


 


-Ahhh, DOENTE!


 


Rony explodiu.


 


-Cai fora Malfoy, não sei qual o feitiço que você colocou nela, mas não tem jeito mesmo da Hermione casar com você!


 


-Eu não estou sob efeito de feitiço Rony. O próprio Dumbledore nos casou, você pode perguntar a ele.


 


Hermione cruzou os braços desafiadoramente e Draco teve que lutar contra sua crescente vontade de rir. A vida podia ser mais perfeita?


 


Alguém bateu em seu ombro.


 


Isso seria tão mais fácil se ela pudesse contar a verdade ao Harry e ao Rony. Hermione suspirou pra si mesma. Eles saberiam que não há nada para se preocupar e tudo poderia voltar ao normal.


 


No que ela estava PENSANDO quando concordou com esse plano estúpido? Seus amigos nunca mais irão falar com ela! E o que importa a paz, o amor e tudo isso se Harry e Rony a odiarem? O que faria com que eles gostassem dela... Ou ao menos a respeitassem de novo?


 


Hermione encolheu-se com a conclusão horripilante a que chegou.


 


Eles tinham que pensar que ela estava apaixonada.


 


Quais os amigos de verdade que virariam as costas para um bobo apaixonado?


 


Deus, ela queria vomitar.


 


Apaixonada pelo <i>Malfoy</i>? Como ela poderia ao menos <i>fingir</i> isso?


 


Hermione virou-se para olhar para seu irritante marido, mas encontrou sua atenção desviando-se de sua pessoa festa dela no momento em que batiam de cara com Pansy Parkinson.


 


Um lento sorriso se espalhou pelo rosto de Hermione ao ver a expressão de choque e raiva enfeitar o rosto da outra garota.


 


-Obviamente ela ouviu a novidade.


 


-Você… você casou com ela?!?


 


As bochechas da Pansy ficaram vermelhas de raiva e não foi a coisa mais agradável que Hermione tenha visto. Ainda que, de algum modo, ela sentisse um certo prazer com isso. Pansy estava com ciúmes dela. Ela tinha esperado anos por esse dia.


 


-Semana passada.


 


Hermione disse com seu sorriso mais doce, envolvendo seus braços ao redor do Malfoy enquanto a garota olhava pasma de raiva.


 


-Foi <i>tão</i> romântico.


 


Ela falou com o tom de voz cheio de sentimento. A sensação de vômito vencida pelas reações de choque de Pansy e todos os outros Sonserinos à medida que a platéia deles ficava maior.


 


-Não foi Amor?


 


Ela virou-se para seu marido.


 


Aparentemente ele não era o único manipulando a audiência, pois Draco tinha certeza que a radiante alegria de sua “querida esposa” não tinha nada a ver com as núpcias deles.


 


-Foi maravilhoso, bolinho.


 


Draco murmurou com um sorrisinho.


 


-Mas eu certamente prefiro os três dias imediatos depois que-


 


Draco tossiu quando o cotovelo de Hermione encontrou seu estômago.


 


-DRA-CO!


 


O grito alto e estridente de Pansy rudemente chamou a atenção dele.


 


-Você queria me dar os parabéns?


 


Ele perguntou sorrindo pra ela.


 


-Que gentileza!


 


Ignorando as indiretas dele, Pansy se esticou para gritar com ele.


 


-Draco! Como você PÔDE? Ela é só uma prostituta Sangue-ruim! Como você pôde virar as costas a tudo-


 


Sua voz falhou quando ele deu alguns passos em sua direção, bem perto dela.


 


-Pansy, gostaria que você pedisse desculpas à minha esposa.


 


Ele falou pra ela, sua voz sedosa enquanto a olhava nos olhos.


 


Não foi um pedido. Foi uma ordem.


 


Pansy engoliu em seco, tentando olhar para Crabbe ou Goyle em busca de apoio, mas Draco a parou com um olhar.


 


-Eu... uhh..sinto muito por isso.


 


Ela murmurou e depois saiu correndo.


 


Draco virou-se para o resto dos Sonserinos que estavam olhando de boca aberta para ele. Ele lançou um olhar para Crabbe e Goyle, os quais deram um passo à frente imediatamente.


 


-Parabéns Draco.


Eles disseram logo, ainda olhando incrédulos para Hermione.


 


-Obrigado, cavalheiros.


 


Draco sorriu.


 


-Mas se nos dão licença - ele acenou para sua esposa boquiaberta- nós iremos para o nosso quarto. Qualquer outro parabéns.


 


Ele enfatizou a palavra claramente, lançando um olhar para o resto dos Sonserinos.


 


-Pode esperar até o almoço.


 


Todos saíram em fila numa estupefação coletiva, deixando Draco e Hermione sozinhos na plataforma do trem.


 


-Eu- Você-


 


Hermione fez uma careta para ele, acenando de um pro outro para tentar transmitir onde ela queria chegar.


 


-Uhh... Tudo bem.


 


Draco disse levantando uma sobrancelha.


 


-Concordo totalmente.


 


Hermione bateu o pé no chão.


 


-Você me DEFENDEU Malfoy!


 


-Certo. E isso é ruim por que...


 


-Porque é!


 


Ela disse frustrada.


 


-Você vem me chamando de Sangue ruim a minha vida toda, o que importa se a Pansy chamar?


 


-Você é uma Malfoy agora.


 


Ele deu de ombros.


 


-Se ela insultar você, ela está me insultando também.


 


Ele não podia acreditar que ela achava ruim que ele a <i>defendesse</i>. Não é de se admirar que o cavalheirismo tenha morrido. Não existe mais reconhecimento nos dias de hoje.


 


Hermione continuava a olhar pra ele como se ele tivesse declarado que Harry Potter era seu melhor amigo.


 


Ele deu de ombros e caminhou em direção ao transporte deles.


 


-Vamos lá, Sangue-ruim, eu estou com fome.


 


-Típico.


 


Ela resmungou atrás dele.


 


Continua


 

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