Lembranças
Harry queria falar logo com Minerva para acertar seu retorno ao trabalho, mas para isso teria que encontrá-la. Como ela não estava na casa trouxa que servia de base para a espionagem, só poderia estar em Hogwarts e era por isso que no momento ele estava na sala de espera da sala de Snape para conseguir uma autorização e falar com a professora. “Nunca foi necessário autorização para isso, esse Snape é um seboso enfrescalhado mesmo” – pensou Harry que estava sentado há mais de quinze minutos.
“Mas se não é o famoso Harry Potter!” – desdenhou Snape. – “O que te trás aqui?”. – o professor entrou de repente na sala e o assustou.
“A necessidade de uma autorização pra falar com a professora Minerva”.
“Hum” – Snape nem disfarçava a raiva de Harry – “Então terá que esperar”.
“Mais?”.
“Por acaso você acha que eu sou seu criado? Que eu tenho que parar o que eu estou fazendo para te fazer uma maldita autorização? Você continua o mesmo metido de sempre!”.
“O senhor não vai perder nem um minuto escrevendo uma autorização num papel!”.
“Já disse que você terá que esperar! Por acaso você ficou surdo agora Potter?”.
“Antes tivesse, não teria que ouvir sua voz nasalada!” – que mal faria xingá-lo, Harry queria descontar seu mau humor em alguém e Snape não tinha nenhuma autoridade sobre ele, não mais.
“Potter você é sem educação como seu estúpido pai!” – falou Snape sem perder a calma – “Volte amanhã”.
“Eu tenho urgência em falar com a professora...”.
“Problema seu. Seja mais educado da próxima vez, sua autorização só sairá amanhã!”.
“Ótimo!” – Harry estava realmente irritado – “É por isso que todo mundo te odeia! Você é insuportável!” – Então Harry saiu andando um pouco menos irritado do que antes, afinal xingar Snape era um exercício muito bom para aliviar os nervos. Ele estava quase fora do castelo quando se lembrou que ele mesmo tinha instalado alguns feitiços de segurança (entre eles, o anti-aparatação) em Hogwarts, portanto saberia quebrá-los! Aparatou na sala da professora Minerva.
“Harry!” – ela disse sem tirar os olhos das anotações – “Por que está aparatando? Entrar pela porta seria mais sensato”.
“Snape” – resumiu – “Aliás, seria melhor se ele não soubesse que eu aparatei, do jeito que aquele seboso é, capaz de me denunciar pro ministério só pra recolherem meu direito de aparatação”.
“Não duvide” – ela largou as anotações – “Mas, qual é o nobre motivo da sua visita que teve que passar por cima da autoridade do Snape?”.
“O motivo não precisa ser nobre para que eu passe por cima da autoridade de Snape” – disse Harry com um sorriso orgulhoso, afinal, orgulhava-se de ser mais esperto que o ex professor - “Bem, mas o motivo que me trouxe aqui é que eu queria pedir pra cancelar minhas férias, quero começar no trabalho hoje mesmo”.
“Harry, combinamos que você pegaria um mês dessa vez! Você deve estar cansado e sua próxima missão será das mais difíceis...”. – falou a professora com um semblante preocupado.
“Eu não me importo”.
“Você vai ficar com stress, se é que já não está!”.
“Eu preciso trabalhar”.
“Sim, todos precisamos, mas você também precisa descansar”.
“É que eu tive uns problemas pessoais e acho que voltar ao trabalho é a única maneira de esquecê-los”.
“Isso tem a ver com a volta da Hermione?”. – a professora concluiu mais do que perguntou, o que deixou Harry completamente incapaz de mentir.
“E com o noivo que ela tem agora”. – completou o homem.
“Certo, Harry, eu não vou perguntar mais nada, se é isso que você quer, pode ir para o seu apartamento que eu mandarei o material de pesquisa para lá hoje à tarde, você pode ir decidindo disfarces e planejando alguma coisa. Mas ainda não entre em ação!”.
“Certo, obrigado professora” – Harry tinha o costume de chamar Minerva de professora, por causa dos tempos de Hogwarts e todo o respeito que tinha pela chefe.
“Não tem de que, mas não esqueça que você vai precisar dessas férias depois, você não é de ferro!”.
“Obrigado pela preocupação” – Minerva sempre era muito atenciosa com Harry – “Agora melhor eu ir”.
Harry desaparatou no campo de quadribol, gostava de passar por lá quando ia a Hogwarts, era um local de que ele sentia muitas saudades “Quem sabe um dia eu volte a jogar” – pensou enquanto andava meio sem saber para onde.
“Harry?!” – ouviu uma voz bem conhecida chamá-lo.
“Hagrid!” – Harry cumprimentou o amigo – “Quanto tempo!”.
“Você nunca mais apareceu por aqui”.
“É, eu estive ocupado”.
“Trabalhando nas suas coisas secretas” – Harry fez que sim – “Não se preocupe não perguntarei nada a respeito, sei que você não pode falar.Vamos tomar um chá em minha cabana!” – Hagrid sugeriu e Harry aceitou, mesmo sabendo que o chá seria muito ruim, valia pela companhia.
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No dia anterior Hermione fora direto para a cama assim que chegou ao hotel, não queria pensar naquele beijo, nem em Harry e muito menos no que fizera. Queria dormir e esquecer tudo. Mas, infelizmente, no dia seguinte assim que acordou ainda lembrava-se de tudo, e apesar da parte racional de seu cérebro parabenizar-se ela não podia dizer que não estava arrependida.
“Eu fiz a coisa certa!” – repetiu para si mesma enquanto olhava-se no espelho, que a respondeu:
“Não, não fez sua anta!” – então Hermione sentiu que estava completamente louca, afinal, agora a segunda voz não era mais apenas uma voz, tinha até cara, decidiu que iria embora logo antes que essas alucinações ficassem mais graves ainda e ela começasse a ver trasgos montanheses perseguindo-a.
Tomou um banho, arrumou as malas, tomou café, acertou as contas no hotel e foi embora de metrô, afinal, agora que estava mais bem informada sobre meios de transporte no mundo bruxo não ia se arriscar a pegar o nôitibus andante.
Durante a viagem pensou no que falaria para John quando o reencontrasse, contaria sobre os beijos? Confessaria seu amor por Harry? Sinceramente, era isso que ela queria fazer. Estava se sentindo horrível por enganar o amigo.
“Amigo?” – surpreendeu-se pelo tratamento que instintivamente deu a ele – “E é a verdade, é como um amigo que eu o considero. Talvez não valha a pena continuar com ele!” – concluiu Mione em pensamento. Ela não se importava em ficar sozinha, pelo menos não quando a separação em questão fosse de alguém que ela não realmente ama, e disso ela nunca duvidou.
Hermione não fazia o tipo garota romântica-depressiva, nunca sentira grandes necessidades de estar com alguém, claro que quando se apaixonara, e isso só acontecera uma vez, foi muito feliz ao lado de Harry e não se arrependia disso. Mas o fato é que se orgulhava da sua capacidade de se recuperar rápido de relações mal resolvidas.
Estava decidido, assim que chegasse em casa, terminaria com John, terminaria porque gostava dele, não queria usá-lo, não queria se sentir culpada toda vez que sentisse mais atração por outro homem do que pelo próprio noivo ou quando constatasse que ama alguém muito mais do que ele...
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“Rony esteve aqui no mês passado, veio me apresentar o filho dele, por sinal é muito parecido com ele! Só tem os olhos fundos da Luna” – disse Hagrid servindo-se da segunda xícara de chá.
“O Rony tem mais tempo livre que eu” – justificou-se Harry, que tinha tomado apenas uns dois goles do chá com gosto de sola de sapato de Hagrid.
“E você não tem mais tempo porque não quer, né?”.
“De certa forma”.
“Harry, eu não quero me intrometer, mas falando sério, você já cumpriu sua obrigação entre os bruxos! Você já acabou com Voldemort, agora você está livre para viver sua própria vida, não precisa mais arriscá-la em cada trabalho”.
“Talvez eu não saiba fazer outra coisa” – disse o garoto.
“Ou talvez você não tenha porque deixar de se arriscar, falei com Rony sobre isso... Ele disse que só começou a ter medo de morrer depois que se casou com a Luna e teve filho”. – disse Hagrid.
“Deve ser isso que me falta então”.
“Família?”.
“É, eu ia dizer medo de morrer, mas família também...”. – confessou Harry pensando em Hermione, inevitavelmente.
“E a Hermione? Tem falado com ela? Ela esteve aqui há pouco tempo...”.
“Você lê pensamentos agora, Hagrid?”. – perguntou Harry sorrindo – “É, eu falei bastante com ela”.
“E...”.
“E nós não voltamos né Hagrid? Senão eu não estaria aqui pedindo por favor pra Minerva deixar eu voltar ao trabalho e conseguir parar de pensar nela!”.
“Eu sinto muito, mas para falar a verdade, tenho certeza que vocês ainda ficarão juntos! Tenho essa certeza desde que vocês eram dois adolescentes que vinham me visitar nos intervalos de aula”.
“Bom, não posso interferir no que você pensa, mas o fato é que não temos mais chance nenhuma. Eu cansei de ir atrás dela!”.
“Eu soube que ela está noiva...”.
“É, ela está, mas vamos deixar de falar dela!”.
“Como quiser!”. – Hagrid lançou um olhar curioso a Harry e não se contendo perguntou – “Bem, por que você não fala um pouco sobre o seu trabalho”.
Harry riu, sabia que Hagrid não ia conseguir ficar sem perguntar nada sobre seu trabalho, pois ele era muito curioso, então Harry respondeu coisas simples que não tivessem problemas em ser repassadas, pois sabia que Hagrid depois de alguns copos de cerveja amanteigada podia ser uma excelente fonte de informações.
“Hum, eu viajo para diferentes lugares e ajo de diferentes maneiras para conseguir prender os bruxos que cometem crimes horríveis e para os trouxas, inexplicáveis, por continuarem seguindo a doutrina de Voldemort!”.
“Isso deve ser importante”.
“E antigo também. Bruxos adoram provar sua superioridade entre os trouxas e isso não deixou de acontecer após a morte do Voldemort”.
“Que horror”.
“Horror é pensar que alguns o tem como mártir... Ou ainda pior, como um deus criador de uma doutrina... É absurdo”.
“Muito! As pessoas tinham que fazer isso com o grande Dumbledore e não com esse maníaco”.
“Na verdade não, mesmo sendo uma pessoa sem igual e completamente admirável, Dumbledore não deve ser endeusado, mesmo porque nunca gostou desse tipo de coisa quando estava vivo”.
“É, você tem razão. Grande homem, o Dumbledore!”.
“Grande!”.
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Hermione chegou em casa próximo da hora do almoço, desarrumou as malas de maneira trouxa e só deixou pos objetos mágicos para fora, porque tinha que guardá-los no topo do armário, coisa que daria muito trabalho e ela já estava com fome. Decidiu ir almoçar na casa de seus pais porque sabia que eles, especialmente a mãe, estariam realmente bravos por ela ter ido viajar sem avisar, fora que com certeza não aprovariam a decisão dela de terminar com John, que para eles, era o genro perfeito.
Ela foi para lá de carro, estava com saudades de seu carro! Chegou no prédio deles mais ou menos uma hora da tarde. Era esse mesmo o horário que eles costumavam almoçar, isso a acalmou, pois se ela chegasse atrasada teria uma bronca a mais do que as que já estava esperando.
Esperou ser anunciada e ter permissão para subir antes de pegar o elevador. Subiu os sete andares com uma face que continha apreensão. Parou em frente ao apartamento número 75, antes que precisasse tocar a campainha, sua mãe veio abrir a porta.
“Ah, minha querida!” – ela abraçou a filha – “Estava com muita saudade de você!”.
“Eu também” – disse a garota e pensou “Preciso curtir os cinco minutos de paz antes de ela começar a pedir explicações”.
“Mas me conte! Como foi essa viagem? O John foi pra lá te encontrar né?”.
“É” – talvez ela não tivesse nem cinco minutos de paz.
“E por que ele não veio almoçar aqui também?”.
“Pai!” – a entrada do pai na sala foi aliviante, Hermione correu para abraçá-lo demorou mais naquele abraço do que o de costume, como se silenciosamente pedisse socorro ao pai.
“Minha fofinha!” – disse o senhor Granger – “E aí, conseguiu o diploma?”.
“Sim, ele esta lá em casa, amanhã mesmo o levarei para a firma”.
“E reviu muita gente?” – perguntou a senhora Granger, por um momento esquecendo John.
“O Rony e a família dele” – decidiu começar pela família Weasley, que eram velhos amigos que seus pais gostavam bastante.
“Ah, e você mandou lembranças minhas a Dona Molly?”.
“Claro” – mentiu Hermione, que não queria contrariar.
“Que bom!” – disse o senhor Weasley – “Vamos comer?”.
“Claro!” – concordou Hermione rezando para que almoçassem silenciosamente e não voltassem ao assunto de John.
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Harry chegou em seu apartamento no início da tarde, desarrumou as malas de maneira bruxa, porque ele odiava arrumações, além de ter autorização para usar magia entre os trouxas. Tomou um banho demorado, vestiu um roupão e perguntou, pelo interfone, se tinha chegado alguma coisa para ele. Tinha, ele pegou no elevador os papéis que Minerva enviara, tinha ainda, uma lista com alguns sites que lhe seriam úteis.
Harry deixou todos os papéis na escrivaninha do escritório que tinha em um dos quartos, pôs os óculos e ficou lá analisando cada informação de que tinha conhecimento. Soube que alguns traficantes eram pessoas distintas e até importantes que mantinham uma vida dupla. O fato de trabalharem com o tráfico de drogas era absolutamente secreto e as negociações eram sempre escondidas. E assim eram os rapazes que ele precisava prender. Eles tinham um escritório onde cuidavam das negociações. Ele teria que freqüentar esse lugar para conseguir provas que os incriminassem diante da polícia trouxa. Depois os incriminaria diante dos bruxos e os prenderia. Supôs que aquilo demoraria cerca de quatro meses, no máximo.
O garoto ficou analisando os papéis tão delicadamente que perdeu a noção do tempo.
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“Você não encontrou o tal do Harry Potter?” – perguntou a senhora Granger após o almoço, ela sabia do envolvimento que a filha tivera com o homem e sabia que tinha sido intenso, de certo também desconfiava que Hermione pudesse voltar a amá-lo se o reencontrasse.
“Do jeito que você fala do Harry até parece que ele é um criminoso ou algo do tipo e isso é tudo o que ele não é! Ele é tratado como herói pelos bruxos...”.
“Eu não acho que ele seja criminoso e nem duvido que seja um herói, ele só não é o cara certo para você. Eu nunca me queixei quando vocês eram amigos” – disse a senhora Granger, Hermione decidiu não discutir, estava cansada de ouvir a mesma coisa sempre: que estar com Harry era por a vida em risco, que ele sempre teria coisas mais importantes para se preocupar do que com ela e que ele não tinha uma noção de família já que nunca tivera uma. Hermione sempre ouvia esse tipo de coisa de seus pais quando namorava Harry e ela sempre discutia e tinha brigas feias com eles. Depois que eles a convenceram de deixar o mundo bruxo, entre outras razões, pela doença da mãe que estava preocupada demais com ela, a relação dela com os pais melhorara bastante.
“Tanto faz agora” – disse Hermione que no momento sabia que reatar com Harry não era uma opção disponível.
“Fofinha” – disse o senhor Granger – “Temíamos que você voltasse para lá e se arrependesse de decisões passadas” – ele se referia ao término do namoro há seis anos atrás.
“Eu não me arrependo de nada, pai” – disse a garota.
“Menos mal”. – sorriu o pai da garota.
Os três repentinamente fizeram silêncio, os pais de Hermione sabiam que ela tinha algo a falar e ela percebera isso, mas ainda estava com medo, então, despejou de uma vez:
“Eu preciso terminar com o John”.
“O que?”. – perguntaram os pais da garota bem surpresos.
“É isso mesmo, eu preciso, desculpem” – disse Hermione encarando os próprios pés.
“Você não pode! Filha, vocês se dão bem, vocês se amam! Por que isso? Só pode ter a ver com esse Harry!”.
“Mãe, nós não nos amamos e eu não posso me casar com um cara que me irrita só por ser tão perfeitinho! E isso não tem nada a ver com o Harry!” – mentiu.
“Não?! Hermione, claro que tem!” – a senhora Granger levantara-se e aumentara a voz – “Você simplesmente vai viajar sem nos avisar nada, reencontra seu ex namorado e termina com seu noivo que é a coisa mais certa que aconteceu na sua vida nos últimos anos!”.
Hermione se irritou, por que a mãe estava gritando com ela assim? Ela já era adulta! Tinha 23 anos e sabia se decidir muito bem, não precisava de conselhos, muito menos histéricos, sobre o que fazer da vida. Já ouvira conselhos há seis anos atrás e eles a fizeram sofrer. Pior, fizeram muitos sofrer!
“Escuta aqui, eu não estou pedindo, estou comunicando! Eu vou terminar com o John! E você quer saber? Tem a ver com Harry sim, tem a ver com essa viagem sim! E tem mais, ainda bem que eu fui viajar e descobri isso antes de me casar e ser infeliz pelo resto da minha vida!”.
“Hermione Granger! Tudo o que nós já falamos sobre o Harry nesses últimos anos não serviram para nada?” – perguntou o pai dela.
“Vocês não o conhecem!” – ela disse como se só tivesse percebido o absurdo agora, aceitara opiniões sobre Harry de pessoas que nem o conheciam – “Eu aprendi a ser submissa a vocês, à vontade de vocês... Mas eu me arrependo! Não pelo que eu fiz ou deixei de fazer, mas por não seguido minha própria vontade! Por ter deixado meus amigos e todas aquelas pessoas que eu adorava. Eu considerava o mundo bruxo um lar! E quando estou lá, eu ainda me sinto em casa! Muito mais do que aqui!”.
“Hermione!” – exclamou a senhora Granger absolutamente pasma.
“Eu tenho que ir, tenho um noivado pra terminar e isso não será nada fácil!”. – disse Hermione antes de sair da casa deixando para trás dois jovens senhores boquiabertos.
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John estava em casa assistindo um pouco de TV, decidira voltar ao trabalho apenas no dia seguinte, tirara aquele dia de folga porque realmente precisava. Acabara de descobrir que magia existe, que sua noiva teve um grande amor no passado e que esse amor podia não ser apenas do passado. John não conseguia deixar de pensar nessas coisas quando ouviu a campainha, foi atender com um certo palpite de que seria Hermione.
“Hermione” – ele encarou a noiva, estava com olhos decididos, assustou-se com isso, pois sabia que ela estaria irredutível em qualquer que fosse a decisão que pretendia lhe comunicar. – “Entra” – convidou e ela o fez – “Eu ia passar no seu apartamento mais tarde... A gente precisa conversar”.
“É, eu sei. A gente precisa urgentemente conversar”. – ele pediu que ela sentasse, e em seguida sentou-se. Estavam frente a frente e agora nada mais os impedia de conversar.
“Sobre ontem, eu fui patética, queria que você me desculpasse por aquelas atitudes ridículas!” – pediu Hermione, sinceramente.
“É, foram bem ridículas mesmo, bem atípicas de você, Hermione”.
“Eu sei, mas tem um motivo e eu ainda vou chegar lá, mas queria que antes, você me desculpasse”.
“Bom, você é ré primária” – eles sorriram com aquela comparação – “Nunca cometeu erros, não conseguiria deixar de te perdoar, dessa vez!”.
“Ai que alívio” – ela sorriu e ao notar que ele fazia o mesmo, achou que ele nem imaginasse que ela pretendia terminar o relacionamento, então, começou a ser mais clara – “Eu não ia agüentar ficar com uma imagem ruim para você”.
“O que você quer dizer?”. – ele perguntou com o sorriso morrendo no rosto.
“John, o motivo pelo qual eu me comportei como uma imbecil nesses dias é que eu reencontrei o Harry... Eu menti pra você sobre o Harry, ele foi meu namorado, por dois anos... Mas eu acho que eu... – era difícil demais falar aquilo – eu ainda o amo...
“Ah” – foi tudo o que saiu da boca do perplexo rapaz.
“Desculpa por estar te fazendo passar por isso!” – pediu Hermione sinceramente – “Mas é que eu me sinto a pior pessoa do mundo te enganando assim. Acho que você tem o direito de saber das coisas...”.
“Eu não sei o que dizer. Eu não posso agradecer por isso!”.
“Claro que não!” – ela começou a chorar, sentia-se um monstro – “Você não merece alguém como eu, John. Você é ótimo! Amigo, amoroso, compreensivo, bonito, carinhoso... Você realmente merece alguém que te ame de verdade”.
Ele teve uma reação que ela previa: começou a chorar, afinal, ele era completamente apaixonado por ela. Isso fez com que ela se sentisse ainda pior. Detestava acabar relacionamentos!
“John, por favor não!” – ela pediu o abraçando – “Foi maravilhoso enquanto durou, mas eu não posso mais continuar, tenta entender, por favor”.
“Eu entendo, mas não quero, Hermione, eu te amo”.
“Eu também te amo, mas como amigo” – ela sentiu que ele ainda chorava – “É minha culpa, eu que sou horrível, você não. Você vai conhecer outra pessoa e vai ser muito feliz!”. – disse do fundo do coração.
“Eu não quero outra pessoa, Hermione, eu não amo outra pessoa!” – ele disse separando-se dela, que ainda chorava, então ela tirou a aliança do dedo.
“Fica pra você” – ele disse.
“È sua” – ela entregou a ele.
“Fica como uma recordação, eu vou ficar com a minha, para lembrar desse relacionamento, ou você não quer se lembrar?”.
“Eu vou me lembrar pra sempre, esse relacionamento só deixou lembranças boas”.
“Nunca brigamos sério” – ele disse com um sorriso.
“Nunca tivemos motivos”. – ela justificou.
“Fomos felizes” – ele disse, ela concordou, de certa forma, foram. Se o amasse, ele seria o cara perfeito.
“Desculpa” – ela pediu mais uma vez e se levantou, ele fez o mesmo.
“Você não tem culpa”.
“Você não me odeia?”.
“Eu te amo”.
“John...”.
“Desculpa”.
“Você não precisa se desculpar”.
“Isso é irreversível?”.
“Eu temo que sim”.
“Certo”.
“Eu acho que já vou”. – ela apontou para a porta, não sabia mais o que fazer, achou que deixá-lo sozinho era o melhor...
Ele a acompanhou até a porta, despediram-se com mais um abraço, ele voltou a chorar.
“Eu prometo que você vai ser muito feliz sem mim!” – ela disse também chorando e assim saiu de lá, o anel ela guardou na bolsa. Quando saiu do prédio, ainda com marcas de choro, foi fotografada por um paparazzo. “Ótimo! Era tudo que eu precisava num momento como agora!” – pensou irritada.
Chegou em casa por volta das oito da noite e foi tomar banho. Já fizera o que julgava necessário, não era mais comprometida, apesar de se sentir leve por não mais carregar um sentimento de culpa, estava triste. Terminar com John deixara-a exausta. Não queria que ele ficasse assim... A ultima coisa que queria era magoá-lo...
Ao sair do banho deparou-se com sua varinha e os livros que comprara no mundo bruxo jogados sobre a cama, decidiu colocá-los de volta no armário, precisou de uma escada para alcançar as partes mais altas onde ficava tudo relacionado a magia. Foi quando encontrou uma coisa que talvez não mexesse há mais de cinco anos, quando se mudara para aquele apartamento. Nem se lembrava mais da existência daquilo! Era uma penseira... Onde despejara alguns de seus pensamentos em Harry Potter...
Fizera aquilo porque assim que se mudou de volta para o mundo trouxa precisava estudar muito, principalmente as matérias que não tivera em Hogwarts, para conseguir entrar em uma faculdade e se formar, porém sempre se distraía pensando nele... Chegou à conclusão que despejar os pensamentos na penseira seria a melhor solução. Pegou aquele objeto e desceu da escada. Ficou observando aquilo enquanto tomava coragem para adentrar e rever seus antigos pensamentos. Coisa que não demorou muito.
-a partir de agora eu vou me referir a Hermione do passado, a que está dentro da penseira, como Mione para facilitar o entendimento e quando eu falar Hermione, é a do presente assistindo à cena
“Harry, pela sua cara dá pra perceber que tem alguma coisa te preocupando, por que você simplesmente não me fala? Para de fazer essa postura de garoto rebelde, se você está sofrendo, saiba que todos estamos! Perder Sirius não foi fácil para ninguém!” – dizia Mione para Harry no quarto dele da Ordem de Fênix, no final de suas férias. Estavam os dois sentados frente a frente na cama dele.
“Você não entende, Mione, não quero ser grosso com você, desculpa se eu estou sendo! Mas é mais forte que eu, me deixa sozinho por favor”. – ele pediu com a voz forçadamente baixa, estava se controlando para não berrar, estava nervoso.
“Não! Que idéia... Por trás dessa rebeldia toda eu sei que tem um garotinho sofrendo e eu quero te ajudar”.
Hermione lembrou-se que antes daquilo, Harry tinha gritado com Lupin e Dumbledore quando eles tentaram conversar a respeito de Sirius, ele andava muito agitado e a única pessoa com quem ele não se irritava era com ela.
Harry a abraçou, forte. E Mione fechou os olhos, nessa época á era apaixonada por ele e já sabia disso. Ele talvez sentisse alguma coisa também, mas ela não tinha certeza e também não se arriscava a tocar nesses assuntos.
Depois do abraço, ele contou a ela o porque de tudo, contou sobre a culpa que sentia pela morte do padrinho, sobre o medo que tivera de perdê-la durante o tempo em que ficara na enfermaria e sobre a profecia. Eles ficaram abraçados por mais algum tempo e depois foram jantar, a senhora Weasley estava chamando todos...
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“Harry! Eu to tentando te explicar poções! Será que dá pra parar de se distrair?”.
“Desculpa, Mione!” – ele pediu sorrindo no café da manhã – “É só que eu recebi isso e não agüentei, acabou de cair aqui, você não viu porque tava olhando pro livro”.
“Ah, mas que bonito! Me deixou aqui falando sozinha e ainda não me mostra o motivo da piada!” – Rony também ria, mais que Harry, até.
“Não chega a ser uma piada, é só um absurdo”.
“Não vão me contar mesmo?” – perguntou a garota, sempre curiosa.
“Cho Chang o convidou para sair” – disse Rony, Hermione fechou a cara. Harry pareceu notar.
“E você aceitou?”.
“Ainda não respondi” – disse o garoto.
“Hum” – ela ficou sem saber o que responder – “Mas, voltando a Poções...”.
“Hermione, esse assunto já miou” – disse Rony.
“Mas a gente tem testes em breve e eu achei que seria importante estudar e...”.
“Eu não vou”.
“O que?” – ela perguntou sorrindo.
“Não vou sair com a Cho. Não tem mais por quê. Não sinto mais nada por ela”, só vendo isso de fora que percebeu que depois de ouvir isso dele abriu um sorriso bem perceptível, Hermione se sentiu a própria adolescente boboca.
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Eles estavam em Hogsmead, o trio maravilha caminhando pelas lojinhas interessantes quando Rony separou-se dos dois, precisava se encontrar com alguém que mais tarde vieram a descobrir que era Luna. Sozinhos, Harry e Hermione foram se distanciando dos demais estudantes e indo para uma área muito arborizada que lembrava um parque municipal. Estavam conversando e nem perceberam o afastamento. No momento que a lembrança começou, ela perguntava:
“Mas por que você não quis sair com a Cho, então?”.
“Eu disse, não sinto nada por ela”.
“Hum, Harry é um garoto românico”.
“Sou mesmo” – ele disse com o sorrisinho e pela primeira vez, ela o achou irresistível.
“E também, vocês não se davam muito bem” – ele lembrou, ela gostou de saber que a opinião dela contava.
“É, ela tinha ciúmes de mim eu acho, ela devia ser meio neurótica”.
“Deixa. Somos amigos, afinal”. – Harry afirmou.
“É, não sei por que as pessoas ficam pensando coisas”.
“É” – ele concordou depois perguntou – “As pessoas ficam pensando coisas?”.
“Não, é modo de falar, apenas”. – ela estava levemente nervosa.
“Achei que você tivesse falando da Rita Sketeer”. – esclareceu Harry.
“Ela era só uma louca”.
“Talvez”.
“Talvez?”.
“É, ou talvez a gente tenha algum tipo de química”. – Hermione, que observava de fora, sorriu ao ver Mione corar, estava achando aquilo muito bonitinho! Sabia como ia acabar...
“Você acha isso?”. – ela perguntou.
“Você não?”. – ele devolveu.
“Nunca pensei a respeito”. – mentiu.
“Mentirosa”. – percebeu.
“Somos melhores amigos...”. – desviou.
“Por isso mesmo que eu sei que você está mentindo, eu te conheço Hermione Granger!”.
“Não era exatamente isso que eu tava querendo dizer...”.
“Então o que era?”.
“Ah... É só que... Bom, somos amigos, algumas coisas poderiam arruinar nossa amizade”.
“Algumas coisas?”. – ele perguntou como se se divertisse com o nervosismo dela.
“Harry, você entendeu”. – ela disse parando de andar. Hermione de fora estava achando demais rever aquilo!
“Você não quer?”. – ele perguntou, com relação às tais ‘algumas coisas’ que ela referira-se e que ele entendera muito bem que eram beijos...
“O que?”. – ela também entendeu, mas fingir que não era menos arriscado. Falar desse jeito, em códigos, podia ocasionar uma dupla interpretação, ainda que eles sempre tivessem se entendido assim.
“Hermione, você entendeu”. – ele também parou de andar e a olhou nos olhos, o coração dela batia forte.
“Eu não tenho certeza se eu entendi”.
Harry sorriu, Mione estava séria e apreensiva, ela tinha entendido e ele sabia disso, mas para que ela deixasse de duvidar da sua capacidade de interpretação decidiu ser mais explícito e aproximou-se dela, com uma mão colocou os cabelos dela para trás e com a outra segurou seu rosto, ela fechou os olhos, o coração deveria estar batendo a quase 200, ele encostou os lábios e ela estremeceu. Foi ele quem começou o beijo, e ela, inexperiente no assunto, apenas copiou os movimentos dele, bateram os narizes e sorriram, soltando-se, ele segurou a mão dela e a colocou em seu próprio peito antes de reiniciar o beijo. Com a outra mão ela segurou as costas dele, o beijo estava tímido, como um primeiro beijo deve ser.
Estavam assim há um tempinho quando ele pressionou os lábios dela com a língua e ela os entreabriu, aí sim o beijo ficou melhor, ela o abraçou e ele acariciava o rosto dela com as duas mãos. Não tinham um ritmo, o beijo era desajeitado e eles estavam com a boca bem fechada, notou Hermione que via de fora, mas aquele beijo inexperiente e sem graça não deixou de ser perfeito. Ver aquela cena lhe trouxe de volta tudo o que sentiu naquele momento. Foi quando as coisas começaram a ficar perfeitas.
“Entendeu agora?” – ele perguntou quando se separaram, ela apenas sorria.
“Talvez a Rita Skeeter não seja tão louca assim, temos química” – disse Mione e ele também sorriu.
“Eu queria fazer isso já faz um tempo”. – ele disse olhando para frente, voltaram a andar, mas estavam de mãos dadas, agora.
“Você nunca me disse!”.
“E nem você!”. – Mione sorriu, Hermione também. Lembrança perfeita!
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“Contar pra todo mundo? Você não acha meio cedo?” – perguntou Mione na biblioteca, eles conversavam baixinho para não atrapalhar os estudos dos demais.
“Não é cedo, já faz dois meses”.
“Já?” – disse antes de virar a página do grosso livro que estava lendo, mas mal prestava atenção – “Ainda assim, não sei se é uma boa idéia”.
“Dê-me um bom motivo pra manter isso em sigilo”.
“Não tem motivos, é só mais cômodo”.
“Pois eu tenho um motivo pra tornar isso público! Estamos às vésperas do baile e eu quero ir com você”.
“Você nunca gostou de bailes”.
“Esse será diferente”.
Mione sorriu meiga para o namorado, estava com receio de revelar a todos que a sua grande amizade com Harry tinha se tornado um grande amor, mas ele lhe dava toda a confiança que era necessária, e isso provavelmente nunca mudaria.
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“Foi ótimo” – ele disse no corredor a caminho da sala comunal.
“Bem melhor que o do ano passado”. – constatou ela, essa lembrança se passava um ano depois da anterior.
“No ano passado as pessoas não paravam de nos olhar, também, era a primeira vez que assumíamos o namoro em público né”. – disse ele, os dois estavam de mãos dadas.
“Como se nesse ano aquelas garotas assanhadas também não parassem de te secar né”. – disse Mione olhando para ele irritada.
“Você bem sabe que eu só tenho olhos pra você, Mione”.
“Sei, mas elas também deviam saber”.
“Deixa de ser ciumenta e ouve uma coisa”.
“Fala”.
“Nunca duvide do meu amor por você! Ele é infinito e inabalável!”.
“Ai Harry, eu te amo!”. – disse Mione abraçando o garoto – “Você é o melhor namorado do mundo!”.
“É, eu sou” – ele disse com um sorriso maroto.
“Não precisa se gabar”.
Os dois sorriram e foram para a sala comunal conversando alegremente.
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“Harry! Não vai! Por favor!”. – ela pedia chorando. Estavam na sede da Ordem de Fênix, no quarto dela.
“Eu preciso!”. – ele disse, sério.
“Não é a batalha final ainda, você não precisa realmente... Vai ser muito perigoso”.
“Eu sei...”.
“Então não vá, por favor!” – ela chorava compulsivamente – “Por mim”.
“Mione, não me peça coisas que eu não posso atender, eu vou e está decidido”. – ele era irredutível às vezes.
“Harry, e se acontecer alguma coisa com você? Eu morro junto!”.
“Vira essa boca pra lá, não vai acontecer nada!”.
“Como você pode saber? Há sempre uma chance!”.
“Eu prometo que eu volto”.
“Promete?”.
“Prometo, Mione!”. – ele a abraçou, querendo consolar a garota que debrulhava-se em lágrimas. Ao ver aquilo, ainda que de fora e sabendo que Harry voltaria são e salvo daquela batalha, Hermione chorou junto.
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Estava sozinha em seu quarto na sede da ordem, chorando, coisa que mais fazia naqueles poucos dias que ficara de licença da escola para acompanhar mais de perto as missões (quando não estava atuando em uma delas, claro), quando seu coração disparou ao ouvir a porta se abrir. Virou-se para ver quem tinha entrado. Era Harry!
“Eu prometi que voltaria!” – ele disse andando até Mione, que imediatamente se levantou, abriu um sorriso e o abraçou forte.
“Eu quase morri de preocupação” – ela disse quando se separou do abraço, notando que ele estava com alguns cortes pequenos no rosto. – “Você está bem?” – passou a mão pelos cortes bem delicadamente.
“Ah, isso não é nada, só preciso fazer uns curativos, mas antes precisei vir aqui te ver”.
“Que consideração” – disse o abraçando de novo, pensando no quão sortuda era por tê-lo como namorado. Ele era perfeito! Antes que ele fosse para a enfermaria a beijou, dessa vez foi bem diferente do que o ultimo beijo que tinha presenciado. Foi mais forte, mais confiante e mais intenso. O ritmo também era presente e as bocas se encaixavam tão perfeitamente! Qualquer um que visse essa cena saberia que eles se amavam...
E foi com esse lindo beijo que o conteúdo de lembranças se esgotou e Hermione voltou para seu quarto, no apartamento trouxa. Depois daquilo, ela tinha algumas opiniões diferentes sobre tudo.
Aquela cena que acabara de presenciar acontecia com freqüência no final do sétimo ano, ela sempre ficava inconsolável quando ele partia. O medo de que ele se ferisse mortalmente era tão grande que ela praticamente transformava sua personalidade, ficava chorosa e irritada. Isso a fez quase entender a atitude de sua mãe, afinal, que mãe quer ver um filho sofrer daquela forma? Porém, Harry sempre voltava depois das batalhas e dizia ganhar por ela.
Por diversas vezes lembrara-se de tê-lo considerado o namorado perfeito. Tudo bem que ela não tinha incluído as brigas na penseira, mas elas eram tão bobas, quase engraçadas. Hermione viu aflição em alguma cenas, está certo. Ela sempre ficava aflita quando sabia que ele corria perigo, mas também viu muitos momentos felizes. Viu que eles juntos pareciam perfeitos um para o outro, parecia simplesmente que aquilo era a coisa certa. E de repente sentiu muitas saudades daquela época, daquele garoto, daquela vida...
Será que agora era tarde demais? Afinal, já o dispensara duas vezes e se bem o conhecia, devia estar tentando esquecê-la “Ele não vai correr mais atrás de mim” – pensou. Então, se ela queria aquele homem de volta teria que correr atrás. “E isso vai ser agora mesmo!”.
Trocou de roupa, pegou a varinha e a bolsa, e saiu pela porta de casa. Ia encontrá-lo naquele hotel bruxo em que estivera hospedada e dizer tudo que fosse necessário para que ele a aceitasse de volta.
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