Avisos (completo)
Capítulo 7-Avisos
Quando Rony viu que Gina tinha ido embora, ele foi para o quarto para terminar de desfazer as malas. Tinha viajado para pensar, refletir um pouco. Terminara gostando da idéia de ser chefe de uma seção do Ministério. Finalmente, queria se firmar. Rony lembrou-se de Hermione na reunião...
“Não acho que seja bom candidato ao cargo porque não é um homem sério. Que não assume responsabilidade. Não é estável”.
Ele provaria a Hermione que ela estava errada. Ele aceitaria a candidatura ao cargo indo ou não para a cama com ela. Conseguiria o cargo no Ministério e faria a vida de Hermione um inferno, atormentando-a sempre que quisesse. Ele deu um risinho sarcástico.
“Será muito bom”, pensou.
Depois só lhe faltaria uma pessoa. A primeira pessoa que surgiu instantaneamente foi Hermione. Fora de cogitação. Pensou em Glace. Ela era bonita, educada, extrovertida, mas tinha gostos estranhos. Como comer quiabo, cebola e banana misturados. Eca! Ela era normal se não fosse o gosto estranho por comida. Podia ser uma boa pretendente a casamento... Rony colocou a última camisa limpa no guarda-roupa. Poderia ter ficado mais tempo na casa de praia, ao menos teria evitado aquela conversa com Gina. Não sabia o porquê de Gina e Harry defenderem Hermione com tanto afinco mesmo depois de tudo que ela lhe tinha feito. Ele pegara Hermione na cama com Draco Malfoy, o homem que mais odiava na vida.
Ele tinha que resolver coisas sobre o time de quadribol. Falar sobre a proposta que lhe tinham feito e dizer que tinha grande chance de não voltar. Olhou para a cama, poderia dormir, descansar um pouco, mas ainda era cedo. Decidiu ir para a sala e assistir algum filme. Rony ligou a TV e colocou o DVD. O filme era um suspense. Gostava desse estilo de filme. Sentou-se no sofá e sentiu algo incômodo. Levantou-se e olhou. A bolsa de Gina. Ela poderia está procurando... decidiu falar com ela pela lareira. Era cedo para ele que tinha mania de dormir tarde, mas era tarde para ir a casa dela. Foi até a lareira...
Detestava aquela posição de ficar de joelhos, aquilo cansava. Vislumbrou a sala, mas não esperava ver o que acontecia no sofá. Seu melhor amigo em cima de sua irmã. Ele sem a camisa. Ela sem a blusa. Ao menos estavam de calças, mas no ritmo que estavam as coisas, elas não durariam por muito tempo. Lembrou-se de cinco anos antes. Hermione e ele... O choque de ver os dois naquela posição foi algo que Rony não pôde conter.
-Não era para eu ter vindo agora-exclamou Rony.
Harry e Gina assustaram-se ao ouvir a voz de Rony. Olharam-se.
-Isso foi uma ilusão de audição-disse Harry, puxando o rosto de Gina para um beijo.
-Não foi, não-disse Gina, olhando para a lareira.
Harry olhou para a mesma direção. Rony estava com a cara de que tinha visto algo inapropriado até para a idade dele.
-Rony, o que está fazendo aqui?-perguntou Gina, preocupada.
-Era para termos ido para a cama-disse Harry, frustrado.
Harry ia se levantar quando Rony assustado, disse:
-Não se levante! Não quero ver minha irmã, sabe...
-Rony, saía da lareira e volte daqui a um minuto, eu irei me vestir.
-Não, eu só quero avisar que sua bolsa ficou aqui e...
-Minha bolsa? Eu nem percebi que havia esquecido...
-Claro! Você está envolvida em casos mais interessantes...-disse Rony, sarcástico.
-Rony!-exclamou Gina.
-Depois, eu te levo a bolsa. Desculpe, não queria atrapalhar-disse Rony, constrangido-Tchau.
Rony sumiu da lareira como havia surgido, de repente. Harry virou-se e caiu no tapete.
-Se seu irmão fizer isso de novo, eu...
-Ele não tem culpa, Harry-disse Gina, cobrindo-se com a blusa.
-Não venha defendê-lo! Ele poderia ter visto e sumido-disse Harry, irritado.
-Mas ele não se conteve... eu também não me conteria.
-Quando...ah-gritou Harry, e foi ao banheiro.
Gina levantou-se. Quando voltaria a ter uma vida (sexual) normal? Gina vestiu a blusa, pegou a pena, o pergaminho e a tinta e começou a escrever na mesinha. Quando terminou foi ao quintal e pegou Edwiges, a coruja branca que Harry lhe dera quando a pedira em casamento. Prendeu a carta na pata da coruja.
-Entregue a Hermione, querida-disse Gina, alisando-lhe as penas.
Edwiges voou. Gina suspirou e foi para o quarto.
Diogo desceu apressado a escada. Estava atrasado para a aula. Passara a madrugada pensando como fazer Joyce não sair com Marc, mas não conseguira nenhuma solução. Quando chegava perto das masmorras, escutou uma voz suave.
-Oi, Diogo-disse uma garota de cabelos castanhos escuros e olhos verdes.
-Oi, Sue-disse Diogo, polido.
Susane, mais conhecida como Sue. Era do sexto ano da Sonserina. Sue aproximou-se de Diogo e deslizou a mão pelo braço dele.
-Eu gostaria de repetir aquele dia...
Diogo não queria sair com Sue de novo. Era uma garota bonita, mas esnobe. E estava mais preocupado em não deixar Joyce sair com Marc. Aquilo era mais importante que qualquer saída dele.
-Sue, eu estou atrasado para a aula e...
-Eu só o solto quando você disser que vai sair comigo-disse Sue com um sorriso provocante.
-É, pode ser...-disse Diogo, reticente.
-Quando?
-No sábado?
-Ótimo!
Diogo preferiu dizer um dia para Sue deixá-lo em paz. Sue puxou Diogo pelo cós da calça e o encostou na parede, beijando-o com entusiasmo. Diogo afastou Sue quando escutou o barulho de uma pessoa correndo.
-Até sábado. E espero que até lá a pegada do verdadeiro Diogo volte-disse Sue, irônica.
Sue deu um selinho em Diogo e foi embora. Diogo dobrou o corredor, correndo. Entrou na sala. Suspirou de alívio ao ver que o Prof. Malfoy não estava na sala. Diogo sentou ao lado de Kate.
-Onde está Joyce?
-Bom dia, Diogo.
-Hummm-resmungou Diogo, fazendo careta.
-Por que não apareceu no café da manhã?
-Acordei tarde.
-Acordou tarde, por quê?
-Pensando...
“Só não me pergunte em quem”, pensou Diogo.
-Em quem?
-Você não respondeu minha primeira pergunta.
-Certo-disse Kate, concordando com a cabeça-Você não quer me dizer, não vou insistir. Sobre sua pergunta...Você não a encontrou?
-Se a tivesse visto não teria perguntado-disse Diogo, grosseiro.
-Nossa!
-Desculpe, hoje me acordei...
-Grosseiro?
-Mal humorado, eu diria.
-Sei...-disse Kate, olhando-o cuidadosamente-Você está estranho...Humm. Você não a encontrou mesmo?
Diogo fez uma cara feia.
-Certo, certo. Ela saiu um pouco de tempo antes de você chegar. Onde você estava?
-Vindo para cá-disse Diogo, desconcertado.
-Você está me escondendo algo?-perguntou Kate, astuta.
-Eu?! Não!-disse Diogo, olhando para o quadro.
-Se não quer me contar...
-Mas...
-Ultimamente você e Joyce estão diferentes. Há algo que eu não saiba?-perguntou Kate, dando uma volta no cabelo.
-Pelo menos comigo não há nada errado-disse Diogo ainda olhando para o quadro.
“Fora ter pensamentos estranhos com uma das minhas melhores amigas”, pensou Diogo.
Kate suspirou.
-Mas você também está diferente.
-Eu? Você está imaginando as coisas e/ou quer mudar o foco da conversa-disse Kate, alisando o cabelo e olhando levemente para a porta.
-Querendo saber onde está o professor?-perguntou Diogo, olhando para a direção que a amiga olhava.
-Estou preocupada com Joyce. Só isso-disse Kate quando Diogo a olhou descrente-Tenho mais que fazer do que saber onde um professor que ao invés de estar dando aula, não aparece-disse Kate, irritada.
Naquele exato momento Draco entrou na sala de aula como se tivesse escutado o que Kate falara sobre ele. Ele olhou-a diretamente nos olhos como desnudasse sua alma. Ela no começo segurou firme o olhar do professor, mas depois sentiu um leve tremor e desviou o olhar quando olhou novamente, ele já colocava suas coisas sobre a mesa.
- O que esperar de um ex-jogador de quadribol? Irresponsabilidade-sussurrou Kate.
-Não xingue este ex-jogador de quadribol. Draco Malfoy considerado um dos melhores jogadores.
-Grande coisa-disse Kate, revirando os olhos.
-Então a Srta. Lillyston e o Sr. Pryston me deixam começar a aula?
Diogo corou, envergonhado. Kate olhou para o lado e fez uma careta. Não era a primeira vez que Draco via Diogo e Kate juntos, mas ele achou estranho o que sentiu ao verem juntos ali. Ele teve uma enorme de separar os dois alunos. Dizer a Diogo que não queria vê-lo tão próximo a Kate.
“Será que eles são namorados?”, perguntou-se Draco.
-Bom dia. Desculpe pelo atraso, eu estava conversando com a diretora. Eu sei que isso não é comum, mas como professor novato, ela queria me dar algumas dicas de aulas- Draco pausou e respirou fundo-Eu gostaria que vocês colocassem os pergaminhos dos trabalhos em cima das suas mesas.
-Cadê Joyce?-perguntou Diogo, preocupado.
-Não sei-disse Kate, colocando o pergaminho amarrado com uma fita vermelha na mesa-Eu vou ter que pegar o de Joyce-disse Kate, pegando a bolsa de Joyce e abrindo.
Draco que estava prestando muita (até demais) atenção para tudo o que Kate fazia, disse:
-Por que a srta. Lillyston está mexendo em uma mochila que não é a dela?
Kate levantou a cabeça e viu que os colegas e Draco olhavam para ela. Draco com ar zombeteiro. Os olhos de Kate faiscaram. Aquele professor gostava de provocá-la. Se dissesse a primeira coisa que lhe passou pela cabeça, ele lhe daria uma detenção. E a última coisa que queria era ficar de novo a sós com ele.
-Pegando o trabalho da minha amiga Joyce para colocar na mesa-disse Kate, fingindo-se de gentil para não gritar.
-Não precisa quando a Srta. Petterson voltar ela me dá-disse Draco no mesmo tom de Kate.
Ela bufou. Ele sorriu, sarcástico.
“Ele está me provocando. Ridículo”, pensou Kate.
-Aliás, onde está a Srta. Petterson?
Kate abriu a boca, mas a própria Joyce respondeu, pois acabara de entrar na sala.
-Desculpe, professor. Eu estava no banheiro.
Todos olharam curiosos para Joyce. Ela tinha os olhos vermelhos.
-Srta. Petterson estás bem?-perguntou Draco, preocupado.
-Estou-disse Joyce, séria.
Draco a olhou descrente.
-Pode acreditar, prof. Malfoy. A melhor coisa é ter certeza das resoluções que fazemos na vida.
Draco olhou para a aluna, resoluto. Ela parecia ter uns 17 anos. Parecia que sofria. O que será que tinha acontecido para ela ter falado daquela maneira?
Quando Joyce passou ao lado de Diogo, este a segurou pelo braço. Ela o olhou fulminante e puxou o braço bruscamente. Joyce sentou-se atrás de Kate que lhe devolveu a bolsa.
-Depois eu quero saber o que aconteceu-sussurrou Kate.
Joyce nada disse. Diogo ficou pensativo. Pelo tratamento que Joyce lhe dera, ela vira o beijo. Mas ele não tinha culpa e também não entendia o comportamento dela. Era para ela sorrir para ele e dizer: “garanhão”. Como sempre acontecera. Mas não, agora ela o tratava mal. E agora ele se sentia mal. Queria sair dali. Levantou-se e aproximou de Draco.
Basta olhar no fundo dos meus olhos
Pra ver que já não sou como era antes
Tudo que eu preciso é de uma chance
De alguns instantes
-Professor, eu poderia ir ao banheiro?
Draco olhou curioso para o aluno. Ele parecia perturbado. O que estava acontecendo naquela sala? Draco confirmou. Antes de sair da sala, Diogo lançou um olhar para Joyce. Ela parecia séria e impassível. Ele teve uma enorme vontade de ir até ela e carregá-la até fora da sala e resolverem aquela situação. Ele saiu da sala.
Quando Diogo saiu, lágrimas começaram a cair pelo rosto de Joyce. Lágrimas silenciosas. Ela baixou a cabeça para ninguém ver. Ao terminar a aula, Joyce já voltara ao normal. Diogo não voltara para a aula.
-Onde se meteu o Diogo?-perguntou Kate.
-Não sei-disse Joyce, displicente.
As duas foram para o lago. Sentaram-se debaixo da árvore para descansar.
-Agora me conte, Joyce. O que aconteceu?
-Nada demais-disse Joyce, olhando para o lago.
-Não me diga que foi nada. Você chorou antes de entrar na sala e durante a aula...
Joyce olhou para Kate, então a amiga notara que ela chorara na sala de aula. Kate como lesse o seu pensamento, disse:
-Você passou a aula toda com a cabeça baixa.
-Nem eu mesma eu sei-disse Joyce, desviando o olhar de Kate e olhando para o lago. Joyce percebeu o olhar de descrença de Kate e continuou-Quando eu estava no banheiro, comecei a chorar do nada. Você sabe que quando estou de TPM fico super sensível...
-Mas chorar do nada? Você sempre chora, mas por qualquer motivo... até bobeira.
-Este mês, eu mudei...
-Percebi...-disse Kate com ar de leve ironia.
-Kate, eu não te devo satisfação da minha vida-disse Joyce, irritada.
-Sei disso! E você acaba de assumir que há algo de errado...
Joyce ficou calada.
-Quando você quiser me contar a verdade, estarei esperando-disse Kate, olhando para o céu.
Kate sabia que havia algo de estranho entre Diogo e Joyce. Só não sabia o que era, embora desconfiasse. Os dois estavam muito estranhos.
-Eu falei a verdade-insistiu Joyce na mentira.
-Eu te conheço a sete anos e somos amigas desde o primeiro ano... como do Diogo. Você não sabe mentir bem, não para mim.
O que Kate acharia se ela contasse o que acontecia com ela em relação a Diogo? Pensaria que ela estava louca. Resolveu não dizer a verdade.
Joyce respirou profundamente.
-Desculpe, Kate. Mas eu prefiro guardar para mim, por enquanto-disse Joyce, cabisbaixa.
Kate abraçou a amiga pelos ombros.
-Quando você precisar de um ombro amigo.
-Eu sei que eu posso contar com você. Sempre-disse Joyce, triste.
Kate pensou em insistir, mas não era certo. Ela mesma estava escondendo coisas de Joyce e Diogo. Pensou no professor. E ela sentiu como um soco no estômago, ele lhe fazia mal só de pensar. As duas estavam absortas em pensamento quando Diogo se aproximou.
-O que vocês estão pensando?-perguntou Diogo, curioso-Joyce, eu gostaria de falar com você.
-Deixando-me de lado?!-brincou Kate.
-É uma coisa que Joyce me pediu.
Joyce não entendeu no começo, mas o cérebro deu a luz. Ela fez uma expressão de tédio.
-Não precisa me explicar. Eu estarei na sala de aula, caso vocês demorem. Tchau.
Kate afastou-se. Diogo e Joyce ficaram a sós. Joyce levantou-se e se aproximou.
-O que você quer falar?-perguntou Joyce, ríspida.
-O que eu fiz para você me tratar tão mal?
-Nada. Você é um santo-disse Joyce, irônica-Fala logo! Não quero me atrasar para a aula.
-Hummm. Certo. Não há nada contra o Marc. Ele é certo demais. Pelo menos nas aparências, mas eu te imploro... não fica com ele, por favor.
-Por que?
-Porque... Porque a pesar dele ser certo, ele não é o cara certo para você.
-E para você quem é o cara certo para mim?-perguntou Joyce, mais próxima de Diogo.
-Não sei-disse Diogo, dando um passo para trás-Só acho que ele não é seu tipo.
-Só eu que sei, qual é o meu tipo-disse Joyce, irritada.
-Ele é diferente de todos os caras que você ficou-disse Diogo, desesperado.
-Mudei!-disse Joyce, sorrindo.
-Notei...-disse Diogo, encarando Joyce.
Sinceramente ainda acredito
Em um destino forte e implacável
Em tudo que nós temos pra viver
E muito mais do que sonhamos
Ela pigarreou e olhou para a árvore.
-O motivo que você deu para eu não ficar com ele, ao contrário, é um ponto a favor. As mulheres babam por ele...
-As mulheres babam por mim-interrompeu Diogo.
-Nem todas.
-A maioria.
-Para de se achar o tal!-disse Joyce com ciúmes.
Diogo deu um risinho.
-Não tenho culpa de ser o ‘cara’-disse Diogo, passando a mão pelos cabelos.
Joyce fuzilou Diogo com o olhar e disse, calmamente:
-Vou aceitar ficar com ele, pode ser que se torne algo sério. Eu estava pensando em ter algo sério...
O corpo de Diogo enrijeceu. Joyce sorriu.
-Pronto?-perguntou Joyce, se afastando.
-Joyce, por favor, não-disse Diogo com a voz trêmula e segurando o pulso de Joyce.
Ele achou interessante o pulso de Joyce acelerar ao toque dele. Ela tentou se livrar ao toque, mas Diogo a manteve firme.
-Solte-me-disse Joyce, trêmula.
-Que foi? De repente ficou com medo de mim, foi?
-Não tenho medo de você!-disse Joyce, insolente.
-Você está tremendo...
-Frio-disse Joyce, simplesmente.
-Mentira...-disse Diogo, puxando Joyce.
Joyce assustada, disse:
-Que foi, Diogo? Está me confundindo com a garota da Sonserina?
-Você me viu com a Sue. Eu sabia.
Diogo soltou Joyce bruscamente. Ela massageou o pulso. Joyce fingiu não escutar.
-Você trata todas as garotas que você saí assim?
-Para que queres saber? Quer experimentar, é?-perguntou Diogo, atrevido.
Será que é difícil entender
Porque eu ainda insisto em nós
Será que é difícil entender
Vem andar comigo...
Joyce corou.
-Você me acha com cara de que? De idiota?
-O que quer dizer com isso?
-Você já reparou o tipo de garotas que você saí? Todas sem conteúdo intelectual!
-Você sempre falou bem das garotas que eu saía!-disse Diogo, indignado.
-Porque eu não as conhecia...
Diogo levantou a sobrancelha. E aproximou-se.
-Bem-continuou Joyce.
-E de repente você fez uma pesquisa com todas as garotas que eu saí?-perguntou Diogo, curioso-Ficou preocupada com a minha virtude?
Joyce corou furiosamente. Diogo e ela conversavam sobre tudo, quer dizer, quase tudo. Menos sexo. Ela não sabia da vida sexual de Diogo, mas ela tinha certeza que ele já conhecia uma mulher. Enquanto ela ainda esperava o ‘famoso príncipe encantado’.
-Eu só quero frisar: não estou interessada no que você faz com as garotas que você saí. E eu não sou esse tipo de garota, então eu nunca vou sair com você.
Diogo levantou as sobrancelhas.
-Ou você esqueceu que nos conhecemos desde os 11 anos?
-Não tem como esquecer-disse Diogo em voz baixa.
-Então não venha com essa conversa estranha para cima de mim-disse Joyce, séria.
-Desculpe-sussurrou Diogo.
-Não tinha como não ver vocês dois no corredor-disse Joyce com um tom de voz diferente.
-Ela que me beijou!-disse Diogo, olhando para Joyce como se desculpasse.
Vem meu amor
As flores estão no caminho
Vem meu amor
Vem andar comigo
-Eu não preciso de explicação. Você sabe o que faz da sua vida. Agradeço pela informação que você me trouxe só fez confirmar o que eu tinha resolvido-disse Joyce, séria.
-Você não pode ficar com ele-disse Diogo em um fio de voz.
-Posso. E vou ficar-disse Joyce, enfática-Até a aula, Diogo-disse Joyce com um sorriso estranho nos lábios.
Ela saiu a correr.
-Joyce, espere-gritou Diogo.
Mas Joyce já tinha entrado e tinha lágrimas nos olhos. Precisava de um lugar para ficar sem ser incomodada. Diogo sentou na beira do lago. Sentiu os olhos formigarem. Aquilo já era demais. Joyce era sua amiga. Melhor amiga. E ela poderia ficar com quem quisesse, mas porquê ele queria está no lugar de Marc? Aquilo era infundado. Joyce era só sua amiga. Amiga a 7 anos. Amiga...
Kate andava pelos corredores de Hogwarts, pensativa. Viu Pirraça jogando bolas de tintas nos alunos quando ia dobrar para outro corredor, Pirraça a viu e saiu correndo atrás dela. Kate dobrou o corredor a direita com Pirraça em seu encalço.
-Espere, Srta. Lillyston. Tenho um presente para você-gritou Pirraça.
Kate abriu rapidamente a primeira porta que viu, fechou-a com força sem olhar para onde tinha entrado. Encostou-se na porta e suspirou de olhos fechados. Estava salva de uma bola de tinta na cabeça. Quando sua respiração voltou ao normal, abriu os olhos. A primeira coisa que notou é que estava em um armário de vassouras e a segunda; que não estava sozinha. Levantou o olhar para saber quem estava na sua frente. Olhos cinzentos a fitavam com curiosidade e outra coisa que não soube decifrar.
-Poderia deixar de pisar no meu pé, Srta. Lillyston? Eu sei que você não gosta de mim, mas...-disse Draco.
Kate tirou o pé de cima do de Draco.
“No que me meti? Era melhor uma bola de tinta na cabeça”, pensou Kate.
Instalou-se o silêncio.
-Querendo voar?-perguntou Draco, quebrando a tensão que se instalara.
-Não, eu não sou adepta ao vôo. Diferente do senhor...
-Não tão assim... Prefiro a licenciatura.
-Estranho... homens tipo o senhor parecem que gostam de atrair a atenção...
-O que sabe sobre mim, srta. Lillyston?
-Nada que ninguém não saiba...
-E você pensa que tudo que saí nos jornais é verdade sobre mim?! Garota tolinha-disse Draco, sarcástico-Pensei que fosse mais inteligente-disse Draco, tocando o queixo de Kate.
Kate virou o rosto e Draco deixou cair o braço.
-De quem estavas fugindo?
-Como sabe que eu estava fugindo?
-Pelo jeito que entrou aqui. Estava fugindo do seu namorado?
Kate notou um tom diferente na voz de Draco, mas deixou para lá. Se aquele era o novo jeito de perguntar se ela tinha namorado, ele ficaria sem resposta.
-Namorado correndo atrás de mim? Eu sei que o Senhor não gosta de mim, mas espero que meu namorado seja melhor que o Pirraça.
“Espero que esta frase nem confirme, nem negue que eu tenho namorado. Se ele souber que eu não tenho namorado encherá mais minha paciência. Já estou vendo”, pensou Kate.
-O que o Pirraça está aprontando dessa vez?
-Jogando bolas de tinta...
-Algumas coisas continuam a mesma. O Pirraça não muda e porquê faz alguns anos que terminei a escola.
-Estudou aqui todos os sete anos?
-Sim. Aquele tempo era bom. Eu fiz umas coisas que não era para ter feito... mas foi um tempo inesquecível.
-Sua noiva estudou aqui, não foi?
Draco havia esquecido Hermione. Por que Kate perguntara sobre ela?
-Sim, mas não nos dávamos bem até o sétimo ano. No sétimo ano viramos amigos. Os nossos grupos eram tidos como inimigos. Eu era da Sonserina. Ela era da Grifinória. Mas ela foi uma das poucas que acreditaram na minha mudança.
-Você era da Sonserina?-perguntou Kate com um sorriso irônico-Por que isso não me espanta nada?
-Nem todos os bruxos da Sonserina são maus-Draco a viu confirmar com a cabeça-Eu sou bom.
Kate riu.
-Esqueci que você não gosta de mim.
-É recíproco.
-É mesmo...-disse Draco, pensativo.
A tensão estava no ar. O pequeno armário de vassouras. Um professor e uma aluna muito próximos.
-Será que o Pirraça já foi?-perguntou Draco, quebrando o silêncio.
-Não sei. Tenho que ir, não quero chegar atrasada para aula de Runas Antigas.
Draco riu.
-Por que o riso?
-Pensei que só minha noiva tinha feito Runas Antigas, mas pelo que vejo estava errado...
-Novidade-disse Kate, irônica.
Draco olhou frio para a aluna e continuou:
-Só CDF para se inscrever nessa aula.
-Ou quem tem pouco intelecto...
-O que disse?
-Nada.
-Seus amigos ou namorado participam dessa aula?
-Não, eles ocuparam com outras. Mas não ficam vegetando.
Draco fulminou Kate com o olhar.
-Eu também preenchia meu horário com outra aula-disse Draco, irritado.
-Sei...-disse Kate, incrédula.
Draco respirou fundo para não pegar aquela aluna e dar uma lição nela. Kate já havia esquecido o que acontecera na sala de aula no outro dia? Ele não era de brincar.
-Eu irei sair primeiro e vejo se ele já foi, então você saí.
-Ele pode sujá-lo...
Draco olhou para Kate, curioso.
-Desde quando você se preocupa com uma pessoa que não gosta?
Kate olhou para o professor e disse, calmamente:
-Eu me preocupo com os animais.
Kate agradeceu a si mesma por pensar tão rápido naquela resposta. Draco fuzilou Kate com o olhar. Ela só fez sorrir, ironicamente.
-Você é muito audaz.
-Obrigada-disse Kate com um sorriso.
-Com licença. Poderia sair da minha frente para eu poder abrir a porta?
-Como? Aqui não tem espaço para eu me mexer-disse Kate, olhando ao redor.
-O único modo é esse...
Draco puxou Kate para si, virando-a bem junto dele e trocando de lugar com ela. Ela sentiu a pele arrepiar e um calor estranho subir pelo corpo. Draco a olhava com um sorriso nos lábios.
Será que é difícil entender
Porque eu ainda insisto em nós
Será que é difícil entender
“Será que ela tem alguma experiência com um homem? O que você está pensando Malfoy? Ela é uma aluna irritante, imatura... Mas muito, muito bonita...Hermione sua noiva também é”, brigou Draco com sua consciência.
Tinha que pensar em Hermione. Era o único jeito de tirar Kate da cabeça. Por que aquela aluna lhe afetava de um modo tão intenso? Gostava do cabelo dela que contrastava com o seu. Um negro. Gostava do cheiro dela. Draco se perdeu em pensamentos. Kate viu Draco levantando a mão e indo em direção a ela. Não, ele não podia tocá-la novamente. Com muita força de vontade, Kate disse:
-Prof. Malfoy, abra a porta, por favor. Eu tenho aula.
Draco em um movimento rápido e brusco abriu a porta. Pirraça não estava mais ali.
-Pirraça não está mais aqui-disse Draco, saindo.
Kate saiu trêmula como se sentisse muito frio.
-Você está bem?-perguntou Draco, preocupado.
-Sim. Só foi um frio repentino-mentiu Kate-Vai passar. Obrigada, professor-disse Kate, sem olhá-lo.
Kate saiu correndo. Draco ficou vendo-a ir embora. Eles se perguntavam o que tinha acontecido ali.
Vem andar comigo
Vem, vem meu amor
As flores estão no caminho
Vem meu amor
Vem andar comigo
Vem meu amor
As flores estão no caminho
Vem meu amor
Vem andar comigo
Vem andar
As flores estão no caminho
Vem meu amor
Vem andar comigo
Hermione esperava Gina para almoçar. Gina estava atrasada. Lembrou-se do bilhete da amiga...
Hermione estava indo dormir quando escutou um barulho na janela. Olhou e viu que era a coruja de Harry e Gina. Foi até a janela e viu a coruja entrar.
-Oi, Edwiges. O que você tem para mim?
Hermione abriu o bilhete, enquanto lia; acariciava a coruja.
“Oi, Hermione. Preciso conversar com você. Poderíamos almoçar juntas, amanhã? O assunto você já deve suspeitar... Inteligente como você é. Se você concordar me mande uma coruja por Edwiges. Um beijo de sua amiga que te quer bem”. Gina W. Potter.
Gina e sua mania de assinar pelo apelido. Ela detestava o Ginevra, embora tivesse um significado bonito. Sorriu.
Gina queria falar sobre Rony. Não queria falar sobre esse assunto, mas poderia ser algo importante. Pegou um pergaminho, tinta e pena; escreveu.
“Oi, Gin. Eu adoraria almoçar com você. Colocar a conversa em dia. Poderíamos nos encontrar às 12h no restaurante do Ministério. Beijos de sua amiga”. Hermione J. Granger.
Ela comparou os dois bilhetes e sentiu uma pequena inveja de Gina. Sua amiga com nome de casada, enquanto ela...
Ela poderia estar assinando Hermione Granger Weasley. Ela lacrou o bilhete com força e mandou Edwiges entregar, enquanto via a coruja voar, ela pensava que tudo poderia ter sido diferente...
FLASHBACK...
Hermione olhava pela janela, pensativa. Era já a terceira carta que recebia de Rony, o que era um grande feito se tratando dele. Ela estava em casa. Ela olhou a pequena carta nas suas mãos. Na realidade era mais um bilhete que tinha escrito:
“Oi, Hermione.
Espero por você. Volta logo!
Rony”.
Quando acabara a guerra e tivera o enterro dos corpos, ela decidira voltar para casa. Eles estavam na Toca.
-Eu tenho que ir para casa. Preciso ver como meus pais estão e restituir as memórias deles-disse Hermione para Rony e Harry.
-Já? Você poderia ficar mais alguns dias-disse Rony.
-Eu voltarei rápido. Acho que tem gente que precisa de mim por aqui-disse Hermione, olhando atentamente para Harry.
Harry continuou impassivo.
-Acho que você deveria falar com ela, Harry.
-Agora não, Hermione. Ainda não estou preparado e nem sei se um dia, estarei. É bom que você veja seus pais. E se eu for o motivo para você querer voltar logo, não tenha pressa. Eu estou bem-disse Harry, se levantando-Boa viagem.
Hermione e Rony viram o amigo subir as escadas em direção ao quarto.
-Faça um favor para mim, Rony.
-Qual?
-Fique de olho no Harry enquanto eu não estiver por aqui. Ele não está bem. Nota-se de longe e tenho medo que ele faça alguma besteira-disse Hermione, preocupada.
-O Harry não tem cara de suicida-disse Rony, olhando a escada que o amigo subira.
-E quem falou em suícidio? Estou com medo de que ele suma. Que ele ache melhor ficar longe de nós.
-Ok, ficarei de olho nele.
-Mas não o deixe perceber. Ele pode ter outra crise de raiva como no quinto ano. Deixe ele sozinho para ele pensar, mas sempre sabendo onde ele está, entendeu?
-Sim.
-Certo... Acho que tenho que ir.
Rony viu Hermione tirar a varinha do cós da calça e apontar para frente.
-Accio malas.
As malas apareceram voando e se colocaram organizadas do lado do sofá.
-Suas malas já estão prontas?-perguntou Rony, espantado. Ele se levantou.
-Sim. Arrumei ontem a noite.
-Você não irá se despedir dos outros?
-Já falei com seus pais e a Gina. Só faltavam vocês.
-E você deixa para contar isso para seus melhores amigos minutos antes de ir embora?
-Achei melhor-disse Hermione, reticente.
-Você não está fugindo de nada, está?
-De que, Rony?-perguntou Hermione, colocando a bolsa nas costas.
-Você sabe.
Hermione segurou uma mala e começou a puxar a outra. O barulho das rodinhas no chão fez com que lágrimas surgissem nos olhos de Hermione, mas ela não olhou para trás. Ela seguiu o caminho para achar um lugar para aparatar. Ela parou, olhou ao redor. Quando ela tentava focar a atenção na sua casa, ela sentiu alguém segurando seu braço e a virando. Seus olhos se encontraram com os de Rony.
-Por favor, Hermione. Fique!
-Tenho que ver meus pais, eu já disse.
Rony soltou o braço de Hermione.
-Certo, ficarei esperando.
Hermione engoliu o choro e sorriu.
Ela virou-se, mas ela sentiu Rony tirar das mãos dela as malas.
-Rony, eu preciso ir...
De repente, Hermione se sentiu abraçada por Rony. Um abraço bem confortador e carinhoso. Não sabia dizer quanto tempo ficara ali abraçada a ele. Ele afrouxou o abraço, mas ainda a manteve junto a ele. Rony deslizou a mão pelo rosto delicado de Hermione. Ela fechou os olhos ao contato. Ele depositou um beijo no canto da boca dela. E deslizou a boca até a orelha dela.
-Temos que conversar primeiro, você sabe.
-Sim, eu sei-sussurrou Hermione.
Hermione sabia que eles tinham que conversar. Depois do primeiro e até ali único beijo deles durante a guerra, ficaram coisas não ditas entre eles. Era estranho que depois de anos de convivência e tentando esconder o que sentia por Rony. Ela demonstrara o que sentia por ele momentos antes de lutar. Talvez tivesse sido o medo de perdê-lo e não ter confessado seus sentimentos. Se ela tivesse morrido pelo menos ela teria sentido o gosto dele. Gosto de hortelã. Ela por instinto deslizou os dedos pelos lábios, lembrando o beijo. Queria beijá-lo de novo. Inúmeras vezes. Incontáveis vezes.
Ela saiu do quarto e desceu as escadas. Tomara uma decisão. Encontrou os pais na sala. Os pais assistiam a televisão, abraçados. Será que aquilo aconteceria com ela? Será que teria um casamento feliz como os pais e como o do Sr. e Sra. Weasley? Ela olhou para os pais havia sido fácil restituir a memória deles. E eles ficaram felizes em saber que tudo acabara bem. Quase tudo.
-Oi, pai e mãe-disse Hermione, sentando na poltrona desocupada e colocando Bichento no colo.
-Oi, filha-disse a mãe.
-Estamos vendo que as coisas começaram a se acalmar. E o primeiro ministro parece bem mais sossegado-disse o pai.
Hermione abriu um pequeno sorriso.
-Mãe, pai. Eu voltarei para Toca.
-Já?-perguntou o pai.
-Sim. É que estou ainda preocupada com o Harry. Como eu disse a vocês, essa guerra mexeu muito com ele. Acho que preciso ficar do lado do meu amigo neste momento.
-Só é isso mesmo, filha?-perguntou a Sra. Granger, astuta-E o Rony Weasley?
-O que tem o Rony, mãe?-perguntou Hermione, querendo não ficar corada.
-Você sabe melhor do que ninguém, filha-disse a Sra. Weasley.
-Vou arrumar minha mala-disse Hermione, colocando Bichento no chão. Ela levantou.
Estava tão na cara algo entre Rony e ela?
-Ele é um garoto educado, filha. Um dos poucos que eu daria permissão de namorar com você-disse o Sr. Wealey-Gosto muito da família dele. Ótimas pessoas e bem divertidas.
O pequeno romance que Hermione tivera com Vitor Krum não era do conhecimento dos pais dela, embora com certeza eles soubessem que Hermione já tivesse vivenciado algo “romântico”. Mas nada sério.
-Vou amanhã pela manhã. Mas virei aqui antes de ir fazer o sétimo ano em Hogwarts-disse Hermione, querendo terminar aquele assunto. Ela subiu a escada, correndo.
-É, querido. Você percebeu que você não é o único homem na vida de nossa filha-disse a Sra. Granger, olhando para o esposo.
-Percebi isso desde que eu conheci, Rony Weasley-disse o Sr. Granger, fazendo uma pequena careta.
A Sra. Granger sorriu do ciúme do esposo em relação a filha.
-Isso não tem graça.
A Sra. Granger apertou a mão do esposo. Ele olhou para ela. A Sra. Granger sorriu. O Sr. Granger deu um selinho na esposa.
-Espero que ela seja tão feliz quanto nós-disse o Sr. Granger.
Hermione aparatou de frente a Toca. A Sra. Weasley estava na frente aparando algumas rosas que cresciam debaixo da janela. Estava tão bonito. A Sra. Weasley percebendo um movimento olhou para trás. Ela jogou a tesoura no chão e se apressou para ir de encontro a Hermione.
-Querida, você não avisou que viria.
-Decidi ontem a noite, Sra. Weasley. Onde está o pessoal?
-Arthur está no trabalho. Rony e Gina foram ajudar Jorge na loja. O Harry está trancado, ele fica a maior parte do tempo lá. Estou preocupada com ele.
-Eu também-disse Hermione, colocando a mala no chão da sala-Vim para ver como ele estava.
-Hummm. O Rony está mais cabisbaixo desde que você foi para sua casa. Ele gostará de vê-la-disse a Sra. Weasley, indo em direção a cozinha.
Hermione agradeceu por ela não tê-la olhado. Não queria que a Sra. Weasley a visse corada.
-Será ótimo ver todos.
-Venha beber algo e comer, Hermione-gritou a Sra. Weasley da cozinha.
Hermione sorriu ao entrar na cozinha. A Sra. Weasley já havia colocado uma jarra de suco de abobora na mesa e colocou um pote de biscoitos e metade de um bolo na mesa também.
-Sirva-se, querida. Você já é da casa.
Hermione sentou e serviu-se.
-Rony e Gina não demorarão a chegar. Rony não gosta de deixar Harry por muito tempo sozinho, ele só saí de casa quando me faz prometer que eu ficarei de olho no Harry.
Hermione sorriu ao lembrar ao que pedira ao amigo e que ele seguia tudo a risca. Ela terminou de comer e ajudou a limpar a mesa, embora a Sra. Weasley tivesse negado a ajuda.
-Obrigada, querida. Você é muito atenciosa.
-Eu subirei com a minha mala.
-Você pode ficar no quarto de Percy. Ele foi fazer a especialização no Canadá.
-Obrigada.
Hermione abriu a porta do quarto de Percy que era totalmente organizado que era diferente de Rony que ela não sabia como ele encontrava alguma coisa lá. Ela abriu a janela por onde ela sentiu o calor do sol. Ela sentiu falta de Bichento, decidira deixar o gato na casa dos pais porque ele se habituara com a presença dos pais dela e ele ficaria com ela no seu último ano em Hogwarts. Hermione saiu do quarto e foi para o quarto dos gêmeos onde sabia que Harry estava. Ela bateu na porta, mas ninguém atendeu. Ela girou a maçaneta, mas a porta estava fechada. Ela voltou para o quarto, irritada. Não era daquela maneira que Harry ficaria melhor. Ela deitou-se na cama onde sem perceber, dormiu. Ela acordou com Gina, pulando em cima dela.
-Que susto!-gritou Hermione.
-Eu disse para não acordá-la dessa maneira, Gina-disse Rony.
Hermione levantou a cabeça onde viu Rony encostado na porta. Ele estava tão bonito apesar de estar com olheiras. Gina percebendo um clima diferente que se instalara no quarto, disse:
-Se quiser, eu deixo vocês a sós.
-Não seja boba, Gina-disse Hermione, desviando o olhar de Rony-Você poderia sair por um tempo, Rony? Eu gostaria de falar com Gina...
Rony não gostou do pedido de Hermione, mas não disse nada. Simplesmente saiu do quarto.
-Tadinho, Hermione. Ele estava louco para te ver. E você o trata assim?-perguntou Gina, vendo Hermione sentar.
-Não sei bem como agir com Rony depois de tudo.
-Isso é alguma piada?
-Claro que não.
-Existe uma tensão entre vocês desde quando vocês se conhecem e quando vocês finalmente se beijam não sabem como agir um com o outro.
Gina deu um risinho sem vontade.
-Não é sobre Rony e eu que quero falar com você.
-Não?
-Você sabe que não. É sobre o Harry.
-O que tem ele?-perguntou Gina,tentando esconder a irritação na voz.
-Vocês ainda não se resolveram?
-Não. Ele pouco saí do quarto e quando saí poucas palavras trocamos. Ele não fica sozinho comigo.
-Acho que você que terá que tomar a iniciativa...
-Olhe, Hermione. Não vou atrás do Harry. E nem me dê conselhos já que nem você consegue falar direito com meu irmão-disse Gina, irritada.
-Harry e você são diferentes de seu irmão e eu.
-Não vejo muita diferença...
-Você e o Harry já namoraram. Rony e eu ainda estamos no começo...
-Pense comigo, Hermione-disse Gina como se falasse com uma criança de 7 anos. Era tão estranho aquela situação já que era Hermione que geralmente estava no papel de conselheira-Você e o Rony estão juntos antes mesmo de vocês saberem. Quando eu contei a Rony naquela discussão que você beijara o Vitor, ele se sentiu traído. Por isso, que ele ficou com a Lilá para pagar você na mesma moeda. Rony não percebeu que você era uma garota no quarto ano, ele sabia isso desde que conheceu você. Você mexeu tanto com ele que ele preferiu agir com você como se fosse um menino para pelo menos conseguir ficar perto de você. Ele sempre achou que você é muito para ele. Acho que ele ainda não acredita quando você o beijou.
-Eu sempre gostei do Rony-disse Hermione com simplicidade.
-Então já é hora de vocês falarem sobre seus sentimentos-disse Gina, se levantando.
-Mas...
-Eu só falarei de novo sobre esse assunto com você quando você se resolver com o Rony.
Gina saiu do quarto, deixando Hermione de boca aberta. A amiga não deixara ela falar mais sobre Harry. E ela não sabia como falar com Rony. Era realmente difícil não saber o que fazer.
-Quando você vai sair daqui?-perguntou Rony, sentado na antiga cama de Fred.
-Estou bem aqui-disse Harry, olhando para janela.
-Hermione chegou. Você sabia?
-Isso interessa mais a você do que a mim, não?
Rony fingiu não entender a conotação do que Harry dissera.
-Ela é sua amiga também. Como uma irmã como você mesmo disse.
Harry pela primeira vez olhou para o amigo desde que ele entrara no quarto.
-O que você faz aqui?
-Quando você falará com ela?
-Quem sabe depois de você conversar com Hermione?!
-Não estamos falando de mim e Hermione...
-Eu não escuto conselhos de um cara que não resolve a própria vida, então acho melhor você sair daqui-disse Harry, deitando de costas para Rony.
-Pelo menos vá falar com Hermione-disse Rony já na porta.
-Falarei com ele na hora do jantar. Não se preocupe.
Rony saiu do quarto...
Na hora do jantar o clima estava tenso. Até o Sr. weasley percebeu, então perguntou para dissipar aquele clima estranho. Harry e Hermione haviam trocado poucas palavras, Harry não queria mais Hermione falando de Gina.
-O que fizeram durante o dia?
-Gina e eu ajudamos o Jorge na loja já que depois da guerra as pessoas se animaram e não para de chegar pedidos de outros países, principalmente do Canadá. Parece que o Percy está fazendo divulgação com o pessoal da especialização...
-Você chegou de que horas, Hermione?
-Pela manhã. Passei boa parte do dia, dormindo.
-E você, Harry?
Harry abriu a boca para responder, mas foi Gina que respondeu:
-Fez a mesma coisa que faz desde que chegou: trancado no quarto e com medo de enfrentar a vida-disse Gina, se levantando e saiu. Logo depois, ouviu-se ela subindo as escadas.
-Acho que vou fazer a digestão lá fora-disse Harry, se levantando-Com licença.
O silêncio instalou-se na cozinha até o final do jantar. O Sr. weasley rompeu o silêncio.
-Vou para o quarto esticar as pernas. O Ministério continua agitado depois de tudo o que aconteceu-disse ele, levantando-Boa noite.
-Eu subirei quando terminar de arrumar a cozinha, Arthur-disse a Sra. Weasley.
-Boa noite-disseram Hermione e Rony.
Hermione se ofereceu para ajudar a Sra. Weasley na cozinha. Mas ela respondeu:
-Não, querida. Obrigada pela gentileza, mas vá conversar um pouco com os seus amigos.
Hermione estava com medo de que ela dissesse aquilo. E terminou ela e Rony saindo da cozinha.
-Acho que será difícil juntar os dois novamente-disse Rony, de repente. Ele estava na janela, olhando Harry caminhar e chutar pedras nos arredores da Toca.
Hermione ficou do lado dele e suspirou.
-Ele cairá em si. Uma hora ou outra. Nem que seja em Hogwarts quando ele ver Gina perto de outros caras.
-E você acha que ele voltará para Hogwarts?
-Ele voltará-disse Hermione, convicta-Como você, Gina e eu voltaremos.
Rony olhou para ela.
-Acho que vou dormir. Estou com sono. Muitas noites mal dormidas...-disse Hermione.
-Ok. Vou subir com você também. Tenho que dar comida a Pichi.
Os dois subiram em silêncio.
-Boa noite-disse Hermione.
-Noite. Hermione!-chamou Rony quando ela se virou.
-Até amanhã.
Ela sorriu.
Hermione viu Rony entrar no quarto e ela foi para o de Percy.
-Seu dono não deveria pertencer a Grifinória. Ele não tem coragem nem de falar com a garota que gosta-disse Rony, desolado.
Pichi olhou para Rony e depois deu uma bicada na mão dele como se dissesse:”Acorda para vida, cara”.
-Você está certo, Pichi.
Hermione acordou quando o dia acabara de amanhecer. Ela sabia que ninguém estava acordado já que o pessoal acordaria dali a mais ou menos duas horas. Ela decidiu fazer uma caminhada, então vestiu uma calça comprida jeans, azul e uma blusa de botões, amarela. Ela escovou os dentes. Calçou as sandálias e desceu a escada. Abriu a porta e seguiu em frente.
Rony viu pela janela do quarto Hermione sair da Toca. Ele trocou de roupa rapidamente. Vestiu calça jeans, preta e depois uma camisa de malha, azul. Calçou as sandálias, escovou os dentes rapidamente e desceu.
Hermione estava perto do lago quando percebeu que alguém se aproximava quando se virou, viu Rony com a mão nos bolsos.
-Poxa está frio-disse Rony, se aproximando.
-O que faz aqui?
-Vi você sair e resolvi caminhar um pouco também. Espero que não esteja atrapalhando.
-Não. Só queria caminhar um pouco...
Hermione parou debaixo da árvore, olhando para o lago.
-Sei em que está pensando-disse Rony.
Hermione olhou-o assustada.
-Está pensando em como vai unir Harry e Gina-disse Rony, olhando para um cisne no lago.
-Está enganado.
-Poxa. Pensei que depois de anos de convivência começaria a saber o que você pensa, mas mulheres são muito imprevisíveis.
-Estava pensando em nós dois-disse Hermione de repente.
Rony olhou-a. Os olhares se encontraram.
-Pensei que você soubesse que sempre penso em você desde que eu te conheci.
Rony corou, mas para perder a timidez que de repente se acometera dele, disse:
-Por que sempre é você que tem que ter a iniciativa em relação a mim?
-Porque talvez eu seja a única que tem certeza do que sente.
-Você não acredita nisso, acredita?
Hermione ficou calada.
-Você sempre mexeu comigo de uma maneira que eu não sei como explicar. Você me intimida e ao mesmo tempo me encoraja. Você me deixa confuso.
-Confuso?
-Sim. Não sei a maneira certa de agir com você e isso me irrita. Acho que é por isso que brigo bastante com você.
-Por favor, Rony, eu sou normal como qualquer outra garota...
-Não! Você não é-disse Rony, levantando o queixo de Hermione com o dedo para olhá-lo-Você é a única garota que sempre fez meu coração bater acelerado só em vê-la. Que faz minhas mãos suarem e que me faz ter vontade de beijá-la quando eu quiser...
Hermione abriu um sorriso tímido.
-Você poderia ter me dito isso antes.
-Nunca pensei que era o momento certo. Acho que esse é momento.
-Ainda penso que você esteja um pouco atrasado...uns três anos, talvez?
-Não me faça lembrar o Krum. Não neste momento.
Hermione sorriu.
-Ciúme bobo o seu.
-De qualquer homem que chegue perto de você-disse Rony, carrancudo.
Hermione olhou para o lago na sua frente. Rony deu uma volta por trás da árvore que eles estavam embaixo. Aparecendo do outro lado por trás de Hermione. Ele estendeu a rosa branca que pegara atrás da árvore, passando o braço por cima do ombro de Hermione. Ela pegou a rosa.
-Ai!-disse Hermione que espetara o dedo no espinho-É linda, mas machuca.
-A vida de ninguém é só flores, também há espinhos, mas conseguiremos superá-los-disse Rony.
-Obrigada-disse Hermione se virando e cheirando a rosa.
Rony tirou a rosa da mão de Hermione e pendurou entre os galhos da árvore. Ele deslizou a mão pelo rosto de Hermione que fechou os olhos ao contato. Ele aproximou devagar o rosto do dela. Deslizou delicadamente os lábios nos dela. Ela devagar abriu a boca e ele a beijou de verdade como a muito tempo desejara. Os braços dela enlaçaram no pescoço dele e uma das mãos dele deslizou para cintura dela e a outra estava no cabelo dela. O beijo foi se aprofundando aos poucos onde pouco tempo depois Hermione estava entre a árvore e Rony. Os dois haviam se esquecido onde estavam, da Toca, de tudo. Só queriam sentir o prazer que sentiam um nos braços do outro...
FIM DO FLASHBACK...
Gina chegou correndo e deu um rápido beijo em Hermione, sentando-se em seguida.
-Ah! É tão bom sentar-disse Gina, aliviada.
Hermione sorriu.
-Desculpe o atraso. Eu sei que você detesta esperar, mas a vida de auror não tem horário fixo para nada. Nem para almoçar, nem o marido sendo o chefe. Ah! Ele te mandou um beijo. E desde ontem a noite até agora reclamou porque eu ia me separar dele na hora do almoço. Eu mereço um descanso!-desabafou Gina.
-Mande outro beijo para o Harry. Fazemos o pedido?
-Oh, sim. Não sei quando vou ter um chamado de emergência. E você precisa voltar para sua sala.
Hermione acenou para o garçom que passava perto dali.
-Queremos fazer o pedido.
O garçom segurou o pergaminho e a pena de escrita rápida. Começou a escrever:
-Salada de tomate, pepino, pimentão e cebola. Estrogonofre. Suco de abobora médio-disse Hermione.
-Salada de batata e cenoura. Carne de pavão. Suco de abobora grande-disse Gina.
O garçom guardou a pena e falou:
-Obrigado.
-Obrigada-disseram as duas.
O garçom se foi.
-Com está Draco?-perguntou Gina para demorar a chegar ao ponto daquela conversa.
-Ela está bem. Ama ensinar em Hogwarts. É tão bom vê-lo bem.
-Sei-disse Gina sem saber o que falar.
-Gina, você pode ir direto ao assunto. Não precisa enrolar.
-Oh, Hermione. Você me conhece bem!
-Anos de convivência-disse Hermione, sorrindo.
-É um pouco difícil iniciar esta conversa, mas é necessário. O problema que Rony causou, afetou a minha vida com o Harry.
-Como assim?
Gina olhou ao redor e viu o garçom com os pedidos.
-Deixa o garçom servir.
-Certo.
O garçom serviu os pratos e se foi. Gina bebeu um gole de suco, olhou ao redor e falou:
-Harry e eu não... você sabe... desde que você e o Rony se reencontraram.
Hermione que engolia um pouco de estrogonofre. Engasgou. Teve um acesso de tosse, depois que se recuperou...
-O que?-perguntou Hermione, em seguida bebeu um gole de suco.
-Oh, eu me esqueci que você é... não...
-Pode me falar do seu problema. Não tenho pudores. Mas não vejo o porquê do problema entre Rony e eu tenha afetado vocês dois.
-Afetou... E eu estou muito envergonhada com a atitude do meu irmão-disse Gina, cabisbaixa.
-Não, Gina. Você não é culpada de seu irmão ser tão... estúpido?
-Hermione, você tem que ter cuidado com o Rony-disse Gina, séria.
-Por que diz isso? Ele não me fará nada-disse Hermione, sorrindo.
-Escute, Hermione. O Rony quer se vingar de você. E não ficará sossegado até conseguir-disse Gina, mais séria ainda.
Hermione sentiu o frio percorrer pela espinha.
-Não acredito que ele seja capaz-disse Hermione quase sem voz.
-Nunca o Rony falou daquele jeito comigo. Ele não irá desistir. Tenha cuidado!-disse Gina, preocupada.
-Terei-disse Hermione com uma calma longe de sentir.
-Ele quer seduzi-la. Ele quer que você se entregue a ele. Pelo menos desse jeito ele saberia a verdade.
-Ele terá que desistir, eu estou noiva e...-disse Hermione, impaciente.
-Está noiva do homem que ele odeia. E seria muito conveniente para ele se ele a levasse para a cama sendo você noiva, logo de quem? Do inimigo dele.
-Oh, Gina! Como Rony pode ficar assim?-perguntou Hermione, desconsolada.
-Ele disse que foi culpa sua o que aconteceu há cinco anos.
-Eu não tive culpa, Gina. Não foi o que ele pensa- disse Hermione, desesperada.
-Eu sei. Eu acredito em você-disse Gina, tentando acalmar a amiga.
-Foi por ele não confiar em mim que isso tudo aconteceu.
Gina apertou a mão de Hermione em sinal de solidariedade.
-Cuidado, Hermione! Não se aproxime de Rony.
-Não vou.
Hermione enxugou os olhos com a mão.
-Esqueça do meu problema com o Rony e volte a ter uma vida... normal com o Harry.
-Sim, realmente preciso disso-disse Gina, pensativa.
-Gina, eu tenho que ir. Eu realmente queria conversar mais com você, mas já deu minha hora.
-A minha também.
-Depois marcamos outro dia para sair-disse Hermione, levantando.
-Claro-disse Gina, levantando também.
As duas abraçaram-se e foram cada uma para sua seção. As duas preocupadas.
N/A: Desculpem a demora para postar. O capítulo saiu pequeno, mas é melhor do que nada. Eu esperava mais do capítulo, mas não deu. Eu dedico este capítulo para minha amiga Crisms. Parabéns! Felicidades, não só nesta data especial, mas sempre. Bjs para todos. Obrigada.
Música: Vem andar comigo/Jota Quest
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