CAPÍTULO X



SEDUZI-LO.

Com Harry mantendo sua forma humana não seria a mais insuportável das tarefas. Ele era mais do que atraente. Era lindo de morrer. Contudo, levando-se em conta que ele era um vampiro, tais palavras adquiriam um significado completamente diferente.

Sem falar que sua experiência com homens era limitada. Jamais havia feito o papel de sedutora. Nunca havia se imaginado desse jeito, mas se era isso que precisava fazer para conseguir a liberdade...

Annah afastou da cabeça a preocupação quanto ao que faria se, ao longo do caminho, viesse a sentir algo por ele.

Primeiro passo, toque nele, ordenou-se.

Ele tinha uma mecha de cabelos rebeldes que às vezes lhe caía sobre a testa. Ela estendeu a mão e a colocou de volta no devido lugar, dizendo ao fazê-lo:

— Você quer que eu o seduza?

Ele pousou a mão na parte superior de seu braço, e lentamente lhe acariciou a pele.

— Já faz um bocado de tempo desde a última vez que uma tão mulher intrigante quanto você me tentou.

Seu olhar se fixou no dele, e Annah não pressentiu nenhuma falsidade em seus sentimentos. Ele a desejava, mas antes de prosseguir com este joguinho, queria deixar algo bem claro.

— Nada de encantos hipnóticos e nem de outros truques vampirescos. Eu o quero cem por cento humano.

Ele fez um beicinho, e ela abaixou a mão, passando o polegar sobre eles.

— Digo isso porque... Preciso que isso seja verdadeiro para mim. Quero sentir como se fosse real.

Harry pensou nas inúmeras mulheres que havia conquistado com seus feromônios de vampiro ao longo de quase dois mil anos. Ele as controlara por apenas um único motivo, para se alimentar. Não se deixara afetar por qualquer paixão física que pudesse ter vindo como parte do pacote.

Mas Annah era capaz de afetá-lo.

Queria experimentar mais com ela, de modo que assentiu, e moveu a mão para o contorno de sua clavícula.

— Cem por cento humano.

Sob a mão dele, a tensão desapareceu do corpo da mulher.

Ela abaixou a mão do rosto de Harry para o ombro, onde afastou a túnica que ele estava usando para acariciar a pele embaixo dela. Ele sabia que esta seria fria ao toque, e normalmente convocava um pouco o vampiro, pois a transformação gerava calor. Mas havia feito uma promessa, e pretendia mantê-la.

Annah acariciou hesitantemente os músculos do ombro, antes de apontar para a borda da túnica.

— Costuma sempre usar isso para dormir?

Ele olhou para a vestimenta antes de lhe fitar novamente os olhos e sorrir.

— Normalmente, não.

— Ah.

— Quer um pouco de sobremesa? — ele perguntou, na mesma hora em que ela disse:

— Quer ficar mais à vontade?

— À vontade? — ele repetiu, e ela apontou para a túnica.

— Ah — disse Harry, decidindo que era melhor aproveitar a oportunidade antes que ela mudasse de idéia.

Ele arrancou a túnica e a descartou, expondo-se.

Annah inspirou tropegamente ao fitá-lo. Esbelto e forte, com músculos bem definidos, porém sem ser exagerados. Ele tinha pouco pelo no peito, apenas um tufo de maciez escura pouco acima do coração, com uma leve trilha se desenhando pelo centro do seu corpo, passando pelo abdômen trabalhado. Uma pequena cicatriz na cintura com a forma de uma seta, como que indicando o caminho a ser seguido para se chegar até... Um pênis incircunciso que havia ficado notavelmente ereto diante do seu olhar examinador. O prepúcio escondia tudo, com exceção da ponta do pênis. Quando o olhar dela se fixou ali, ele também olhou para baixo e dando de ombros, disse:

— Era a regra quando nasci.

— Certo. — Ela voltou sua atenção para a mesa e para a pergunta anterior de Harry. — Adoraria um pouco de sobremesa.

Com as mãos trêmulas, ele esvaziou a mesa, e colocou a sobremesa diante deles, uma pilha de bolinhos de massa frita, brilhando com alguma cobertura doce e salpicados com um pó colorido. Ele selecionou alguns dos bolinhos e os ofereceu a ela.

— Isso precisa ser comido com os dedos.

Ele as levou aos lábios de Annah, e ela abriu a boca, comendo-as. As bolas de massa eram crocantes e a cobertura era algum tipo de mel.

— Bom — ela disse, observando quando ele lambeu o mel dos dedos. O ato despertou algo em seu íntimo, e quando ele estendeu a mão para pegar mais, ela o deteve. Em vez disso, pegou vários bolinhos e os levou à boca de Harry.

Ele os fitou, e depois olhou para ela com alguma hesitação, mas, em seguida, agarrou-lhe o pulso, segurou firme sua mão, abriu a boca e comeu o doce. Engoliu os bolinhos rapidamente, depois, com uma gentil pressão, lhe trouxe a mão á sua boca.

Abrindo-a, lambeu o indicador para remover o que restava da cobertura. Depois, seguiu para os outros dedos, lambendo e sugando cada um deles.

Quando ele lhe soltou a mão, ela a retraiu rapidamente, e a esfregou na túnica, mas era impossível apagar a sensação de sua boca e língua. Era impossível evitar imaginar como deveria ser a sensação delas em outras partes de seu corpo e tal imaginação provocou uma reação muito óbvia, da qual ele rapidamente se aproveitou.

— Posso lhe satisfazer a curiosidade, cara mia.

Nervosamente ela esfregou a mão na túnica, sentindo a seda roçar na pele. Imaginando, no seu lugar, o deslizar de seus lábios e sua boca.

Ela assentiu, incapaz de pôr em palavras o seu pedido, mas ele a surpreendeu ao se ajoelhar diante dela.

— Harry — ela disse, pousando a mão sobre o ombro dele.

Os músculos do homem se retesaram sob sua mão antes de ele pedir:

— Repita o meu nome, cara mia.

Um simples pedido. Dizer o nome dele.

Poderia vê-lo como um humano apenas lhe dizendo o nome.

— Harry.

Os músculos de seu ombro se contraíram por um instante, e, em seguida, o alívio tomou conta dele.

Mas, alívio foi a última coisa que ela sentiu quando ele gentilmente passou a mão ao redor de sua panturrilha e ergueu a perna dela, trazendo-lhe o pé à boca. Como havia feito com os dedos da mão, lambeu cada um dos dedos do pé. Cada vez que ele sugava, Annah sentia um puxão entre as pernas.

Harry seguiu para cima, para o interior do tornozelo dela, onde deu um beijo e uma lambida.

Ela estremeceu, antecipando para onde ele estava seguindo, quando o próximo beijo pousou sobre o joelho e ele roçou a face contra a parte interna da pele no local.

— Não era para eu seduzi-lo? — ela disse, quando ele ergueu a túnica, expondo-lhe as coxas.

Ele posicionou o corpo entre as pernas dela, segurando-lhe as coxas com as mãos, esfregando-se para frente e para trás, como uma gentil carícia. Um sorriso malicioso apareceu em seu rosto e ele perguntou:

— Quer que eu pare?

Ela estava latejando, úmida entre as pernas. A última coisa que queria era que ele parasse, de modo que sacudiu a cabeça.

O sorriso dele se alargou, mas ele não foi mais adiante. Em vez disso, com o dedo, desenhou formas indistintas nas coxas dela.

— Não consegui escutá-la. Preciso escutá-la dizendo. Diga meu nome, cara mia.

— Não cara mia, Harry. Annah. Meu nome é Annah.

Uma risada áspera escapou de seus lábios.

— Annah. Quer que eu pare, Annah?

— Não, Harry. Não quero que pare.

Com mãos gentis, ele lhe agarrou as coxas e a puxou para a beirada da cadeira. Vagarosamente deu uma série de beijos na parte interna de uma das coxas e pulou o local onde ela mais o queria, antes de descer beijando a parte interna de sua outra coxa.

Ela lhe agarrou o corpo com as coxas e se mexeu irrequietamente na beirada da cadeira, ansiosa pelo toque dele. Precisando lhe sentir as mãos e a boca nela. Sua boca e mãos humanas deixando bem clara a realidade de que o demônio não emergira. Que, como ele havia prometido, tudo que ela estava sentindo era real.
O que quase a fez parar. A realidade apenas tornaria mais difícil...

Todos os pensamentos desapareceram de sua cabeça, quando ele, enfim, levou a boca ao centro dela, habilmente encontrando seu botãozinho e beijando-o, lambendo-o e, depois, mordiscando o botão, criando uma incontestável onda de desejo que lhe atravessou o corpo.

Ele não se deteve ali, seguindo para beijar e gentilmente lhe morder os lábios até atingir o âmago de Annah. Lentamente, mergulhou a língua dentro dela.

Ela suspirou e latejou ao redor dele. Quase chegou ao clímax ali mesmo, mas baixinho, ele sussurrou:

— Ainda não, Annah. Ainda há muito a saborear. Ele curvou a cabeça em direção de seu centro e, mais uma vez, provocou o botãozinho intumescido, primeiro com a língua, depois com os dentes. Sua boca arrancou-lhe um gemido, e o corpo de Annah tremeu quando ele mergulhou um dedo dentro dela, e depois outro.

Os quadris dela se ergueram da cadeira e Harry ergueu a cabeça, procurando qualquer sinal contraditório em seu rosto. Não encontrando nenhum, ele retirou os dedos de seu interior e se levantou, arrancando a túnica de seda do corpo dela ao fazê-lo.

Estendeu a mão para Annah, convidando-a a se levantar, mas, com uma risada rouca, ela disse:

— Não tenho certeza se minhas pernas vão ser capazes de agüentar o peso de meu corpo. Além do mais, pensei que era para eu seduzi-lo.

Ela estendeu a mão e a pousou em seu membro ereto, gentilmente acariciando-o, demonstrando óbvio interesse pelo prepúcio. Gentilmente trilhou os dedos ao redor dele, e depois seguiu para a ponta, onde a cabeça do membro despontava. Quando passou os dedos pela ponta sensível, ele gemeu de prazer.

Um sorriso apareceu em seu rosto. Um sorriso de sereia, demonstrando deleite diante do controle que ele havia acabado de lhe dar.

Ele lhe concedeu mais, pousando a mão sobre a dela, gentilmente guiando as carícias até que estas o tivessem deixado tremendo.

Ela o surpreendeu ao se inclinar para frente e plantar um beijo na ponta do membro, lambendo-o e depois aplicando um pouquinho mais de pressão para puxar para trás a pele, expondo por completo a cabeça. Ela o umedeceu com a boca e depois o acariciou com a mão, arrancando um grito rouco da garganta dele.

—Annah.

— Toque-me, Harry. Quero suas mãos em mim.

Ela o largou apenas tempo o suficiente para levar as mãos dele aos seus seios.

Seus mamilos eram duas pontas rijas contra as palmas das mãos, quando ele as esfregou ali. Quando ela o tomou novamente na boca, ele inspirou profundamente e fechou os olhos, entregando-se às sensações.

Pele quente de encontro às palmas de suas mãos. Pequeninos picos rijos que girava com os dedos. Os suspiros de Annah espalhavam a sua respiração quente pela ereção úmida com seus beijos.

Ele queria mais.

Relutantemente afastou-se dela, mas apenas para tomá-la nos braços e levá-la de volta para a cama. Jogou-se nela com a mulher quente e macia sob si. Recebendo-o de bom grado ao erguer as pernas e lhe agarrar o quadril. Abriu a boca para ele quando ele a beijou, repetidamente, até não ter opção senão possuí-la.

Encontrou suas partes úmidas e, vagarosamente, deslizou para dentro, depois, ficou imóvel, o prazer sendo quase mais do que podia suportar.

Ele a olhou. Uma pinta pequena na face no lado esquerdo do rosto a deixava sensual. Os olhos dela, um tom impressionante de castanhos, estavam escuros. Suas pupilas haviam se alargado e seu olhar percorria o rosto de Harry. A respiração que escapava de seus lábios macios era entrecortada, quando ela estendeu a mão na direção da face dele.

— Harry — disse, ao lhe acariciar o rosto.

Ele sentiu algo se apertar no seu íntimo ao escutar o próprio nome vindo dos lábios de Annah. Foi necessário todo o seu autocontrole para não chegar ao clímax. Ele não queria fazer isso sem primeiro cuidar do prazer dela. Sem experimentar a maravilha que Annah era. Tão diferente de tudo que se permitira conhecer durante tanto tempo.

Ele curvou a cabeça e a beijou novamente, lentamente explorando o contorno de seus lábios. O calor de sua boca e o doce deslizar de sua língua contra a dele. Seu gosto era puro e ainda doce do mel da sobremesa.

Mas, ele sabia de algo cujo gosto era ainda melhor, e lhe abandonou a boca, trilhando beijos até chegar aos seios. Gentilmente, tomou uma das pontas na boca e sugou.

Era tão doce quanto pensara que seria.

Annah gemeu quando ele envolveu o mamilo com os lábios e sugou carinhosamente. Ela lhe segurou a cabeça com uma das mãos, enquanto descia a outra até a parte inferior das costas, abraçando-o bem apertado.

Ele a estava preenchendo por completo com o membro grosso e ereto, mas ela queria mais. Com um girar dos quadris ela o moveu, e Harry gemeu de encontro aos seios dela.

— Annah.

Dio mio, ela devia estar louca para querê-lo tanto. Harry era um demônio sanguessuga que ia lhe drenar a vida, ela tentou se lembrar, mas era difícil recordar-se disso diante dos beijos que ele lhe plantava nos seios e o modo como se continha quando finalmente começou a se mexer.

Sabia que ele estava se controlando. Querendo satisfazê-la ao mexer os quadris e lhe acariciar os seios, e beijá-la de vez em quando.

O corpo de Annah estava trêmulo e úmido de suor, ardendo com o desejo que ele despertava nela. Ele lentamente começou a aumentar o ritmo de suas arremetidas até que ela estava fincando os calcanhares no colchão, agarrando-lhe os ombros com força para aprofundar a penetração.

A respiração acelerada de Harry acompanhava a dela, quando o clímax começou a brotar dentro de Annah, aumentando cada vez mais sua intensidade até que, com uma última arremetida, ela chegou ao apogeu, gritando-lhe o nome. Ela se agarrou a ele enquanto o corpo tremia de alívio.

Harry deteve seus movimentos para saborear o clímax da mulher. Ela se apertou ao redor dele, quase provocando a sua ruína, mas ele se segurou, querendo que a sensação jamais acabasse.

Quando o clímax de Annah começou a perder intensidade, ele usou sua força para girar de costas para a cama e colocá-la montada dobre ele. A posição o enterrou fundo, e ela gemeu de prazer.

— Harry? — ela indagou, pousando as mãos no peito dele para apoiar-se.

— Faça amor comigo, Annah — ele disse, correndo as mãos pelos braços dela até lhe alcançar os seios e, mais uma vez, acariciá-los amorosamente.

Ela sobressaltou-se com o toque, e arquejou, mas, depois, se moveu. Mexendo os quadris para frente e para trás, fazendo com que ele entrasse e saísse dela. O movimento provocou uma deliciosa fricção onde estavam unidos.

— Isso mesmo, cara mia — ele incentivou, descendo as mãos até os quadris dela, guiando-a até ela chegar novamente ao clímax, gritando o nome dele.

Harry chegou ao seu limite, e seu corpo saltou com a força do prazer que tomou conta dele.

Quando ela se largou sobre o corpo do homem, ele estava totalmente envolvido na experiência que era ela. No seu ardor e na ligeira umidade de sua pele. Nos aromas almiscarados de sua excitação e nos seus sabores. Doces, terrenos.

Ao abraçá-la, o coração de Annah batia em um ritmo frenético contra o peito dele, devido à paixão que acabara de experimentar.

A batida frenética despertou a besta no seu íntimo. A que ele havia prometido manter acorrentada.

Ela a pressentiu, pois estremeceu sobre ele e tentou se afastar.

O olhar magoado da moça o perfurou com condenação, mas o demônio no seu íntimo se recusava ser contido.

Ao saltar para cima dela, invertendo as posições e prendendo-a de encontro ao colchão, ele implorou:

— Perdoe-me.

Depois, Harry afundou as presas nela e se alimentou.

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