Capítulo único - Perdão
Não diga que é egoísmo, não insinue que é amor de menos....é apenas instinto de sobrevivência..... Sim, pois eu ainda te amo, Draco. Não me pergunte o porque desse amor, isso eu não sei. O que sei é que mesmo após todo o sofrimento que você me causou, toda a decepção que você me fez ter, as lágrimas que você me fez derramar, apesar de tudo isso eu ainda te amo. Eu ainda te amo da mesma maneira como eu te amava quando perdoei teus deslizes, eu ainda te amo como eu te amava quando me entreguei para você.
Sei que meus atos me desmentem, mas acredite, nós não teríamos futuro juntos, seriamos sempre apenas amantes, pois admita você nunca me quis alem da cama, e eu nos meus devaneios românticos achava que podia fazer o eterno conquistador querer apenas a uma mulher: a mim. Foi tolice a minha... Nós vivíamos em relacionamentos distintos: eu vivia num conto de fadas onde você virava o meu príncipe encantado e me resgatava do marasmo que era a minha vida. Você vivia um caso tórrido baseado em desejo e sexo, onde eu era só mais uma das muitas pessoas que servem apenas para inflar teu ego.
Nós temos sonhos que em nada se assemelham: eu quero casar, ter filhos para amar e constituir uma família, pois a que eu tinha a guerra me tomou. Tu? Tu queres unir a tua fortuna a outra, teu bom nome a outro, no que os outros irão chamar de matrimônio, tu queres ter herdeiros, para que levem o teu sobrenome. Mas não desejas amar e ser amado, não deseja “se prender a alguém”, como você mesmo me disse, em uma das tantas noites que dividimos uma cama. Pois foi a única coisa que dividimos nesse nosso relacionamento. Eu não quero te cobrar amor, pois tu nunca me enganaste, nunca me jurou amor eterno, nunca nem me jurou amor, mas mesmo assim eu esperava que um dia, quem saiba um dia você pudesse me amar com metade da magnitude que eu te amava. Mas esse dia não chegou, se passaram dias, semanas, meses, nós saímos da escola, mas eu aguardava por esse amor que nunca chegou. Bem que você me disse para não esperar muito de você, mas eu esperei e não me arrependo, pois foram maravilhosas as horas que você me fez tua, os momentos em que eu me entregava aos meus instintos mais baixos e mais primitivos... Você foi o mais doce veneno que já ouvi falar, pois acredite em mim, você foi um veneno, que primeiro me sugou as energias, depois me viciou e me fez tua prisioneira, mas eu tentei fugir, e ainda assim teu efeito, tua toxina ainda está no meu sangue. Teu cheiro ainda invade as minhas narinas quando chega à noite, ainda sinto teus lábios percorrendo toda a extensão da minha pele, e isso ainda me arrepia. E quando isso acontece ainda sussurro o teu nome, pedindo por mais, porém ninguém me atende. Mas eu não escrevo para lhe contar dos meus arrepios, ou das minhas frustrações, eu lhe escrevo para lhe dar adeus em definitivo, pois você nunca acreditou em nenhum dos adeuses que eu te desejei, mas esse último foi para valer. Eu não posso mais, eu não consigo mais suportar tudo isso, as brigas, o descaso, as mentiras para os meus amigos. Eu não sei se você já parou para contar mais são exatamente 3 anos oito meses e quatorze dias, ou se preferir 11.054 dias.
Chega, não é? Por favor não me odeie pelo Ron ter mandado o convite do casamento para a mansão, eu só soube depois.
Perdão, eu só não sei pelo que, mas me perdoa.
Hermione Jane Granger
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