Prólogo



O céu estava escuro como um breu. Uma névoa densa impedia de ver muito adiante. A noite estava congelante e melancólica. Parecia que o tempo estava refletindo sua alma, sua dor... Completava-se um mês que ele havia ido embora e não dera mais notícias... Ela nem ao menos tinha a certeza de que ele ainda estava vivo... Esse pensamento doía, machucava, parecia que mil facas perfuravam seu peito e destruíam seu coração... Era horrível ter essa sensação de que nunca mais poderia voltar a vê-lo, saber que ele fora para uma jornada sem volta, na qual o único destino era a morte quase certa, o desespero e a dor.
Ela se levantou, olhou-se no espelho e contemplou sua imagem devastada... Outrora, fora uma mulher linda, de cabelos ruivos cor de fogo, rosto perfeito... mas agora a dor acabara com sua aparência, olheiras profundas marcavam seus olhos, parecia que ela havia envelhecido anos em um único mês... estava com uma aparência exausta, doentia e sem vida... A antiga Ginny Weasley havia se perdido em meio a tanta dor.
Uma lágrima rolou pela sua face, queimando o caminho percorrido... lágrima que carregava toda a sua dor... Era uma lágrima pesada, pesada de desespero, saudade, tristeza e amor... Uma única lágrima para representar o vazio que estava sentindo...
A lágrima rolava pelo seu rosto junto com uma sensação de desabafo, havia escondido tanto o que estava sentindo, não queria que os outros sentissem pena dela, não queria demonstrar seu sentimento perante ninguém... mas, sozinha, em seu quarto, ela tinha o direito de chorar... pois ali ninguém veria... ali ela não precisava se esconder por trás de uma aparência irreal e forçada.
Quantas vezes pensou em acabar logo com isso? Em destruir sua vida arruinada? Pois se houvesse uma única gota de esperança de que um dia ele fosse voltar, ela estava se escondendo muito bem. Jogou-se em sua cama e desabou a chorar em silêncio... Como queria que ele voltasse... Como queria que os sorrisos que tanto usava na frente dos outros fossem reais, que fossem verdadeiros e que não fizessem apenas parte da máscara sob a qual se escondia.
Parecia ser loucura, mas sua maior vontade era ir atrás dele, procurá-lo, e ajudá-lo a acabar de vez com Voldemort... se fosse preciso até morrer por ele... Viver por ele... Lutar por ele... mas onde encontrá-lo? Ginny não fazia idéia de onde Harry poderia estar... nem ao menos fazia idéia se ele ainda estava vivo...
Sentia falta dele. Falta da sua presença, do seu sorriso, daqueles magníficos olhos verdes que a ensinaram o que é ser feliz e que do mesmo modo retiraram toda a sua felicidade só para protegê-la... Será que ele não percebia que assim ele salvava seu corpo, mas deixava sua alma morrer de uma forma muito mais cruel? Isso já a estava deixando louca!
Precisava dele, precisava tê-lo ali ao seu lado nem que fosse por uma última vez... precisava ouvir seu coração e sua voz dizendo que estava tudo bem... Precisava de motivos, razões pra viver, pra sonhar... Precisava tê-lo ali ao seu lado...
Lembranças povoaram sua mente... lembranças de um tempo não tão distante, mas que para ela parecia já fazer uma eternidade... lembranças dos momentos bons que passara com ele... Nos seus braços... Naquele tempo em que a vida fazia sentido... que tudo parecia ser possível... Daquele tempo bonito que ela nunca voltaria a ter... mas com o qual sonhava incessantemente... como queria que esse tempo voltasse!
Rezava todos os segundos para que ele voltasse, pedia desesperada que ele deixasse esse excesso de proteção de lado e que de uma vez por todas ficasse com ela... que todo esse sofrimento acabasse e que ela pudesse vê-lo novamente...
As lágrimas continuavam a rolar pelo seu rosto... ela iria atrás dele quer ele quisesse ou não... iria procurá-lo não importava onde fosse... nem que isso a levasse a morte... Iria pedir a ajuda dele, mas se ele não quisesse ajudá-la, ela iria do mesmo jeito... Iria ser mais difícil sem a ajuda dele, mas nada a faria desistir.
Pegou um pedaço de pergaminho e uma pena e escreveu algumas palavras, palavras que talvez nunca fossem lidas, mas que transmitiam o maior desejo de seu coração no momento.
Enrolou a carta no pé de Errol e abriu a janela para a coruja ir para um caminho que ela iria seguir em breve.

***

N/A: Espero que vocês gostem!!! Por favor, deixem comentários!=)

Beijos.

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