Operação Resgate



Cap. 12_


           Sírius sabia perfeitamente bem onde estava o par do livro gêmeo que ele disse aos Marotos que eles poderiam utilizar. Ao contrário do que poderia se dizer, seu juízo estava em perfeito estado de conservação, muito bem, obrigado. Mas ele precisava do livrinho de volta. Importava-se muito pouco com o fato de ser um “dá e toma”. Se Bella não usava o presente, então ele ia pegar de volta. Muito simples. Muito justo.


            O jantar terminou e Sírius acompanhou com os olhos Bella deixando o salão principal sozinha. Na mesa da sonserina, Rodolfo e Lúcius continuavam sentados, com as cabeças muito juntas, como se planejassem algo.


             Sírius não queria nem saber o que eles estavam fazendo. Levantou-se, deixando o resto de sua sobremesa no prato, e, sem dar nenhuma explicação às expressões interrogativas dos amigos, deixou o salão atrás dela.


             Quando passou pelas portas do saguão de entrada, abertas, viu a capa da prima esvoaçando pelo gramado. Ele nem olhou no relógio para saber se ainda poderia sair. Saiu atrás dela, atravessou o gramado, caminhando com displicência e desinteresse, e foi até a beira do lago.


             Bella estava deitada na grama, de braços abertos, encarando o céu.


             Estava pensando nas voltas que sua vida dava. Será que o mundo mudara tanto, em um único verão? Ou mudara ela?


             Porque, por mais que as pessoas sempre dissessem que ela era uma garota ambiciosa, se ela fosse avaliar o que ela queria no ano passado, não se consideraria tão ambiciosa assim.


            Ela queria casar com Sírius. Por um ano, o ano em que eles ficaram juntos, ainda que nunca naquele tempo tivessem usado com todas as letras o termo namorar, ela ficara completamente cega. Achava que estava feliz. Achava que podia viver o resto da vida assim.


             Eca.


             Que raio de vida ela ia levar?


             Devia agradecer o fato de ele ter ido embora no verão. Isso lhe abrira os olhos para o que ela realmente queria. Não queria ser só uma esposa. Não, absolutamente, isso estava fora de cogitação. Agora que podia avaliar com clareza os fatos, via que estava mais feliz assim. Tinha perspectiva. Tinha anseios. Tinha futuro. Tinha poder, admiração, glória...


             Só precisava se concentrar. A aluna metamorfomaga. Outra pessoa. Um objeto... Franziu a testa... O que poderia ser? Como, exatamente como, ela poderia ajudar, se ninguém lhe dizia o que ela devia procurar?


             Claro que ela já tinha sua fatia da pizza. Já tinha uma missão. Mas ela queria um leque mais abrangente de possibilidades. Tonks não estava se mostrando mais tão dócil quanto antes, e se ela não conseguisse a prima, tinha que aparecer com algo diferente para se sobressair.


             Ah, sim, ela nascera para isso... Para as honras de atender bem seu Lord. Para ser agraciada com suas futuras recompensas e reconhecimento.


             É... Devia mesmo agradecer Sírius Black ter ido embora...


             Então por que é que não conseguia?! Droga!


             _Olá, Bella. _Bella deu um pulo de susto e se pôs sentada, quando o rosto de Sírius apareceu invertido sobre sua cabeça. Mas que raios. Era só pensar nele, que ele aparecia.


             _Black. _ela cumprimentou de forma polida, tentando não parecer tão culpada. Oras, mas culpada de quê? Nem estava fazendo nada.


             _Está fugindo de seu namorado? _ele perguntou, sentando-se ao seu lado, e pronunciando a palavra de forma irônica.


             _Não é do seu interesse. _ela deitou novamente, de braços abertos e de olhos fechados. _O que você quer?


             _Quero meu livro comunicador de volta. _ele falou, sem rodeios, dobrando um joelho e esticando a outra perna na grama.


             Ela abriu os olhos novamente e apoiou-se sobre os cotovelos. _Foi um presente. _ela respondeu secamente _Não vou devolver.


             _Preciso dele. _ele insistiu, com o mesmo tom descontraído. Isso a irritava. E ele sabia _E eu dei quando estávamos juntos. E não estamos mais, então, por favor... _e estendeu a mão para ela.


             _Então eu quero os óculos escuros de aviador que eu dei para você de volta. _ela teimou, e voltou a se deitar.


             _Eu uso o óculos. _ele respondeu revirando os olhos _E você não usa o livro, porque iria querer continuar com ele?


             _Porque é falta de educação ser uma “ganha e devolve”.


             _Tudo bem, Bella. Não tem problema. Nós dois sabemos que você nunca foi educada.


            Bella ergueu novamente a cabeça, com um olhar entediado e Sírius deu um de seus sorrisos cretinos.


             _Não vou devolver. _ela falou lentamente para que ele assimilasse _E se você tentar roubar vou denunciá-lo ao Slughorn.


             _Nossa. _ele murmurou com ironia _Que golpe baixo, eu realmente morro de medo do Slughorn.


             _Então, tenta. _ela fechou os olhos novamente.


             Sírius ficou encarando seu rosto moreno e tranqüilo. Naquele momento, ela realmente parecia a Bella que ele conhecera e que sempre amara.


             _Eu li um livro trouxa, esses dias. Chamava “O morro dos ventos uivantes”. _ele trocou de assunto, totalmente distraído, olhando para o céu.


             _Que nojo. _ela franziu o nariz _Não tinha nem “O Pasquim” para ler?


             _Tinha uma aluna da Lufa-Lufa que gostava desse livro, ela tinha nascido trouxa... _ele continuou, ignorando-a _Era linda, sexto ano, eu estava no quarto. Ela me achava que eu era muito novo para ela, dá para acreditar nisso?


            _Isso nos leva a alguma lugar, Black? Por que eu não quero saber da sua vida pessoal. Ainda mais sabendo que eu beijei você depois dela, eca.


            _Então eu pedi o livro para a Evans. _ele ignorou-a novamente _Ela tinha, pediu para a mãe dela mandar o livro, e eu li. Toda vez que eu encontrava com a tal da aluna, ficava repetindo partes do livro e análises dos personagens que eu copiei todinhas da Evans. E ela mudou de idéia. Achou que eu era maduro. Claro que depois que eu consegui, perdeu a graça... _ele deu de ombros.


             _Poupe-me dos detalhes sórdidos, por favor.


             _E claro que depois eu tive que agüentar a Evans durante um tempão, me seguindo para cima e para baixo, me oferecendo livros, achando que eu tinha mesmo me interessado por literatura, a tolinha... Mas ontem ela estava com esse livro na mão e... Eu lembrei. _ele completou e virou-se para ela.


            Bella ergueu-se nos cotovelos novamente.


            _E... _ela indagou, com a testa franzida _Isso nos leva a... ?


             Sírius jogou-se sobre ela repentinamente e ela caiu deitada novamente na grama. Suas mãos tentaram afasta-lo, mas ele segurou seus pulsos acima de sua cabeça.


             _Heathcliff e Cathy. _ele sussurrou. A respiração dele bateu contra seu rosto e ela sentiu novamente a velha sensação de sempre. _É a isso que nos leva. A um casal egoísta. Um casal que se amava, se amava muito. Perdidamente. De um modo passional, descontrolado e prejudicial. Heathcliff era grosseiro, agressivo e Cathy era uma interesseira, mimada e sem coração. E eles sabiam disso. Cathy acaba se casando com outro, por interesse e isso torna a vida deles um inferno. Porque ele nunca, nunca mesmo, seria capaz de abrir mão dela. Mesmo depois da morte, Bella.


            Seus olhos eram intensos e calorosos. Bella parou de se debater e devolveu o olhar. Sem aviso, Sírius soltou seus braços e rolou para a grama ao seu lado.


            _Você não vê? _ele perguntou com naturalidade _Somos eu e você, Bella. Nós dois somos como Cathy e Heathcliff. Nós pertencemos um ao outro, não importa o que aconteça. Nosso amor é uma doença venenosa e nociva. _ela se sentou, de lado e perturbada e ele ergueu-se sobre o cotovelo _E eu não quero procurar a cura.


            Bella não sabia o que responder. Será que isso seria o resumo de suas vidas? Será que ele falava sério em dizer que, assim como Heathcliff, ele não iria abrir mão dela? Será que ela seria incapaz de ser feliz, nos braços de outra pessoa?


            Quem ele pensava que era? Como ele podia chegar assim, de repente, e colocar essas dúvidas idiotas na cabeça dela, impressioná-la dessa forma, sendo que ela estava perfeitamente bem antes disso?


            Ou não estava?


             Merlin, claro que estava. Estava noiva!


            Ela nem sabia se existia a droga desse livro! Quem escreve um livro chamado “O morro dos ventos uivantes”?


             Bella sacudiu a cabeça, com os olhos estreitos. _Fica longe de mim. _ela sussurrou e levantou-se, sacudindo a grama da roupa.


            _Nós somos um do outro, Bella. _Sírius ainda murmurou para a noite. Ela olhou de relance para trás, sem parar de andar _Você não pode fugir disso.


 ***


            Os Marotos estavam reunidos no salão comunal em torno da lareira, presos novamente ao planejamento. Sírius, esparramado em uma poltrona de espaldar alto, acabara de contar-lhes que não conseguira o par de seu livro, e que não tinha como rouba-lo a tempo de executarem o plano.


            _Você o deu para Belatriz, não foi? _Thiago perguntou, sentado no chão e encostado às pernas de Lílian, que lia, concentrada, um livro de Runas _Eu disse para não dar. Que um dia iríamos precisar dele.


            _Achei que ela ia devolver. _Sírius deu de ombros.


            _Que coisa mais feia, Almofadinhas. Não sabia que é falta de educação ser um “dá e toma”? _Remo perguntou, em tom de piada.


           _Falou o entendido, não é mesmo? _Rabicho, sentado no braço da poltrona de Sírius, retrucou, emburrado. Ele parecia querer o mapa de volta mais do que qualquer um ali. Ele precisava do mapa de volta _Só porque ganhou um convite da Srta Ruiva Difícil e Sabe Tudo acha que é o Mestre dos Cavalheiros Medievais. E agora, como vamos nos comunicar?


             _Como amigo! _Thiago acrescentou como se isso fosse de vital importância para a questão _Ganhou um convite como amigo!


             Lílian ergueu os olhos por cima do livro. _Vocês não precisam falar de mim, como se eu não estivesse aqui, sabiam? E é meio óbvio o que vocês têm que fazer agora.


            Todos os rostos viraram-se para ela, sem entender. O de Sírius estava ligeiramente irritado. _Talvez nós estejamos falando de você como se você não estivesse aqui, porque nós realmente fingimos que você não está. _e franziu o rosto _E o que é que você quer dizer com é meio óbvio?!


             _Bom... _Lílian voltou ao livro, com uma expressão desinteressada _Se eu não estou aqui, eu não vou dizer.


             Remo riu com vontade e foi acompanhado por uma risada refreada de Pedro. Thiago sorriu orgulhoso e Sírius pareceu capaz de espumar de raiva.


             _Ok, Evans, entendi o recado. Você está aqui, não pretende sair e Remo e Thiago gostam de você, e não há nada que eu possa fazer para mudar essa situação. Feliz?


             Lily fechou o livro no colo e encarou-o novamente. _Certo, está bom, por agora. Acho que seria muito esperar um pedido de desculpas.


             _É, seria. _Sírius retrucou, ainda com os olhos apertados.


             _Bom, _Lily virou-se para os demais _o que eu quero dizer com óbvio, é que os livros, eles não foram construídos assim. Quero dizer, é só um livro, mas com um feitiço. O que vocês têm que fazer é copiar esse feitiço em algum outro livro ou pergaminho de vocês.


             _Ainda não parece óbvio para mim. _Thiago murmurou, confuso _Não faço a mínima idéia de qual é o feitiço do livro. _sua expressão foi copiada por Sírius e Pedro, mas o rosto de Remo se iluminou.


            _O Proteu. _ele murmurou, sentindo-se extremamente idiota por não ter pensado nisso antes.


            _Isso. _ela confirmou, e sorriu _É só fazer um feitiço do Proteu, igual ao do livro, em algum pergaminho de vocês.


             _Nós não sabemos fazer isso, Lílian. _Pedro contestou, enquanto Remo lembrava-se da aula do mês anterior em que faltara por causa da Lua Cheia e que ainda estava tentando recuperar. Era um feitiço muito complexo. Sírius e Thiago pensaram pesarosos nos pergaminhos que eles deveriam ter enfeitiçado, mas que, no final da aula, só conseguiram deixar escrevendo palavrões. E pela metade.


            _Como não? _ela perguntou, como se fosse absurdo _Eu sei.


             Todos os rostos viraram-se novamente para ela, assombrados pela sua inteligência. _Lily... _Thiago virou-se no chão e ajoelhou-se ao seu lado _Você pode fazer um para a gente.


            Lily arregalou os olhos, indignada pela sandice que ele acabara de dizer. _Mas é claro que não! Acha que eu vou contribuir com esse plano ridículo, absurdo e delinqüente de vocês?


             Sírius revirou os olhos, mas Thiago resolveu apelar para a psicologia. _Pensa bem, Lírio. _ele murmurou em tom de voz baixo e sério _Foi você quem perdeu o mapa. Como iria se sentir se fossemos pegos tentando recupera-lo?


            Os olhos de Lily se estreitaram, passando de assombro para irritação. Repentinamente, ela levantou-se da poltrona onde estava e puxou dois pedaços de pergaminho de um monte em cima de uma mesa.


             _Seus chantagistazinhos baratos. _ela resmungou, enquanto cruzava o salão batendo os pés e subia as escadas para seu quarto.


             Thiago sorriu contente e Sírius curvou-se na poltrona com um sorrisinho cretino. É, talvez fosse bom, afinal de contas, ela estar ali.


 ***


            O almoço de sábado estava sendo uma refeição como qualquer outra já vista em Hogwarts. Exceto pelo fato de que uma quantidade bem notável de alunos não estava em suas mesas.


            Sírius estava ajoelhado na curva do corredor da sala de Filch, com Pedro ao seu lado, escondidos pela sombra de uma armadura velha.


             Remo estava parado, em frente à porta do saguão de entrada, olhando para as ampulhetas das casas, com um pedaço de pergaminho velho em um das mãos e uma pena na outra.


             Lily estava torcendo as mãos sobre o colo, sentada em sua cama, imaginando onde estava com a cabeça, quando resolveu ajuda-los. Cansada de torcer as mãos, levantou-se e saiu pelos corredores. Ia para o salão e ia fazer Thiago parar imediatamente com isso. Estava nervosa demais, para ficar sentada ali, olhando para a janela.


            E Thiago... Bom... Thiago estava em sua mesa. O que não quer dizer que ele estava visível. Sentado na ponta da mesa, sob sua capa da invisibilidade, ele comia uma coxa de frango enquanto encarava o relógio. Claro, não era porque estava em uma missão que ele ia morrer de fome.


             Comer antes. Trabalhar depois.


             Remo encarou seu relógio no exato momento em que Thiago terminava seu precário almoço. Filch acabara de passar por ele, se dirigindo às escadas. Ele pegou a pena, pronto para escrever para que Sírius e Pedro abortassem o plano. Mas no segundo seguinte, uma enorme explosão pode ser ouvida pela porta aberta do salão principal. Remo viu quando Filch estancou, surpreso, no meio da escadaria, virou-se para trás com os olhos esbugalhados mais esbugalhados ainda, e voltou correndo pelo caminho que fizera.


             Remo sorriu e arranhou a pena pelo pergaminho. “Agora”.


             Alguns andares acima, Sírius viu as mesmas palavras se formarem no pergaminho que segurava.


             _Ok, você vigia. _ele murmurou, em voz baixa, levantando-se e indo para a sala de Filch. Murmurou um pequeno feitiço apontando para a porta da sala e entrou.


             No térreo, Remo ainda encarava, ansioso, a porta do salão. Curvou-se ligeiramente para olhar pela porta a confusão que se instaurara lá dentro, mantendo-se longe o bastante para não ser associado a ela.


            Era caótico. Alunos gritavam, tentando correr o mais rápido possível para longe das fagulhas incandescentes que se espalhavam rapidamente pelo ar. Alguns paravam, admirados, encarando o céu encantado nevoento sendo coberto por cores alegres e brilhantes. Muitos riam, e tentavam segurar as estrelinhas encantadas que caíam do teto. Mas elas eram geladas e quando alcançavam as mãos abertas, derretiam, transformando-se em água.


             Os professores também gritavam. Tentavam por alguma ordem naquela baderna, enquanto procuravam com os olhos algum desavisado com uma caixa de filibusteiros na mão e com um olhar culpado.


             Remo não estava errado ao pensar que os primeiros rostos que eles procuraram foram os deles. Sorriu. Thiago sabia realmente como fazer um show pirotécnico.


 ***


             Tonks não sabia o que Remo estava fazendo parado, no saguão de entrada, quando deveria estar lá dentro almoçando. Mas não se preocupou muito em saber. Remo sozinho não é uma coisa que se pode encontrar todo dia, já que a única hora que ele não passava com os Marotos, era a que ele passava estudando.


             Mas aí ele estava com Lily.


             Eca.


             Apressou-se até o banheiro mais próximo e, dentro de um reservado, trocou a cor do cabelo, dos olhos, a altura, o nariz, todo o corpo. Quando saiu novamente, Izzie a encarava pelo espelho.


             Sorriu contente, enquanto voltava correndo para o salão. No primeiro dia em que fizera aquilo, sentiu um pouco de ciúme de sua Izzie. “Porque Remo ficou olhando com cara de idiota para ela? Ele nunca olhava com cara de idiota para mim ”.


            Depois se deu conta da idiotice que estava pensando. Izzie era ela. Izzie podia ser uma versão mais velha, melhorada dela. Mas ainda era ela. Seus pensamentos, suas atitudes, tudo aquilo era ela.


             E Remo não era uma pessoa superficial, Tonks tinha certeza disso. Ele não gostava dela porque ela era muito nova , não porque era feia. Mas ela sabia que se ele gostasse da Izzie, seria pelo que ela tem por dentro.


            E a Izzie por dentro era simplesmente feita de Tonks.


             Izzie ficou parada, longe, pensando em como se aproximar. Um barulho ensurdecedor veio do salão ao lado e ela saltou assustada. Viu quando ele curvou-se sobre um pergaminho, respirou fundo e foi até ele.


             Aproximou-se dele, silenciosamente. Ele encarava a porta com uma expressão concentrada e ela olhou por cima de seus ombros para ver o que era.


             Claro. Isso explicava o barulho.


            _É bem bonito, não é mesmo? _ela perguntou, parando bem perto dele.


             Remo deu um pulo e virou-se para trás. _Ah, Izzie... _ele murmurou, visivelmente aliviado _Não se preocupe, isso não acontece todo dia aqui. _ele sorriu _Não precisa fugir correndo de volta para o seu país.


             Izzie riu. Seus olhos cintilavam quando ela fazia isso. _Nem passou pela minha cabeça uma coisa dessas.


             _Que bom. _ele encostou-se ao batente da porta _Você nem viu o que temos de melhor por aqui ainda. Não assistiu a nenhum jogo da Grifinória ainda, não é mesmo?


             _Assisti ao da Corvinal.


             _Eu disse “melhor”, não disse mediano. _Remo retrucou, com um sorrisinho cínico.


             Izzie ergueu as sobrancelhas. _Mas eu estou na Corvinal, esqueceu? Vou achar o jogo da Corvinal melhor, mesmo se todos os nossos jogadores caírem da vassoura...


             _Tão parcial... _Remo resmungou fazendo uma expressão falsamente emburrada. Izzie riu novamente.


             Mas, enquanto seu olhar se perdia nos tons rosados que rosto da garota assumia quando ela ria, Filch saiu correndo pela porta, murmurando apressado, com Madame Nor-r-ra em seus calcanhares.


             _Vamos lá, minha querida. Tenho certeza que desta vez pegamos o Pirraça. Quem mais pode fazer isso e ficar invisível? Um aluno? Vamos correndo até nossa sala pegar aquele documento para o diretor assinar e expulsar o Poltergeist.


             Remo empalideceu e seus olhos arregalaram-se alarmados. Ele sabia o que tinha que fazer. Tinha que avisar Sírius. Mas ele já estava dentro da sala há algum tempo. Precisava de tempo para arrumar a sala novamente. Para deixar tudo no lugar onde estava antes, para que Filch não suspeitasse.


             Tempo!


             De onde, diabos, ele ia tirar tempo, agora?


             _Confia em mim? _ele perguntou em um tom urgente, curvando-se mais para perto dela.


             _O... O quê? _ela perguntou, sem entender, pega de surpresa. A proximidade dele era muita. Seu perfume invadiu seu sistema nervoso deixando-a aparvalhada.


             _Eu sei que nós acabamos de nos conhecer, Zie, _ele disse de um modo apressado e ainda mais urgente _mas eu preciso de um favor, muito grande. Confia em mim?


             _C... Claro. _ela gaguejou com a testa franzida, tentando fazer uma expressão de “é óbvio que eu confio em você”, mas sendo totalmente frustrada por seus neurônios ainda perturbados.


             _Preciso de um álibi. _ele pediu, em voz baixa, segurando seu braço levemente. Onde seus dedos tocavam, ela sentia uma onda escaldante de calor _Sei que você não estava aqui comigo, mas eu preciso que você seja testemunha de que eu não estava lá dentro na hora da explosão.


             _Claro, tudo bem. _ela respondeu _Eu vi que você não estava.


            _Preciso que você vá para a sala da McGonagal, daqui a dez minutos, para dizer isso. _ele continuou. Seu olhar era suplicante e quente. _Pode fazer isso por mim?


            _Sem problemas, mas o quê... ? _ela tentou perguntar, mas Remo já subia as escadas apressado, pulando dois degraus de cada vez, enquanto rabiscava a palavra “Abortar” no pergaminho.


             _Explico depois, Zie. Obrigada. _e sumiu derrapando no corredor do primeiro andar.


             Que lindo! Izzie sorriu, deliciada, imaginando como a amizade deles evoluía rápido. Ele já pedia favores para ela! Que lindo!


             Claro que ela iria fazer isso por ele. Podia jurar diante de Merlin que ele não estava lá dentro, porque ele realmente não estava. Não imaginava porque ele iria precisar de um álibi, já que ele estava do lado de fora do salão. Mas se ele precisava disso, ela estaria, em dez minutos, atestando que ela estava com ele quando houve a explosão, e...


            Mas de repente, seu estômago afundou e ela parou de sorrir.


             Ela não podia fazer isso.


             Porque ela não existia.


            Ela não era Izzie. Era Tonks. O que McGonagal iria dizer se uma aluna que não consta na lista de alunos da escola aparecesse na sala dela dando álibis a encrenqueiros de carteirinha?


            E também não podia ir como Tonks, porque Remo desconfiaria.


            Opa. E. Agora?


 ***


             Remo avistou Filch um corredor abaixo do corredor de sua sala. Havia corrido mais do que em sua vida toda junta e ainda arfava.


             _Sr. Filch. _ele usou o restinho de fôlego que tinha para chamar. Filch virou-se, enquanto ele dobrava o corpo e apertava o bordado do peito _Fui. Eu... Bomba. Não. Pirraça.


             _O que foi que você disse? _ele resmungou, voltando pelo corredor até ele.


             Remo puxou o ar com força uma última vez e se endireitou. _Eu explodi os fogos. _ele disse em um absolutamente calmo. Merlin, mentir fazia mesmo parte dos genes dos Marotos _Explodi e saí do salão.


             A expressão de Filch mudou de incredulidade para satisfação. Não era tão bom quanto pegar Pirraça, mas era um Maroto. Melhor do que isso, só se fossem todos. Opa, espera, podia ser.


             _Onde estão seus amiguinhos? _ele perguntou fazendo uma expressão ameaçadora.


             _Não estavam lá. _ele deu de ombros _Eu fiz isso sozinho.


             _Garoto, você está encrencado. _e segurou-o pelo braço _Vou levar você direto para McGonagal.


             Remo deixou-se ser puxado, enquanto dava uma olhadinha discreta no relógio.


             Três minutos desde que deixara Izzie. Levariam cerca de cinco minutos para chegar até a sala da diretora da Grifinória. Digamos, mais seis para Filch ir atrás dele e para ela chegar à própria sala, caso não estivesse lá. Isso seria tempo o bastante para Izzie chegar lá. Ela lhe daria um álibi. Remo então diria que sentia muito, mas que fizera isso porque não queria que Pirraça fosse expulso, já que ele vira Pirraça indo para as masmorras quando a explosão aconteceu, mas ele não sabia quem era o culpado.


            E isso daria tempo suficiente para Sírius arrumar a sala e sair tranquilamente de lá.


             E tudo ficaria extremamente bem.


             Ah, como era bom ser inteligente.


 ***


             Sírius viu as palavras surgirem no pergaminho, mas não ficou em pânico. Tudo bem, era só sair dali.


             A sala estava toda revirada e ele ainda NÃO achara a porcaria do mapa.


             Mas tudo bem, era só arrumar tudo aquilo e sair dali.


             Recolocou tudo de volta, em seus devidos lugares, e estava comparando com a foto mágica instantânea que tinha tirado, quando Pedro bateu na porta.


            _Sírius... _ele chamou, em voz bem baixa _Vem vindo gente no corredor.


             Sírius encarava a foto e depois a sala, com os olhos franzidos. _Só um minuto... Estou terminando.


             _Sírius, é sério, estou me mandando. _Pedro choramingou do lado de fora. Sírius revirou os olhos, pensando “covarde”.


             _Quem está vindo?


             _Bom... _Pedro, do lado de fora, forçou os olhos na escuridão _Parece você. Menor.


             Sírius parou de olhar para a foto e franziu a testa. _Como é?


             _Seu irmão, caramba! _Pedro reconheceu finalmente, o que não foi nenhum mérito, já que ele estava praticamente quase na porta _Certo, agora deu, estou indo.


             _Ok, já acabei, também. _ele resmungou, mal humorado. Revirara cada centímetro da sala. E nada do mapa. Onde aquele cara pegajoso do Argo Filch poderia ter escondido um mapa? E ele podia jurar que ele ia jogar direto no arquivo de “Confiscado”. Pegou sua varinha, a câmera e a foto e encostou o ouvido a porta. Tudo silencioso. Ele concluiu que seu irmão já deveria ter passado e saiu da sala.


             Mas deu de cara com uma versão mais nova de si mesma (apesar de obviamente não tão bonita) parada na porta de braços cruzados.


             _O que é que está fazendo aqui? _os dois perguntaram ao mesmo tempo.


             _Bom, eu vi aquele seu amiguinho retardado parado aqui na porta, fazendo nada, então imaginei que você, ou um de seus outros amiguinhos idiotas, estavam aí dentro aprontando alguma. _descruzou os braços e abriu um sorriso falso _Mas que bom. Adoro denunciar você por alguma coisa errada. _e ia sair caminhando pelo corredor, mas Sírius segurou-o pela parte de trás da blusa e puxou-o de volta.


             _Na verdade, irmãozinho, _ele sacou a varinha discretamente _você não me viu aqui. _e apontou a varinha para ele, murmurando um feitiço de confusão. Régulos fechou os olhos com força e Sírius soltou-o. _Até mais, irmãozinho. _ele murmurou enquanto o irmão cambaleava e saia correndo pelo corredor.


            Quando fez a curva do corredor, deu de cara com a profª McGonagal.


            _Black, porque está correndo? _ela perguntou, desconfiada.


            Sírius olhou para o céu. _ “Valeu, Merlin. Na próxima, manda também um aerolito”.


             Régulos surgiu cambaleante atrás dele. Não sabia onde estava. Não sabia o que estava fazendo. Graças aos seus reflexos rápidos desenvolvidos no quadribol, conseguira bloquear a mente e diminuir um pouco o efeito do feitiço. Ainda estava bem confuso.


             Mas viu Minerva.


             Viu Sírius.


             Caramba, tinha alguma coisa que ele precisava dizer a algum deles, sobre o outro.


             E, de repente, fez-se a luz.


            _Profª, acho que vi o Sírius saindo da sala do Sr Filch.


            Minerva virou-se com os lábios apertados e os olhos bem abertos para Sírius. _Ele está confuso, professora. _ele respondeu, tranquilamente. _Ele veio cambaleando pelo corredor e eu estava correndo para procurar ajuda.


             Minerva virou-se novamente para Régulos. O garoto apertava a cabeça (porque, céus, sua cabeça doía) e parecia tonto. Sintomas óbvios de um feitiço de confundir.


            Mas, oras, ele era Sírius Black, ele mesmo podia ter feito o feitiço.


             _Bom, acho que teremos que procurar o Sr Filch para saber se tem alguma coisa faltando na sala dele, senhores Black. _ela concluiu com uma voz serena. Mas quando se virou para ir atrás de Filch, uma figura ruiva e agitada, virou o corredor, quase trombando com a professora.


             _Ah, desculpe, eu... _Lílian começou a murmurar, quando ergueu eu os olhos e viu a cena diante de si.


             Régulos. Sírius. Minerva. No corredor da sala do Filch.


             Ai. Caramba.


             _Srta Evans. Que bom. _Minerva cumprimentou, sem reparar no rosto branco e na boca escancarada da monitora _Por favor, fique de olho neles, enquanto eu vou procurar o Sr Filch, sim?


             _Ah... _ela gaguejou, absolutamente nervosa. Sírius revirou os olhos. E ele que achava que era sortudo _Aconteceu alguma coisa, professora?


             _Ah, sim... _Minerva explicou, ainda com uma expressão severa _O sr Régulos Black, diz que viu o sr Sírius Black saindo da sala do sr Filch, então precisamos ter certeza.


             _Ah, mas isso é impossível. _ela protestou, de uma forma firme, ainda que seu rosto continuasse mais branco do que lençol _Porque Sírius Black estava comigo até agora. Eu só fui até o banheiro e ele... Bom... Ele... _ela virou-se para Sírius. O Maroto viu uma gota de suor se formando em sua têmpora. Lily não entendia porque estava fazendo isso. Porque não podia ficar de boca fechada, uma vez em sua vida? Porque tinha que responder? Porque tinha que MENTIR?!!


             _Vi meu irmão e voltei. _Sírius completou, com uma expressão inocente.


             _Bom, se o Sr Régulos está confundido, talvez ele tenha visto algo sobre o que aconteceu no salão... _Minerva ponderou, distraída, passando a considerar Sírius imediatamente inocente. Se Lílian Evans, sua monitora chefe mais confiável, desde que ela começara a dirigir a grifinória, dizia que Sírius era inocente, então ela acreditava. Porque Lily nunca mentia.


             _Claro, _Lily completou, ainda que nem tivesse passado pelo salão _quem fez isso deve ter colocado isso na mente de Régulos, já que ele e Sírius são irmãos...


             _Bom, Sr Régulos, se você sentir dor de cabeça, por favor, não hesite em ir até a enfermaria, tudo bem?


             Régulos fez um mínimo “sim” com a cabeça. Será que tinha visto mesmo o responsável pelos fogos no salão?


             _E vocês dois podem ir. E pare de correr, Sr Sírius Black. _ela acrescentou para os dois, enquanto ia embora. Régulos também se virara e caminhava a passos vacilantes pelo corredor, ainda apertando a cabeça.


             Lily escorregou pela parede, até sentar no chão, segurando a cabeça com uma das mãos. Sírius estendeu a mão em sua direção e ela ergueu os olhos.


             _Vamos. Precisamos encontrar os outros no salão comunal.


             Lílian sacudiu a cabeça determinada e levantou-se.


             _Preciso achar o Thiago. _e saiu correndo pelo corredor.


 ***


             Filch fora atrás de Minerva e o deixara sentado na sala da diretora da Grifinória, sozinho. Consultou seu relógio ansioso. Vinte minutos desde que deixara Izzie. Dez de atraso por parte dela. Virou-se e olhou para a porta.


             _ “Onde você está, Izzie”? _ele pensou, angustiado. No mesmo instante a porta se abriu e ele virou-se completamente na cadeira, esperançoso. Mas foi Minerva quem entrou, acompanhada de Argo Filch.


             _Então, Sr Lupin, _ela contornou a mesa e sentou-se na cadeira, de frente para ele _o Sr Filch me disse que o senhor assumiu a responsabilidade pelos fogos no salão?


             Remo ficou alguns instantes calados, antes de responder. Era isso. Ela não ia aparecer. O que mais ele poderia fazer? Estava ferrado.


             _Bom, é isso aí. _ele deu de ombros, derrotado. Minerva ficou igualmente calada. Régulos dizendo que vira Sírius na sala de Filch. Remo dizendo para Filch que ele explodira os fogos no salão, quando ele NEM estava no salão. Minerva procurara pelos rostos de cada um dos Marotos, quando a balbúrdia começou. Isso não estava cheirando bem.


             _E porque fez isso? _ela perguntou, com uma expressão desconfiada, mas quando Remo abriu a boca, Filch cortou-o.


             _Eu sei por quê. É para se vingar de mim. Para me mostrar o que eles são capazes de fazer. _e tirou de dentro do bolso da blusa de frio um pedaço de pergaminho velho e dobrado, que Remo reconheceu imediatamente _Porque eu peguei isso aqui deles.


             _E o que é isso, Sr Filch? _Minerva perguntou, sem tirar os olhos de Remo. Ele tinha uma expressão educadamente intrigada, que contrariava totalmente a exasperação que ele estava sentindo.


             _Bom... _Filch respondeu sem graça _Parece um pedaço de pergaminho velho. Mas eu tenho certeza que não é. _ele emendou rapidamente.


             Minerva segurou o mapa por alguns instantes, mas não pareceu impressionada com ele. Imaginou que era mais uma das maluquices de Filch.


            _Bom, Sr Lupin, vai ficar de detenção, pelo resto do ano letivo.


             _Como é? _Remo pulou da cadeira.


             _Isso mesmo que você ouviu. _ela se inclinou para frente _Tem idéia de como isso foi perigoso. Você podia ter machucado alguém. Posto fogo em alguma coisa. Pensou nisso antes?


             Remo encostou-se novamente à cadeira, derrotado. _E o que vou ter que fazer?


             _Você vai ajudar Hagrid a cuidar da floresta proibida, todos os sábados e domingos, das oito da manhã até o meio dia. E acabou de perder 50 pontos para a Grifinória. _Remo grunhiu e cobriu os olhos com as mãos _Agora pode ir.


            Remo levantou-se como se seus pés fossem feitos de gesso e pesassem muito. Arrastou-se até a porta e saiu.


             Minerva ainda estava desconfiada de tudo isso. Se todos os marotos estivessem envolvidos, ela saberia. Porque antes do final do dia, estariam todos os outros três amontoados em sua porta, declarando-se culpados.


             Se a culpa fosse de todos, eles não deixariam um só assumi-la.


 ***


             Snape caminhava pelos corredores, querendo ficar longe da bagunça no salão. Tinha certeza que aquilo era obra dos Marotos, apesar de não ter visto nenhum. Estava tão distraído, que quase não viu uma figura ruiva correndo pelo corredor que cruzava com o dele.


             E sozinha!


             _Lílian! _ele correu para alcançá-la. Ela virou-se para olhar, viu quem era, mas não parou. Severo apertou o passo e puxou-a pelo braço. _Lílian eu preciso lhe explicar uma coisa.


             Lílian puxou o braço bruscamente. _Não ponha suas mãos em mim! _Severo se afastou assustado.


             _Lílian, por favor, você tem que me ouvir, nós somos amigos. _ele murmurou, magoado. _Você não pode acreditar que eu ia mesmo fazer o que...


             _Nós NÃO somos amigos! _ela retrucou _Nossa amizade terminou.


             _Não, não terminou! _ele teimou _Você não terminou nossa amizade, você simplesmente parou de falar comigo, e não é assim que se termina uma amizade de tantos anos.


             _Não, como é? _ela fez uma expressão falsamente curiosa _Matando um amigo? Bom, mas acho que posso fazer de outro jeito. _e puxou sua mão, apertando-a e balançando-a, como se estivesse cumprimentando-o _Foi muito bom enquanto durou, não é você sou eu, quero que você seja muito feliz, e FIM! _e soltou a mão dele _ACABOU! Feliz agora? _e saiu marchando novamente.


             _Lílian, você precisa me ouvir... _ele puxou seu braço novamente. Lily tentou se soltar, mas dessa vez ele estava preparado e não soltou _eu não ia...


            _TIRA SUAS MÃOS DELA! _uma voz surgiu de um corredor paralelo. Antes que Severo pudesse virar para ver quem era, um punho fez contato com o lado de seu rosto e ele foi lançado para trás.


             _THIAGO! _Lily gritou e pulou na frente dele, para impedi-lo de bater mais. Severo levantou-se e ia lançar-se contra ele, mas Lily ficou no meio _CHEGA! CHEGA! Se um de vocês fizer alguma coisa, juro que eu não respondo por mim! Porque hoje eu já estou CHEIA!


            Os dois se afastaram, com expressões idênticas de ódio. _Eu jurei que nunca mais ia deixar ele por as mãos em você, Lily... –Thiago murmurou ressentido.


             Severo apurou os ouvidos, esperando que ela respondesse que não precisava dele. Mas o que ele viu no lugar disso, o deixou profundamente chocado e triste.


            _Está machucado? _Lily jogou-se sobre ele, segurando seu rosto com as duas mãos _Está tudo bem? _Thiago fez que sim com a cabeça, envolvendo sua cintura com um dos braços. _Oh, graças a Merlin! _ela suspirou, e sua cabeça caiu no ombro de Thiago.


             Severo estava enojado demais para ver o resto. Doía mais que o soco. Sentido, ele virou-se e saiu marchando pelo corredor.


             Ele tinha que encarar os fatos. Não tinha mais Lily Evans.


             Teria que se dedicar ao que tinha.


             As Artes das Trevas.


             Se tivesse ficado mais alguns segundos, teria visto quando Lily se recuperou de sua súbita preocupação. Ela afastou o rosto e acertou um tapa estalado no braço no Maroto.


             _Ai, Lílian! _ele protestou, soltando-a e se afastando um passo.


             _Seu infeliz, nunca mais faça isso na sua vida! _Mais um tapa _Onde é que eu estava com a cabeça, quando deixei vocês fazerem isso? _tapa novamente _Imagine minha preocupação, imagine se você fosse pego, ou se Remo fosse pego? _dois tapas seguidos _Você podia ter queimado o salão principal, ter matado alguém! Eu tive que MENTIR! _mais um tapa, Thiago segurou seu pulso.


             _Espera, teve que mentir? _ela fez que sim. Ele sorriu _Você não sabe mentir.


             Lílian puxou o próprio braço e aninhou-se novamente no ombro dele. _Eu quero ir para a cama, Thiago, estou cansada. _ela choramingou.


             Thiago riu. Ela parecia uma criança às vezes. _Tudo bem, Lily. _ele passou a mão pelo seu cabelo _Foi mesmo um dia muito longo.


 ***


 Nas:

Jack!!!! Aaahh, coitada da Lily, eh q ela eh um pouco teimosa... Sohhh um pouco... Quase nada ^^ Mas ela jah tah quase assumindo seu amor pelo Maroto. Olhaí, jah tah ateh mentindo :O Siiim, Bella tah com o caderno e nãão devolveee... Mas são Marotos, neh? Dá-se um jeito... Aaaahh eu sou mto insegura, quase uma neurótica rsrsrs... Eh q vc naum viu qndo eu tava no começo de Quatro Faces, q era a primeira... Eu era meio desesperadora :S rsrsrsrs... Espero q os miolos tenham melhorado... Rsrsrs.... Aqui fez frio hj, e aí? Não sei se foi rápido e tbm naum sei se tah boooom, booom, rsrsrsrs... Mas me fala o que achou, tah? Bjssssss

Lari, não pegou fogo no salão, mas quase que a cabeça da Lily pegal, neh? Espero q tenha gostado desse aki, tbm ^^ Eu queria colocar a festa do Slughorn tbm, jah q tbm seria no sábado, mas jah tava muito grande :P Mas espero q vc tenha gostado msm assim ^-^ Obrigada por acompanhar a fic, e comenta maaais , tah? :D Bjsssss

Lilly, Aaaahhhh, vc assiste Grey's!!! Q legal!!! O Karev naum eh mto nota 1000000000????? Aquele q namora a Izzie... Aaaahh adorooo!!! Rsrsrsrs Mas a Tonks se consola. Na cabeça dela, msm se o Remo gostar da Izzie, na verdd ele vai gostar dela. Para ela, a culpa exclusiva de eles naum estarem juntos eh a idade. Vai ver ela pensa q se ela tivesse nascido uns anos antes ele ia simplesmente cair no colo dela ¬¬' ? rsrsrs aaahh entaum, no próximo vc jah vai ficar feliz, pq eles jah vaum começar a levantar bandeirinha branca... rsrsrs... Sírius vai virar o maior cão de guarda da Lily... Rsrsrs... Literalmente... rsrsrsrsrs Remo arrumou mais de uma encrenca neh? E agora, como ele irá se safar dessa? Detenção ateh o fim do ano, naum rola, neh? :P Aaaahhh, q vc tem? Espero q vc jah esteja melhor >.< Bjss, teh maisss ^^

Vanessa, q bom q vc gostou!!! Fico moh feliz qndo leio isso rsrsrs :D Sério q gostou dos bilhetes? Os bilhetes eu tirei de uma outra fic minha, mas eu naum vou denunciar a mim mesma por plágio :P rsrsrsrs... Aaaahhh, mas o Thiago vai dar um jeitinho :P Eh um maroto neh? rsrsrsrs Espero q tenha gostado desse tbm... Obrigada por ler, viu? E me fala o q achou ^-^ Bjssss, teh maissss


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