CAPITULO 55 - Brincadeira de c

CAPITULO 55 - Brincadeira de c



CAPITULO 55 - Brincadeira de criança


 


- Este - disse Cho - é o último modelo que inventamos.


Nasuada tirou o véu negro da feiticeira e o passou por suas mãos, maravilhada com sua qualidade. Não havia humano capaz de fiar renda tão pura. Ela olhou satisfeita para as fileiras de caixas na mesa, elas continham amostras dos muitos modelos que a Du Vrangr Gata produzia no momento.


- Você se saiu bem. - disse ela. - Bem melhor do que eu esperava. Diga para os seus encantadores que fiquei muito feliz com seu trabalho. Isso significa muito para os Varden.


Cho inclinou a cabeça por conta do seu elogio.


- Levarei a sua mensagem para eles, lady Nasuada.


- Eles já...


Uma agitação nas portas de seus aposentos interrompeu Nasuada. Ela ouviu seus guardas xingarem e erguerem as vozes, e depois um grito de dor. O som de metal se chocando com metal soou no corredor. Nasuada se afastou da porta num sobressalto, sacando sua adaga da bainha.


- Corra, lady! - disse Cho. A feiticeira se colocou na frente de Nasuada e puxou suas mangas para trás, deixando a mostra seus braços brancos, preparando-se para se valer da magia. - Pegue a entrada dos criados.


Antes que Nasuada pudesse se mover, as portas se abriram e uma pequena figura agarrou suas pernas, fazendo-a cair no chão. Assim que Nasuada caiu, um objeto prateado brilhou no espaço que ela havia acabado de ocupar, enterrando-se na parede mais distante e emitindo um som surdo e pesado.


Então os quatro guardas entraram e tudo virou uma confusão enquanto Nasuada sentia que eles a separavam de quem a atacara. Quando ela conseguiu se levantar, viu Elva suspensa nas mãos deles.


- O que significa isso? - perguntou Nasuada.


A garota de cabelo escuro sorriu, depois se curvou e vomitou no tapete. Em seguida, fixou os olhos cor de violeta em Nasuada e – com sua voz terrível e conhecida - disse:


- Faça com que sua feiticeira examine a parede, ó Filha de Ajihad, e veja se eu não cumpri a promessa que lhe fiz.


Nasuada acenou para Cho com a cabeça, que caminhou levemente até o buraco estilhaçado na parede e murmurou um encanto. Ela retornou segurando uma seta de metal.


- Isso estava enterrado na madeira.


- Mas de onde veio isso? - perguntou Nasuada confusa. Cho gesticulou em direção à janela aberta contemplando do alto a cidade de Aberon.


- De algum lugar lá fora, imagino.


Nasuada voltou sua atenção para a criança que esperava.


- O que você sabe sobre isso, Elva?


O sorriso horrível da garota se alargou.


- Era um assassino.


- Quem o enviou?


- Um assassino treinado pelo próprio Voldemort nos usos tenebrosos da magia. - Seus olhos ardentes ficaram meio encobertos, como se ela estivesse num transe. - O homem odeia você. Ele veio ao seu encontro. E a teria matado se eu não o impedisse. - Ela deu uma guinada para frente e vomitou outra vez, cuspindo fora comida digerida pela metade no chão. Nasuada também vomitou, enojada. - E está prestes a sofrer uma grande dor.


- Por quê?


- Porque vou lhe dizer que ele está numa hospedaria na rua Fane, no último quarto, no andar mais alto. E melhor você se apressar, ou ele irá rugir... fugir. - Ela gemeu como uma fera ferida e apertou sua barriga. - Corra, antes que o feitiço de Harry me force a impedi-la. Você irá lamentar então!


Cho já estava se movendo enquanto Nasuada dizia:


- Diga a Jörmundur o que aconteceu, depois pegue os seus melhores mágicos e vão atrás desse homem. Capturem-no se puderem. Matem-no se não conseguirem. - Depois que a feiticeira saiu, Nasuada olhou para os seus homens e viu que suas pernas estavam sangrando por causa de inúmeros pequenos cortes. Ela percebia o que devia ter custado a Elva para feri-los. – Vão. - ordenou ela dirigindo-se aos seus comandados. - Encontrem um curandeiro que possa curar os seus ferimentos.


Os guerreiros balançaram suas cabeças e seu capitão disse:


- Não, senhora. Ficaremos ao seu lado até que tenhamos a certeza de que está segura novamente.


- Como você julgar adequado, capitão.


Os homens fizeram barricadas nas janelas - o que piorou o já sufocante calor que infestava o castelo Borromeo - depois retornaram aos aposentos de Nasuada para dar-lhe mais proteção.


A líder dos Varden caminhava com seu coração descompassado por conta do choque retardado, e meditava sobre o quanto esteve perto de ser morta. O que seria dos Varden se eu tivesse morrido?, perguntou a si mesma. Quem me sucederia? O desânimo se apoderou dela, que não havia tomado providência nenhuma para o caso do seu próprio óbito, uma omissão que agora lhe parecia uma falha monumental. Não permitirei que os Varden sejam jogados no caos porque eu falhei ao não tomar precauções! Ela hesitou:


- Estou em débito com você, Elva.


- Agora e para sempre.


Nasuada vacilou, desconcertada como sempre ficava com as respostas da garota, e depois continuou:


- Peço desculpas por não ter ordenado meus guardas a deixá-la passar fosse dia ou noite. Devia ter previsto um evento como esse.


- Você devia. - concordou Elva num tom zombeteiro.


Alisando a parte da frente de seu vestido, Nasuada voltou a andar, tanto para fugir do olhar esbranquiçado de Elva e do seu rosto marcado por um dragão, quanto para gastar sua própria energia nervosa.


- Como você escapou dos seus aposentos desacompanhada?


- Disse para minha vigia, Greta, o que ela queria ouvir.


- Só isso? - Elva piscou.


- Ela ficou muito feliz.


- E quanto à Angela?


- Foi fazer um serviço hoje de manhã.


- Bem, seja como for, você tem a minha gratidão por ter salvado a minha vida. Peça o que quiser que eu lhe darei, caso esteja dentro da alçada do meu poder.


Elva olhou em volta do quarto todo decorado e disse:


- Você tem alguma comida? Estou com fome.


 


 


 


 

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