Obliviate

Capitulo 56 – Obliviate

 

Então Melinda tinha dito algo para Alice, eu não podia ir encontrar com ela porque eu tinha mesmo que estudar, mas como estudar na sala comunal se só se falava neste assunto? Muitos até diziam que Sirius chegou a jogar um feitiço nela, e outros diziam que foi porque ela beijou Sirius e Alice ficou com ciúmes. Mas a verdade eu só iria saber quando eu pudesse falar com Alice.

- Não dá, não dá! – eu disse olhando pra Maria, estávamos sentadas no chão perto da mesa, havia muitos livros e pergamnhos por ali.

- O que foi? É fácil, veja bem, você adiciona...

- Não! – interrompi – não agüento, eu TENHO que saber o que houve, isso não sai da minha cabeça, não estou tendo nenhuma produtividade, vou perguntar ao Sirius o que foi – me levantei e ela balançou a cabeça negativamente – O quê? Doida para isso você está!

- Não estou te impedindo, vá em frente – ela voltou a atenção para o livro.

Fui caminhando em direção á Tiago, Sirius e Remo, eles estavam lendo alguns livros também.

- Eu posso falar com você Sirius? – ele levantou o olhar bem devagar

- Comigo mesmo? – ele deu um sorrisinho e marcou a pagina do livro, Tiago balançou a cabeça distraidamente e virou a folha – Sobre?

- Sobre o que houve mais cedo, eu queria perguntar a Alice mas eu tenho mesmo que estudar e ela também, então como você esta tão perto – ele fez uma cara feia – O que exatamente Melinda disse pra Alice sobre mim?

- Eu não sei ao certo, mas ela sabe de muitas coisa que somente nós sabemos, sabe, você e a gente... – ele olhou para Remo

- O que? Ela disse pra Alice que o Remo é um... – parei e me aproximei mais deles, nem Tiago e Remo estavam muito interessados no que nós falávamos, já deviam saber toda a historia – um lobisomem?

- Não sei bem se ela acreditou, mas se ela pensar muito vai compreender, você disse a ela qualquer coisa do tipo?

- Claro que não! Faz séculos que eu nem converso com ela! – eu me abaixei para ninguém me notar ali.

- Ela sabe coisas muito pessoais de você Lily, e eu não prestei muita atenção no que ela disse ao certo, porque ela sabe que nós somos animagos, e eu não podia deixar que ela falasse mais alto... mas ela sabe coisas que talvez só você saiba

- Mas como? Como ela pode saber essas coisas? Eu não contei nem para as meninas, quanto mais a ela! – eu estava incrédula.

- Minhas teorias são:  – Remo falou ainda olhou para o livro – Você fala a noite, ou ela é uma espécie de animaga muito pequena, ou ela esta te perseguindo, entrando na sua mente, ou coisa de tipo

- Não é possível, a única coisa que sabia dessas coisas era o meu diário – eu falei rápido e tudo pareceu claro para mim – Aquela filha da... – me levantei mas Tiago puxou o meu braço

- O que tem o seu diário?

- Ele sumiu! Desde daquele dia que nós fomos para a casa dos gritos – aquele dia – e ela estava com a gente! Eu pego aquela ladra! – tentei me soltar e ele me apertou

- O que tem exatamente escrito nele? – ele olhou bem nos meus olhos como se precisasse mesmo saber os detalhes.

- Coisas muito pessoais mesmo, tudo o que eu não podia falar com ninguém, eu usava pra desabafar, agora aquela vadia sabe tudo o que eu penso! Eu tenho que bater nela! – tentei me soltar de novo mas Tiago ainda me segurava

- Temos que fazer com que ela cale a boca, que ela não diga essas coisas a ela – sugeriu Remo, e agora tinha fechado o livro, ninguém parecia ter notado minha movimentação, nem mesmo Maria, e isso era bom, eram muitos segredos, muitas omições, como eu poderia dizer o que Melinda tinha dito, se Maria não sabia de nada? Nem mesmo que eles eram animagos, ou que possuíam uma espécie de mapa que tinha Hogwarts inteira!

- O que? Avisar a McGonagall? A gente não sabe o que ta passando na cabeça dela – comentou Sirius

- Por isso que eu vou lá falar com ela agora! – Tiago não me soltava

- Ela não falou nada ainda Lilian, possa ser que ela não queira espalhar nada – Lilian? Nunca mais ele tinha me chamado assim.

- Ou pode ser que ela esteja tramando algo maior! Nós não sabemos mesmo o que se passa na cabeça dela, eu tenho resolver isso hoje – olhei bem para ele, e por um momento, pensei que ele ia ceder.

- Não, hoje não, vamos ver o que acontece amanhã, e se por acaso ela começar a dizer algo, nós a impediremos... prometa pra mim que você não ria dizer nada a ela hoje – ele apertou meu braço, e eu continuei olhando pra ele, e depois olhei para Remo.

- É mesmo o melhor Lily, deixa as coisas se ficarem mais calmas – olhei de volta pra Tiago e suspirei derrotada.

- Só lembrando, eu durmo no quarto com ela, então se ela me provocar... – comecei a falar, ele finalmente me soltou

- Ela não vai te provocar, apertei muito a mente dela mais cedo – Sirius disse rindo

- E Alice? Será que ela vai se convencer que foi verdade?

- Eu não sei, mas eu não queria que fosse assim, desse jeito que elas descobrissem – disse Remo, olhando para Maria. Era obvio que ele gostava mesmo dela, eles eram tão difíceis... Tudo bem, quem sou eu para falar alguma coisa?    

- Já sei! – Tiago deu um pulo da poltrona, mas logo tentou se acalmar para não chamar atenção – Existe um feitiço que podemos usar nela! – ele sorriu – Como você não pensou nisso sua espertinha? – ele olhou para mim e sorriu ainda mais – Obliviate! É usado nos trouxas quando eles descobrem algo, mas pode ser usado completamente nesse caso! Te peguei nessa em?! – ele estava muito feliz.

- Bem pensado – eu estava muito ocupada tentando adivinhar como eu iria matá-la sem ser presa em Azkaban

- Pontas, você é a fonte da minha inspiração! – comemorou Sirius

- Isso é redundante, mas, temos que ter cuidado com isso, vai que dê algo errado e a gente perca a memória também? – comentou Remo

- Não é perder a memória, vamos fazer ela esquecer de tudo que ela leu no diário e se Alice souber de muita coisa, a gente pode...

- Não se a gente pode fazer isso com ela Tiago, ela é minha amiga – eu falei, antes que ele terminasse

- É da vida do Remo que esta em perigo Lilian, não estou dizendo que ela vai contar á alguém, mas se por acaso isso vazar ele não vai poder ficar em Hogwarts... – ele me olhou, e Remo caiu com a cabeça de lado, também me olhando

- Tudo bem, vamos fazer primeiro em Melinda, se der certo a gente faz com Alice, não podemos colocá-la em perigo

- Mas Melinda a gente pode? – Sirius deu uma risada – Isso é tipicamente Maroto Srta. Monitora

- Esqueça isso pelo menos por um dia! – eu dei um sorrisinho e me virei, tinha que dizer qualquer coisa boba para Maria – Eu faço, eu apago a memória dela, talvez eu acrescente umas coisas também... – sorri marotamente e fui em direção a Maria.

- Como uma Marota... – ouvi Sirius dizer, sim, como uma marota.

 

- Então... ? – Maria foi logo me perguntando

- Nada que eu pudesse ficar com mais raiva do que eu já tenho, aquelas mesmas falas, blá blá blá – eu fiz cara feia e ela riu

- Parecia algo mais grave, sabe, todos se estressaram tanto... – ela voltou a copiar algo no pergaminho

- São os hormônios – eu sorri e me sentei – Onde estávamos?

- Tópico Quatorze, animagia... quanta coisa McGonagall quer para a próxima aula, ela nunca foi assim – ela balançou a cabeça – Se eu fosse virar uma animaga acho que eu queria ser um pássaro – ela refletiu um pouco e sorriu no meio de seus sonhos – e você Lily?

- Bem, seria legal ser mais precisamente uma águia – dei um risinho – visão aguçada...       

- Mais do que já é? Assustador – nós rimos – continuando, Animagia tem o intuito de transfigurar sem o uso de varinha o bruxo... copia Lilian! – ela me deu um gritinho, e eu sai dos meus devaneios, não que eu quisesse ser uma animaga clandestina ou algo do tipo, mas como as garotos conseguiram fazer isso sem o ministério saber? Acho que eu nunca descobriria.

 

- Vou subir – o relógio já marcava 22:45 – o sono esta me consumindo, e além do mais, acho que está perfeito isso

- Ta certo, vou daqui a pouco, vem cá – Maria me chamou quando eu me levantei – seu grupo já entregou o trabalho de Feitiços?

- Não, nem estava lembrando mais disso, vou passar a limpo, é para daqui a dois dias não é? – ela confirmou com a cabeça – Obrigada por lembrar.

- Isso não é uma coisa que a gente houve sempre vindo de você – ela dei um risinho e eu também sorri.

- Minha cabeça esta voando por vários lugares ultimamente – eu me virei para as escadas

- Nem quero imaginar! – ela deu um gritinho e eu ri um pouco mais.

Subi as escadas, a varinha já estava nas minhas mãos, tudo que eu iria precisar era de uma boa concentração e um texto bom para implementar na cabeça de Melinda. Não poderia mudar muita coisa se não poderiam desconfiar, mas pelo menos mehorar um pouco a pessoa dela e tirar ela do meu quarto eu iria fazer.

Abri a porta devagar, ela estava deitada na cama e nem me olhou, como tinha feito nos últimos meses, parecia atenta a alguma coisa, um livro, ou um diário!

- É incrível como você passa suas emoções mais profundas aqui, “o que eu sinto é maior do que eu já pensei em imaginar, não sei o que está acontecendo comigo...” daria tudo para ver a cara do Potter ao saber todas as suas obsessões, duvidas... – ela sorriu maliciosamente e olhou para mim, eu havia terminado de trancar a porta. – O mais impressionante de tudo isso- ela fechou o diário devagar – é saber finalmente porque o Lupin some sempre uma época do mês, realmente assustador! – ela fez cara de medo, e eu fui me aproximando – O que você quer? Não vai ficar com raivinha, descontrolada, ou algo do tipo? Finalmente está nas minhas mãos não é Evans?

- Eu sinceramente não queria ter que fazer isso, mas de uns tempos pra cá, você se tornou insuportável – ela fez cara de incompreendida – Eu realmente quero que isso dê certo, mas se não der, talvez eu não me importe – dei um sorrisinho de lado e tirei a varinha do bolso, ela tomou um susto e eu podia jurar que ela achou que eu ia matá-la, talvez um pouco de mim queria isso, mas não no sentido “Ir para Azkaban”.

- O que você está fazendo? Está louca? – ela procurou a varinha, mas não estava na cama, e em nenhum lugar próximo a ela no momento.

- Pensei que seria mais difícil, mas a minha mente está totalmente vazia agora – apontei a varinha diretamente para a testa dela, ela estava com medo, e eu somente por aquele momento tive a vingança que eu sempre quis, ela estava com medo do que viesse a acontecer, assim como eu fiquei tanto medo – Obliviate! – gritei e uma luz branca perolada saiu da minha varinha diretamente para a cabeça dela, seus olhos se viraram para mim, incompreensíveis – Você vai esquecer de tudo que leu neste diário. Você vai pedir desculpas para todos que você um dia fez algum mal sequer. Você vai pedir para te tirarem do meu quarto. E eu quero que você esqueça que me conheceu algum dia da sua vida. Esqueça o meu nome. Esqueça que um dia você foi a minha amiga. Não me atrapalhe mais e não se meta na vida de Tiago Potter e seus amigos. Você é Melinda Bobbin e você vai ser uma pessoa melhor agora, e vê se trata desses cabelos com mais alegria. – foi tudo tão rápido e objetivo, quando parei de falar o raio se desfez e ela fechou o olhou. Fiquei ali, paralisada, será que eu tinha que dizer algo mais? Será que ela iria se esquecer de tudo sua vida ou somente o que eu falei? Perguntas surgiram em mim que antes do feitiço eu não tinha pensado.

Um minuto depois, ela abriu os olhos e virou-se para o quarto, e depois para mim.

- Acho que eu não deveria está aqui, sou Melinda, você é? – ela se levantou e foi pegar as coisas.

- Lilian Evans – falei pausadamente, será que havia dado mesmo certo, ou ela estava fingindo?

- Prazer, mas acho que esse não é meu quarto, nem sei mesmo o que estou fazendo aqui – ela voltou para cama, tinha uma cara perdida – Isto é seu? – ela me mostrou o meu diário.

- É –peguei nele – Obrigada, mas agora não é mais útil – coloquei-o no chão – Incendio! – uma chama criou-se por todos os papeis e consumiu rapidamente – Agora eu sei o que eu sinto de verdade.

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